sábado, 29 de dezembro de 2012

What is signal and what is noise?


The recent warming has been more pronounced in the Arctic Eurasia than in many other regions on our planet, but Franzke (2012) argues that only one out of 109 temperature records from this region exhibits a significant warming trend. I think that his conclusions were based on misguided analyses.(*)

The analysis did not sufficiently distinguish between signal and noise, and mistaking noise for signal will give misguided conclusions.
We must know how random year-to-year variations compare to the long-term warming in order to determine whether a trend is statistically significant. The year-to-year variations are often referred to as noise, whereas the trend is the signal.
Franzke examined several models for describing the noise. These are referred to as null models. One involved the well-known lag-one autocorrelation (AR(1)). Another null model was an ARFIMAmodel, similar to Cohn and Lines. The third null model involved phase scrambling surrogate model (see below for details).
He examined the autocorrelation functions (ACF) of fitted noise models with the autocorrelation of the temperature records, and found that the ACF for phase scrambling was the same as for the original data. This similarity is expected, however, due to the fact that the phase scrambling preserves the spectral power.
The fact that the ACFs were similar for the data and the null model is also a clue for why the analysis is wrong. The ACF for the temperature data included both signal and noise, whereas the null models are only supposed to describe the noise. Moreover, the null models in this case derived the long-term persistence from a combination of the signal and noise.
The mixing-up between signal and noise is illustrated in the example below, where the variable ywas constructed from a signal component and a noise component. The lagged correlation coefficients of the grey ACF estimated from y were substantially higher than those for the AR(1) noise (red), due to the fact that the signal contained a high degree of persistence.
ACF for a series 'y' (grey) constructed from a 3rd-order polynomial (blue) and AR(1) noise (red). In this example, the polynomial is the signal and the AR(1) is the noise. Note that the ACF for the sum of these two components is different to the ACF for the noise term. The y-axis of the lower panel represents correlations whereas the x-axis marks the time lag.
The phase scrambling will give invalid estimates for the confidence interval if the low frequencies represent both the signal and noise. Even the ARFIMA model is invalidated by the presence of a signal if it is used to describe confidence intervals. The problem is similar to the weakness in the analysis of Cohn and Lins discussed in the ‘Naturally Trendy?‘ post. Hence, both these null models over-estimate the amplitude of the noise. Alternatively, it may be a question about definition: if one defines the trend itself as noise, then it will not be statistically significant (circular reasoning).
Details
The third null model involved a Fourier transform, followed by changing the Fourier coefficients while ensuring that the spectral power stays the same, and then by an inverse Transform.

References

  1.  C. Franzke, "On the statistical significance of surface air temperature trends in the Eurasian Arctic region", Geophysical Research Letters, vol. 39, 2012.http://dx.doi.org/10.1029/2012GL054244
Fonte/Source:  RealClimate
(*) This is the opinion of the RealClimate manager/Opinião do administrador do site RealClimate


quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

INPE: Emissões por desmatamento na Amazônia caíram

O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe/MCTI) concluiu as estimativas de emissão por desmatamento na Amazônia em 2012. De acordo com o sistema Inpe-EM, foram emitidos 352 milhões de toneladas de dióxido de carbono (MtonCO2), o que representa queda de 16% nas emissões em relação a 2011.
Os dados foram calculados a partir dos resultados do Prodes 2012, que estimou 4.665 quilômetros quadrados (km2) de corte raso na Amazônia Legal no último período. O atual cálculo das emissões também revela a redução de 64% em relação aos valores estimados para 2004, ano em foram desmatados quase 28 mil km2 na Amazônia Legal.
As estimativas do Inpe-EM serão atualizadas após a divulgação dos dados consolidados do sistema Prodes, oportunidade em que serão apresentados também os resultados da emissão por Estados em 2012.
Inpe-EM
Desenvolvido por pesquisadores do Centro de Ciência do Sistema Terrestre (CCST) em parceria com a Coordenação de Observação da Terra (OBT) e o Centro Regional da Amazônia (CRA), além de instituições colaboradoras nacionais e internacionais, o Inpe-EM gera resultados a partir dos dados do Prodes, sistema baseado no monitoramento de satélites do Inpe que calcula o quanto a Amazônia perde de floresta primária a cada ano.
Cerca de metade da biomassa florestal é composta por carbono, que é liberado na forma CO2 pelas queimadas, desmatamentos ou outras alterações no uso da terra. A velocidade da transferência de CO2 para a atmosfera está relacionada às causas do desmatamento – exploração madeireira, estabelecimento de pastagens para pecuária, agricultura mecanizada de larga escala, agricultura familiar etc.
Os resultados do Inpe-EM são usados para quantificar os impactos da perda da floresta para o balanço global de gases na atmosfera, assim como para monitorar os efeitos de ações para reduzir as emissões. Acesse os dados.

Texto: Ascom do INPE

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Radares e pluviômetros permitirão resposta ágil a desastres, diz Raupp

O Ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antonio Raupp, esteve nesta sexta-feira (21) em Cachoeira Paulista (SP) para o lançamento do projeto Pluviômetros nas Comunidades, do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden/MCTI). Ele avaliou que as novas aquisições para prevenção permitirão um tempo de resposta muito menor a eventos extremos como deslizamentos e inundações.  
Durante o evento, o secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do MCTI, Carlos Nobre, assinou o contrato de compra de 1.100 pluviômetros semiautomáticos com a empresa Squitter Equipamentos Profissionais do Brasil, de São José dos Campos (SP), vencedora da licitação para o fornecimento dos equipamentos de monitoramento. Os aparelhos serão instalados em áreas de risco e operados por equipes de moradores.
Ontem (20), Nobre já havia assinado o contrato para a aquisição de nove radares meteorológicos para o Cemaden, que se somam também a 1.500 pluviômetros automáticos. As iniciativas fazem parte do Plano Nacional de Gestão de Riscos, lançado pela presidenta Dilma Rousseff.
"Este é um projeto estratégico para o nosso país, pois representa uma ação social importantíssima", disse o ministro Raupp. "Nossa intenção é promover o conhecimento científico de forma que ele saia da área do conhecimento teórico e passe a desenvolver um trabalho que tenha um impacto grande na sociedade, como o projeto Pluviômetros nas Comunidades, que salvará muitas vidas."
O titular do MCTI afirmou que a ação do governo federal é inédita no país. "O que o Brasil fazia era previsão do tempo. Agora o que estamos fazendo é o monitoramento das áreas de risco”, comentou. “Com esses equipamentos saberemos se há ou não a possibilidade de ocorrer um evento catastrófico, podendo alertar a defesa civil para que todos os procedimentos de emergência sejam realizados no menor tempo possível."
Perspectiva
"Os primeiros pluviômetros serão entregues em março de 2013 e até o final do próximo ano todos os pluviômetros e os nove radares meteorológicos estarão instalados", afirmou o secretário Nobre. Ele informou que o projeto aumenta em quatro vezes a capacidade do Brasil em monitorar as chuvas. "Até 2014 conseguiremos monitorar 95% das áreas de desastres naturais e teremos a capacidade de diagnosticar as chuvas que possam causar riscos de deslizamentos, enxurradas, inundações. Com o diagnóstico rápido o Cemaden poderá dar um alerta de melhor qualidade com muito mais antecedência", disse.
De acordo com a coordenadora do projeto Pluviômetros nas Comunidades, Regina Alvalá, o treinamento promoverá a cultura de percepção dos riscos de desastres. "O treinamento será feito em função da faixa etária das pessoas e consistirá de palestras, material educativo e a aprendizagem da leitura dos dados do pluviômetro", explicou. O uso dos equipamentos semiautomáticos necessita do engajamento da comunidade, que deverá fazer a leitura dos dados e transmiti-los ao Cemaden, que analisará os riscos e, se necessário, acionará o alerta.
Segundo a coordenadora do projeto, agora será iniciado o cadastramento das localidades que vivem com risco potencial de ocorrência de desastres naturais. O cadastro pode ser feito por órgãos e entidades pelo site do centro nacional, que atenderá os pedidos de acordo com a capacidade operacional de atendimento.
O contrato também foi assinado pela representante da Squitter, Lyss Zangaro. Participaram da cerimônia o diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe/MCTI), Leonel Perondi, o diretor do Cemaden, Agostinho Ogura, e o prefeito eleito de Cachoeira Paulista, João Luiz.

Texto: Camila de Oliveira – Ascom do MCTI


terça-feira, 25 de dezembro de 2012

A review of cosmic rays and climate

A cluttered story of little success.

A number of blogs were excited after having leaked the second-order draft of IPCC document, which they interpreted as a “game-changing admission of enhanced solar forcing”.
However, little evidence remains for a link between galactic cosmic rays (GCR) and variations in Earth’s cloudiness. Laken et al. (2012) recently provided an extensive review of the study of the GCR and Earth’s climate, from the initial work by Ney (1959) to the latest findings from 2012.

Remark/Nota:

This is the title of a recent note posted in Real Climate (www.realclimate.org), pointing to the question whether cosmic rays plays a significant role on climate change. The interested reader should follow this -> link.

O post acima aborda um artigo recente que discute o papel de raios cósmicos galáticos e a cobertura de nuvens em nossa planeta e, deste modo, sua possível influência em nosso clima. O post completo, em inglês, pode ser lido aqui, onde o leitor poderá ter acesso ao artigo original.

Merry Christmas/Feliz Natal.


segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

O Aquecimento do Oeste da Antártida

Seguindo na trilha do nosso último post sobre aquecimento da Antártida (ou Antártica), sugerimos, para leitores da língua inglesa, o post publicado no blog 'Real Climate', intitulado 'The heat is on in West Antarctica', por Erig Steig, neste link. Abaixo o gráfico do artigo de Dr. Steig ilustra a tendência de aquecimento, pelas medidas feitas na Byrd Station, na região central do Oeste da Antártida.


Aquecimento da Antártida: Ritmo é maior do que se imaginava

Uma nova análise histórica sobre as temperaturas no oeste da Antártida revelou que a região está sofrendo com aquecimento em um ritmo duas vezes mais acelerado do que se imaginava.

Pesquisadores americanos disseram ter encontrado sinais de aquecimento durante o verão da placa de gelo da parte oeste da Antártida (WAIS, em inglês).

Eles temem que o derretimento do gelo, provocado pelas temperaturas maiores, possa contribuir para o aumento no nível do mar.

O estudo dos cientistas foi publicado na revista científica Nature Geoscience.

Os cientistas compilaram dados levantados pela estação Byrd, que foi estabelecida pelo governo americano na placa oeste da Antártida na década de 1950.

Lacunas estatísticas

Estudos anteriores não conseguiram chegar a conclusões sobre os números levantados na estação Byrd ao longo dos anos, já que não havia dados suficientes.

A nova pesquisa feita pelos cientistas americanos usou modelos de computadores para preencher as lacunas estatísticas. Com base nesses modelos, os pesquisadores acreditam que a temperatura subiu 2,4 graus em média, entre 1958 e 2010.
"O que estamos vendo é um dos sinais mais fortes de aquecimento da Terra", afirma Andrew Monaghan, co-autor do estudo e cientista do US National Center for Atmospheric Research.

"Esta é a primeira vez que pudemos determinar que há aquecimento durante a temporada de verão."

É natural esperar que as temperaturas sejam mais elevadas durante o verão, em comparação com outras estações, mas a Antártida é uma região tão fria que o clima permanece razoavelmente parecido durante todo o ano.

Outro autor do estudo, o professor David Bromwich, da Ohio State University, acredita que o estudo revela que o planeta ultrapassou um limite crítico.

"O fato de que as temperaturas estão aumentando no verão significa que a WAIS vai se derreter não só a partir da parte de baixo, como já observamos hoje, mas também a partir da parte de cima."

Atividade humana ou mudança natural?

Estudos anteriores publicados na revista científica Nature indicavam que a temperatura da WAIS estava aumentando devido ao aquecimento do oceano, mas a nova pesquisa indica que a atmosfera também está desempenhando um papel importante.

Os cientistas dizem que as mudanças podem estar sendo provocadas por alterações nos padrões de ventos no Oceano Pacífico.

"Estamos observando um impacto mais dinâmico que ocorre devido às mudanças climáticas que acontecem em outros lugares do globo e aumentam o acúmulo de calor na WAIS", diz Monaghan.

A pesquisa não revela o grau de influência da atividade humana no aquecimento registrado na Antártida.

"Esta questão ainda está em aberto. Este estudo não foi feito. Minha opinião é que provavelmente existe [impacto da atividade humana no aquecimento da Antártida], mas não posso dizer isso com certeza."

Para o professor Bromwich, um estudo para determinar esta questão específica precisa ser feito agora.

Um dos temores dos cientistas é que aconteça desabamentos de grandes pedaços de geleiras, como ocorreu em 2002 com o segmento conhecido como Larsen B.

Em apenas um mês, o Larsen B se desprendeu da massa de gelo do continente.

"Essa é uma preocupação do derretimento constante do oeste da Antártida, se os padrões de temperatura continuarem assim no verão."

Fonte: Portal UOL via BBC Brasil 

domingo, 23 de dezembro de 2012

Vulcão argentino entra em atividade

Marina Guimarães, correspondente de O Estado de S.Paulo

BUENOS AIRES - O vulcão argentino Copahue entrou em atividade neste sábado, 22. O vulcão está localizado na região da Patagônia, ao noroeste da Província de Neuquén, fronteira com o Chile, cerca de 1.200 quilômetros ao sudeste de Buenos Aires. O Comitê de Emergência da Província declarou estado de alerta, mas não considerou necessária a evacuação dos habitantes de Copahue e Caviahue, cidades encravadas aos pés do vulcão que tem 2.997 metros de altura.
"As cinzas expelidas não provocam problemas de saúde", informou o comitê. Porém, inúmeras famílias abandonaram suas casas por temor da evolução das atividades do vulcão. O comitê e a Defesa Civil estão acompanhando a situação para determinar as ações necessárias, conforme a atividade vulcânica. O Serviço Nacional de Geologia e Mineração do Chile, elevou o estado de alerta de "amarelo" para "laranja" (terceiro de uma escala de quatro níveis).
Vulcão argentino diminui atividade, mas especialistas recomendam cautela  Antonio Huglich/AFP

A parte superior do vulcão está coberta por gelo, neve e uma lagoa. A região é conhecida por dois atrativos turísticos: as águas termais e um centro de esqui. A região se encontra a 360 quilômetros de distância da capital de Neuquén. No ano passado, as cinzas expelidas pelo vulcão chileno Puyehue, também na Cordilheira dos Andes, afetou a região durante quatro meses, a partir de junho, em plena temporada de inverno. Centenas de voos foram cancelados, pacotes turísticos perdidos, animais mortos e muitos prejuízos. Naquela ocasião, as cinzas vulcânicas do Puyehue chegaram até Buenos Aires.

Fonte/imagem: portal Zero Hora. 

sábado, 22 de dezembro de 2012

Água: a escassez na abundância

Hoje, 40% da população do planeta já sofre as consequências da falta de água. Além do aumento da sede no mundo, a falta de recursos hídricos tem graves implicações econômicas e políticas para as nações

A água é o recurso natural mais abundante do planeta. De maneira quase onipresente, ela está no dia a dia dos 7 bilhões de pessoas que habitam o planeta. Além de matar a sede, a água está nos alimentos, nas roupas, nos carros e na revista que está nas suas mãos — se você está lendo a reportagem em seu tablet, saiba também que muita água foi usada na fabricação do aparelho. Mas o recurso mais fundamental para a sobrevivência dos seres humanos enfrenta uma crise de abastecimento. Estima-se que cerca de 40% da população global viva hoje sob a situação de estresse hídrico. Essas pessoas habitam regiões onde a oferta anual é inferior a 1 700 metros cúbicos de água por habitante, limite mínimo considerado seguro pela Organização das Nações Unidas (ONU). Nesse caso, a falta de água é frequente — e, para piorar, a perspectiva para o futuro é de maior escassez. De acordo com estimativas do Instituto Internacional de Pesquisa de Política Alimentar, com sede em Washington, até 2050 um total de 4,8 bilhões de pessoas estará em situação de estresse hídrico. Além de problemas para o consumo humano, esse cenário, caso se confirme, colocará em xeque safras agrícolas e a produção industrial, uma vez que a água e o crescimento econômico caminham juntos. A seca que atingiu os Estados Unidos no último verão — a mais severa e mais longa dos últimos 25 anos — é uma espécie de prévia disso. A falta de chuvas engoliu 0,2 ponto do crescimento da economia americana no segundo trimestre deste ano.

A diminuição da água no mundo é constante e, muitas vezes, silenciosa. Seus ruídos tendem a ser percebidos apenas quando é tarde para agir. Das dez bacias hidrográficas mais densa- mente povoadas do mundo, grupo que compreende os arredores de rios como o indiano Ganges e o chinês Yang-tsé, cinco já são exploradas acima dos níveis considerados sustentáveis. Se nada mudar nas próximas décadas, cerca de 45% de toda a riqueza global será produzida em regiões sujeitas ao estresse hídrico. "Esse cenário terá impacto nas decisões de investimento e nos custos operacionais das empresas, afetando a competitividade das regiões", afirma um estudo da Veolia, empresa francesa de soluções ambientais.

VEJA AQUI: Copo meio vazio

Em muitos países em desenvolvimento e pobres, a situação é mais dramática. Falta acesso a água potável e saneamento para a esmagadora maioria dos cidadãos. Só o tempo perdido por uma pessoa para conseguir água de mínima qualidade pode chegar a 2 horas por dia em várias partes da África. Pela maior suscetibilidade a doenças, como a diarreia, quem vive nessas condições costuma ser menos produtivo. Essas mazelas já são assustadoras do ponto de vista social, mas elas têm implicações igualmente graves para a economia. Um estudo desenvolvido na escola de negócios Cass Business School, ligada à City University, de Londres, indica que um aumento de 10% no número de pessoas com acesso a água potável nos países do Bric (Brasil, Rússia, Índia e China) conseguiria elevar o crescimento do PIB per capita do bloco cerca de 1,6% ao ano. "O avanço econômico depende da disponibilidade de níveis elevados de água potável", aponta Josephine Fodgen, autora da pesquisa. "Embora não se debata muito o tema, o mundo pode sofrer uma crise de crescimento provocada pela escassez de água nas próximas décadas."

MAIS RENDA LÍQUIDA
Desde a década de 90, a extração de água para consumo nos centros urbanos do Brasil aumentou 25%, percentual que é o dobro do avanço do PIB per capita dos brasileiros no mesmo período. Quanto maior é a renda de uma pessoa, mais ela tende a consumir e maior é seu gasto de água. Isso é o que se convencionou chamar de pegada hídrica, a medida da quantidade de água utilizada na fabricação de tudo o que a humanidade consome — de alimentos a roupas. O conceito e os cálculos desenvolvidos na Universidade de Twente, na Holanda, permitem visualizar em números o impacto até mesmo da mudança da dieta dos povos que enriqueceram rapidamente. "Uma enorme quantidade de água é gasta hoje para que o mundo consuma mais carne", explica Ruth Mathews, diretora executiva da Water Footprint Network, rede de pesquisadores que estudam o tema.

Leia mais aqui, no Planeta Sustentável da Abril.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

SECA: Governo Federal amplia iniciativas para enfrentamento

Nesta quinta-feira (20), o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, anunciou as novas medidas do governo federal para o enfrentamento da estiagem na região do semiárido brasileiro. O secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento (Seped), do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Carlos Nobre, apresentou diagnóstico e previsão climática para a região, confirmando a necessidade da ampliação dos investimentos voltados a mitigar (atenuar) os impactos.
“O déficit hídrico para a agricultura este ano é a pior dos últimos 12 anos. Ela está muito intensa no Nordeste. Causou impacto grande também em parte do Sudeste, como em regiões do estado de Minas Gerais”, explicou. “As chuvas de dezembro estão aquém do índice registrado para o período. Devemos nos preocupar porque dificilmente chove da forma adequada em todas as regiões do país ao mesmo tempo. As regiões norte e leste do Nordeste já estão sem chuva por um longo período, algo em torno de 20 ou 30 dias”. Confira a apresentação.
O secretário lembrou que neste ano, o Nordeste teve uma estação chuvosa deficiente no inverno, período em que costuma haver a recuperação dos níveis dos reservatórios e a normalização da produção da safra agrícola. “Não temos como garantir, até este momento, que o inverno de 2013 será diferente.”
O ministro Bezerra apresentou um balanço das ações já implantadas nesta mesma localidade. “A estiagem, por mais severa que seja, não irá colocar o Nordeste para trás. Apenas neste ano, já foram investidos R$ 5 bilhões”, afirmou.
Após a apresentação do secretário Nobre, a governadora do Rio Grande do Norte, Rosalba Ciarlini, lembrou que 75% de seu estado é formado por regiões semiáridas. “Vocês imaginem nossa angústia com esta situação. De cada dez invernos, dois são normais e os outros oito são irregulares. Uma coisa eu posso afirmar, nós estamos na maior seca dos últimos 50 anos”, disse.
Ela recordou sua infância, vivenciada na região do semiárido potiguar: “Não esqueço as levas e levas de pessoas que residem nessas regiões invadindo as grandes cidades por conta das secas intensas”. Rosalba avaliou que o investimento do governo federal na região irá amenizar os efeitos da estiagem. “Nós podemos conviver com o solo do Nordeste, que é rico. Nós temos é que ter ações estruturantes para poder fazer mais”.
Assinaturas
No total, foram assinados 32 termos de compromisso, do Ministério da Integração Nacional (MI) com o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA/Incra), pelo Programa Água para Todos, e com estados, no âmbito dos programas de Aceleração do Crescimento (PAC), Prevenção e Equipamentos.
Estiveram presentes também no evento o presidente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra/MDA), Carlos Mario Guedes, e o vice-presidente de Governo e Habitação da Caixa Econômica Federal, José Urbano Duarte.
As ações implantadas pelo governo federal estão divididas em duas linhas de atuação. Na estruturante, o Programa Água para Todos destinará aos estados do Nordeste e ao norte de Minas Gerais R$ 84 milhões para construção de sistemas de abastecimento de água em assentamentos rurais, em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), beneficiando diretamente 31.696 famílias. Em 2011, o programa entregou 192 mil cisternas, das 750 mil previstas até 2014. O investimento destinado para esta finalidade é de R$ 4,7 bilhões.
Os termos assinados com os estados compreendem a destinação de R$ 1,4 bilhão, por meio da Caixa Econômica Federal, para obras de oferta d’água pelo PAC Prevenção. Estão previstas 73 obras em nove estados afetados pela estiagem: Alagoas, Bahia, Ceará, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe. A iniciativa foi lançada em agosto de 2012 e prevê recursos de R$ 18,8 bilhões.
Pelo PAC Equipamentos, serão destinados mais R$ 124,3 milhões para aquisição de 41 máquinas. O repasse de outros R$ 50 milhões deve ser autorizado para socorro e assistência dos estados atingidos. Atualmente, 1.325 municípios brasileiros estão em situação de emergência. A área estruturante conta ainda, desde 2011, com o PAC Infraestrutura Hídrica, que prevê investimento de R$ 3,2 bilhões.
Já na linha das ações emergenciais, foi destinado R$ 1,9 bilhão para uma linha de crédito, que beneficiou 230 produtores rurais para custeio e melhorias nas propriedades, com objetivo de otimizar a atuação durante o período de chuva. “No total, 64% do recurso repassado está sendo utilizado para investimento, o que garante a continuidade da produção e o fluxo da economia produtiva regional”, destacou o titular da Integração Nacional.
Ações realizadas
No rol de iniciativas adotadas, o Garantia Safra beneficiou 767 agricultores que tiveram prejuízo com a estiagem. O valor do benefício aumentou para R$ 960, em novembro de 2012. Segundo o ministro, aproximadamente 1,5 mil famílias foram contempladas com a oferta de milho para evitar perda na pecuária. “Ainda estão previstos investimentos na ampliação da distribuição e da armazenagem do produto para evitar perdas consideráveis, que ocorrem hoje”, informou.
No Bolsa Estiagem foram aplicados cerca de R$ 370 milhões, beneficiando 880 agricultores em 1.316 municípios. Nas ações de assistência e socorro, foram investidos R$ 126,5 milhões. Para a recuperação de 3.027 poços, serão disponibilizados R$ 60 milhões.
O chefe do Centro de Operações (COP) do Ministério da Defesa (MD), Paulo Humberto, relatou que já foram investidos R$ 362 milhões na mitigação dos efeitos da seca, por meio da contratação de carros-pipa, responsáveis pela distribuição de água. “Nós coordenamos esta operação, que conta com a parceria de recursos dos estados e munícipios, que também devem providenciar caminhões. Para ampliar nossa atuação, já está autorizada a contratação de mais 906 carros, que devemos consolidar em breve. A situação ainda é crítica, por isso devemos ampliar a atuação”, relatou.
O ministro Fernando Bezerra Coelho ressaltou que haverá o emprego de tecnologia GPS para o controle das rotas dos caminhões, a fim de evitar que haja desvio de condutas por parte dos entregadores. “Nós estamos providenciando um cartão destinado às famílias, que deverão acusar o recebimento do recurso natural. O motorista também terá o seu cartão, assim conseguiremos cruzar as informações”. Até o momento, os governos estaduais contrataram 1.980 veículos, com apoio financeiro do governo federal.
Leia mais.

Texto: Ricardo Abel – Ascom do MCTI

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Secretário Nobre assina compra de radares para Cemaden

O secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Carlos Nobre, assina nesta quinta-feira (20), às 14h, na sede da pasta, contratos de compra de nove radares meteorológicos para o Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais (Cemaden/MCTI).
A aquisição de equipamentos para aumentar a capacidade de prevenção diante de eventos extremos é uma das medidas do Plano Nacional de Gestão de Riscos e Resposta a Desastres Naturais. Radares informam sobre a variabilidade espacial e temporal da chuva em regiões contínuas, enquanto pluviômetros medem o volume de precipitação nas áreas de risco onde são instalados.
As licitações preveem que o MCTI invista R$ 72 milhões em radares e R$ 4,8 milhões em pluviômetros semiautomáticos. Na última quinta-feira (13), a pasta já havia assinado contratos com duas empresas brasileiras para fornecimento e instalação de 1,5 mil pluviômetros automáticos, a R$ 20,5 milhões.
Os nove radares se somarão aos 24 que se encontram em operação, considerados insuficientes para suprir a demanda. “Os equipamentos em operação possuem tecnologia criada na década de 1980”, explica o coordenador de Operações e Modelagem do Cemaden, Carlos Frederico Angelis. “Por isso, é urgente a necessidade de incluir novos radares meteorológicos com tecnologia de última geração ao Sistema Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais.”
No anúncio do plano de ações do governo federal para proteger e atender a população das regiões Sudeste e Sul durante o período crítico de chuvas do próximo verão, o diretor do Cemaden, Agostinho Ogura, informou que o centro monitora atualmente 274 municípios. Quando começou a operar, em dezembro de 2011, a unidade do MCTI acompanhava 56 cidades. Desde então, a instituição emitiu 236 alertas para o Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres (Cenad/MI), responsável por acionar a defesa civil.
Pluviômetros
No dia seguinte – sexta-feira (21) –, o secretário Nobre assinará o contrato de 1,1 mil pluviômetros semiautomáticos para o Cemaden, na sede do centro, em Cachoeira Paulista (SP). Na ocasião, será lançado o projeto Pluviômetros nas Comunidades.

Serviço
Evento: assinatura de contratos de compra de nove radares meteorológicos

Data: 20 de dezembro, quinta-feira

Horário: 14 horas

Local: Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação – Sala de Reuniões da Secretaria de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento (Seped) – Esplanada dos Ministérios, bloco E, 2º andar – Brasília

Informações para a imprensa: Ascom do MCTI – (61) 2033-7515

Texto: Ascom do MCTI, com informações do Cemaden


quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Comitê de Ciências do Mar discute rumos da pesquisa oceanográfica

As bases para a criação do Instituto Nacional de Pesquisas Oceanográficas e Hidroviárias foram um dos principais pontos de debate da nona sessão ordinária do Comitê de Ciências do Mar (CCM). O encontro ocorreu nesta terça-feira (18), no Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), em Brasília.
“Não estamos longe de preencher um anseio antigo da comunidade científica brasileira, especialmente aquela ligada aos temas oceânicos”, garantiu o secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do MCTI e coordenador do CCM, Carlos Nobre, de São José dos Campos (SP), por videoconferência. “O projeto do instituto é um esforço coletivo, com muitos atores e parceiros, sobretudo a Marinha, mas também os ministérios da Pesca e Aquicultura, de Minas e Energia e do Meio Ambiente, a Secretaria Especial de Portos e a Cirm [Comissão Interministerial para os Recursos do Mar].”
Para Nobre, o oceano vem ganhando novo significado no país. “Estamos em um momento em que o Brasil cada vez mais se abre para o Atlântico, no sentido de enxergar as potencialidades dos recursos materiais, mas sem desprezar os parâmetros do desenvolvimento sustentável”, disse. “Essa consciência extrapolou a comunidade científica e o governo entendeu que tem que cuidar bem do Atlântico Tropical e do Atlântico Sul. E para cuidar bem, precisa conhecer.”
A coordenadora para Mar e Antártica do MCTI, Janice Trotte, avalia “o novo padrão de inserção internacional do Brasil” como propício para consolidar ciência, tecnologia e inovação (CT&I) voltadas aos oceanos. “Vamos discutir os assuntos globais em igualdade de condições, porque teremos os nossos meios para fazer nossas pesquisas e os nossos cérebros trabalhando”, previu. “Estamos provendo o núcleo duro – pesquisa e infraestrutura –, para que possamos consolidar esse novo padrão. Devemos fazer com que a temática realmente sirva como eixo estruturante para o desenvolvimento nacional.”
Nobre destacou a aquisição de um novo navio oceanográfico, com recursos do MCTI, da Marinha e das empresas Petrobras e Vale. “Ele vai aumentar muito a capacidade brasileira de tirar do mar conhecimentos importantes, de nível de destaque científico e de importância prática”, afirmou. “Sem querer ser pretensioso, mas estamos numa nova fase, em que o Oceano Atlântico adquire um papel central no desenvolvimento sustentável do Brasil.”
Ilhas oceânicas
Na última semana, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCTI) divulgou o resultado do Edital 39/2012, em apoio a projetos de pesquisa nos arquipélagos de Martim Vaz e São Pedro e São Paulo e na Ilha de Trindade. “Tivemos 61 propostas qualificadas para execução, mas 30 foram aprovadas e serão financiadas”, informou Janice. “Solicitamos que a demanda qualificada seja também apoiada, ou seja, largamos com 30 e podemos apoiar outros 30 projetos, se houver adicional orçamentário.”
Vice-coordenadora do CCM, Janice propôs que os seis institutos nacionais de ciência e tecnologia (INCTs) ligados à temática estabelecem uma agenda comum. “Eles já denotam sobreposição de atividades”, apontou. “Muita coisa pode ser feita em conjunto entre INCTs, para otimizar os meios disponíveis.”
O grupo ainda relatou e discutiu pesquisas realizadas no âmbito dos projetos Pirata (Prediction and Research Moored Array in the Tropical Atlantic) e Samoc (South Atlantic Meridional Overturning Circulation), além de expedições oceanográficas com os navios Alpha Crucis, da Universidade de São Paulo (USP), e Cruzeiro do Sul, laboratório nacional embarcado da Marinha.
A atribuição do CCM é assessorar o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação em busca da aprovação de uma Política Nacional de CT&I para o Mar. Compõem o grupo representantes de CNPq, Finep – Agência Brasileira da Inovação, Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe/MCTI), Secretaria da Cirm (Secirm), Serviço Geológico do Brasil (CPRM/MME), Academia Brasileira de Ciências (ABC), Centro de Pesquisas e Desenvolvimento Leopoldo Américo Miguez de Mello (Cenpes/Petrobras), Petrobras e sete cientistas com reconhecida atuação na área.

Texto: Rodrigo Guerra – Ascom do MCTI

Comentário do blog: conforme já postamos aqui sobre o assunto, tal Instituto poderia ter um modelo estrutural similar à EMBRAPA, com unidades em diversas pontos do país, em vez de ser concentrado em um só lugar, como tem acontecido com o centros de pesquisa do MCTI. Em cada lugar, uma missão, uma competência.

Uso de nanotecnologia aumenta sensibilidade e seletividade de sensores de gases

Por Samuel Antenor
Agência FAPESP – Uma pesquisa sobre o uso de óxido de estanho e óxido de cobre, materiais semicondutores de alta sensibilidade e grande seletividade, bem como de sua aplicação no desenvolvimento de dispositivos para a medição de gases poluentes, foi apresentada durante o “Fronteras de la Ciencia – Brasil y España en los 50 años de la FAPESP”, evento que reuniu na semana passada na Espanha pesquisadores do Estado de São Paulo e de algumas das principais instituições espanholas de ensino e pesquisa.
O estudo, que resulta de uma parceria entre o Instituto de Química da Universidade Estadual Paulista (Unesp), em Araraquara, e o Departamento de Ciências de Materiais e Engenharia do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), busca desenvolver materiais nanométricos para a fabricação de sensores voltados ao monitoramento ambiental e industrial.
Os resultados apresentados fazem parte do projeto "Avanços em óxidos semicondutores nanoestruturados para sensores de gás" , conduzido no Centro Multidisciplinar para o Desenvolvimento de Materiais Cerâmicos – um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) da FAPESP.
O estudo é coordenado pelo professor José Arana Varela, que também é diretor-presidente do Conselho Técnico-Administrativo da FAPESP e falou ao público na Universidade de Salamanca e também na Casa do Brasil, em Madri.
Na Unesp, os pesquisadores envolvidos, sob coordenação de Varela, têm a missão de sintetizar esses materiais e preparar amostras, cujas análises são feitas por pesquisadores do Departamento de Ciências de Materiais e Engenharia do MIT, sob coordenação do professor Harry Tuller.
“A interação entre os dois grupos tem sido extremamente importante, porque conseguimos acelerar os resultados obtidos pelas pesquisas nas duas instituições”, disse Varela à Agência FAPESP.
De acordo com a pesquisa, materiais desenvolvidos a partir de nanocompósitos apresentam alterações em sua estrutura e suas superfícies se tornam mais sensíveis e seletivas, fator de extrema importância no caso da detecção de gases presentes na atmosfera.
“Esse é o melhor exemplo de um tipo de aplicação para esses materiais nanoestruturados. Estamos estudando como melhorar sua sensibilidade, para que tenham respostas mais rápidas e precisas, afinal o sensor em questão deverá ser voltado para a detecção, na atmosfera, de gases maléficos à saúde”, disse Varela.
A pesquisa já demonstrou a sensibilidade desses materiais – semióxidos e semicondutores – e também a importância de se obter uma superfície maior, que apresente mais contato com o gás que está sendo medido.
“Quando o gás entra em contato com a superfície, muda a resistência elétrica do material, e com base nessa alteração física podemos identificar a quantidade de gás presente durante a análise”, explicou Varela.
O parâmetro para essa medida é obtido usando-se um gás neutro e estabelecendo um nível de condutividade. Outro tipo de gás, ao passar pelo dispositivo, modifica as condições sensíveis e seletivas do sensor, permitindo verificar se há aumento ou diminuição do tipo de gás que está sendo medido.
“Obtivemos um fator de sensibilidade de até mil vezes a capacidade do material, mas precisamos controlar todas as suas condições para que possa haver reprodutibilidade dos resultados das pesquisas. O passo seguinte será o desenvolvimento de um dispositivo que mantenha a sensibilidade e a seletividade apontadas em laboratório”, disse Varela.
O material deverá ser objeto de patente internacional, com créditos divididos entre a Unesp e o MIT. “Há demanda para esse tipo de aplicação na indústria, pois os sensores atualmente disponíveis não apresentam sensibilidade tão alta”, disse.


Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas: consulta pública

Está disponível para consulta pública o Primeiro Relatório de Avaliação do PBMC. Confira abaixo.


terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Workshop no Inpe discute monitoramento da ionosfera

Infraestrutura para monitoramento da ionosfera na América do Sul será discutida em fevereiro no INPE

Estão abertas as inscrições gratuitas para o workshop do projeto Monitoring Ionosphere Over South America (MIMOSA), que acontece em 26 de fevereiro no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), em São José dos Campos (SP). Com o apoio da Agência Espacial Europeia (ESA), o projeto MIMOSA mapeará sistemas e instalações existentes na América do Sul para o monitoramento da ionosfera.  
“Haverá pesquisa e busca de competências para levantar a infraestrutura atual e estabelecer como esta pode ser integrada a futuras novas instalações, para efetivamente apoiar ou ampliar as atividades em clima espacial relacionadas a operações GNSS (sistemas globais de navegação por satélites)”, informa a pesquisadora Emilia Correia, do INPE, sobre o MIMOSA.
Participam do projeto o Instituto Nacional de Geofísica e Vulcanologia e a Politécnica de Torino, ambos da Itália, e a Universidade de Nottingham, do Reino Unido. Na América do Sul, o MIMOSA tem a colaboração do INPE, da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (UNESP) e da Universidade Nacional de Tucuman, da Argentina.  
O workshop no INPE, para disseminar o projeto e promover a colaboração com universidades e instituições públicas e privadas na América do Sul, também servirá para identificar os sistemas atuais de monitoramento da ionosfera (GNSS e outros).
Além de promover o contato com as instituições interessadas em hospedar novos instrumentos ou compartilhar os dados existentes, o workshop discutirá o acesso ao estado-da-arte no campo de pesquisa e estimulará colaborações para novas atividades e futuros serviços.
Mais informações sobre o Workshop MIMOSA no endereço http://roma2.rm.ingv.it/en/projects/international/104/MIMOSA/9/workshop ou pelo email
ecorreia@craam.mackenzie.br
(Emilia Correia).

Ver também portal do MCT

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

LNCC e centro do Inpe firmam parceria com IBM em meteorologia

Uma parceria recém-assinada reunirá em colaboração o Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC/MCTI), o Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC) e a IBM. O propósito é o desenvolvimento de técnicas de computação de alta performance (high performance computing – HPC) e de software de fonte aberta para previsão meteorológica.
As três instituições vão trabalhar na melhoria das tecnologias de previsão meteorológica e de desastres naturais do país, ajudando a criar cidades inteligentes, com capacidade de prevenção de desastres naturais. A capacidade de prever desastres naturais e de estar preparado a eles é um dos fatores que formam as chamadas cidades inteligentes. O CPTEC pertence ao Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe/MCTI). A IBM participa por meio do seu programa de premiação Open Collaboration Research (OCR).
Inicialmente, a parceria vai trabalhar com um cronograma de dois anos. A empresa entra com a tecnologia, e o LNCC e o CPTEC, com as pesquisas. “O casamento entre as instituições une o interesse do laboratório em aumentar o nível do modelo tecnológico usado hoje, com o interesse da IBM em fazer uso eficiente das máquinas avançadas que eles produzem”, diz o diretor do LNCC, Pedro Leite da Silva Dias.
“Esta parceria de colaboração aberta será extremamente benéfica para a potencialização do investimento das agências brasileiras na criação de modelos customizados para abordar processos localmente importantes, como o impacto das emissões urbanas e de queimadas na previsão de chuva”, explica.
“Modelos meteorológicos são numericamente intensos e requerem um desenvolvimentos específicos que levem em consideração as condições locais”, observa o diretor de Recursos Naturais do Laboratório de Pesquisas da IBM Brasil, Ulisses Mello.
Modelos integrados
A parceria permite ainda a criação de modelos integrados entre oceano-terra-atmosfera de forma regionalizada, considerando a topologia e aspectos geográficos de cada localidade. “Com esta iniciativa pretendemos dar continuidade às ações focadas em um planeta mais inteligente, principalmente no que diz respeito às atividades de negócios sensíveis a eventos meteorológicos”, comenta Ulisses Mello.
“Esta parceria de colaboração aberta será extremamente benéfica para a potencialização do investimento das agências brasileiras na criação de modelos customizados para abordar processos localmente importantes, como o impacto das emissões urbanas e de queimadas na previsão de chuva”, explica Pedro Leite da Silva Dias.
A previsão meteorológica não se restringe a temperatura local. Consegue também antecipar desastres naturais. “É impossível evitar as consequências de um desastre, mas a previsão ajuda a minimizar seu impacto, preparando a cidade e as pessoas, como o que aconteceu com o furacão Sandy, em Nova York”, afirma Mello, da IBM. O novo projeto vai trabalhar ainda mais no desenvolvimento de modelos pensando nas características regionais do Brasil.
O trabalho de previsão meteorológica feito no Brasil nosso país não fica muito atrás do realizado nos grandes centros do mundo, afirma Dias. “Isso nos dá um bocado de satisfação. Todo o esforço dos últimos 30 anos valeu a pena, porque hoje estamos no ‘timão’ da meteorologia”, diz. Segundo o especialista, os resultados alcançados no país são bem razoáveis, com antecedência de sete a dez dias, dependendo dos casos. É basicamente o que se consegue nos EUA e na Europa. “Quase não há diferença entre a qualidade da previsão realizada aqui e a feita nessas grandes regiões.”
Ele observa que o Brasil ainda está relativamente atrasado em um ponto: o da previsão de muito curto prazo com alta precisão. Em grandes eventos esportivos, como a Copa do Mundo e a Olimpíada, que acontecem no país nos próximos anos, é muito importante a previsão de poucas horas. “É preciso saber exatamente quanto e onde vai chover daqui a duas horas, assim como a temperatura e a velocidade do vento nessas próximas horas. Imagine a importância dessas informações em um evento esportivo”, diz o diretor do LNCC.
“Uma das expectativas neste trabalho com a IBM é que o novo modelo se torne mais competitivo para ser aplicado em previsões de muito curto prazo.”
Os resultados das pesquisas serão compartilhados publicamente após a conclusão dos estudos e, segundo o diretor do LNCC, em menos de um ano o projeto sai da teoria e chega à prática. Ou seja, em cerca de três anos, podemos não estar mais devendo nada aos melhores centros meteorológicos do mundo.
Acesse o site do LNCC. 

domingo, 16 de dezembro de 2012

Seca em Pernambuco faz famílias abandonarem suas casas

Moradores do agreste e do sertão de Pernambuco estão abandonando suas casas na zona rural para fugir da seca, mas diferentemente do que ocorria, os novos retirantes não são apenas miseráveis.
Agora há famílias de classe média que deixam para trás casas mobiliadas.
Parentes cuidam do patrimônio. E quem vai se compromete a enviar dinheiro para ajudar os que ficam.
"Meu filho e a mulher dele não aguentaram", disse o agricultor Edigar Aristides dos Santos, 68, um ex-retirante que também fugiu da seca nas décadas de 1970 e 1980.
"Eles fecharam a casa com tudo dentro, entregaram a chave para um sobrinho e foram embora para São Paulo faz uns 30 dias", disse.
Das 11 reses do casal, nove morreram. Das plantações de fumo, feijão e milho só sobraram caules secos. 

Por FÁBIO GUIBU

Veja mais aqui, no Portal do UOL, com acesso a video.

IPCC draft (redux)

— gavin @ 14 December 2012
Amid the manufactured spin and excitement of the unofficial release of the IPCC WG1 Second Order Draft, it is worth remembering that this happened last time too:
IPCC draft: No comment

May 4, 2006
As everyone has now realised, the second-order draft of the new IPCC report has become very widely available and many of the contributors to this site, commenters and readers will have seen copies. Part of the strength of the IPCC process are the multiple stages of review – the report is already significantly improved (in clarity and scientific basis) from the first round of reviews, and one can anticipate further improvements from the ongoing round as well. Thus no statements from this draft report can be considered ‘official’. While most of the contents of the report will come as no surprise to frequent visitors here, we have decided that we are not going to discuss the report until it is finalised and released (sometime in February 2007). At that time, we’ll go chapter by chapter hopefully pulling out the interesting bits, but until then, we feel it’s more appropriate to respect the ‘Do not cite or quote’ injunctions that can be found on every page. We trust that our commenters will likewise respect the process. Patience, people, patience!
The only change is that AR5 will be released in September 2013.

Originally posted in http://www.realclimate.org/index.php/archives/2012/12/ipcc-draft-redux/

IPCC: Cientistas apontam ligação maior entre ação humana e aquecimento

Os cientistas estão mais certos do que nunca de que os humanos são responsáveis pelo aquecimento global, pela elevação dos níveis das marés e pelos casos de clima extremo, de acordo com um relatório preliminar feito por um painel de especialistas.
O documento preliminar, que foi vazado e ainda pode ser modificado antes da divulgação da versão final em 2013, mostrou que o aumento nas temperaturas médias globais desde a era pré-industrial deve exceder os 2°C até 2100, e pode chegar a 4,8°C.
"É extremamente provável que as atividades humanas tenham causado mais da metade do aumento observado na média global das temperaturas da superfície desde os anos 1950", diz o relatório preliminar do Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC).
Na linguagem usada pelo IPCC, "extremamente provável" significa um nível de certeza de ao menos 95%. O nível seguinte é "praticamente certo", ou 99%, a maior certeza possível para os cientistas.
O relatório anterior do IPCC, de 2007, informou que havia uma certeza de ao menos 90% de que as atividades humanas, principalmente a queima dos combustíveis fósseis, eram a causa do aumento das temperaturas.
O documento preliminar apareceu em um blog cético à mudança climática. O IPCC informou que o post prematuro e não autorizado com o documento poderá provocar confusão, porque o relatório ainda estava sendo feito e provavelmente mudaria antes de sua divulgação.
Uma conferência da Organização das Nações Unidas na semana passada, destinada a reduzir as emissões de gases de efeito estufa, não produziu avanço. Três países - Canadá, Rússia e Japão - abandonaram o Protocolo de Kyoto e seus limites às emissões.
Os EUA nunca ratificaram o pacto. O Protocolo também exclui os países em desenvolvimento, onde as emissões aumentam com maior rapidez.
Um grupo de países concordou em estender o Protocolo de Kyoto até 2020, mas o conjunto é responsável por menos de 15% das emissões mundiais de gases-estufa. As nações em desenvolvimento afirmaram que pressionarão, no ano que vem, por um mecanismo radical da ONU que os compense pelo impacto da mudança climática.
O IPCC afirmou ter um alto grau de confiança de que a atividade humana tenha causado as mudanças em larga escala nos oceanos, nas placas de gelo ou nas geleiras das montanhas e nos níveis dos oceanos na segunda metade do século 20, de acordo com o relatório preliminar. O documento afirma que os casos de clima extremo também mudaram em razão da influência humana.
Ameça às cidades
O relatório prevê cenários com um aumento nas temperaturas entre 0,2 e 4,8°C neste século - uma faixa mais estreita do que em 2007. Mas em quase todos os cenários o aumento seria maior do que 2°C.
Em 2010, governos de vários países prometeram tentar conter o aumento global de temperaturas em mais de 2°C, considerado pelos cientistas o limite máximo a fim de evitar mais climas extremos, secas, inundações e outros impactos da mudança climática.
As concentrações de dióxido de carbono na atmosfera eram as mais altas em 800 mil anos, segundo o relatório preliminar. O documento também afirma que os níveis dos oceanos devem subir para entre 29 e 82 cm até o fim do século - em comparação com os 18 a 59 centímetros projetados no relatório de 2007.
O aumento no nível dos oceanos pode ameaçar os habitantes de áreas de baixa altitude, de Bangladesh às cidades de Nova York, Londres e Buenos Aires. O fenômeno aumenta o risco de ondas de tempestades, erosão na costa e, no pior dos casos, a inundação completa de grandes áreas de território.

Fonte: Portal Terra


quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

As Pedras de Sal e o Clima

Há uma crença popular que os sertanejos, do Nordeste do Brasil, conseguem prever o clima do próximo ano com uma experiência feita entre os dias 12 e 13 de dezembro, usando pedras de sal. Hoje o portal G1 publicou matéria, com video (ver abaixo), sobre o assunto. A experiência da pedra de sal é cantada por Luiz Gonzaga na música "Triste Partida", inspirada no poema de Patativa do Assaré. Curiosamente, Luiz Gonzaga nasceu no dia 13 de dezembro de 1912, há exatos 100 anos passados.
A seguir, matéria do G1-RN.

'Pedras de Sal' são usadas no ano novo para prever o tempo no sertão

Em Governador Dix-Sept Rosado, no RN, crença popular não morre.
Pedras são usadas na virada para saber se ano novo será chuvoso ou não.


Os longos períodos de estiagem no sertão nordestino e a fé característica de seu povo fizeram surgir experiências que se tornaram crenças populares. Através de uma delas, no município potiguar de Governador Dix-Sept Rosado, a 320 quilômetros de Natal, a sabedoria popular diz que é possível saber se o ano que se aproxima será chuvoso ou de seca. Lá, as 'Pedras de Sal de Santa Luzia' são usadas às vésperas do ano novo como previsão do tempo.
Aos 88 anos, dona Mariquinha, aposentada, é conhecida na cidade por manter os costumes que aprendeu com a avó. Todos os anos, entre a noite do dia 12 e a madrugada do dia 13 de dezembro, ela usa um pedaço de giz para marcar em uma tábua os seis primeiros meses do ano. Em seguida, coloca uma pedra de sal em cima de cada marca. A tábua com as pedras é colocada sobre a cisterna da casa e, antes do nascer do sol, Mariquinha retorna para verificar o resultado. Caso a pedra posta sobre o mês de janeiro derreta e escorra até a área demarcada para fevereiro, o ano será chuvoso nesses primeiros meses, e assim sucessivamente.
Confira o video

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

COP18: Entenda o que foi aprovado na Conferência do Clima de Doha

Após duas semanas de discussão, representantes de 193 países que integram a Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC, na sigla em inglês), aprovaram no último sábado (8), no Qatar, um pacote de medidas políticas que cria um segundo período para o Protocolo de Kyoto, único acordo climático que obriga países desenvolvidos a reduzir as emissões de gases-estufa.

No entanto, a discussão que define como as nações ricas vão financiar países em desenvolvimento na luta contra a mudança climática ficou sem avanços, já que governos desenvolvidos dizem não ter dinheiro devido à crise financeira.
A conferência durou duras semanas e foi a última antes do início de um novo processo nas negociações do clima. A partir de 2013, diplomatas estarão engajados na criação de um novo tratado internacional que vai substituir Kyoto a partir de 2020 e pretende ser mais abrangente que a atual plataforma em vigência. O acordo será formulado até 2015 entre os países membros da UNFCCC. Entenda os principais pontos do que foi aprovado em Doha:
Segundo período do Protocolo de Kyoto
Ficou estabelecida a criação de um segundo período do Protocolo de Kyoto, que passará a vigorar a partir de 1º de janeiro de 2013, com previsão de término para 2020. Do novo acordo, fazem parte 36 países: Austrália, Noruega, Suíça, Ucrânia e todos os integrantes da União Europeia. Segundo Tasso Azevedo, ex-diretor geral do Serviço Florestal Brasileiro e consultor ambiental que participou das negociações em Doha, os países juntos são responsáveis por 15% das emissões globais.

De acordo com o chefe dos negociadores da delegação brasileira, o embaixador Luiz Alberto Figueiredo, o governo brasileiro recebeu com grande satisfação a aprovação do segundo período do cumprimento de Kyoto.
Japão, Nova Zelândia, Canadá e Rússia resolveram não participar do novo período do Protocolo de Kyoto.
Quanto às metas de redução estabelecidas, ele afirma que as metas de redução que valem no segundo período não colaboram para a redução das emissões de gases-estufa no planeta.
“Quase nenhum país apresentou uma meta de diminuição de 25% dos gases, quantidade considerada mínima de acordo com os cientistas do IPCC (Painel Intergovernamental Sobre Mudanças Climáticas). Por conta disso, foi implementado um mecanismo prevendo que, até 2014, os governos inseridos no Protocolo de Kyoto tentem reduzir suas emissões entre 25% e 40%. Mas isso vai depender da boa vontade deles”, explica.

Segundo o embaixador Figueiredo, o mecanismo de revisão foi apresentado pelo Brasil. “O mecanismo interno criado por nós facilita que [as metas] se tornem mais profundas, sem precisar que se adote uma nova emenda ao protocolo”, disse.

Sobras de gases dos países ricos
Ainda sob o guarda-chuva de Kyoto, ficou decidido que durante os oito anos do segundo período de Kyoto não será permitida a venda dos chamados “hot airs”. O termo refere-se à quantidade de gases que um país desenvolvido deixou de cortar e, para que alcançasse sua meta de redução, poderia ser vendida para outro país em forma de autorizações de emissões. Estariam interessados nesse "comércio" nações inseridas em Kyoto que tenham ultrapassado o limite de redução de gases -- como uma forma de compensar as emissões.
“Eram 7 bilhões de toneladas de CO2 que poderiam ser comercializados. Quando você vende uma unidade dessa, você dá direito de emitir ao outro. Com isso se garante a integridade ambiental do protocolo”, explicou Figueiredo.

Financiamento travado
Segundo Figueiredo e Azevedo, entraves referentes a financiamentos de países ricos a países pobres, com o objetivo de combater os efeitos da mudança climática, não foram resolvidos.

Na pauta de negociações estavam a definição de como seriam arrecadados US$ 30 bilhões entre 2009 e 2012 para as nações em desenvolvimento e como se arrecadaria também US$ 100 bilhões anuais até 2020 para um fundo climático revertido aos governos mais pobres.
A crise financeira foi o principal argumento apresentado por representantes na COP 18. “Não houve um progresso tão bom quanto gostaríamos. Houve a reafirmação da promessa dos US$ 100 bilhões anuais até 2020, mas não houve a indicação clara de que o dinheiro vai aumentar paulatinamente até 2020”, explica Figueiredo.
Em discurso ao final da COP de Doha, a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, disse que o Brasil queria mais em torno da questão de financiamento.
Novo acordo global
Outro ponto considerado importante e que ficou decidido em Doha refere-se à discussão sobre perdas e danos. Ficou estabelecida a possibilidade de se criar seguros internacionais para atender possíveis prejuízos sofridos por países pobres atingidos pela mudança climática. No entanto, o funcionamento do novo instrumento será negociado no âmbito do novo acordo climático.

Foi ainda estipulado um cronograma de discussões em torno do novo tratado internacional. Segundo os documentos da ONU, a partir de 2013 começa a ser desenhado o novo plano. O acordo terá que ser concluído até maio de 2015, para ser apresentado e aprovado no fim do mesmo ano na COP 21, que deve acontecer em Paris, na França. “A ideia é que entre 2013 e 2015, as reuniões sejam intensas”, explica o embaixador.

Leia mais no portal G1.


terça-feira, 11 de dezembro de 2012

NOTA DE RECONHECIMENTO PÚBLICO


A Coordenação do Programa de Pós-Graduação em Ciências Climáticas da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (PPGCC-UFRN) torna público o manifesto de reconhecimento ao papel desempenhado pela Dra. Darly Henriques da Silva, como Coordenadora Geral para Meteorologia, Climatologia e Hidrologia (CMCH) do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) na implantação deste programa.
            O PPGCC surgiu como fruto da cooperação entre a UFRN e o Centro Regional Nordeste do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (CRN-INPE). Para tanto, a Dra. Darly teve um papel decisivo na articulação promovida pelo MCTI entre a UFRN e o CRN-INPE, por meio de sua Coordenação neste ministério. Em visitas à UFRN e ao CRN-INPE fez mostrar a importância estratégica do estado do Rio Grande do Norte para estabelecer um centro de referência em pesquisas em Ciências Climáticas, tendo como finalidade a formação de recursos humanos altamente qualificados, com capacidade para buscar soluções em problemas ambientais envolvendo tempo e clima, atendendo às demandas dos tomadores de decisões de políticas públicas e do setor privado.
            Um exemplo da importância e do sucesso da implantação do PPGCC na UFRN, em parceria com o CRN-INPE, foi o reconhecimento do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), em conjunto com o MCTI, que tem apoiado esta iniciativa com recursos da ordem de 500 (quinhentos) mil dólares. Neste contexto, os recursos do BID-MCTI permitiram a realização do Simpósio Internacional “Climate Change, Impacts and Vulnerabilities: Preparing the Brazilian Northeast for the Future”, realizado no período de 27 de maio a 01 de junho de 2012 em Natal. Outras ações no âmbito deste apoio estão planejadas para 2013. O apoio do BID resultou de uma ação conduzida pela Dra. Darly, como Coordenadora do CMCH-MCTI.
            Deste modo, a Coordenação do PPGCC entende que a Dra. Darly Henriques da Silva vem prestando um grande serviço em prol da ciência brasileira em suas ações junto ao MCTI.
            Esperamos poder continuar contando com o valioso apoio da Dra. Darly na Coordenação de Meteorologia, Climatologia e Hidrologia do MCTI, essencial para a consolidação do PPGCC como programa de referência para a região Nordeste do país.

Assinam o presente documento os Profs. Drs. Paulo Sérgio Lucio, Coordenador do PPGCC, e Francisco Alexandre da Costa, Coordenador do Projeto de Criação (APCN-CAPES) do PPGCC.
 

Unesp inaugura nova unidade do Observatório Móvel de Astronomia

Agência FAPESP – A nova unidade do Observatório Móvel de Astronomia foi inaugurada pela diretoria da Faculdade de Ciências (FC) da Universidade Estadual Paulista (Unesp), campus de Bauru, juntamente com a Pró-Reitoria de Extensão Universitária e o Departamento de Física.
De acordo com a Unesp, com a atual remodelação da unidade, o Observatório continuará levando às cidades da região centro-oeste do Estado de São Paulo, em um raio de 100 km de Bauru, conhecimento e informação na área de astronomia, com contribuição também em ciências atmosféricas, em parceria com o Instituto de Pequisas Meteorológicas (IPMet).
“O observatório cumpre com a responsabilidade social da FC ao visitar escolas de municípios vizinhos e dar oportunidade para que crianças possam não só estudar astronomia como também melhorar seu desempenho na sala de aula”, disse Maria Amélia Máximo de Araújo, pró-reitora de Extensão Universitária.
O professor Olavo Speranza de Arruda, diretor da FC, destacou o envolvimento de um grande número de pessoas com o projeto. “A carreta passou por algumas reformas e é um projeto muito interessante, pois envolve alunos, professores e o próprio IPMet, que agora é uma unidade auxiliar da Faculdade de Ciências”, disse.
A criação do Observatório Astronômico no campus de Bauru teve início em 2004 com um projeto de Extensão Universitária financiado pela Fundação para o Desenvolvimento da Unesp (Fundunesp), cujo principal objetivo era a construção de telescópios artesanais.
Em 2006, por meio de uma parceria com o Instituto de Pesquisas Meteorológicas da Unesp (IPMet), houve a concessão de um prédio para implantação do Observatório Didático de Astronomia “Lionel José Andriatto”.
Em 2010, motivados pelo interesse crescente de estudantes e professores em participar das atividades propostas pelo Observatório, o grupo de astronomia do Departamento de Física apresentou projeto propondo uma unidade móvel, sendo atendido pela reitoria da Unesp nas reformas iniciais de semireboque que viria a se tornar o Observatório Móvel de Astronomia.
Durante os anos de 2010 e 2011 o Observatório Móvel visitou as cidades de Bariri, Iacanga, Dois Córregos, Pederneiras, Duartina, Itapuí e Agudos, além de Bauru.
Em 2011, o projeto foi selecionado como destaque social na quarta edição nacional do Prêmio Cidadania Sem Fronteiras, promovido pelo Instituto da Cidadania Brasil em parceria com a Secretaria de Ciência e Tecnologia para Inclusão Social do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.
Mais informações: www.fc.unesp.br


segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Projeto Ciência à Luz de Velas estimula curiosidade científica

Aproveitar o espírito natalino para estimular a curiosidade científica. Engajadas nessa missão, instituições de pesquisa do Brasil decidiram unir esforços para trazer ao país uma experiência de sucesso do cientista britânico Michael Faraday. Na época do Natal, em Londres, em 1860, ele usou uma vela como ponto de partida para explicar diversos fenômenos químicos e físicos numa série de seis conferências ministradas para jovens da Royal Institution, organização dedicada à educação científica e à pesquisa.
 No Brasil, a vela foi escolhida como símbolo de inspiração da curiosidade científica e, também, do espírito acolhedor, para o ciclo de palestras Ciência à Luz de Velas, que será realizado, de terça-feira (27) a 18 de dezembro, na Casa da Ciência da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com a participação de especialistas nas áreas de química e física.
O evento tem o patrocínio do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/ MCTI), da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj) e da Petrobras. A iniciativa, realizada pela UFRJ em parceria com a Sociedade Brasileira de Química, é uma extensão da exposição Cadê a Química, última atividade dentro da programação do Ano Internacional da Química, comemorado em 2011.
Conferências
As conferências de Faraday se tornaram um marco na história da divulgação científica e foram publicadas, em 1861, com o título A História Química de Uma Vela. Posteriormente, o cientista britânico realizou outra série de conferências intitulada As Forças da Matéria. “É a conferência mais famosa do mundo”, comenta o diretor do Departamento de Popularização de Difusão de Ciência e Tecnologia do MCTI, Ildeu Moreira, um dos idealizadores do projeto Ciência à Luz de Velas, que acontece pela primeira vez no Brasil com o caráter natalino.
As palestras acontecem sempre às terças-feiras, com entrada franca. A programação se inicia, na semana que vem, com a apresentação de Moreira, que também é professor do Instituto de Física da UFRJ. Em seguida, o professor Leandro Salazar de Paula, da mesm universidade, falará sobre o tema “De Faraday ao Bóson de Higgs”.
No dia 4 de dezembro, o ex-professor titular do Instituto de Química da UFRJ e professor emérito da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Carlos Alberto Filgueiras profere a palestra “A química no tempo de Faraday”. O terceiro tema, “A energia e seus usos: de Faraday aos dias atuais”, será tratado, em 11 de dezembro, pelo professor Cláudio José de Araújo Mota, também do Instituto de Química.
O ciclo se encerra com a conferência natalina “Sutilezas do mundo quântico”, em 18 de dezembro, com o professor Luiz Davidovich, do Instituto de Física da UFRJ. Ele é membro da Academia Brasileira de Ciências e colaborador do pesquisador marroquino Serge Haroche, que recebeu o Prêmio Nobel de Física 2012, em função dos trabalhos sobre ótica quântica.
Acesse o site da Casa da Ciência ou o perfil no Twitter.

Texto: Denise Coelho – Ascom do MCTI

Nota do blog
Aparentemente o assunto acima não está relacionado com a temática do Blog. No entanto, basta lembrarmos que o uso da luz de velas e candeeiros, cuja queima emite GEEs, era muito comum até poucas décadas passadas, sobretudo nas regiões com o Nordeste do Brasil. Em particular, o autor desta nota (F.A. da Costa), costumava estudar à noite, até cerca de 16 anos de idade, à luz de velas ou candeeiros, uma vez que não tinha acesso à energia elétrica.

COP18: Para compreender o desafio

Understanding the challenge
 

NASA/NOAA/GSFC/Suomi NPP/VIIRS/Norman Kuring

The Earth’s climate has always gone through periods of change. Over the past few decades, however, the implications of increasing fluctuations in weather patterns have led to a recognition of the need for international action. The Earth is surrounded by an invisible layer of mainly water particles that acts as a protective shield against the infrared radiation from the sun and forms a natural greenhouse effect.
The “manmade” greenhouse effect, on the other hand, is caused by . . . (click here to read on)

Tradução livre
O clima na Terra tem passado continuamente por períodos de mudanças. Nas últimas décadas, porém, as implicações do crescimento das flutuações nos padrões climáticos levaram ao reconhecimento da necessidade de uma ação global. A Terra está envolta por uma camada invisível de partículas de água -  o vapor d'água -, que atua como um escudo protetor da radiação solar e produz um efeito estufa natural. Por outro lado, o efeito estufa provocado pela humanidade tem origem nos gases de efeito estufa (GEEs), especialmente o dióxido de carbono (CO2), acrescentado na atmosfera pela emissão resultante da queixa de combustíveis fósseis, como petróleo, carvão e gás natura. Além de CO2, os GEEs incluem metano (CH4), óxido  nitroso (N2O), hidrofluocarbonos (HFCs), perfluocarbonetos (PFCs) e hexafluoreto de enxofre (SF6).

domingo, 9 de dezembro de 2012

COP18: Steps taken to save Amazon forests

Three simple stages have reduced deforestation in Brazil by 83 per cent
Deforestation in the Brazilian Amazon has been tackled with land use planning, monitoring and controlling, and sustainable activities. Picture © 2011 - Imazon - Institute of Man and Environment in the Amazon
Brazil’s success in the battle against deforestation was highlighted at a COP18/CMP8 Doha side event.
The steps that have already been made to tackle the problem in the Amazon were discussed, as well as plans to continue the work.
Francisco de Oliveira Filho, the director of deforestation combat policies in Brazil’s Environment Ministry, spoke at the event called Imazon: Successfully curbing tropical forest loss in Brazil.
He told the audience that in 2004 the word that had been associated with curbing deforestation in Brazil was “impossible”. However, he added: “For us it was just a word from people who prefer to leave the world as it is and not change it.”
Instead the country began a fight back against climate change, which included the introduction of a National Climate Change Policy in 2009, with an action plan to prevent and control deforestation. The work has so far proved to be successful and since 2004 Brazil has had an 83 per cent reduction in deforestation.
Brazil’s necessity to tackle the problem of deforestation is clear, as almost 77 per cent of its CO2 emissions are caused by it. In 2003 the Brazilian Government came up with a three point plan to protect the Amazon. It included: land use planning; monitoring and controlling and sustainable activities. The third part of the scheme is just about to begin.
Under its first two phases there was a huge increase in protected areas within the region and the Government created the Amazon Fund. Preventative measures such as fines and confiscation of equipment were also used.
Mr De Oliveira Filho said that the scheme has been possible only because there had been a lot of collaboration between different ministers. He added that the priority was to ensure that reduction levels remained and did not increase when phase three is introduced.
He ended his presentation by quoting the words of Chico Mendes, a rubber tapper who he said was murdered for trying to save the forest. The quote said: “At first I thought I was fighting to save rubber tree. Then I thought I was fighting to save the Amazon Forest. Now I realise I am fighting for humanity.”
Mr De Oliveira Filho said: “Those words are very strong for me because in 1988 he was a visionary about what we are talking about 20 years later.”
Jorge Hargrave, a researcher on the panel, also spoke about the lessons learnt from curbing deforestation in the Amazon, which other countries could replicate.
He said that the positive outcomes of the actions are that deforestation became a main item in the Government’s agenda and that fines had been a significant deterrent. However, he added that countries need to ensure that there is a mix of incentives and disincentives and a high-level political commitment is essential. He added that economic incentives should be put in place, which is part of Brazil’s third phase.
Fonte/Source: COP18

Brasil cai em ranking climático

Berlim - O desmatamento na Amazônia e a política ambiental brasileira levaram o país a cair da 7ª para a 33ª posição no Índice de Proteção do Clima, publicado pela ONG alemã Germanwatch, em parceria com a rede de entidades ambientalistas Clima Action Network Europe. O índice foi divulgado durante a Conferência do Clima, encerrada neste final de semana, no Catar. A listagem, realizada anualmente, avalia os esforços dos 57 maiores emissores de gases do efeito estufa contra as mudanças climáticas. Os dados consideram o período de 2005 a 2010, para os quais há estatísticas disponíveis de todos os países do estudo. O ano de 2011, em que o Brasil registrou o menor índice de desmatamento da história, não foi incluído.

Entre os líderes estão Dinamarca, Suécia e Portugal. Essas nações ocupam, respectivamente, as posições quatro, cinco e seis do ranking. Os três primeiros lugares ficaram vazios, como nos anos anteriores, pelo fato de os autores considerarem que nenhum país tem feito o suficiente para limitar o aquecimento global a menos de 2 graus Celsius. Portugal ficou em uma boa posição sobretudo por causa da crise econômica, que levou à queda na produção industrial. Mas não só: diferente de outros países em crise, Portugal manteve as políticas ambientais.

Um  motivo para a queda da posição brasileira foi a mudança na metodologia do estudo, que considera pela primeira vez as emissões provocadas pelo desmatamento florestal. "O Brasil é de longe a principal fonte de tais emissões. Com quase 5 toneladas de CO2 per capita, as emissões originadas do desmatamento são mais que o dobro de suas emissões per capita produzidas por combustíveis fósseis".

Mas a avaliação negativa da política nacional para meio ambiente e do desflorestamento praticado durante o período analisado também contribuíram para a piora no desempenho brasileiro. Segundo o documento, a queda brasileira no ranking também seria "dramática" se o índice já tivesse considerado as emissões devidas ao desmatamento em sua versão anterior. Mesmo nesta hipótese, o Brasil teria perdido 19 posições, caindo não do 7°, mas do 14° para o 33° lugar.


"Particularmente dramática é a queda devido à política nacional", ressalta o estudo. Considerada relativamente boa na edição anterior, ela foi avaliada de forma pessimista desta vez. "Especialistas criticaram, por exemplo, que dois terços de todos os investimentos planejados no setor de elétrico entre 2011 e 2020 se baseiam na extração de petróleo e em grandes e insustentáveis projetos hidrelétricos", destaca o documento. Considerando-se isoladamente o quesito "política climática nacional", o Brasil caiu do 11° melhor desempenho no ano passado para a posição de número 50. "Outro tema importante é a discussão do Código Florestal, a qual deveria apoiar e proteger a biodiversidade e a contribuição das florestas como ecossistema, mas, de acordo com nossos especialistas, o projeto do código foi substancialmente enfraquecido no processo legislativo e finalmente vetado pela presidente Dilma Roussef".

 "O Brasil está entre os países que mais caíram de posições no ranking", comentou Jan Burck, da Germanwatch e um dos autores do estudo, em entrevista à DW Brasil. "Sobretudo por causa das grandes quantidades de floresta desmatadas nos últimos anos" completou. "Entre as grandes economias, o Brasil é tem uma das maiores emissões per capita. O país ainda tem que se empenhar mais para combater o problema e tentar parar o desmatamento", alertou.

A Alemanha caiu da 6ª para a 8ª posição. Os especialistas em clima temem que a transição energética promovida pelo governo alemão e o desenvolvimento de energias renováveis sejam paralisados.

Por Marcio Damasceno, para Deutsche Welle
Fonte: TN Online