quarta-feira, 30 de junho de 2010

Em São Paulo - Política de Mudanças Climáticas é regulamentada

Agência FAPESP – O governador do Estado de São Paulo, Alberto Goldman, assinou o decreto que regulamenta a Política Estadual de Mudanças Climáticas (PEMC). A cerimônia ocorreu no dia 24, no Palácio dos Bandeirantes.
A regulamentação é resultado da Lei nº 13.798, sancionada em novembro de 2009, que tem como meta a redução, em todos os setores da economia, de 20% da emissão de gases de efeito estufa até 2020, tendo por base o ano de 2005. A meta é quatro vezes mais rigorosa do que a definida no Protocolo de Kyoto.
O decreto cria e especifica as competências do Conselho Estadual de Mudanças Climáticas, que tem caráter consultivo e tripartite, com participação de representantes de órgãos governamentais, dos municípios e da sociedade civil, totalizando 42 componentes.
O conselho terá a atribuição de realizar audiências públicas para discutir questões relacionadas à mudança do clima, além de propor medidas de mitigação e adaptação.
O decreto cria também um comitê gestor, composto por membros de várias secretarias estaduais, que avaliará e monitorará o cumprimento da meta global e das metas setoriais e intermediárias, que serão definidas na comunicação estadual.
“Cada secretaria terá as suas metas, responsabilidades e trabalhos. Faremos uma avaliação periodicamente para acompanhar a evolução dessa meta que queremos avançar”, disse Goldman.
Até o fim do segundo semestre de 2010, o Inventário de Gases de Efeito Estufa do Estado de São Paulo, que será parte integrante da Comunicação Estadual, apresentará a base das emissões paulistas, possibilitando o cumprimento da meta prevista na lei.
O decreto institui ainda programas e planos voltados para a inovação tecnológica, energia, transporte, construção civil, educação ambiental e para ações emergenciais e mapeamento de áreas de risco, como o programa de crédito Economia Verde, que oferece recursos para entidades privadas na implementação de ações que reduzam as emissões de gases de efeito estufa.
Outro ponto importante é a definição dos critérios para elaboração da Avaliação Ambiental Estratégica (AAE), que será incorporada nas políticas, planos e programas de governo, buscando o desenvolvimento sustentável, com revisão a cada cinco anos.
Pagamento por Serviços Ambientais
Também foram definidos os critérios do Zoneamento Ecológico-Econômico (ZEE), que visa à formulação de políticas de planejamento, ordenação e gerenciamento do território, de modo a convergir o desenvolvimento econômico com propostas de proteção e conservação ambiental.
Além disso, o secretário estadual do Meio Ambiente, Xico Graziano, assinou a resolução que institui o Pagamento por Serviços Ambientais (PSA). A modalidade inicial prevista na resolução é a remuneração para produtores rurais que protegerem as nascentes dentro de suas propriedades, por um período de cinco anos.
O projeto, denominado de Mina D’Água envolve um município de cada uma das 22 bacias hidrográficas do Estado. Serão investidos cerca de R$ 3,5 milhões do Fundo Estadual de Prevenção e Controle da Poluição (Fecop).
 
 
Post Script: Este é um exemplo que deveria ser seguido por outros estados, sobretudo aqueles mais vulneráveis às alterações climáticas e a eventos meteorológicos extremos.  

terça-feira, 29 de junho de 2010

Pode o Sol ser responsável por parte do aquecimento global?

Os cientistas continuam debatendo se o aumento da atividade solar durante a segunda metade do século 20 aconteceu. Todavia, as maiores estimativas desta atividade não dá conta do aquecimento observado desde 1950.

Estudos indicam que a variabilidade solar teve uma importância fundamental  na mudanças climáticas ocorridas no passado. Por exemplo, acredita-se que a diminuição da atividade solar desencadeou a Pequena Era do Gelo no Hemisfério Norte, aproximadamente entre 1650 e 1850, quando as temperaturas cairam tanto que chegou a congelar rios que desde então nunca mais congelaram.

Os cientistas usam registros naturais ("proxies"), como registros de manchas solares, que têm sido gravados desde a época de Galileu, ou carbono em anéis de árvores, para estimar a quantidade de energia que o Sol tem enviado para a Terra. Embora não sejam perfeitas, estas estimativas fornecem uma primeira aproximação  de quanto a atividade solar tem variado ao longo do tempo. O debate em torno da confiabilidade do use destes "proxies" para a determinação da atividade solar no passado ainda continua, mas as estimativas atuais indicam que o Sol está provavelmente tão ativo quanto, ou mesmo até mais ativio, do que esteve nos últimos 8 mil anos.

Os registros de manchas solares coletados desde 1610 servem de base para estimar a energia emitida pelo Sol. Em geral, um número maior de manchas solares significa uma atividade solar intensa e, por isto, mais energia recebida pela Terra. Em média, existem atualmente mais manchas solares do que durante o Mínimo de Maunder há 350 anos atrás, mas o aumento da atividade solar sozinha não é suficiente para explicar os aumentos de temperaturas que ocorreram desde 1950.


O texto acima é uma tradução/adaptação do artigo publicado recentemente pelo observatório da Nasa, intitulado "Has the Sun been more active in recent decades, and could it be responsible for some global warming?", escrito por  Holli Riebeek, e que pode ser lido, no original inglês, aqui.

Cientistas fazem mapa da gravidade da Terra

Projeto da Agência Espacial Europeia tem aplicações em sismologia e nos estudos de mudanças climáticas

Cientistas criaram um "mapa da gravidade" terrestre, mostrando as diferentes influências desta força física ao redor do planeta. O modelo, conhecido como geoide, define onde estão os níveis da superfície terrestre, esclarecendo se o sentido é "para cima" ou "para baixo".

Os cientistas afirmam que os dados podem ser usados em inúmeras aplicações, como nos estudos de mudança climática para ajudar a entender como a grande massa de oceanos move calor ao redor da Terra.


O novo mapa foi apresentado em um simpósio sobre observação terrestre em Bergen, na Noruega, onde também estão sendo apresentados dados recolhidos por outras missões da Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês). Antes do fim da década, cerca de 20 missões da ESA totalizando cerca de 8 bilhões de euros serão lançadas para observar o espaço através de sondas.


Parâmetros

O mapa foi desenhado a partir de medições precisas realizadas pelo satélite europeu Goce, sigla formada a partir das iniciais da sonda exploradora de campo gravitacional e equilíbrio estacionário que circula na órbita terrestre a uma altitude de pouco mais de 250 km da superfície - a órbita mais baixa de um satélite de pesquisa em operação. A Goce carrega três pares de blocos de platina dentro de seu gradiômetro - o aparelho que mede o campo magnético da Terra - capazes de perceber acelerações leves da gravidade sentida na superficie.

Em dois meses de observação, o satélite mapeou diferenças quase imperceptíveis na força exercida pela massa planetária em diferentes pontos do globo. O mapa define, em um determinado ponto, a superfície horizontal na qual a força da gravidade ocorre de maneira perpendicular.


Estas inclinações podem ser vistas em cores que marcam como os níveis divergem da forma elíptica da Terra. No Atlântico Norte, perto da Islândia, o nível se situa a cerca de 80 metros sobre a superfície da elipsoide. No Oceano Índico, esse nível está 100 metros abaixo.


Os cientistas dizem que o mapa permitirá aos oceanógrafos definir como seria a forma dos oceanos se não houvesses marés, ventos e correntes marítimas. Subtraindo a forma do modelo, ficam evidentes estas outras influências.


Esta informação é crucial para criar modelos climáticos que levam em conta como os oceanos transferem energia ao redor do planeta.


Usos

Há outros usos para o geoide. O modelo fornece um sistema universal para comparar altitudes em diferentes partes da Terra, à semelhança dos aparelhos de nivelamento que, na construção, revelam aos engenheiros para onde um determinado fluido corre naturalmente dentro de um tubo ou cano.

Cientistas geofísicos também podem usar os dados da sonda para investigar o que ocorre nas entranhas profundas da Terra, especialmente naqueles pontos susceptíveis a terremotos e erupções vulcânicas. "Os dados da Goce estão mostrando novas informações no Himalaia, na África Central, nos Andes e na Antártida", explica o coordenador da missão da Esa, Rune Floberghagen. "São lugares bem inacessíveis. Não é fácil medir variações de alta frequência no campo gravitacional da Antártida com um avião, porque há poucos campos aéreos a partir dos quais operar."


A altitude extremamente baixa da Goce deveria limitar a utilização da sonda por no máximo mais dois anos. Entretanto, níveis relativamente baixos de atividade solar produziram condições atmosféricas calmas, fazendo o satélite consumir menos combustível que o estimado. A equipe crêe que a sonda poderia ser utilizada até 2014, quando a falta de combustível desaceleraria a missão, obrigando-a a sair de órbita.



Fonte da matéria: Portal Último Segundo
Crédito da foto: BBC (leia mais aqui)  

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Umidade do ar continua a piorar no país

Tempo seco requer cuidados

A umidade relativa do ar está ainda mais baixa nesta quinta-feira (17) em algumas regiões do país. Os índices estão bem inferiores ao recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o Estado de Goiás é o que apresenta a mais baixa umidade do ar em todo o país. Por volta das 16h, o índice chegou a 20% na capital Goiânia. 

CUIDADOS

Em condições de baixa umidade, é comum a ocorrência de complicações respiratórias devido ao ressecamento das mucosas, provocando sangramento pelo nariz, ressecamento da pele e irritação dos olhos.

Por isso, a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) para dias como estes é evitar exercícios físicos ao ar livre entre 11h e 15h; umidificar o ambiente por meio de vaporizadores, toalhas molhadas, recipientes com água; regar os jardins, e sempre que possível, permanecer em locais protegidos do sol ou em áreas arborizadas.


Além dessas medidas, é recomendável usar colírio de soro fisiológico ou água boricada para os olhos e narinas e beber muita água
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Matéria completa: no UOL

Vulnerabilidades na mira

Agência FAPESP Caso siga o padrão de expansão apresentado na última década, a mancha urbana da Região Metropolitana de São Paulo terá o dobro do tamanho em 2030, com aumento dos riscos de enchentes e deslizamentos. A maior parte da expansão urbana deverá ocorrer exatamente nas áreas mais vulneráveis às consequências das mudanças climáticas e a maior parte dos impactos será sofrida pelos mais pobres.
Essas são algumas das conclusões do relatório Vulnerabilidade das Megacidades Brasileiras às Mudanças Climáticas: Região Metropolitana de São Paulo, apresentado nesta terça-feira (15/6) na capital paulista em um debate promovido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e pelo jornal Folha de S. Paulo.

Veja a matéria completa de Fábio Castro aqui

Comentário do autor: Este é o tipo de estudo que precisa ser feito com muito cuidado e rigor em todas as áreas metropolinas do país, sobretudo no Nordeste do Brasil, como em Natal, por exemplo.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Oceano marciano - da agência FAPESP

14/6/2010
Agência FAPESP – A recente descoberta de gelo em Marte reforça a teoria de que o planeta teva um passado muito menos árido do que o atual. Agora, segundo uma nova pesquisa, o planeta teve água – muita água. O estudo, feito por dois pesquisadores da Universidade do Colorado, nos Estados Unidos, indica que Marte teve, há cerca de 3,5 bilhões de anos, um ciclo hidrológico semelhante ao existente atualmente na Terra.
O ciclo, de acordo com estudo publicado neste domingo (13/6) na revista Nature Geoscience, incluía o acúmulo de água no subterrâneo e a formação de nuvens, chuvas, rios e um oceano que cobria mais de um terço da superfície marciana.
O oceano teria tido um volume de 124 milhões de quilômetros cúbicos de água. O volume é menos de dez vezes o existente atualmente na Terra, mas ainda assim suficiente para formar uma camada de água com 500 metros de profundidade por todo o planeta vermelho.
O estudo, feito por Gaetano Di Achille e Brian Hynek, é o primeiro a combinar a análise de características relacionadas à agua, incluindo depósitos de deltas e milhares de vales de rios, de modo a investigar a ocorrência de um oceano sustentado por uma hidrosfera global no passado marciano.
Mais da metade dos 52 deltas de depósitos de rios identificados no novo estudo – cada um dos quais com numerosos vales – marcavam os limites do eventual oceano, uma vez que tinham aproximadamente a mesma elevação.
Dos deltas, 29 estavam ligados ao oceano ou a diversos lagos adjacentes de grande volume. Os pesquisadores combinaram dados obtidos por diversas missões das agências espaciais norte-americana (Nasa) e europeia (ESA).
Outro artigo, publicado simultaneamente no Journal of Geophysical Research, feito por Hynek e Monica Hoke, também da Universidade do Colorado, descreve a identificação de 40 mil vales formados por rios em Marte. O número é cerca de quatro vezes maior do que havia sido identificado previamente.
Os vales eram fontes de sedimentos carregados pelas correntes e levados aos deltas adjacentes ao suposto oceano. “A abundância de vales implica uma quantidade muito expressiva de precipitação. Isso praticamente acaba com a dúvida de que Marte teve chuva em seu passado”, disse Hynek. E um oceano era necessário para sustentar essa precipitação.
“Uma das principais questões que gostaríamos de ver resolvida no futuro é para onde foi toda essa água”, disse Di Achille. Segundo ele, futuras missões ao planeta – como a Maven, da Nasa, com lançamento previsto para 2013 – devem ajudar a responder tais dúvidas e aumentar o conhecimento a respeito da história da água marciana e da possível existência de algum tipo de vida no passado do planeta.
O artigo Ancient ocean on Mars supported by global distribution of deltas and valleys (doi: 10.1038/ngeo891), de Gaetano Di Achille e Brian Hynek, pode ser lido por assinantes da Nature em www.nature.com/ngeo.

Fonte: Boletim da FAPESP

sábado, 12 de junho de 2010

Alerta de mar agitado - RN não deve ser atingido

Mar agitado no Sudeste e Nordeste

Um novo ciclone extratropical atua em alto-mar, ao largo da costa Sudeste do Brasil. Durante o fim de semana, o sistema desloca-se cada vez mais para alto-mar, afastando-se da costa brasileira. O movimento deste ciclone extratropical gera ventos constantes e fortes sobre o oceano que vão deixar o mar agitado. Séries de grandes ondas devem avançar para costa do Sudeste e do Nordeste a partir deste sábado, quando o mar começa a subir. A partir do domingo, a elevação do mar será muito grande e rápida, com risco de ressaca. A lua nova que ocorre neste sábado, 12 de junho, às 8h16, colabora para elevação da mar.
A posição na qual está se formando este ciclone extratropical vai facilitar uma grande elevação do mar na costa leste do Nordeste, do sul da Bahia até Pernambuco.
Confira a previsão da altura das ondas e alertas para os próximos dias.
Litoral de São Paulo
Sábado, 12 de junho: mar em elevação, com ondas de 1,5 a 2 metros.
Domingo, 13 de junho: mar agitado, com ondas de 1,5 a 2 metros no litoral sul e baixada santista; no litoral norte, as ondas devem alcançar picos entre 2 e 3 metros com risco de alguma ressaca.
Segunda-feira, 14 de junho: mar agitado, com ondas de 1,5 a 2 metros no litoral sul e baixada santista; no litoral norte, as ondas ainda podem alcançar picos de 3 metros com risco de alguma ressaca.
Litoral do Rio de Janeiro
Sábado, 12 de junho: mar em elevação, com ondas de 2 a 3 metros.
Domingo, 13 de junho: mar agitado, com ondas de 3 a 3,5 metros – risco de ressaca.
Segunda-feira, 14 de junho: mar agitado, com ondas de 3 a 3,5 metros – risco de ressaca.
Terça-feira, 15 de junho: mar agitado, com ondas em torno de 2 metros
Litoral do Espírito Santo
Sábado, 12 de junho: mar em elevação, com ondas de 1 a 2 metros.
Domingo, 13 de junho: mar agitado, com ondas de 2 a 2,5 metros, com risco de ressaca.
Segunda-feira, 14 de junho> mar agitado, com ondas de até 3 metros e risco de ressaca
Terça-feira, 15 de junho: mar agitado, com ondas em torno de 2 metros
Litoral da Bahia
Sábado, 12 de junho: ondas de 0,5 a 1,0 metro no litoral sul; ondas de 0,5 metro nas demais áreas. com ondas que pode chegar a 1,5 metros até a noite.
Domingo, 13 de junho: mar em elevação, com ondas de 1,5 a 2,0 metros.
Segunda-feira, 14 de junho: mar agitado, com ondas de 2 a 2,5 metros e risco de ressaca
Terça-feira, 15 de junho: mar agitado, com ondas de 2 a 2,5 metros e risco de ressaca
Litoral de Sergipe
Sábado, 12 de junho: ondas de 0,5 a 1,0 metro.
Domingo, 13 de junho: mar em elevação, com ondas de 1,5 a 2,0 metros.
Segunda-feira, 14 de junho: mar agitado, com ondas de 2 a 2,5 metros e risco de ressaca
Terça-feira, 15 de junho: mar agitado, com ondas de 2 a 2,5 metros e risco de ressaca
Litoral de Alagoas
Sábado, 12 de junho: ondas de 0,5 a 1,0 metro
Domingo, 13 de junho: mar em elevação, com ondas de 1,5 a 2,0 metros.
Segunda-feira, 14 de junho: mar agitado, com ondas de 2 a 2,5 metros e risco de ressaca
Terça-feira, 15 de junho: mar agitado, com ondas de 2 a 2,5 metros e risco de ressaca
Litoral de Pernambuco
Sábado, 12 de junho: ondas de 0,5 metro
Domingo, 13 de junho: ondas de 0,5 metro.
Segunda-feira, 14 de junho: mar agitado, com ondas de 1 a 1,5 metros
Terça-feira, 15 de junho: mar agitado, com ondas de 2 metros e risco de ressaca

Fonte: climatempo

Esse post foi publicado de sexta-feira, 11 de junho de 2010 às 13:29, e arquivado em Alertas.
Última modificação: sábado, 12 de junho de 2010 às 10:02

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Imagens de satélites revelam os efeitos da estiagem no Sul do Brasil


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efeitos da estiagem no Sul do Brasil
Crédito: Inpe - O mapeamento confirma que a região Sul tem enfrentado períodos de estiagens com intensidade e freqüência acima do normal
04/06/2010 - 07:50
No Centro Regional Sul do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (CRS/Inpe/MCT), em Santa Maria, pesquisadores do Núcleo de Aplicação e Pesquisa de Geotecnologias em Desastres Naturais e Eventos Extremos (Geodesastres) utilizaram imagens de satélites para mapear as áreas atingidas pela estiagem no Sul do Brasil no período de dezembro de 2000 a junho de 2009.
O mapeamento confirma que a região Sul tem enfrentado períodos de estiagens com intensidade e freqüência acima do normal. No verão de 2005 e 2009, foram comprometidas por intensa estiagem áreas correspondentes a 187.726Km2 e 198.857Km2 - ou 33,33 % e 34,34% da região Sul. O outono destes mesmos anos apresentou estiagem de intensidade média, e as áreas de anomalias de vegetação negativa corresponderam a 26,64% (156.564 Km2) e 28,55% (163.871Km2). Os estados do Paraná e do Rio Grande do Sul foram os mais afetados.
Em função dos resultados alcançados com a pesquisa, o Núcleo Geodesastres está criando o Laboratório de Estiagem da região Sul do Brasil - LESul, com a colaboração do Departamento de Engenharia Rural da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Este laboratório irá desenvolver pesquisas com a participação de professores e estudantes de graduação e de pós-graduação da UFSM, bem como de outras universidades e pesquisadores de institutos e organismos da região Sul do Brasil.
Metodologia
O mapeamento realizado pelo Núcleo Geodesastres teve como objetivo propor uma metodologia para monitorar a ocorrência de estiagem na região Sul do Brasil utilizando imagens índice de vegetação melhorado - EVI/MODIS.

As imagens EVI (Enhanced Vegetation Index - Índice de Vegetação Melhorado) do sensor MODIS (Moderate Resolution Imaging Spectroradiometer), a bordo dos satélites Aqua e Terra, permitem identificar as variações no verdor da vegetação (estado de sanidade) causadas por eventos climáticos, como a estiagem.
Foram utilizadas 392 imagens e gerados 196 mosaicos cobrindo o período de dezembro de 2000 a junho de 2009, considerando as quatro estações do ano. As imagens de anomalias de vegetação foram calculadas pelo índice de vegetação padronizado para cada estação do ano no período de dezembro de 2000 a junho de 2009. Os resultados da análise das imagens foram integrados com dados de precipitação média, por estação do ano e dados de índice de precipitação padronizada mensal. O resultado final demonstra que a metodologia utilizada e as imagens EVI/MODIS são úteis para a caracterização e o monitoramento de áreas de anomalias negativas de vegetação, indicativas de estiagem.  

Fonte:  portal MCT

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Vulcões podem ter causado mudanças climáticas no passado?

Por C. Clairborne Ray
Th New York Times 

Os efeitos climáticos dessas erupções tendem a durar apenas meses ou anos
Existe alguma evidência de um canal vulcânico ou câmara de magma que entrou em contato com um campo de petróleo ou gás? Haveria uma grande explosão se o petróleo vaporizado entrasse em contato com o ar da superfície da Terra, liberando dióxido de carbono e detritos de carbono? Isso pode ter levado ao um resfriamento global ou era do gelo?
Essa desastrosa cadeia de eventos provavelmente não ocorreu, na opinião de Nicholas Christie-Blick, professor de ciências ambientais e da terra do Lamont-Doherty Earth Observatory, da Columbia University.
“A maioria do petróleo e do gás do mundo é encontrada em bacias sedimentares com pouca ou nenhuma atividade magmática, então casos em que o magma encontra o petróleo preso são certamente pouco comuns”, ele disse. “Além disso, até mesmo em reservatórios, o petróleo é disperso nos poros entre as partículas sedimentares, enquanto os canais por onde passa o magma são comparativamente estreitos. Assim, um ‘encontro direto’ não necessariamente resultaria em uma grande explosão ou em alguma mudança irreconhecível no clima”.
O comportamento de vulcões explosivos está mais associado a outros fatores, ele disse, e os efeitos climáticos dessas erupções tendem a durar de meses a anos, e não o período de 40 mil a 100 mil anos dos ciclos glaciais-interglaciais.
Recentemente, outras pessoas postularam que esses eventos relacionados aos vulcões podem ter causado grandes mudanças abruptas muito tempo atrás, disse Paul E. Olsen, geólogo e paleontólogo do observatório. Um dos melhores exemplos, disse Olsen, é discutido em um artigo de 2004 da revista “Nature”, por Henrik Svensen e colegas, sobre um evento ocorrido há 55 milhões de anos. Esses cenários são altamente controversos, e há ideias alternativas no mínimo igualmente viáveis, ele disse.