O Sistema de Detecção de Desmatamentos em Tempo Real (Deter), coordenado
pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe/MCTI), apontou
redução de 23% no desmatamento da Amazônia Legal entre agosto de 2011 e
julho de 2012, em comparação com os 12 meses anteriores. Os dados,
apresentados nesta quinta-feira (2) no Ministério do Meio Ambiente,
indicam devastação de uma área de 2.049 metros quadrados (m²), 630 m²
inferior à registrada no último levantamento.
Conforme o estudo
do Deter, todos os estados da Amazônia Legal mantiveram ou reduziram a
taxa de desmatamento, com exceção de Roraima. O Maranhão registrou a
maior redução (67%), seguido de Amazonas (45%), Acre (42%) e Pará (42%).
“Ainda que os dados do Deter não sejam uma boa métrica do
desmatamento anual como um todo, eles indicam uma tendência e,
aparentemente, temos no último ano um movimento de queda”, avaliou o
secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do
Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Carlos Nobre.
Segundo
a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, o estado do Amazonas
reduziu 45% de seu ritmo de desmatamento graças a estratégias de
inteligência, mediante um trabalho conjunto entre o Ibama, Agência
Brasileira de Inteligência (Abin), Força Nacional de Segurança, Polícia
Federal e Polícia Rodoviária Federal (PRF). Os alertas gerados pelo
Deter, enviados ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais (Ibama), orientam a fiscalização e o controle da derrubada da
floresta pelo governo federal.
Cbers-3
A
expectativa é de que as limitações do Deter – dificuldade de monitorar
territórios cobertos por nuvens e incapacidade de detectar áreas de
desmate inferiores a 25 hectares – devem diminuir após o lançamento do
Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres (Cbers-3), previsto para
o final do ano. “Com isso, poderemos contar com uma informação em muito
mais alta resolução espacial, que vai se aproximar da análise do
Prodes”, explicou o secretário do MCTI. “E vamos ter monitoramento
constante, semanal e, um pouco mais para frente, a cada dois, três
dias”, acrescentou o secretário do MCTI.
Além do Cbers-3, o Inpe
investe em outras frentes para aumentar a precisão do monitoramento na
Amazônia. “Existe, ainda, margem para grandes melhorias nos sistemas”,
disse o diretor do Inpe, Leonel Perondi. “Temos projetos que buscam
aprimorar tanto o Prodes, que é de 1988, quanto o Deter, de 2004”.
Segundo
Nobre, monitoramento e fiscalização da Amazônia não resolvem, sozinhos,
o problema do desmatamento – condição para que o Brasil atinja suas
metas de redução da emissão de carbono até 2020. “Essa redução
continuada, duradoura e permanente exige um novo modelo de
desenvolvimento”, afirmou. “E políticas públicas têm buscado
incessantemente esse modelo, a exemplo de dois programas a serem
anunciados pelo MCTI, com o MMA e a Embrapa”, concluiu.
Texto: Ascom do MCTI
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