segunda-feira, 30 de maio de 2011

Livro de pesquisadores do Inpe será distribuído em escolas públicas


30/05/2011 - 08:46 - portal do MCT
O livro "Tempo e Clima no Brasil", sob a coordenação e autoria de pesquisadores do Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe/MCT), Universidade de São Paulo (USP) e Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), foi selecionado pelo Programa Sala de Leitura, da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, para ser distribuído em escolas de ensino médio do Estado. Serão distribuídos mais de 4.200 exemplares às bibliotecas destas escolas.
O livro, lançado em 2009 pela Editora Oficina de Texto, é uma coletânea de artigos organizados pelos pesquisadores Iracema Cavalcanti, Nelson Ferreira – ambos do Cptec/Inpe –, Maria Assunção Dias (USP) e Maria Gertrudes Justi (UFRJ), que também são autores de artigos.
A obra está subdividida em três partes, num total de 25 capítulos e mais de 30 autores. A primeira trata dos sistemas meteorológicos que atuam na América do Sul, a segunda descreve o clima das cinco regiões brasileiras e a última trata das variabilidades climáticas como fator de acirramento de enchentes e secas.

Seminário: Aplicações de Redes Neurais Artificiais em Modelagem Climática

Downscaling Estatístico Utilizando Redes Neurais Artificiais: Metodologia e Aplicação.
Dr. David Mendes
PPGCC – ECT – UFRN
Data: 01 de Junho de 2011    Horário: 15h00       Local: Auditório do Departamento de Física – DFTE

RESUMO: A construção de cenários climáticos em decorrência de previsão climática sazonais, ou de alterações climáticas através de uma análises longo prazo, é uma necessidade cada vez mais essencial para o entendimento do clima e de possíveis alterações no clima. Nos últimos anos, a comunidade científica internacional tem obtido tais cenários através de modelos de circulação geral da atmosfera (MCGA) a nível global e regional. Estes modelos apresentam atualmente malhas de resolução muito esparsas, com espaçamentos típicos entre os nós de algumas centenas de km. Deste modo, impõe-se o desenvolvimento de técnicas de transferência da informação gerada pelos MCGAs em larga escala, para as escalas menores, i.e. as chamadas técnicas de downscaling. As técnicas de downscaling podem ser enquadradas em duas abordagens distintas conceitualmente, são elas;
a) os modelos dinâmicos regionais, com resolução mais fina que os modelos globais;
b) através de métodos empíricos. Recentemente, Redes Neurais Artificiais (RNAs) também têm sido empregadas com bons resultados, como um instrumento de downscaling (Hewitson e Crane, 1996), onde utiliza-se esta técnica para estabelecer relações não lineares entre a circulação de grande escala e a precipitação local observada, para isso utiliza-se MCGAs (Coulibaly et al, 2005). Neste projeto Financiado pela FAPESP, foram utilizados MCGA oriundo do 4 relatório do IPCC (AR4). Essa técnica de RNAs foi aplicada para esses modelos sobre a América do Sul, tanto pontualmente como espacialmente. A abordagem neste seminário é mostrar a destreza em obter o processo de downscaling utilizando uma técnica nova e ainda em desenvolvimento.
Nota: o evento é público e a aberto a todos interessados(as).


quinta-feira, 26 de maio de 2011

SBPC e ABC comentam Código Florestal

Nota da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e da Academia Brasileira de Ciências (ABC) sobre a decisão da Câmara dos Deputados com relação ao Código Florestal
A Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e a Academia Brasileira de Ciência (ABC), tendo em vista a decisão majoritária da Câmara dos Deputados sobre o substitutivo do Código Florestal esclarecem que:
  • Nunca houve convite oficial por parte do Parlamento Nacional para que a ABC e SBPC, entidades representantes da comunidade científica brasileira, participassem das discussões sobre o substitutivo do código florestal.
  • A participação ocorreu em função de uma demanda da própria comunidade científica que resultou na formação de um grupo de trabalho (GT) composto por cientistas das diferentes áreas abrangidas no código florestal. Os trabalhos foram iniciados no dia 07 de julho de 2010, e resultaram na publicação do livro O Código Florestal e a ciência. Contribuições para o diálogo, que foi lançado em Brasília, no dia 25 de março.
  • Durante o período de trabalho, várias pessoas e entidades foram convidadas para dialogarem com o GT. Duas cartas foram produzidas e enviadas a todos congressistas e presidenciáveis alertando da necessidade de mais tempo para estudos aprofundados sobre os vários aspectos tratados no código florestal e seu substitutivo.
  • Reconhecem a importância do agronegócio na produção de alimentos e na balança comercial brasileira, bem como a necessidade de que o desenvolvimento e a ampliação do agronegócio ocorram sem prejuízos à preservação e conservação dos recursos ambientais do País.
  • Entendem que a agricultura familiar, responsável por 38,8% do valor bruto da produção agropecuária, representando 84,4% do número total dos estabelecimentos rurais que ocupam 24,3% da área agriculturável do Brasil, deve ter um tratamento especial por parte da legislação ambiental. Tratamento semelhante deve ser conferido às áreas consolidadas em ambientes urbanos e rurais que não provoquem degradação ambiental.
  • Que o código florestal de 1965 (Lei 4771), apesar de construído com o aporte científico da época, necessita de aprimoramentos à luz da ciência e tecnologia disponíveis na atualidade. Ao mesmo tempo entendem que o Projeto de Lei nº 1.876 aprovado na Câmara dos Deputados também não resolve as necessidades de modificações na legislação anterior, pois o mesmo não contempla uma fundamentação científica e tecnológica.
  • Que em função dos fatos expostos acima, a SBPC e ABC solicitaram mais dois anos para construção de um código florestal com base científica e tecnológica considerando aspectos jurídicos não punitivos e com equidade econômica, social e ambiental.
Desta forma, a SBPC e a ABC consideram precipitada a decisão tomada na Câmara dos Deputados, pois não levou em consideração aspectos científicos e tecnológicos na construção de um instrumento legal para o país considerando a sua variabilidade ambiental por bioma, interação entre paisagens urbanas e rurais que propiciem melhores condições de vida para as populações com uma produção agrícola ambientalmente sustentável.
Esclarecem também que esta decisão não tem nenhum vínculo com movimentos ambientalistas ou ruralistas, pois o mais importante é a sustentabilidade do País.
Reafirmam que estão dispostas a colaborar na construção de um código florestal/ambiental justo e que confiam que o Senado considere os aspectos científicos e tecnológicos na análise do substitutivo aprovado na Câmara dos Deputados.
São Paulo, 25 de maio de 2011.
Helena B. Nader, presidente da SBPC
Jabob Palis Júnior, presidente da ABC
José A. Aleixo da Silva, coordenador do GT

A nota acima é uma reprodução do que foi publicado no boletim FAPESP.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Quatro capitais do Nordeste sofrem com transtornos provocados por chuva forte

Abaixo transcrevemos matéria publicada no UOL. A situação pode piorar para a região. De acordo com as previsões climáticas de consenso, teremos cerca de 30% de chuvas acima da média para o período de maio a julho. Há uma evidente falta de estrutura nestas cidades, sobretudo aqui em Natal (RN), que vem do descaso político (e que não sabemos estimar desde quando).

Matéria de:
Aliny Gama
Especial para UOL Notícias
Em Maceió 


As chuvas intensas registradas nesta terça-feira (24) causaram transtornos à população de quatro capitais do Nordeste. Salvador, Aracaju, Maceió e Natal registraram grande volume de água, e a população enfrenta problemas com ruas alagadas, deslizamentos de barreira e casas que caíram e deixaram famílias desabrigadas.Uma avenida cedeu em Salvador e foi interditada. O aeroporto de Aracaju fechou para pousos e decolagens. Segundo a Infraero, entre 15h20 e 18h35, sete chegadas e partidas de voos foram canceladas. O aeroporto foi reaberto à noite.
Aracaju é destaque no Twitter
As intensas chuvas que vêm ocorrendo em Aracaju alagaram diversas ruas da capital. Equipes das Empresa Municipal de Serviços Urbanos (Emsurb), Empresa Municipal de Obras e Urbanização (Emurb) e Defesa Civil Municipal trabalham desde o início da manhã para desentupir as redes pluviais das principais vias públicas da capital sergipana para liberar a água represada.
O excesso do volume de água das chuvas levou internautas de Aracaju a colocarem as hashtags #alagaju e #chuvaju na lista das dez mais comentadas do Brasil no microblog Twitter. Várias fotos foram postadas e moradores relatavam os transtornos ocasionados pelas chuvas na capital.
Segundo a prefeitura, foram registrados alagamentos nos bairros Capucho, Coqueiral, 13 de Julho, Pereira Lobo, São José, Santa Maria, Olaria e conjunto Inácio Barbosa. De acordo com a Defesa Civil, apesar dos transtornos na capital sergipana, não ocorreu nenhuma morte em consequência.
O desabamento de uma casa, que atingiu mais seis imóveis vizinhos, na zona norte de Aracaju por pouco não se transformou em uma tragédia. O asfalto cedeu, a estrutura da casa não aguentou e caiu por cima de mais seis imóveis. Apesar da gravidade do incidente, não houve vítimas porque os imóveis estavam vazios. O Corpo de Bombeiros isolou a área.
Maceió tem alagamentos
Cidades alagoanas também sofreram com a chuva. Em Maceió, os alagamentos por toda a capital ocasionaram trânsito lento. A avenida Fernandes Lima, principal via da cidade, ficou congestionada.
Os alagamentos atingiram várias ruas do Farol. As principais ruas do bairro Gruta de Lourdes também ficaram com água represada. Poucos carros se arriscavam a passar pelo local.
Segundo a Defesa Civil Municipal, três barreirras cederam e desabrigaram seis famílias que moram nos bairros do Jacintinho, Bom Parto e Chã da Jaqueira. Ao todo, 72 áreas de risco estão sendo monitoradas. Em 24 horas, choveu cerca de 100 mm na capital alagoana.
A Câmara de Vereadores de Maceió suspendeu a sessão da manhã desta terça-feira (24) devido ao desabamento de parte do forro do plenário, causado por excesso de água. O vazamento, seguido de um estrondo, causou susto nos vereadores que estavam no local.
A Defesa Civil Estadual também registrou alagamentos nos municípios de Atalaia, Barra de Santo Antonio e Campestre. A situação mais complicada é na cidade Barra de Santo Antônio, onde ocorreram deslizamentos de barreiras. Segundo a Defesa Civil, foram retiradas algumas famílias que estavam nas áreas de risco e levadas para abrigos em escolas públicas.
As fortes chuvas aumentaram a quantidade de material sólido nos mananciais operados pela Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal). O barro causou turbidez na água bruta, e os sistemas de tratamentos apresentaram problemas.
A empresa informou que a distribuição de água para a área do Tabuleiro do Pinto, entre Maceió e Rio Largo, está sem água. A Casal aguarda que as chuvas cessem para fazer a limpeza nas Estações de Tratamento de Água para restabelecer o fornecimento de água.
Avenida cede em Salvador
Em Salvador, parte da pista da avenida Dorival Caymmi, no bairro Itapuã, cedeu e abriu um imenso buraco em decorrência do excesso de água da chuva. Segundo a Transalvador (Superintendência de Trânsito e Transporte de Salvador), a avenida está interditada no sentido aeroporto, na região de Água Suja.
Para passar pelo local, motoristas estão trafegando por um desvio. O trânsito ficou lento no bairro. Os buracos também deixaram o trânsito lento da região Baixa do Fiscal e avenida Regis Pacheco.
Natal tem mais 100 pontos de alagamento
A Coordenadoria de Defesa Civil Municipal registrou mais de cem pontos de alagamentos em Natal ocasionados pelo excesso de chuva. Uma lagoa de captação, localizada nas imediações da BR-101, transbordou.
O trânsito ficou complicado nas zonas leste e oeste da capital do Rio Grande do Norte. Ruas como a São Miguel e Divisão registraram mais de meio metro de altura de água.
Equipes da Defesa Civil monitoram 60 áreas de riscos de alagamento e deslizamentos de barreira. No bairro das Rocas, sete casas foram interditadas por estarem em pontos de risco de deslizamento.

terça-feira, 24 de maio de 2011

Campanha científica em Belém investiga chuvas de linhas de instabilidade

Começa em junho segundo experimento de campo do Projeto Chuva, que visa melhorar modelos de previsão e estimativa de chuvas.

Um mês após o encerramento da campanha científica de Fortaleza, começa em junho o segundo experimento de campo do Projeto Chuva, que até o final de 2012 cobrirá seis cidades. Desta vez, Belém (PA) será a sede da campanha, que terá o mesmo formato da de Fortaleza. Além dos trabalhos de coleta de dados, envolvendo diversas instituições e equipamentos, será montado o Sistema de Observação de Tempo Severo, como em Fortaleza, para a emissão de alertas e avisos meteorológicos, e o mini-curso “Processos Físicos das Nuvens”, voltado a alunos de graduação e pós-graduação, que será realizado na Universidade Federal do Pará (UFPA).
O Projeto Chuva está sob a coordenação geral do Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e conta com financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP). O centro operacional da campanha será montado nas instalações do SIPAM, onde serão discutidas diariamente as previsões de tempo e chuva.
O foco principal da pesquisa será as linhas de instabilidades que se formam na região costeira do continente, dando origem a grandes aglomerados de nuvens Cúmulo Nimbos. Nesta época do ano, estes aglomerados penetram o interior da Amazônia, provocando chuvas intensas.
Segundo o pesquisador Luiz Augusto Machado, do CPTEC/INPE, coordenador principal do projeto, estas chuvas são fundamentais ao clima da Floresta Amazônica. Por outro lado, elas também provocam enchentes e prejuízos às cidades e metrópoles da região.
Para acompanhar os sistemas convectivos, o pesquisador Frederico Angelis, do CPTEC/INPE, e um dos coordenadores científicos do projeto, conta que será utilizado durante a campanha um dos mais avançados radares meteorológicos do mundo, com capacidade de discriminar diferentes tipos de precipitação e partículas no interior das nuvens. “O resultado é semelhante a uma tomografia, só que das nuvens”, destaca.
A expectativa é de que os dados e as informações obtidos em campo ajudem a conhecer melhor a estrutura das linhas de instabilidades. A partir disso, explica Machado, será possível melhorar a previsão do tempo na região tropical do país. Os dados também poderão ser aplicados em áreas de pesquisa de mudanças climáticas e em análises dos efeitos dos aerossóis (partículas suspensas na atmosfera) na formação de nuvens de chuva.
Os processos de eletrificação das nuvens também serão estudados nesta campanha. O pesquisador da USP, Carlos Augusto Morales, coordena as atividades na área e a coleta de dados.
Outro resultado esperado com grande expectativa é a obtenção de dados que permitirão às novas gerações de satélites meteorológicos estimar as chuvas da região. As medidas de campo serão úteis na especificação de sensores a bordo de um satélite brasileiro, que fará parte do programa Global Precipitation Measurement (GPM – Medidas Globais de Precipitação), sob a liderança das agências espaciais dos Estados Unidos (NASA) e do Japão (JAXA). 
Melhoria das previsões – O pesquisador Luiz Augusto Machado afirma que os processos físicos associados às nuvens de tempestade, que evoluem em escala de alguns quilômetros, ainda não são totalmente conhecidos e há pouca precisão na sua descrição pelos modelos numéricos de previsão de tempo e clima.
Com o aumento da resolução espacial dos atuais modelos, devido ao maior poder computacional do novo supercomputador do INPE (batizado de Tupã), os processos que envolvem as partículas de chuva e gelo nas nuvens terão que ser descritos com maior detalhamento. O pesquisador Saulo Freitas, também do CPTEC, irá rodar, durante a campanha, um modelo de alta resolução, com o intuito de testar e validar a previsão imediata para a região.
Em outra frente da campanha, a pesquisadora da UFPA, Júlia Cohen, coordenadora local do experimento, estará testando, junto com o pesquisador David Fitzjarrald, da Universidade de Nova York, um balão dotado de equipamentos e sensores que irá acompanhar a linha de instabilidade – área em que são especialistas - até o interior da Amazônia.
Além da UFPA e do SIPAM, também participam do projeto o Destacamento de Controle do Espaço Aéreo (DTCEA), a Secretaria do Meio Ambiente do Pará e o INMET. Além da coordenação geral do projeto, o CPTEC/INPE está à frente também de duas áreas de abrangência da pesquisa, que conta ainda com a liderança de pesquisadores da USP e do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE/ DCTA). A Agência Espacial Brasileira (AEB) e o Ministério da Ciência e Tecnologia também apóiam o Projeto Chuva.
Mais informações sobre o projeto e as campanhas podem ser acessadas no portal do Chuva: http://chuvaproject.cptec.inpe.br/portal/br/.

Nota: Pesquisadores do curso de doutorado em ciências climáticas da UFRN já iniciaram atividades junto ao projeto CHUVA, a  exemplo do Prof. Dr. Cláudio Moisés Santos e Silva.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Vergonha nacional: deputados x professores

Fugimos um pouco do assunto clima e questões afins, para um outro plano: o da educação. Obviamente que as questões ambientais e climáticas são muito mais debatidas em uma sociedade com um bom nível de escolaridade, para não dizer de cultura científica. E isto, claro, passa pela delicada questão do Ensino, que por por sua vez chega ao um dos seus atores principais: o Professor. Pois bem, nesta semana, aqui em Natal, numa audiência pública com Deputados Estaduais, surgiu uma professora, Amanda Gurgel, pondo "os pingos nos is".
Confira no link abaixo

terça-feira, 17 de maio de 2011

A SEMANA NACIONAL DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE 2011 – Mudanças climáticas, desastres naturais e prevenção de riscos

O Ministério da Ciência e Tecnologia, responsável pela coordenação nacional da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT), após receber várias sugestões e ter feito consultas a instituições e entidades parceiras na organização deste evento, anuncia a data e o tema principal da SNCT em 2011.
A Semana Nacional de Ciência e Tecnologia de 2011 ocorrerá entre 17 e 23 de outubro. O tema principal será: “Mudanças climáticas, desastres naturais e prevenção de risco”. Além de promover atividades as mais diversas de divulgação científica, estimularemos na SNCT 2011 a difusão dos conhecimentos e o debate sobre as estratégias e maneiras de se enfrentar o grande desafio planetário das mudanças climáticas e de prevenir riscos decorrentes de desastres naturais e de situações criadas pela ação humana.
O tema da Semana foi escolhido em função da sua relevância global, atualidade e importância para a população brasileira. Um objetivo da Semana será discutir em todo o país, nas escolas, universidades e eventos públicos, os diversos aspectos, argumentos e evidências científicas sobre o impacto das atividades humana no clima do Planeta e as medidas preventivas mais adequadas a serem adotadas em escala local e global.
Em nosso país não há ainda uma tradição consolidada de prevenção de riscos de desastres naturais ou provenientes da atividade humana . Os acontecimentos trágicos de enchentes e deslizamentos em regiões como Santa Catarina e na Região Serrana do Rio de Janeiro, de seca na Amazônia e no Rio Grande do Sul e de enchentes em várias regiões do país atestam a importância de se estimular o debate nas escolas e em toda a sociedade sobre as maneiras de se prevenir os riscos e diminuir seus impactos na sociedade e a ciência e a tecnologia são elementos essenciais para a previsão, prevenção e minimização destes riscos.
Por outro lado, a Assembléia Geral das Nações Unidas declarou 2011 como o Ano Internacional da Química. A ONU está estimulando todos os países a realizarem atividades com o objetivo de aumentar da consciência coletiva sobre a importância da química, por meio de ações a nível local, regional e internacional, e buscar a “Química para um mundo melhor”.
É importante registrar que as atividades da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia não se restringem ao tema principal, abarcando todos os outros relacionados com a ciência e a tecnologia, embora se estimule fortemente a realização de atividades, em cada canto do país, em torno do tema proposto.
Convidamos as instituições de pesquisa e ensino, universidades, escolas tecnológicas e profissionais, secretarias estaduais e municipais de C&T e de educação, fundações de apoio à pesquisa, órgãos governamentais, espaços científico-culturais, escolas de todos os níveis, entidades científicas e tecnológicas e da sociedade civil, ONGs, empresas, cientistas, professores, pesquisadores, técnicos, estudantes, comunicadores da ciência e todos os interessados a colocarem a data da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia de 2011 em suas agendas, a iniciarem o processo de sua preparação e a participarem intensivamente de sua realização.

Aluízio Mercadante
Ministro de Estado da Ciência e Tecnologia


Fonte: Portal do CNPq

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Integração de dados

Programa FAPESP de Pesquisa em Mudanças Climáticas Globais terá sistema próprio para interligar bancos de dados dos diferentes projetos, articulando pesquisas multidisciplinares.
Por Fábio de Castro
Agência FAPESP – Um sistema computacional desenhado especialmente para o Programa FAPESP de Pesquisa em Mudanças Climáticas Globais (PFPMCG) fornecerá uma interface amigável entre as bases de dados dos diferentes projetos que compõem o programa.
A informação foi divulgada na semana passada no Workshop do PFPMCG por Paulo Artaxo, membro da coordenação do programa e professor do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP).
O evento de dois dias foi voltado aos coordenadores, pesquisadores principais, colaboradores e estudantes dos 17 projetos em andamento do PFPMCG. Participaram também coordenadores e equipes dos projetos de pesquisa do programa BIOTA-FAPESP e do Programa FAPESP de Pesquisa em Bioenergia (BIOEN).
Segundo Artaxo, uma empresa foi contratada e está desenvolvendo o sistema, que permitirá o compartilhamento dos dados gerados pelo programa em uma só interface. A ciência climática, por ser essencialmente multidisciplinar, resulta em dados heterogêneos cuja articulação não é trivial.
“O sistema de interface de bancos de dados será feito tanto para a inserção de dados de sensoriamento remoto, como para dados cartográficos, dados de medidas individuais, dados de instrumentos complexos e dados de imagens de satélite, por exemplo. Ele está sendo desenhado, desde a sua concepção, para poder disponibilizar dados de qualquer natureza”, disse à Agência FAPESP.
O novo sistema, por ser capaz de padronizar os dados, será fundamental para que o programa cumpra suas funções, integrando de fato os diferentes projetos em andamento.
Na abertura do workshop, o diretor científico da FAPESP, Carlos Henrique de Brito Cruz, destacou que a integração entre os projetos é fundamental para que o conjunto deles se caracterize como um programa de pesquisa.
“Todos que se envolvem com um programa desse tipo, com financiamento público, têm a responsabilidade de compartilhar com a sociedade os dados científicos que são coletados. Cada pesquisador do PFPMCG tem a responsabilidade de disponibilizar os dados coletados para facilitar trabalhos intergrupos e interdisciplinares e otimizar o enorme investimento que é feito com recursos públicos”, disse Artaxo.
De acordo com o pesquisador, o sistema está sendo concebido desde o início para ser amigável do ponto de vista de entrada e de disponibilização de informações no banco de dados do PFPMCG.
“O importante é que os dados sejam acessíveis de uma maneira fácil, de forma que o pesquisador não tenha muito trabalho nem para inserir seus dados, nem para obter resultados de outros grupos que podem ser do interesse de sua própria pesquisa. Não se trata de um sistema trivial, ao contrário, é bastante complexo, por isso o desenvolvimento ainda levará alguns meses”, disse.

URL: agencia.fapesp.br/13879

quarta-feira, 11 de maio de 2011

I Fórum de Pesquisa e Inovação do CLBI 12 e 13/05/2011

 Abaixo divulgamos encontro que será realizado no Rio Grande do Norte, no complexo da Barreira do Inferno (vide http://www.clbi.cta.br/new/index.php)


I Fórum de Pesquisa e Inovação do CLBI 12 e 13/05/2011
 Programação DIA 12/05/2011
Horário
Título da Apresentação
Palestrante
Instituição
08:30
Abertura oficial
Autoridades da mesa
CLBI
08:45
Apresentação do CLBI
Cel. Luiz Guilherme Silveira de Medeiros
CLBI
09:15
Sistemas de Gestão da Qualidade, Meio Ambiente, Segurança do Trabalho e Saúde Ocupacional.
Maria Goretti Dantas
CLBI
09:45
Experimentos Científicos para Foguetes de Sondagem.
Gilvan Luiz Borba
UFRN
10:15
Coffee Break
10:30
Geointeligência no apoio a tomada de decisão.
Mônica Maria De Marchi
IEAv
11:00
A definir.....
11:30
A Carga Útil do FTB
João Batista Dolvim Dantas
CLBI
11:50
Almoço
12:50
Estudo de uma missão espacial para coleta de dados ambientais baseada em nano satélite.
Manoel Jozeane Mafra de Carvalho
INPE
13:20
Preservação, Inventário e Difusão dos acervos científicos e tecnológicos aeroespaciais do Programa Espacial Brasileiro.
Keble Danta Rolim
CLBI
13:50
Uso de telemedidas em pesquisas espaciais.
Clécio de Oliveira Godeiro
CLBI
14:20
Coffee Break
14:35
Modelo para implementação da gestão de indicadores de desempenho em organização governamental do setor aeroespacial aplicando o BALANCED SCORECARD – BSC.
João Ribeiro de Andrade
CLBI
15:05
Sistema de Tratamento de Dados de Radar.
Edson Wilson Duarte Gomes
CLBI
15:35
Processamento de Materiais com Lasers no IEAV.
Rudimar Riva
IEAv
16:05
Visita instalações do CLBI
Todos os participantes
17:00
Encerramento do dia

Relatório sobre “Riscos das Mudanças Climáticas no Brasil” mostra impactos na Amazônia

Notícia do MCT, publicada hoje.

O aumento na temperatura e o decréscimo das chuvas na Amazônia acima da variação global média esperada é uma das principais conclusões do relatório final do projeto “Riscos das Mudanças Climáticas no Brasil”, divulgado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe/MCT) e Met Office Hadley Centre (MOHC). O documento é resultado de três anos de trabalho de pesquisadores do Reino Unido e do Brasil, com financiamento da Embaixada Britânica.
Os estudos mostram a importância da Amazônia para o clima global e como provedora de serviços ambientais para o Brasil. O objetivo do projeto é subsidiar os formuladores de políticas com evidências científicas das mudanças climáticas e de seus possíveis impactos no Brasil, na América do Sul e em nível global.
“A experiência do MOHC do Reino Unido, líder mundial em modelagem climática, aliada à experiência do Inpe em estudos sobre mudanças climáticas na América do Sul, possibilitou a identificação de possíveis cenários e impactos, com projeções inovadoras dos efeitos das mudanças climáticas antrópicas na região”, afirmou José Marengo, pesquisador do Instituto que coordenou o projeto no Brasil.
O projeto utilizou um conjunto de modelos globais e regionais desenvolvidos pelo MOHC e pelo Centro de Ciência do Sistema Terrestre do Inpe para projetar os efeitos das emissões de gases de efeito estufa no clima do mundo todo e fornecer mais detalhes sobre o Brasil. Embora as projeções abranjam todo o país, o foco do relatório se concentra na Amazônia, área de preocupação nacional, regional e mundial.
O documento está dividido em duas seções: a primeira fornece o contexto para o trabalho; a segunda detalha a nova ciência levada a cabo e antecipa avanços científicos importantes para o planejamento e a política.
O projeto “Riscos das Mudanças Climáticas no Brasil” foi criado pelo Fundo para Programas Estratégicos do Governo do Reino Unido, antigo Global Opportunity Fund (GOF). O trabalho terá continuidade como parte do programa científico do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Mudanças Climáticas (INCT para Mudanças Climáticas) e da Rede Brasileira de Pesquisas sobre Mudanças Climáticas Globais (Rede CLIMA), sediados no Inpe.
A íntegra do relatório está disponível, nas versões em português e inglês, nos links a seguir:
Riscos das Mudanças Climáticas no Brasil
Dangerous Climate Change in Brazil

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Curso de Meteorologia para Jornalistas

Divulgamos abaixo curso de meteorologia para jornalistas, conforme solicitado pela remetente.

"Prezados,

Nos dias 28 e 29 de maio será realizado o Curso de Meteorologia para Jornalistas, no auditório do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), em Cachoeira Paulista (SP).

O curso será ministrado pelos pesquisadores do CPTEC, Gustavo Escobar, José Antonio Aravéquia e pelo meteorologista Olívio Bahia, do grupo de previsão de tempo do Centro. Dentre os temas abordados durante o curso estão previsão numérica de tempo e clima: aspectos gerais, modelo de circulação geral da atmosfera, sistemas meteorológicos que influenciam o tempo sobre a América do Sul, dentre outros. O curso também terá uma parte prática.

O objetivo do curso é difundir o conhecimento sobre as técnicas utilizadas em previsão de tempo e clima e, capacitar profissionais de jornalismo para a interpretação das informações meteorológicas, a fim de divulgá-las ao público geral de forma clara e precisa.

A programação completa e os procedimentos de inscrição e pagamento estão disponíveis na página do curso: http://cursos.cptec.inpe.br/meteorologia-jornalistas/

Contamos com sua presença e divulgação.

Atenciosamente,

________________________________________________________
Cacilda Aravéquia
Jornalista - MTb 27.065
Difusão do Conhecimento
CPTEC - Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos
INPE - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
Tel: 55 - 12 - 3186-8504
Cel: 55 - 12 - 9166-7398
http://cursos.cptec.inpe.br/meteorologia-jornalistas/
  "

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Chuvas intensas no Brasil

As chuvas dos últimos dias estão deixando a defesa civil de estados e municípios em alerta. Aqui no Rio Grande do Norte não está diferente, conforme se pode conferir em trecho de matéria do portal UOL:
"No Rio Grande do Norte, a Defesa Civil homologou apenas emergência em Ipanguaçu, no Vale do Açu. A cidade está com 150 famílias desabrigadas (cerca de 600 pessoas). Quatro bairros e 13 comunidades continuam isolados.


Segundo o coordenador da Defesa Civil Estadual, coronel Josenildo Acioli, a cidade de Natal também sofreu com alagamentos nesta quarta-feira, mas a chuva deu uma trégua e água já escoa. “Não registramos ocorrências graves, nem desabrigados na cidade”, informou ao UOL Notícias.


Um trecho da BR-101, sentido Parnamirim/Natal, foi interditado à tarde devido ao risco de desabamento. Após avaliação da Secretaria de Estado da Infraestrutura e engenheiros do Exército, o tráfego de veículos foi liberado. Por medida de prevenção de acidentes, homens do Exército colocaram lonas paras proteger a barreira e vão ficar de prontidão no local.


A Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte (Caern) divulgou que quatro cidades estão sem abastecimento de água devido ao rompimento da Adutora Monsenhor Expedito: Campo Redondo, Coronel Ezequiel, Jaçanã e São Bento do Trairí estão sem abastecimento desde o último sábado e não há previsão de retorno."

Pode-se ler a matéria completa aqui.  Em matéria da Tribuna do Norte, o serviço de meteorologia local afirma não haver motivo para estado de alerta,  e exibe os números do últimos anos na tabela abaixo (veja também aqui):


Confira o acumulado das chuvas do período entre janeiro e abril em Natal de 2007 a 2011:

2007 - 651,6mm
2008 - 787,4mm
2009 - 992,7mm
2010 - 413,6mm
2011 - 886,4mm

Enquanto outro site, do DN Online, registra morte de pessoas provavelmente decorrente das chuvas em matéria publicada neste link.

Pós-Doutorado em álcool e mudanças climáticas

Agência FAPESP – O Projeto Temático "Geração de Cenários de Produção de Álcool como Apoio para a Formulação de Políticas Públicas Aplicadas à Adaptação do Setor Sucroalcooleiro Nacional às Mudanças Climáticas" (www.cpa.unicamp.br/sugarcane_fapesp), financiado pela FAPESP no âmbito do Programa FAPESP de Pesquisa sobre Mudanças Climáticas Globais (www.fapesp.br/pfpmcg), dispõe de uma Bolsa de Pós-Doutorado, por um período de 24 meses, no Instituto de Geociências (IG) (www.ige.unicamp.br) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Mais detalhes aqui.

terça-feira, 3 de maio de 2011

Cana sem queima


Agência FAPESP – O balanço da safra da cana-de açúcar do Estado de São Paulo no período de 2010 a 2011, divulgado em 28 de abril, aponta que as usinas e fornecedores estão cumprindo as metas do Protocolo Agroambiental do Setor Sucroenergético de acabar com a queima da palha da cana-de-açúcar no estado entre 2014 e 2017.
Pelo acordo assinado com a Secretaria de Estado do Meio Ambiente (SMA) e a Secretaria de Agricultura e Abastecimento (SAA), as usinas se comprometeram a mecanizar 70% das áreas próprias colhidas de cana-de-açúcar.
Já os fornecedores deveriam alcançar a marca de 20% para o mesmo período. De acordo com o balanço da safra 2010/2011, as usinas mecanizaram 70,3% e os fornecedores 21,1% das suas áreas colhidas. Os terceirizados representam 30% da área cultivada no estado.
O balanço apontou que dos 4.728.133 hectares de cana, 2.627.023 foram colhidos por máquinas. Pelo protocolo, a partir de 2014 as áreas mecanizáveis não poderão mais utilizar a queima.
De acordo com a SMA, com a assinatura do Protocolo Agroambiental em 2007, 3,8 milhões de hectares de cana deixaram de ser queimados. Isso significa que 14,2 milhões de toneladas de poluentes e 2,4 milhões de toneladas de CO2 deixaram de ser emitidos.
Maior produtor dessa cultura agrícola no Brasil, o Estado de São Paulo responde por 70% da cana no país e por 17% da produção de etanol do mundo. Em 2010, foram colhidos 4,7 milhões de hectares de cana. A previsão para a safra 2011/2012 é de 5,2 milhões de hectares de área colhida. Até 2014, a expectativa é que 7 milhões de hectares sejam cultivados no estado.
Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) apontaram um aumento dos focos de incêndios em São Paulo em 2010. Desde 2006, as queimadas no estado estavam em queda livre.
Segundo a SMA, 2010 foi um ano atípico e de muita seca, o que culminou no registro de 2.837 ocorrências de queimadas contra 1.390 em 2009. Do total de área colhida em São Paulo, 4% foram queimadas por incêndios diversos. Com isso, 27 máquinas colhedoras foram perdidas nas lavouras paulistas.
O aumento dos focos de incêndio resultou em autuações pela Polícia Ambiental e pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) no ano passado. Em 2009, foram 382 multas, em 2010 o número chegou a 818.
Para resolver o problema, o governo está implantando o Sistema Estadual de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais, uma ação conjunta da SMA, Casa Militar e Secretaria de Segurança Pública e seus órgãos interligados, como a Polícia Ambiental, a Defesa Civil, o Corpo de Bombeiros, a Cetesb, a Fundação Florestal e o Instituto Florestal.
De acordo com a SMA, os resultados do Protocolo também apontam para uma efetiva evolução na produção de biomassa em São Paulo. Das 100 usinas cogeradoras de energia, 54 são do estado paulista. O bagaço da cana, resíduo da moagem, é transformado em energia. Isso representa 30% do potencial de cogeração.
Hoje, São Paulo é o maior produtor de biomassa do país. Além do bagaço, 32 milhões de toneladas de palha, que sobram da colheita mecanizada, são produzidos nos canaviais paulistas.