terça-feira, 28 de agosto de 2012

UFRN: Professor de Biociências estuda poluição do rio Potengi/Jundiaí

Buscando analisar as cargas de poluentes presentes nos efluentes brutos e tratados que são despejados no Estuário dos Rios Potengi e Jundiaí e seus efeitos nesses mananciais, o professor Graco Aurélio Câmara de Nelo Viana, Diretor do Centro de Biociências (CB) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), está desenvolvendo o projeto de pesquisa intitulado “Diagnosticar as cargas de poluentes lançadas no estuário dos rios Potengi/Jundiaí”.
Segundo o pesquisador, o objetivo da pesquisa é coletar e analisar os elementos maiores e traços em águas dos efluentes que são despejados no estuário Jundiaí/Potengi e, ao mesmo tempo, fazer um monitoramento físico-químico da água nos mesmos trechos que serão definidos de acordo com as regiões de maiores riscos de impacto ambiental.
Para definir os locais de coleta será feito um planejamento fatorial, considerando alguns fatores característicos da região. As determinações dos elementos maiores e traços em águas e sedimentos serão feitas através do Departamento de Química (DQ) da UFRN.
A contaminação dos ecossistemas por espécies químicas potencialmente tóxicas é um problema global que tem se agravado com o aumento populacional e a sua necessidade por mais fontes naturais. O problema refere-se ao fato de a ingestão de metais e metaloides oferecer riscos à saúde da população, principalmente pela contaminação via alimentos, água a e respiração, cujos impactos, na maioria das vezes, são detectados após longos períodos e de várias maneiras.
Algumas das alterações causadas pelo desequilíbrio da concentração desses elementos no organismo originam a redução da acuidade mental, perda do controle motor, disfunção de órgãos, câncer, doenças crônicas, deficiências imunológicas, incapacidade e finalmente morte. Assim sendo, é de fundamental importância conhecer a dose e o nível de exposição a determinado elemento, mesmo sabendo-se que alguns dos efeitos estão diretamente correlacionados com a biodisponibilidade e, indiretamente, com fatores químicos, geoquímicos e biológicos.
O estuário Jundiaí/Potengi vem sendo constantemente alvo de crimes ambientais, pois se encontra encravado numa região de grande impacto ambiental. Lançamentos de efluentes domésticos e industriais sem tratamento, efluentes industriais com tratamento parcial, efluentes das imunizadoras, e efluentes das pescas colaboram para a contaminação do estuário, contaminando suas águas e sedimentos e, consequentemente, seus peixes e crustáceos.
O projeto visa o desenvolvimento de metodologias para coleta e análise de elementos maiores e traços em águas dos efluentes que são despejados no estuário Jundiaí/Potengi, bem como o volume e as cargas poluidoras lançadas nesse estuário.
A importância dessa pesquisa não é apenas a quantificação de espécies químicas ao longo do estuário, dada a necessidade atual de estudos em todos os recursos hídricos utilizados pelo homem como fonte de água potável e/ou para recreação e pesca, mas também consolidar um grupo de pesquisa, no Departamento de Química (DQ) da UFRN, uma vez que a instituição já dispõe de excelente infraestrutura imprescindível à efetivação dessa pesquisa.

Fonte: Boletim da AGECOM - UFRN.

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Isaac: tempestade tropical atuando no Golfo do México

Depois de ter sido devastada há 7 anos atrás pelo Katrina, a cidade de New Orleans pode ser atingida pela tempestade tropical Isaac. Segundo a Associated Press:
 "A previsão do Centro Nacional de Furacões dos EUA (NHC, na sigla em inglês) é de que o Isaac atinja em cheio a costa norte-americana dentro de uma faixa de 500 quilômetros que se estende de Panhandle, na Flórida, a New Orleans."
A matéria do trecho acima pode ser lido no portal do Estadão
Abaixo uma imagem simulando a distribuição de velocidade da tempestade, segundo a NOAA.

Name:  091353.gif
Views: 218
Size:  31.9 KB

Doutorado em Ciências Climáticas - bolsas do IPCC

O IPCC divulga chamada para bolsas de estudo em Ciências Climáticas em nível de Doutorado.


Prazo para submissão: 30 de setembro de 2012

Mais informações: www.ipcc.ch

Students interested in applying for an IPCC scholarship can download application forms at:
http://www.ipcc.ch/ipcc-scholarship-programme/ipcc_scholarshipprogramme.shtml

Completed application forms and supporting documents should be uploaded by 30 September 2012 at: https://www.ipcc.ch/apps/scholarship/applicant/

For more information contact:

Jonathan Lynn, E-mail: jlynn@wmo.int , Tel: + 41 22 730 8066
Werani Zabula, E-mail: wzabula@wmo.int Tel: + 41 22 730 8120 

Informações gerais, em espanhol, pode ser obtida no link www.ipcc.ch/ipcc-scholarship-programme/pdf/pr_2012_es.pdf

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Conferência Científica Internacional sobre Combate à Desertificação

Será realizada em Fortaleza, de 04 a 07 de fevereiro de 2013, a 2ª Conferência Científica da UNCCD (sigla em inglês para a Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação). Maiores informações podem ser obtidas no site: http://2sc.unccd.int/home/ 
Apesar da conferência ser realizada no Brasil, não há versão em nosso idioma. Uma tradução livre dos objetivos da conferência segue abaixo:

Existe um consenso generalizado de que as questões prementes sobre a desertificação, a degradação do solo e a seca (DDSS), ainda não foram devidamente incluídas e tratadas nas atuais agendas tanto do setor público, quanto do setor privado em nível global, nacional e local. Portanto, é de fundamental importância chamar a atenção  para os efeitos, especialmente custos e benefícios , decorrentes das decisões a serem tomadas com  relação à gestão do solo e dos ecossistemas.
Por estas razões, a Segunda Conferência Científica UNCCD pretende reunir uma série de interessados​​ - as universidades,  gestores públicos,  a sociedade civil e o setor privado -, para tratar a DDSS a partir de uma perspectiva econômica.

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Mudanças Climáticas e Mídia

Abaixo segue reprodução de matéria publicada online pela Agência FAPESP. O texto aborda um aspecto importante geral, que é a divulgação científica, ou de assuntos científicos, feito pela mídia não especializada. Esta preocupação não é nova, e mesmo nos países mais desenvolvidos há uma grande preocupação com ea questão da boa divulgação e popularização da Ciência, levando a algumas das melhores universidades a criarem cursos de especialização na área. No Brasil estamos dando os primeiros passos. Na semana passada adquirimos, na livraria do Campus da UFRN um livro bastante interessante e intitulado "Energia, Ambiente & Mídia: qual é a questão?", tendo como autores Vânia Mattozo e Celso de Brasil Camargo. Estamos plenamente de acordo com as palavras do apresentado do livro, Moacir Loth, quando afirma "Mattozo e Camargo provam que, para divulgar a ciência, o jornalista não precisa virar cientista, nem o cientista precisa virar jornalista." 

Cientistas apontam problemas da cobertura da imprensa sobre mudanças climáticas


Por Fábio de Castro
Agência FAPESP – Na avaliação de especialistas reunidos em São Paulo para discutir a gestão de riscos dos extremos climáticos e desastres, para que seja possível gerenciar de forma adequada os impactos desses eventos, é fundamental informar a sociedade – incluindo os formuladores de políticas públicas – sobre as descobertas das ciências climáticas.
No entanto, pesquisadores estão preocupados com as dificuldades encontradas na comunicação com a sociedade. A complexidade dos estudos climáticos tende a gerar distorções na cobertura jornalística do tema e o resultado pode ser uma ameaça à confiança do público em relação à ciência.
A avaliação foi feita por participantes do workshop “Gestão dos riscos dos extremos climáticos e desastres na América Central e na América do Sul – o que podemos aprender com o Relatório Especial do IPCC sobre extremos?”, realizado na semana passada na capital paulista.
O evento teve o objetivo de debater as conclusões do Relatório Especial sobre Gestão dos Riscos de Extremos Climáticos e Desastres (SREX, na sigla em inglês) – elaborado e recentemente publicado pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) – e discutir opções para gerenciamento dos impactos dos extremos climáticos, especialmente nas Américas do Sul e Central.
O workshop foi realizado pela FAPESP e pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em parceria com o IPCC, o Overseas Development Institute (ODI) e a Climate and Development Knowledge (CKDN), ambos do Reino Unido, e apoio da Agência de Clima e Poluição do Ministério de Relações Exteriores da Noruega.
Durante o evento, o tema da comunicação foi debatido por autores do IPCC-SREX, especialistas em extremos climáticos, gestores e líderes de instituições de prevenção de desastres.
De acordo com Vicente Barros, do Centro de Investigação do Mar e da Atmosfera da Universidade de Buenos Aires, o IPCC, do qual é membro, entrou há três anos em um processo de reestruturação que compreende uma mudança na estratégia de comunicação.
“A partir de 2009, o IPCC passou a ser atacado violentamente e não estávamos preparados para isso, porque nossa função era divulgar o conhecimento adquirido, mas não traduzi-lo para a imprensa. Temos agora um grupo de jornalistas que procura fazer essa mediação, mas não podemos diluir demais as informações e a última palavra na formulação da comunicação é sempre do comitê executivo, porque o peso político do que é expresso pelo painel é muito grande”, disse Barros.
A linguagem é um grande problema, segundo Barros. Se for muito complexa, não atinge o público. Se for muito simplificada, tende a distorcer as conclusões e disseminar visões que não correspondem à realidade.
“O IPCC trata de problemas muito complexos e admitimos que não podemos fazer uma divulgação que chegue a todos. Isso é um problema. Acredito que a comunicação deve permanecer nas mãos dos jornalistas, mas talvez seja preciso investir em iniciativas de treinamento desses profissionais”, disse.
Fábio Feldman, do Fórum Paulista de Mudanças Climáticas, manifestou preocupação com as dificuldades de comunicação dos cientistas com o público, que, segundo ele, possibilitam que os pesquisadores “céticos” – isto é, que negam a influência humana nos eventos de mudanças climáticas – ganhem cada vez mais espaço na mídia e no debate público.
“Vejo com preocupação um avanço do espaço dado aos negacionistas no debate público. A imprensa acha que é preciso usar necessariamente o princípio do contraditório, dando espaço e importância equânimes para as diferentes posições no debate”, disse.
De acordo com Feldman, os cientistas – especialmente aqueles ligados ao IPCC – deveriam ter uma atitude mais pró-ativa no sentido de se contrapor aos “céticos” no debate público.
Posições diferentes
Para Reynaldo Luiz Victoria, da Coordenação do Programa FAPESP de Pesquisa em Mudanças Climáticas Globais, é importante que a imprensa trate as diferentes posições de modo mais equitativo.
“Há casos específicos em que a imprensa trata questões de maneira pouco equitativa – e eventualmente sensacionalista –, mas acho que nós, como pesquisadores, não temos obrigação de reagir. A imprensa deveria nos procurar para fazer o contraponto e esclarecer o público”, disse Victoria à Agência FAPESP.
Victoria, no entanto, destacou a importância de que os “céticos” também sejam ouvidos. “Alguns são cientistas sérios e merecem um tratamento equitativo. Certamente que não se pode ignorá-los, mas, quando fazem afirmações passíveis de contestação, a imprensa deve procurar alguém que possa dar um contraponto. Os jornalistas precisam nos procurar e não o contrário”, disse.
De modo geral, a cobertura da imprensa sobre mudanças climáticas é satisfatória, segundo Victoria. “Os bons jornais publicam artigos corretos e há jornalistas muito sérios produzindo material de alta qualidade”, destacou.
Para Luci Hidalgo Nunes, professora do Departamento de Geografia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), os negacionistas ganham espaço porque muitas vezes o discurso polêmico tem mais apelo midiático do que a complexidade do conhecimento científico.
“O cientista pode ter um discurso bem fundamentado, mas que é considerado enfadonho pelo público. Enquanto isso, um pesquisador com argumentos pouco estruturados pode fazer um discurso simplificado, portanto atraente para o público, e polêmico, o que rende manchetes”, disse à Agência FAPESP.
Apesar de a boa ciência ter, em relação ao debate público, uma desvantagem inerente à sua complexidade, Nunes acredita ser importante que a imprensa continue pluralista. A pesquisadora publicou um estudo no qual analisa a cobertura do jornal O Estado de S. Paulo sobre mudanças climáticas durante um ano. Segundo Nunes, um dos principais pontos positivos observados consistiu em dar voz às diferentes posições.
“Sou favorável a que a imprensa cumpra seu papel e dê todos os parâmetros, para que haja um debate democrático. Acho que isso está sendo bem feito e a própria imprensa está aberta para nos dar mais espaço. Mas precisamos nos manifestar para criar essas oportunidades”, disse.
Nunes também considera que a cobertura da imprensa sobre mudanças climáticas, de modo geral, tem sido satisfatória, ainda que irregular. “O tema ganha vulto em determinados momentos, mas não se mantém na pauta do noticiário de forma permanente”, disse.
Segundo ela, o assunto sobressaiu especialmente em 2007, com a publicação do primeiro relatório do IPCC, e em 2012 durante a RIO+20.
“Em 2007, a cobertura foi intensa, mas a popularização do tema também deu margem a distorções e exageros. O sensacionalismo é ruim para a ciência, porque faz o tema ganhar as manchetes rapidamente por algum tempo, mas no médio prazo o efeito é inverso: as pessoas percebem os exageros e passam a olhar com descrédito os resultados científicos de modo geral”, disse.

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Riscos de extremos climáticos e desastres naturais

Agência FAPESP – A fim de aprimorar a gestão de riscos de extremos climáticos e desastres, é preciso aprimorar o diálogo entre cientistas e tomadores de decisão – especialmente com as autoridades locais – e obter participação mais ativa dos governos na avaliação de vulnerabilidades e em iniciativas de adaptação.
Essas recomendações fazem parte do diagnóstico produzido por cientistas e gestores durante o workshop “Gestão dos riscos dos extremos climáticos e desastres na América Central e na América do Sul – o que podemos aprender com o Relatório Especial do IPCC sobre extremos?”, realizado na semana passada na capital paulista.

A matéria completa pode ser lida no link da AF.

Destaque especial para a preocupação com a Educação, segundo a matéria:
"Melhorar o sistema educacional e a formação de profissionais dedicados às questões relacionadas às mudanças climáticas foi outra recomendação. Outro aspecto diagnosticado é que os sistemas nacionais capazes de lidar com os desafios dos eventos extremos não estão integrados de forma adequada: há necessidade de se estabelecer diretrizes em diferentes níveis de governo."

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Saúde dos oceanos

Agência FAPESP – O Índice de Saúde dos Oceanos (OHI, na sigla em inglês), a primeira medida abrangente indicadora da saúde dos ambientes marinhos, baseada no estudo de 171 regiões costeiras no mundo todo, foi lançado no dia 15 de agosto.
O novo índice, lançado pela Conservação Internacional, National Geographic Society e New England Aquarium, é uma medida quantitativa da saúde dos oceanos em termos dos benefícios que eles trazem e considera os seres humanos como parte desse ecossistema.
O índice é organizado em torno de dez fatores definidos para medir o uso que as pessoas fazem dos recursos e serviços oferecidos pelo oceano e ambientes costeiros: provisão de alimentos; oportunidades de pesca artesanal; produtos naturais; armazenamento de carbono; proteção costeira; subsistência e economia; turismo e recreação; identidade local; águas limpas; e biodiversidade.
As primeiras conclusões do OHI, publicadas no mesmo dia 17 na Nature, revelaram uma pontuação global de 60, em um total de 100 pontos.
Quanto menor a pontuação, pior a situação, mostrando que ou o homem não está aproveitando os benefícios fornecidos pelos oceanos, ou não está utilizando esses benefícios de modo sustentável. O Brasil ficou em 35º lugar, com 62 pontos.
Os locais com mais alta pontuação incluíram tanto nações densamente populosas e altamente desenvolvidas, como a Alemanha – em quarto com 73 pontos –, como locais remotos como a Ilha Jarvis, no Pacífico – que ficou em primeiro com 86 pontos.
Foram atribuídas pontuações para os dez fatores avaliados de forma global e também em termos regionais. O OHI pode ser usado desde a escala global até localmente – desde que existam dados de qualidade.
O OHI é uma importante ferramenta para políticos tomarem decisões sobre o futuro dos oceanos. As decisões de gerenciamento de recursos podem ser examinadas por grupo de metas, permitindo que os políticos avaliem a efetividade de seus compromissos.
De acordo com o índice, a maricultura recebeu uma das mais baixas pontuações (10 de 100), revelando oportunidades para os países criarem espécies marinhas de modo sustentável para ajudar a atender à demanda do crescimento da população e fornecer benefícios econômicos.
Os países do oeste da África tiveram a mais baixa pontuação no Índice de Saúde dos Oceanos. Esses países também tiveram baixa classificação no Índice de Desenvolvimento Humano, sugerindo uma relação entre um bom governo, economias fortes e litoral saudável.
Mais de 40% da população mundial vive ao longo da costa e, à medida que a população mundial aumenta, as pessoas se tornam mais dependentes dos oceanos para a sua alimentação, subsistência, recreação e sustento. No entanto, aproximadamente 84% das reservas marinhas monitoradas estão completamente exploradas, sobre-exploradas ou até mesmo esgotadas. A capacidade das frotas pesqueiras do mundo é estimada em 2,5 vezes acima dos níveis de pesca sustentáveis.
“A pontuação global de 60 é uma forte mensagem de que não estamos gerenciando o uso dos oceanos de maneira adequada,” disse Bud Ris, presidente do New England Aquarium e coautor do artigo na Nature. “Há muita oportunidade para melhorias e nós esperamos que o OHI torne esse ponto bastante claro.”
“Pela primeira vez, temos uma medida abrangente do que está ocorrendo com os oceanos e uma plataforma global a partir da qual podemos avaliar as implicações das ações ou omissões humanas”, disse Greg Stone, vice-presidente sênior e cientista chefe para os Oceanos da Conservation International e outro autor do artigo.
Mais informações: http://oceanhealthindex.org e http://ohi.nceas.ucsb.edu/data.

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Seminário da Pós-Graduação em Ciências Climáticas - UFRN


“Aproveitamento Eólico em Reservatórios Hidroelétricos”
Prof. Dr. Arcilan Trevenzoli Assireu
Universidade Federal de Itajubá/MG

Data: 16 de agosto de 2012          Horário: 15h      
Local: Auditório do Departamento de Física - DFTE


RESUMO:  A UNIFEI, junto com instituições colaboradoras como a UFRN, CPTEC/INPE e CCST/INPE tem trabalhado na geração de informação, através de estudos aprofundados sobre importantes aspectos relacionados ao aproveitamento eólico, como rugosidade do terreno, condições da camada limite planetárias e condicionantes específicos em ambientes aquáticos. Resultados têm apontado para viabilidade do aproveitamento eólico nos reservatórios hidrelétricos, sobretudo pela disponibilidade de ventos, contribuições orográficas favoráveis, proximidades com o sistema de transmissão, complementaridade sazonal entre a energia hídrica e eólica, além de aspectos ambientais.  Mesmo em face destes aspectos positivos, existem barreiras que ainda impedem a implantação mais acelerada dos projetos de geração eólica nestes reservatórios. Duas delas em específico, a barreira tecnológica e barreira de informações, serão apresentadas neste seminário, além de resultados já obtidos.

Sobre o Palestrante:  Possui graduação em Física pela Universidade Federal de Viçosa (1995), mestrado em Sensoriamento Remoto pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (1998) e doutorado em Oceanografia Física pelo Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo (2003). Atualmente é professor adjunto da Universidade Federal de Itajubá/MG e professor colaborador no programa de mestrado em Ecologia Aquática da Universidade Federal de Juiz de Fora. Tem experiência na área de Oceanografia Física, com ênfase em movimento da água do mar, atuando principalmente nos seguintes temas: derivadores rastreados por satélite, circulação oceânica, instrumentação meteo-oceanográfica, interação oceano-atmosfera, processos hidrodinâmicos em reservatórios hidrelétricos e aproveitamento eólico em sistemas aquáticos.

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

"Não existe bronzeado seguro", diz especialista

Por Karina Toledo
Agência FAPESP – Quando o assunto é a prevenção do câncer de pele, mais importante do que defender o uso de filtro solar é “fotoeducar” pacientes, médicos, indústria farmacêutica, políticos e autoridades de saúde, defende o dermatologista Fernando Stengel, presidente da Fundação Argentina de Câncer de Pele e membro do Conselho Internacional da Skin Cancer Foundation.
Durante participação no 14º Congresso Mundial de Câncer de Pele, realizado em São Paulo no início de agosto, Stengel questionou a eficácia da fotoproteção como praticada hoje. “Filtros solares são um produto e são vendáveis. Por isso foram superpromovidos. Agora estamos voltando atrás”, disse em entrevista à Agência FAPESP.
Stengel afirma que o sol não é mais perigoso hoje do que no passado. “Mas a preocupação com o câncer de pele, no entanto, é maior, pois as pessoas estão mais expostas à radiação solar e a expectativa de vida aumentou”, disse.
Segundo dados da Skin Cancer Foundation, nos Estados Unidos mais pessoas tiveram câncer de pele nos últimos 31 anos do que todos os outros casos de câncer somados. Um em cada cinco americanos desenvolverá a doença ao longo da vida e uma pessoa morre de melanoma a cada hora.
Também no Brasil o câncer de pele é o tumor mais frequente, de acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca). A estimativa para 2012 é de 134,1 mil novos casos de câncer de pele não melanoma e 1,3 mil casos de melanoma.
Um único episódio de queimadura solar na infância ou na adolescência dobra o risco de melanoma, segundo especialistas da Skin Cancer Foundation. O risco também dobra caso existam cinco ou mais episódios de queimadura solar em qualquer idade.
Ainda assim, a cultura do bronzeado está em toda parte, disse Stengel. “É preciso rever a forma como a mensagem sobre fotoprevenção tem sido difundida”, disse.
Agência FAPESP – A fotoproteção é a principal forma de prevenção do câncer de pele?
Fernando Stengel – O melhor seria a “fotoeducação”. As empresas farmacêuticas tentam vender a ideia de que existe bronzeado seguro ou de que os filtros são capazes de bloquear totalmente o sol, mas isso não é verdade. Se os médicos apenas reforçam a ideia de que as pessoas devem usar protetor solar, mas elas não sabem por que nem como fazer isso, não adianta. É preciso “fotoeducar” o público geral, os médicos, a indústria, os políticos e as autoridades de saúde. E há muitos aspectos a serem considerados, não apenas o câncer de pele. Há, por exemplo, a questão da vitamina D. Se você se proteger demais do sol, pode não produzir suficientemente vitamina D.
Agência FAPESP – O uso frequente de filtros solares pode causar falta de vitamina D?
Stengel – Se você usar da forma adequada, não terá problema. Mas, por exemplo, idosos em tratamento para câncer de pele severo, que precisam prevenir o aparecimento de novas lesões, talvez precisem de suplementação. Eles não podem expor suas peles ao sol e já não saem tanto na rua. A suplementação com vitamina D é barata e pode ser feita. Não estou dizendo que todos que usam protetor solar precisam tomar vitamina D. Me refiro a grupos de risco, que praticam fotoproteção intensiva. Por outro lado, sabemos que há hoje muitos jovens enfurnados dentro de casa com seus jogos eletrônicos e computadores. São jovens que quase não fazem exercício e não se expõem ao sol. Essa população, principalmente se tiver uma dieta pobre em vitaminas, pode ter problema. É preciso equilíbrio. Afinal, a espécie humana evoluiu ao longo de milhares de anos com sua pele interagindo com o sol e ele tem efeitos positivos sobre nós também.
Agência FAPESP – O sol é hoje mais perigoso do que no passado?
Stengel – Não. Se o sol realmente tivesse mudado de forma significativa, seja na qualidade ou na quantidade dos raios, haveria impacto nas plantações, flores e frutos. E não vemos isso. Temos problemas localizados com a camada de ozônio. O buraco existe sobre a Antártica e aparece no fim de setembro, fica maior em outubro e, no fim de dezembro, desaparece. Na região da Terra do Fogo, entre o Chile e a Argentina, temos alguns dias com picos altos de radiação ultravioleta. Mas você sabe quando e onde vai ocorrer. No caso do Brasil, o sol é o mesmo de sempre. O aparecimento do buraco na camada de ozônio foi um alerta para as civilizações. Se as coisas continuassem no ritmo que estavam, haveria uma redução difusa por toda a atmosfera. Isso seria dramático. Mas o processo foi interrompido e está sendo revertido. Só que a natureza é lenta, leva dezenas de anos para se recuperar.
Agência FAPESP – Então por que há hoje uma preocupação maior com o câncer de pele?
Stengel – Por exemplo, pessoas negras têm pouco problema com câncer de pele, mesmo tendo vivido sempre em zonas equatoriais. Em áreas altas, como o Himalaia, a pele dos nativos também é escura. Isso é resultado da evolução, é como o homem se adaptou. O problema é que o cenário mudou. Há populações de pele muito clara vivendo no Rio de Janeiro ou na Austrália. Há muito mais migração. Além disso, as pessoas estão se expondo mais ao sol desde muito cedo e também estão vivendo mais. Meu avô se aposentou aos 60 anos, em que foi considerado velho. Hoje, você vê pessoas de 80 anos jogando golfe, indo à praia, saindo para caminhar. Há uma série de esportes novos, que antes não existiam. Mesmo o golfe ou surfe não eram tão populares. Então, além do estilo de vida, tem a quantidade de anos que você fica exposto.
Agência FAPESP – A exposição na infância e na adolescência é mais perigosa?
Stengel – O efeito da radiação é cumulativo, então, se alguém começar muito cedo, tende a ter uma dose maior quando chegar aos 50 anos. Além disso, queimaduras solares na infância e na adolescência ou episódios repetidos de queimadura em qualquer época da vida aumentam muito o risco de desenvolver melanoma. Isso é o que se deve evitar ao máximo, mas quando converso com pessoas de meia-idade a maioria relata diversos episódios de queimadura solar. Ainda há muita gente que sai ao sol sem preocupação ou que procura câmaras de bronzeamento artificial. Será que a comunidade está assimilando nossa mensagem sobre fotoproteção?
Agência FAPESP – Como podemos melhorar e difundir a fotoeducação?
Stengel – Vou fazer uma analogia com a segurança no trânsito. A primeira medida para se proteger não é colocar o cinto de segurança e sim respeitar as leis, como parar no sinal vermelho. A segunda medida mais importante é adaptar seu modo de dirigir às condições do trânsito. Mesmo que a velocidade permitida seja de 60 quilômetros por hora, você tem de diminuir se houver congestionamento. Em terceiro lugar, vem o cinto de segurança. No caso da fotoeducação, a primeira medida é respeitar as horas em que o sol está forte. Olhe para sua sombra. Se ela estiver menor que seu corpo, o sol está bem acima de sua cabeça e está forte. Você não deve ficar exposto. Mas, se for inevitável, então é preciso adaptar sua proteção. Eu prefiro usar roupas em vez de me lambuzar todo com protetor solar, exceto quando entro na água. Veja os tuaregues, no Saara. Andam todos cobertos. Por que você acha que o traje típico do gaúcho inclui lenço no pescoço, mangas longas e chapéu? Eles se queimam loucamente se não fizerem isso. Somente em terceiro lugar vem o protetor solar. Filtros solares são produtos e são vendáveis. Por isso a ideia de que fotoproteção é simplesmente usar filtro solar foi superpromovida. Agora estamos voltando atrás e tentando educar a comunidade.
Agência FAPESP – Filtro solar não é uma opção eficaz?
Stengel – Protetores solares são eficazes em bloquear a radiação, mas infelizmente não os usamos corretamente. Mesmo se você usar o melhor protetor solar do mercado, se o sol estiver forte e você começar a transpirar ou entrar na água e usar uma toalha, o produto vai sair. Além disso, muitos não estão dispostos a usar, porque o produto deixa a pele oleosa, brilhante e irrita os olhos. Isso é um grande fator limitante.
Agência FAPESP – Quais são os erros normalmente cometidos na hora de aplicar o filtro solar?
Stengel – Usar uma quantidade inferior ao ideal é um dos piores erros. Os testes que permitem dizer se um produto tem fator de proteção solar (FPS) 50 são feitos com 2 miligramas do produto por centímetro quadrado (mg/cm²) de pele. Nos testes são usadas luvas especiais de borracha, com aplicações de forma gentil e uniforme. Por isso, não recomendo produtos com FPS menor do que 30. No Brasil, eu usaria 50. Além disso, muitos não reaplicam o produto após duas ou três horas de exposição, ou após entrar na água. Outro erro comum é o que eu chamo de coquetel. As mulheres, na Argentina, usam filtro com FPS 60 no rosto, 40 no colo e mãos e 2 nas pernas, pois querem se bronzear. Qual é o local mais comum de melanoma em mulheres? As pernas. Algumas áreas do nosso corpo são cronicamente expostas, como a face e as mãos. Mas a pele é a mesma em toda parte. O ideal seria que houvesse um agente sistêmico de proteção. Você toma uma cápsula de manhã e está protegido, mas isso ainda não existe, mesmo que alguns produtos à venda prometam isso.
Agência FAPESP – Existe bronzeado seguro?
Stengel – Não, mas não devemos olhar o sol como um demônio. É uma questão de equilíbrio. A questão é quanto e com que frequência tomamos sol. As pessoas que moram em São Paulo podem pensar que precisam se proteger apenas no verão, mas isso é um grande erro. O solstício de verão é em 21 de dezembro, mas por aqui o sol começa a ficar forte em setembro e continua até abril. A fotoproteção deve ocorrer ao longo de todo o ano, mas deve aumentar nos meses que tem a letra “r” no nome. Isso deveria ser ensinado na escola, nas aulas de geografia. O esforço tem de ser integrado, mas há algo muito errado na forma como estamos nos comunicando. E quando as pessoas não querem ouvir fica ainda mais difícil. O culto ao bronzeado está em toda parte.

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Brasil se une a programa internacional de pesquisa marinha

Foi lançado na manhã desta quarta-feira, 8, o programa IODP – Capes/Brazil que promove a adesão do Brasil ao Integrated Ocean Drilling Program (IODP). O IODP é um programa internacional de pesquisa marinha que utiliza equipamentos de perfuração pesado montado a bordo de navios para monitorar e retirar amostras do ambiente submarinho.
Para possibilitar que os bolsistas do Programa Ciência sem Fronteiras desfrutem das facilidades científicas do IODP, o Brasil se junta ao programa como membro pleno e terá efetiva participação para treinar pessoas. A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) sediará o escritório brasileiro do programa. Em seis semanas deverá acontecer a primeira expedição com pesquisadores brasileiros no mar da Costa Rica.
Rodey Batiza, membro do National Science Foundation, agência do governo norte-americano. Para o desenvolvimento da ciência ressaltou a importância da entrada no Brasil no programa. "Damos boas vindas à comunidade científica brasileira ao mesmo tempo em que precisamos dos conhecimentos dos pesquisadores e engenheiros brasileiros, que pretendem levar o país ao topo da pesquisa em perfuração", afirmou. Segundo Batiza, há muitas oportunidades para o Brasil e para a comunidade global com essa participação.
O IODP é o programa internacional científico mais antigo dedicado a explorar a história e a estrutura da Terra, tendo início em 1958. O Brasil se junta a outros 28 países que já fazem parte do consórcio internacional. "É uma experiência fantástica trabalhar internacionalmente", afirma Bradford Clement, representante do programa e professor de geologia da Florida International University.
As pesquisas do IODP documentam mudanças climáticas, fronteiras da bioesfera e movimentos da Terra, que podem ajudar a entender fenômenos como terremotos e tsunamis. "Nossos barcos de expedição são laboratórios flutuantes, mas também universidades flutuantes", explica Clement, que participou de uma missão do IODP quando era estudante de graduação. "Foi o momento mais importante da minha formação. Você está ao lado dos maiores especialistas do mundo e com todos pensando sobre o mesmo problema ao mesmo tempo", contou.
O presidente da Capes, Jorge Almeida Guimarães, destacou a relevância da iniciativa. "A parceria com o IODP surge como continuação do nosso trabalho de indução de formação de pesquisadores para áreas estratégicas do país. Essa é oportunidade única de treinamento dos estudantes brasileiros com a 'mão na massa', principal característica da pós-graduação, uma educação formativa", concluiu.

Leia mais no portal da CAPES.

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Aleitamento Materno

UFRN desenvolve diversas ações na Semana Mundial do Aleitamento Materno

08/08/2012 18:10
Durante a Semana Internacional do Aleitamento Materno, que vai de 6 a 10 de agosto, a UFRN realiza diversas ações que incentivam o ato da amamentação entre as gestantes e bebês. Professores, profissionais da saúde e estudantes da UFRN estarão desenvolvendo atividades focadas nesta temática ao longo da semana.

As ações durante a Semana estão voltadas para as mulheres gestantes e lactantes e também para a comunidade em geral. De acordo com a professora e coordenadora do evento, professora Renata Cavalcanti, do Departamento de Fonoaudiologia, a Semana também será para a arrecadação de frascos para o Banco de Leite Materno da Maternidade-Escola Januário Cicco (MEJC), uma das instituições de Saúde da UFRN.

De acordo com os organizadores, é importante destacar que só serão arrecadados frascos de vidro com tampas de plástico.
As ações durante a Semana estarão acontecendo em diferentes frentes, envolvendo shoppings até as unidades básicas de saúde espalhadas pela cidade. Trata-se de uma oportunidade para realizar esclarecimentos e orientar a população em geral.

Os postos de arrecadação estão localizados no Shopping Via Direta e no próprio Banco de Leite da Maternidade-Escola Januário Cicco. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone do Banco de leite: 0800 722 2400.

Importância

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que a amamentação exclusiva seja realizada nos seis primeiros meses de vida e complementada por dois anos ou mais.

A relevância do leite materno é devido aos benefícios nutricionais, imunológicos, sociais e econômicos para o bebê e sua família, obtendo também aspectos positivos na relação da mãe com a criança.

Trata-se, portanto, de acordo com os médicos e especialistas, de uma ação indispensável para o adequado crescimento e desenvolvimento de toda criança. Veja a seguir a programação.

Programação:
• Maternidade Escola Januário Cicco MEJC (posto de arrecadação)
De 6 a 10 de agosto das 8h às 11h e 14 às 17h.
• Shopping Via Direta (posto de arrecadação)
De 6 a 10 de agosto das 9h às 17h.
• Unidade Básica de Saúde da África:
6 de agosto das 8h às 11h
8 de agosto das 8h às 11h e 14h às 17h
• Unidade Básica de Saúde Aparecida:
7 de agosto das 8h às 11h
• Unidade Básica de Saúde Planície das Mangueiras
6 e 9 de agosto das 14h às 17h.

Nota do blog
Pode parecer um tanto fora do usual, mas existem conexões importantes entre ambiente (no nosso caso, preocupação com questões climáticas) e saúde pública. A título de exemplo, recomendamos aos leitores uma visita ao blog Climate and Health, onde está postada uma matéria interessante sobre essas relações. Em particular, gostaríamos de chamar a atenção que nesta campanha estão sendo coletados vidros com tampas, que podem ser reaproveitados, após processo de esterilização, para armanezamento de leite materno. Este tipo de recipiente está em falta em maternidades de Natal, a exemplo da Januário Cicco da UFRN. Um excelente oportunidade para prática de reciclagem, cuidando também da saúde ambiental.


segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Riscos de extremos climáticos e desastres naturais

Agência FAPESP – Um encontro para divulgar informações científicas sobre possíveis impactos de riscos de extremos climáticos – como ondas de calor, recordes de temperaturas altas e forte precipitação de chuvas – e dos desastres a eles relacionados, bem como as opções disponíveis para o gerenciamento desses impactos será realizado nos dias 16 e 17 de agosto, em São Paulo.
O workshop “Gestão dos Riscos dos Extremos Climáticos e Desastres na América Central e na América do Sul – O que podemos aprender com o Relatório Especial do IPCC sobre Extremos?” debaterá o resultado das avaliações feitas pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) no Relatório Especial sobre Gestão dos Riscos de Extremos Climáticos e Desastres (SREX, na sigla em inglês) nas Américas do Sul e Central.
O evento será realizado pela FAPESP e pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em parceria com o IPCC, o Overseas Development Institute (ODI) e a Climate and Development Knowledge Network (CDKN), ambos do Reino Unido, e apoio da Agência de Clima e Poluição e do Ministério de Relações Exteriores da Noruega.
O workshop tem por objetivo reunir líderes empresariais, acadêmicos, pesquisadores e organizações da sociedade civil cujas políticas ou programas possam ser afetados por eventos climáticos extremos.
Durante o encontro serão abordadas questões como exposição e vulnerabilidade no contexto do SREX, com observações sobre extremos climáticos, impactos e perdas, opções de gerenciamento de riscos para a melhoria de práticas atuais e futuras.
Composto por nove capítulos e quatro anexos, o SREX foi preparado durante dois anos por 220 autores de 62 países, envolvendo os grupos de trabalho I e II do próprio painel do IPCC. Foram recebidos 18.784 comentários de governos, de especialistas e agências internacionais durante as três rodadas de revisão.
De acordo com o IPCC, as alterações no clima do planeta têm sido responsáveis por padrões de eventos extremos, em diversas partes do mundo. As consequências desses eventos poderiam ser reduzidas, pois vulnerabilidades sociais e exposição a riscos também contribuem para seu impacto, embora nem sempre eventos climáticos levem a desastres.
O SREX é resultado de um esforço multidisciplinar entre os cientistas que estudam os aspectos físicos das mudanças climáticas e de suas experiências em impactos, adaptação e vulnerabilidade, bem como de peritos em gestão de risco de desastres.
Os dados e informações contidos no relatório permitem que os formuladores de políticas possam aprofundar as discussões, com base nos resultados e no exame do material em que o IPCC baseia suas avaliações. O relatório identifica as lições aprendidas com a vasta experiência no gerenciamento de riscos de desastres, com foco crescente na adaptação para mudanças climáticas.
O relatório destaca períodos prolongados de altas temperaturas e ondas de calor em diversas regiões do mundo. Indica o provável aumento na frequência de eventos de precipitação intensa ou aumento na proporção do total de chuvas intensas em muitas áreas, em especial nas latitudes elevadas e em regiões tropicais, e no aumento do rigor do inverno nas latitudes médias do norte do planeta.
O documento também aponta um aumento na duração e intensidade das secas em algumas regiões do mundo, incluindo o sul da Europa e do Mediterrâneo, Europa Central, América Central e México, além da África Austral e em diferentes áreas da América do Sul.
Pesquisadores prepararam um documento de 592 páginas, com base nas mais recentes informações técnicas e científicas, e o submeteram a duas rodadas de revisões, feitas por especialistas e governos.
“Há muitas opções atualmente disponíveis que poderiam melhorar a preparação para uma resposta eficaz aos eventos climáticos extremos e catástrofes e aumentar a recuperação a partir deles”, diz Vicente Barros, do Centro de Investigación del Mar y la Atmósfera da Argentina e vice-presidente do Grupo de Trabalho 2 do IPCC.
Um dos organizadores do workshop, Jose Marengo, pesquisador do Centro de Ciência do Sistema Terrestre (CCST) do Inpe e um dos autores do SREX, destaca a importância do relatório para as Américas Central e do Sul nas ações dos governos para enfrentar os desastres naturais associados principalmente a chuvas intensas e períodos secos.
“O aumento já observado dos extremos de chuva no sudeste da América do Sul mostra um forte impacto em sistemas naturais e humanos, em áreas urbanas e rurais, incluindo áreas vulneráveis da cidade de São Paulo, que são afetadas pelas intensas chuvas e enchentes todos os anos”, disse.
“Essa tendência poderá piorar no futuro, caso não sejam tomadas medidas para a adaptação, pois as projeções mostram uma tendência de aumento nos extremos de chuva em regiões densamente povoadas, como o Estado de São Paulo, entre outros”, disse Marengo.
O workshop em São Paulo faz parte de uma série de eventos, com caráter de discussão regional, realizados em 2012 em diferentes partes do mundo. Os encontros visam fornecer informação sobre possíveis impactos dos extremos climáticos e desastres por região, além de opções de gerenciamento dos potenciais riscos deles decorrentes, conforme as avaliações do IPCC.
O evento incluirá uma coletiva de imprensa, apresentação do Relatório Especial por seus autores, sessões especiais para discussão sobre a política nacional e regional e um conjunto de miniworkshops, destinados a promover o diálogo e a partilha sobre as implicações do Relatório Especial para as partes interessadas e formuladores de políticas em níveis local, regional e nacional.
O workshop “Gestão dos Riscos dos Extremos Climáticos e Desastres na América Central e na América do Sul” será realizado no Centro de Convenções Albert Einstein – Auditório Moise Safra, Av. Albert Einstein, 627, São Paulo. A participação no workshop é gratuita.
Mais informações e inscrição: www.fapesp.br/ipccsrex

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Alimentos mais caros por causa da seca

Esta é uma preocupação do governo, e do povo, dos EUA. Segundo projeções, a pior seca nos últimos 50 anos vai elevar o preço de alimentos básicos.



Na imagem acima, são comparados os preços entre 2011 e a previsão para 2013, para pão (bread), leite (milk), ovos (eggs) e frango (chicken).
O artigo sobre o assunto pode ser acessado neste link, em inglês.
É uma preocupação que deveria servir de referência para a população e, principalmente, os gestores públicos do Brasil.

Inpe aponta redução de 23% no desmatamento da Amazônia Legal

O Sistema de Detecção de Desmatamentos em Tempo Real (Deter), coordenado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe/MCTI), apontou redução de 23% no desmatamento da Amazônia Legal entre agosto de 2011 e julho de 2012, em comparação com os 12 meses anteriores. Os dados, apresentados nesta quinta-feira (2) no Ministério do Meio Ambiente, indicam devastação de uma área de 2.049 metros quadrados (m²), 630 m² inferior à registrada no último levantamento.

Conforme o estudo do Deter, todos os estados da Amazônia Legal mantiveram ou reduziram a taxa de desmatamento, com exceção de Roraima. O Maranhão registrou a maior redução (67%), seguido de Amazonas (45%), Acre (42%) e Pará (42%).

“Ainda que os dados do Deter não sejam uma boa métrica do desmatamento anual como um todo, eles indicam uma tendência e, aparentemente, temos no último ano um movimento de queda”, avaliou o secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Carlos Nobre.

Segundo a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, o estado do Amazonas reduziu 45% de seu ritmo de desmatamento graças a estratégias de inteligência, mediante um trabalho conjunto entre o Ibama, Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Força Nacional de Segurança, Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal (PRF). Os alertas gerados pelo Deter, enviados ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama), orientam a fiscalização e o controle da derrubada da floresta pelo governo federal.

Cbers-3

A expectativa é de que as limitações do Deter –  dificuldade de monitorar territórios cobertos por nuvens e incapacidade de detectar áreas de desmate inferiores a 25 hectares – devem diminuir após o lançamento do Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres (Cbers-3), previsto para o final do ano. “Com isso, poderemos contar com uma informação em muito mais alta resolução espacial, que vai se aproximar da análise do Prodes”, explicou o secretário do MCTI. “E vamos ter monitoramento constante, semanal e, um pouco mais para frente, a cada dois, três dias”, acrescentou o secretário do MCTI.

Além do Cbers-3, o Inpe investe em outras frentes para aumentar a precisão do monitoramento na Amazônia. “Existe, ainda, margem para grandes melhorias nos sistemas”, disse o diretor do Inpe, Leonel Perondi. “Temos projetos que buscam aprimorar tanto o Prodes, que é de 1988, quanto o Deter, de 2004”.

Segundo Nobre, monitoramento e fiscalização da Amazônia não resolvem, sozinhos, o problema do desmatamento – condição para que o Brasil atinja suas metas de redução da emissão de carbono até 2020. “Essa redução continuada, duradoura e permanente exige um novo modelo de desenvolvimento”, afirmou. “E políticas públicas têm buscado incessantemente esse modelo, a exemplo de dois programas a serem anunciados pelo MCTI, com o MMA e a Embrapa”, concluiu.

                                                                                                                                                 Texto: Ascom do MCTI

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Parceria entre Inpa, Harvard e UEA pretende estudar os efeitos da poluição nas interações biosfera-atmosfera


Por Josiane Santos - portal INPA

O Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI) apresentou o projeto GoAmazon2014, uma parceria com a Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e a Universidade de Harvard dos Estados Unidos, que pretende medir o efeito da poluição urbana sobre o funcionamento da atmosfera natural e do ecossistema analisando os ciclos do carbono e de vida dos aerossóis e das nuvens. O projeto foi apresentado nesta segunda-feira (30) no Auditório Professor Paulo Burheim, na sede da Fundação Amazônica de Defesa da Biosfera (FDB).
O projeto surgiu após o convite do pesquisador Scot Martin, da Universidade de Harvard, convidando o Inpa e outras instituições brasileiras para participar de uma proposta de estudo para o Departamento de Energia dos Estados Unidos. “O Departamento de Energia disponibiliza um grande conjunto de equipamentos de medidas atmosféricas à comunidade científica, e tem equipe própria para instalar esses equipamentos e fazer as medidas, cujos dados são disponibilizados livremente na internet. Outros pesquisadores de outros lugares do mundo também poderão analisar os dados”, explica o pesquisador do Inpa, Antonio Manzi. 
O projeto Green Ocean Amazon 2014 (GoAmazon2014) - Experimento do Oceano Verde Amazônia 2014 - tem por finalidade entender os ciclos de vida dos aerossóis, do carbono e das nuvens influenciadas pela poluição proveniente de uma grande cidade tropical e seus efeitos na biosfera e na atmosfera. O projeto pretende responder o principal questionamento: Qual é o efeito da poluição sobre o funcionamento da atmosfera natural e do ecossistema e as relações entre eles? 
“O GoAmazon irá coletar dados que sejam capazes de produzir previsões como o funcionamento atual dos fluxos de energia, carbono, funcionamentos dos ecossistemas, fluxos químicos da região amazônica. Vamos ter a oportunidade de estudar as nuvens com e sem poluição dentro de uma região tropical, algo inédito, porque a maioria das pesquisas sobre as nuvens foram desenvolvidas nos Estados Unidos ou na Europa”, explica o pesquisador de Harvard.
Martin ressaltou ainda que as pesquisas pretendem compreender e quantificar, em ambiente tropical, as diferenças entre massas de ar puro e massa de ar que sofreram com ações humanas. “É ainda objetivo do projeto que o desenvolvimento desta base de conhecimentos sobre as influências das atividades antrópicas em um ambiente tropical natural possa ser combinado com o passado e com simulações de mudanças demográficas para determinar, por meio de modelagem, como invasão das florestas por áreas urbanas no passado e no futuro afetam o forçamento radiativo, os aspectos do ciclo hidrológico e a evolução do clima regional e global”, destacou o pesquisador.
As instalações dos equipamentos começaram em dezembro de 2011, na Fazenda Agropecuária Exata S/A, localizada no município de Manacapuru, interior do Amazonas.  Ao todo 11 containers com equipamentos compõem o conjunto de sensores do projeto que têm previsão de funcionamento completo durante um ano a partir de primeiro de janeiro de 2014.
O GoAmazon2014 vai se beneficiar de equipamentos que estão instalados ou em fase de implementação em outros locais de experimentos do Inpa, como no Observatório Amazônico com Torre Alta (ATTO), localizado na Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Uatumã – no município de São Sebastião do Uatumã no Amazonas; na reserva experimental do Inpa e Programa de Grande Escala da Biosfera-Atmosfera na Amazônia (LBA) - ZF2, que disponibilizará dados de mais de 10 anos de medidas contínuas e que referenciarão o que for obtido por este projeto no que diz respeito ao clima regional; e outro ponto no Bosque da Ciência, na sede do Inpa em Manaus (AM), monitorando continuamente a qualidade do ar. 
O professor da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), Rodrigo Souza, um dos coordenadores do projeto, ressaltou que o mais importante é que o projeto irá trazer é formar mão de obra local com pessoas que já estão na região. “O projeto pretende, principalmente, formar recursos humanos. O projeto Ciências sem Fronteiras disponibilizou cinco bolsas (duas pelo programa de “Bolsa Sanduíche” e três de pós-doutorado). Estamos fazendo um esforço para que as pessoas envolvidas nesse projeto sejam da região para fortalecer outros grupos de pesquisas locais”, destacou. A UEA participará da formação de recursos humanos principalmente por meio do programa de pós-graduação de Clima e Ambiente, uma cooperação entre o Inpa e a Universidade.
Parceiros
Entre as Instituições parceiras na execução do projeto GoAmazon estão: Inpa/LBA, Fundação Amazônica de Defesa da Biosfera (FDB), Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam), Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (CTA) e a Universidade de São Paulo (USP).