terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Estudo mostra que invernos estão mais frios porque faz mais calor

A matéria abaixo, da FRANCE PRESS,  foi publicada no portal Folha de São Paulo/OUL aqui.

Apesar de parecer estranho, os inclementes invernos que assolam a Europa há dez anos estão relacionados, em grande parte, ao aquecimento climático, segundo estudo publicado no "Journal de Recherche Géophysique". 

À primeira vista, o frio glacial que atinge a Europa parece pouco compatível com a alta média das temperaturas previstas para antes do fim do século, e que poderá alcançar um aumento de cinco ou seis graus. 

Para os céticos que alegam que a mudança climática não existe porque os invernos são cada vez mais frios, vários cientistas respondem que estas ondas de frio são um esfriamento temporário, parte do aquecimento global. 

Um novo estudo, no entanto, vai mais longe e mostra que a alta dos termômetros é precisamente a origem destes invernos nevados e tão frios. 

A causa seria o degelo da calota glacial ártica. 

O aquecimento, duas ou três vezes superior à média global, provocou sua redução de 20% nestes últimos 30 anos. Esta calota pode, inclusive, desaparecer totalmente durante os meses de verão antes do fim do século. 

Isso permitiu que a força radioativa do sol fosse mais absorvida pelo mar do que refletida para o espaço pelo gelo e neve, acelerando o processo de aquecimento. O que afeta os sistemas de pressão, criando uma fonte maciça de calor durante os meses de inverno. 

"Digamos que o oceano esteja a zero grau", explica à AFP Stefan Rahmstorf, especialista em clima do prestigiado Instituto Potsdam (Alemanha), que pesquisa o impacto das mudanças climáticas.
"O oceano está muito mais quente que o ar ambiente nesta zona polar no inverno. Há então um fluxo quente que sobe para a atmosfera, o que normalmente você não tem quando tudo está coberto de gelo. É uma mudança extraordinária", acrescenta. 

O resultado, segundo o estudo publicado no início do mês, é um sistema de altas pressões que empurra o ar polar no sentido anti-horário, na direção da Europa. 

"Estas anomalias podem triplicar a probabilidade de haver invernos extremos na Europa e no norte da Ásia", indica o físico Vladimir Petujov, que coordenou o estudo. 

Outras explicações para estes invernos atípicos, como uma baixa da atividade solar ou as mudanças na corrente do golfo, "tendem a exagerar os efeitos", acrescenta Petujov. 

Além disso, o especialista destaca que no inverno glacial de 2005-2006, quando as temperaturas caíram dez graus em relação às habituais na Sibéria, não foi constatada nenhuma anomalia na oscilação norte-atlântica, um fenômeno meteorológico sugerido como possível explicação desses invernos inclementes. 

Os cientistas assinalam que estes invernos tão frios na Europa não refletem a tendência global constatada no planeta, já que 2010 deve ser um dos três anos mais quentes da história.
"Quando olho pela minha janela, vejo 30 centímetros de neve e o termômetro diz 14 graus negativos", conta Rahmstorf, falando por telefone em Potsdam. Ele acrescenta: "Ao mesmo tempo, na Groenlândia, estamos acima de zero em dezembro."

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Especial FAPESP: Combinação desastrosa


27/12/2010

Por Elton Alisson
Agência FAPESP – As mudanças climáticas, somadas ao crescimento populacional causado, em grande parte, pela construção de empreendimentos voltados à exploração de petróleo e gás, podem aumentar as vulnerabilidades socioambientais das cidades do litoral do Estado de São Paulo aos eventos climáticos extremos, segundo pesquisa feita no Núcleo de Pesquisas Ambientais (Nepam) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
De acordo com Lúcia da Costa Ferreira, coordenadora da pesquisa, por suas próprias características ecológicas a zona costeira do litoral paulista já é muito sensível a qualquer alteração climática, como chuvas intensas. Com o aumento do número de moradores nos últimos anos, atraídos pela oferta de emprego principalmente no setor petrolífero, a infraestrutura das cidades litorâneas do Estado de São Paulo tende a piorar. Em função disso, elas podem se tornar mais frágeis para enfrentar os riscos de acidentes e desastres naturais, como deslizamentos de encostas e inundações.
“Há locais na faixa litorânea onde a área disponível para ocupação humana, que vai do sopé do morro ao mar, é muito pequena. Qualquer alteração no nível no mar nessas áreas pode provocar impactos violentos”, disse Lúcia à Agência FAPESP.
Para identificar as vulnerabilidades socioambientais apresentadas pelos municípios situados em todo o litoral do Estado de São Paulo em relação aos possíveis impactos das mudanças climáticas, e identificar quais as adaptações terão que promover para enfrentá-las, foi iniciado em 2009 o Projeto Temático "Crescimento urbano, vulnerabilidade e adaptação: dimensões ecológicas e sociais de mudanças climáticas no litoral de São Paulo", apoiado pela FAPESP.
Coordenado inicialmente por um dos principais especialistas no Brasil em demografia e mudanças ambientais, o professor do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH), da Unicamp, Daniel Joseph Hogan, que morreu em abril, o projeto multidisciplinar é dividido em quatro componentes.
No primeiro, “Crescimento e morfologia das cidades e vulnerabilidades das populações, infraestruturas e lugares”, liderado pelo professor do Departamento de Demografia do IFCH-Unicamp, Roberto Luiz do Carmo, estão sendo analisados o crescimento populacional das cidades litorâneas paulistas, as vulnerabilidades das populações e suas infraestruturas para enfrentar os eventos climáticos.
No segundo componente, intitulado “Mudança ambiental global e políticas públicas em nível local: riscos e alternativas” e coordenado pela professora do Departamento de Sociologia do IFCH-Unicamp, Leila da Costa Ferreira, são estudadas as iniciativas que estão sendo tomadas pelos gestores municipais para preparar as cidades litorâneas paulistas para possíveis mudanças ambientais e impactos das alterações climáticas.
O terceiro componente, “Conflitos entre expansão urbana e cobertura florestal e suas consequências para a mudança ambiental global no Estado de São Paulo”, coordenado por Lúcia, avalia as dinâmicas sociais e os conflitos que estão ocorrendo na região devido à contraposição da expansão urbana com a existência de áreas protegidas na região por inúmeras unidades de conservação ambiental.
No quarto componente, “Expansão urbana e mudanças ambientais no litoral nordeste do Estado de São Paulo: impactos sobre a biodiversidade”, coordenado pelo professor do Instituto de Biologia (IB) da Unicamp e coordenador do programa Biota FAPESP, Carlos Alfredo Joly, estão sendo pesquisados os impactos da expansão urbana e das mudanças ambientais sobre a biodiversidade da região.
“Por meio desses quatro componentes, quisemos abranger tanto as dinâmicas sociais e demográficas, em que o foco são os conflitos sociais e as respostas políticas e institucionais dessas cidades litorâneas para os problemas causados pelas mudanças climáticas, quanto as ecológicas e botânicas, em que o objeto de estudo é a biodiversidade”, disse Lúcia.
Primeiros resultados
Na primeira etapa do projeto, que está sendo concluída no fim de 2010, os pesquisadores identificaram e caracterizaram as dinâmicas sociais, além dos atores governamentais e não governamentais que estão envolvidos nas discussões sobre os impactos das mudanças climáticas nos 16 municípios do litoral paulista.
Paralelamente a esse trabalho, também fizeram um levantamento de experiências em políticas públicas existentes na região relacionadas ao enfrentamento das mudanças climáticas, como fóruns de discussão.
“O número de iniciativas como essas na região se revelou acima da média do que imaginávamos. Há um grande interesse das administrações, principalmente dos municípios de Bertioga, Caraguatatuba e São Sebastião, em manter uma cooperação conosco para a realização de debates e palestras sobre os impactos das mudanças climáticas”, disse Lúcia.
Segundo a pesquisadora, juntamente com Ubatuba, os municípios de São Sebastião e Caraguatatuba, no Litoral Norte de São Paulo, concentram o maior número de novos empreendimentos voltados para a exploração de óleo e gás.
Em Caraguatatuba, por exemplo, está sendo construído a Unidade de Tratamento de Gás (UTGCA) Monteiro Lobato, da Petrobras, que deve entrar em operação no início de 2011.
“Há uma área de conurbação [unificação da malha urbana de duas ou mais cidades] nessa região, onde São Sebastião está sendo utilizado como ‘município dormitório’ pelos operários que trabalham em Caraguatatuba”, disse a cientista.
De acordo com dados do Censo 2010, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população do Litoral Norte paulista aumentou 11% nos últimos 10 anos – acima das médias estadual e nacional. Juntas, segundo a pesquisa, as cidades de Caraguatatuba, Ilhabela, São Sebastião e Ubatuba ganharam mais de 50 mil habitantes no período de 2000 a 2010.
“Está ocorrendo uma expressiva urbanização da região como um todo que tende a acelerar ainda mais com a construção desses novos empreendimentos”, disse Lúcia.
Segundo ela, a divulgação dos dados do Censo 2010 pelo IBGE deve contribuir para o avanço das pesquisas realizadas no âmbito do Projeto Temático.
Na segunda fase do projeto, que será iniciada em 2011, os pesquisadores analisarão as informações coletadas e realizarão pesquisas de opinião e grupos focais com os moradores das cidades litorâneas paulistas para levantar suas preocupações com os impactos das mudanças climáticas e a construção dos novos empreendimentos na região.
Mais informações: www.nepo.unicamp.br/pesquisa/projetos/linha7/a_projeto1.html 


Fonte: e-boletim da FAPESP

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Oportunidade - Mestrado e Doutorado

Estamos selecionando interessados em realizar o Mestrado ou  o Doutorado em Física (processo seletivo aberto - ver www.dfte.ufrn.br/ppgf), ou o Doutorado em Ciências Climáticas (processo seletivo 2011.1 em andamento), na UFRN, em Natal.


Interessado entrar em contato pelo email fcosta@dfte.ufrn.br

Adiada a inauguração do supercomputador do Inpe


Clique para ver todas as fotos de Adiada a inauguração do supercomputador do Inpe
Crédito: Inpe - Supercomputador Tupã
20/12/2010 - 09:40
Foi adiada para o próximo dia 28, às 11 horas, a inauguração, em Cachoeira Paulista, do Tupã, o novo supercomputador do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe/MCT). Capaz de realizar 258 trilhões de cálculos por segundo, o Tupã está entre os mais poderosos supercomputadores do mundo para previsão de tempo e estudos em mudanças climáticas.


Mais informações aqui.

Brasil deveria liderar políticas sobre mudanças climáticas.

Sob o título "Mudança de papel", o boletim eletrônico da FAPESP publica a matéria especial abaixo reproduzida.

Por Elton Alisson

Agência FAPESP – Por ser um dos países que mais pode sofrer as consequências do aquecimento global – que coloca em risco a Floresta Amazônica, entre outros pontos –, o Brasil deveria assumir um papel de liderança nas negociações climáticas internacionais e o compromisso de diminuir suas emissões de gases de efeito estufa antes de outros países entrarem em acordo.
A afirmação foi feita por Philip Fearnside, pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), durante a conferência internacional Getting Post 2010 – Biodiversity Targets Right, realizada pelo Programa Biota-FAPESP, Academia Brasileira de Ciências (ABC) e Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) em Bragança Paulista (SP). A reunião, que terminou no dia 15 de dezembro, marcou o encerramento do Ano Internacional da Biodiversidade.
De acordo com Fearnside, apesar de ter anunciado no início de dezembro, durante a 16ª Conferência Climática das Nações Unidas (COP-16), no México, o plano de cortar entre 36% a 39% as emissões de gases estufa até 2020, o Brasil ainda não tem uma meta clara nesse sentido e com valor legal.
“O que o Brasil apresentou na COP-16 foi um objetivo que pretende atingir até 2020 e que pode mudar ao longo desses anos caso seja difícil atingi-lo. É diferente de uma meta estabelecida em uma Convenção Climática Internacional, que não pode ser revogada”, disse à Agência FAPESP.
Segundo o cientista, o Brasil também foi um dos últimos países a endossar o artigo 2 da Convenção do Clima, assinada em 1992 na Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio-92), que estabeleceu o objetivo de evitar que os níveis de gases de efeito estufa na atmosfera atingissem níveis perigosos para o funcionamento do sistema climático global.
Na COP-15, realizada em 2009 em Copenhagen, na Dinamarca, foi somente depois que mais de cem outros países assinarem uma declaração reconhecendo que a temperatura média do planeta não poderia subir mais do que 2º C até o fim deste século sem incorrer em consequências drásticas para o planeta que o Brasil também endossou o documento, apontou Fearnside.
“O Brasil esteve longe de ser o líder nessa negociação sobre o que seria uma mudança climática perigosa”, disse o vencedor do Prêmio Fundação Conrado Wessel em Ciência Aplicada ao Meio Ambiente em 2004 e que em 2006 foi identificado pela Thomson-ISI como o segundo cientista mais citado no mundo sobre aquecimento global.
Ainda menos emissões
De acordo com Fearnside, apesar de a COP-15 ter representado um avanço na definição do que representaria uma mudança climática perigosa, ainda não foi decidido quanto equivaleria em termos de concentração de gás carbônico e de outros gases de efeito estufa na atmosfera o aumento de até 2º C na temperatura média do planeta.
Um dos números mais propalados é o de 4.150 partes por milhão de volume de emissão de carbono. Mas, segundo Fearnside, esse número representa apenas 50% da probabilidade de se conseguir manter o aumento da temperatura média do planeta no limite de 2º C, que também é a faixa de resistência às mudanças climáticas da Floresta Amazônica.
“É muito importante que o Brasil, sendo um dos países que mais pode perder com o aquecimento global, jogue seu peso nessa discussão para que esse número caia para 400 partes por milhão ou menos. O país ainda não se posicionou em relação a esse problema e não pode aceitar o risco de que esse limite seja ultrapassado, ou colocará em risco a existência da Floresta Amazônica”, afirmou.
Segundo Fearnside, atualmente a concentração de gases de efeito estufa na Amazônia é de 389 partes por milhão. Mas, nos últimos anos, esse índice vem aumentando e, combinado com o aumento da emissão de aerossóis (partículas em suspensão na atmosfera), está provocando a diminuição de chuvas na região.
O resultado desse fenômeno, segundo Fearnside, são secas extremas como as que ocorreram na parte sul da Amazônia em 2005 e em 2010, e o aumento do risco de incêndios na floresta.
“Esse cenário tende a ser muito pior no futuro e em poucas décadas. Se a concentração de gás carbônico e de outros gases de efeito estufa ultrapassar 400 partes por milhão, maiores serão as possibilidades de ocorrer outras secas extremas na Amazônia nos próximos anos”, disse.
Mais informações sobre a conferência Getting Post 2010 – Biodiversity Targets Right: www.biota2010-targets.com.br

Fonteagência FAPESP.

sábado, 18 de dezembro de 2010

Supercomputador do Inpe será inaugurado na terça-feira (21)

Na próxima terça-feira (21), às 11 horas, será inaugurado em Cachoeira Paulista o Tupã, como foi batizado o novo supercomputador do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe/MCT). Capaz de realizar 258 trilhões de cálculos por segundo, o Tupã está entre os mais poderosos supercomputadores do mundo para previsão de tempo e estudos em mudanças climáticas.

Da cerimônia, que será conduzida pelo diretor do Inpe, Gilberto Câmara, participam o secretário executivo do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), Luiz Antonio Rodrigues Elias, representando o ministro Sergio Rezende; e o diretor científico da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), Carlos Henrique de Brito Cruz.

Também estarão presentes, entre outras autoridades e pesquisadores, Carlos Nobre, chefe do Centro de Ciência do Sistema Terrestre (CCST) do Inpe e coordenador do Programa Fapesp de Pesquisa sobre Mudanças Climáticas; Luiz Augusto Toledo Machado, atual coordenador do Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC) do Inpe, e Osvaldo Luiz Leal de Moraes, o próximo coordenador do Centro.

MCT e Fapesp financiaram a compra do novo supercomputador, que atenderá ao CPTEC e CCST, além dos grupos de pesquisa, instituições e universidades integrantes da Rede Brasileira de Pesquisa sobre Mudanças Climáticas (Rede CLIMA) do MCT, do Programa Fapesp de Pesquisa em Mudanças Climáticas Globais e do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) para Mudanças Climáticas.

O Tupã entrará em plena operação no início de 2011. O novo supercomputador permitirá ao Inpe gerar previsões de tempo mais confiáveis, com maior prazo de antecedência e de melhor qualidade, ampliando o nível de detalhamento para 5 km na América do Sul e 20 km para todo o globo. Será possível prever ainda eventos extremos com boa confiabilidade, como chuvas intensas, secas, geadas, ondas de calor, entre outros. As previsões ambientais e de qualidade do ar também serão beneficiadas, gerando prognósticos de maior resolução, de 15 quilômetros, com até seis dias de antecedência.

A nova máquina também será fundamental para o desenvolvimento e implementação do Modelo Brasileiro do Sistema Climático Global, que incorporará todos os elementos do Sistema Terrestre (atmosfera, oceanos, criosfera, vegetação, ciclos biogeoquímicos, etc), suas interações e como este sistema está sendo perturbado por ações antropogênicas (por exemplo, emissões de gases de efeito estufa, mudanças na vegetação, urbanização, etc.). Este esforço envolve um grande número de pesquisadores do Brasil e do exterior, provenientes de diversas instituições, o que se constitui num projeto interdisciplinar de desenvolvimento de modelagem climática sem precedentes entre países em desenvolvimento.

Fonte: portal do MCT

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Inpe sedia reuniões do IPCC

Especialistas do mundo inteiro reúnem-se até o próximo sábado (18) no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe/MCT), em São José dos Campos (SP), para participar de três reuniões paralelas promovidas pela Força Tarefa em Inventários Nacionais de Gases de Efeito Estufa do Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC), coordenada pelo Brasil e pelo Japão. 

O encontro, que começou hoje (15), tem representantes de nações como Indonésia, China, Argentina, Japão, Rússia, Canadá, Itália e França, e acontece poucos dias após o encerramento da Cúpula das Nações Unidas sobre o Clima (COP-16), realizada em Cancún, no México, onde o IPCC promoveu um evento paralelo para disseminar as atividades em andamento pela Força Tarefa, que incluem o preenchimento de lacunas metodológicas do último manual técnico para inventários nacionais de gases de efeito estufa finalizado em 2006, em vista de avanços científicos desde esta data.

A primeira reunião objetiva avaliar as propostas recebidas de pesquisadores e setores industriais de incluir no “Banco de Dados” novos fatores de emissão ou outros parâmetros relevantes para uso nas metodologias do IPCC para inventários nacionais de gases de efeito estufa. O Banco de Dados é uma biblioteca onde usuários podem encontrar fatores de emissão e outros parâmetros, junto a informações e referências técnicas que podem ser utilizadas para estimar emissões e remoções de gases de efeito estufa.

Outra reunião apresentará o software desenvolvido pelo IPCC para ser utilizado em conjunto com o seu último manual metodológico para elaboração de inventários nacionais, visando estimar emissões líquidas de gases de efeito estufa resultantes dos setores Energia, Processos Industriais, Tratamento de Resíduos, Agricultura, Florestas e Outros Usos da Terra.

As abordagens metodológicas do IPCC provêem flexibilidade para acomodar diferentes circunstâncias e capacidades nacionais, variando desde métodos mais simples, que podem ser implementados por qualquer país, até o uso de modelos avançados para estimativas mais precisas. A disponibilização de um software para elaboração do inventário facilita muito a aplicação do manual do IPCC por diferentes compiladores de inventários, e provê a flexibilidade necessária para acomodar valores padrão ou valores específicos dos próprios países.

No último dia do evento, sábado (18), o Conselho Editorial do Banco de Dados oficializa a entrada dos dados analisados durante a primeira reunião e também trata de assuntos como, por exemplo, estimular a submissão de novas propostas de fatores de emissão e parâmetros, para tornar o Banco de Dados uma ferramenta útil e atual para utilização em conjunto com o Manual 2006 do IPCC.

“A importância de facilitar o desenvolvimento de inventários nacionais de gases de efeito estufa está no fato de que todos os países signatários da Convenção do Clima comprometeram-se a desenvolver e publicar seus inventários nacionais de emissões e remoções antrópicas de gases de efeito estufa, utilizando metodologias comparáveis e aprovadas pela Convenção. Assim sendo, o IPCC cumpre um papel fundamental ao propor metodologias para inventários nacionais que assegurem essa comparabilidade, além de facilitar a sua aplicação particularmente por parte de países em desenvolvimento, que tem maiores restrições financeiras e de pessoal”, afirma Thelma Krug, co-presidente da Força Tarefa do IPCC desde 2002 e assessora de Cooperação Internacional do Inpe.

Fonte: aqui, no portal do MCT.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Temperatura Global.

Matéria recente publicada no Earth Observatory (Observatório da Terra), da NASA, afirma que o mundo está se tornando mais quente, seja pelo efeito antropogênico (ações humanas), seja por variabilidade natural. Os registros indicam que a temperatura tem subido sistematicamente em todas as partes do mundo desde o advento da Revolução Industrial.

A matéria original, em inglês, pode ser lida aqui. Em breve postaremos uma tradução completa em português.


sábado, 11 de dezembro de 2010

COP-16: Cúpula de Cancún surpreende na reta final e toma decisões sobre clima

A conferência da ONU para o clima, a COP-16, terminou em Cancún, no México, na madrugada deste sábado de uma forma inesperada. Contra a expectativa de que não haveria anúncios relevantes ao final do encontro, foram firmadas duas decisões: a criação do Fundo Verde e a extensão do Protocolo de Kyoto para além de 2012, quando expira o tratado.

Leia mais aqui
Para saber quais são as principais medidas adotadas em Cancún - siga este link.

Conferência do clima aprova Fundo Verde para ajudar países em desenvolvimento

Mais de 190 países reunidos na Conferência do Clima da ONU (Organização das Nações Unidas), em Cancún (México), aprovaram, com a oposição da Bolívia, um pacote de medidas de luta contra as mudanças climáticas, entre elas um Fundo Verde Climático para ajudar os países em desenvolvimento.

"Esta é uma nova era de cooperação internacional sobre a mudança climática", disse a ministra de Relações Exteriores do México, Patricia Espinosa, no final de duas semanas de conversas.

O fundo vai administrar a ajuda financeira dos países ricos às nações em desenvolvimento. A União Europeia, Japão e Estados Unidos prometeram doações de até US$ 100 bilhões até 2020. Os países se comprometeram ainda com uma ajuda imediata de US$ 30 bilhões, parte de um fundo de curto prazo.

O pacote de medidas inclui ainda um mecanismo de proteção das florestas tropicais do planeta, cujo maciço desmatamento provoca 20% das emissões de gás do efeito estufa no mundo, e novos meios de dividir tecnologias de energia limpa.

A Bolívia rejeitou todos os acordos aprovados na Conferência do Clima, que reuniu 194 países, argumentando que não atendem as necessidades da luta contra o aquecimento global e exige muito pouco dos países ricos.

Fonte: UOL Notícias, em 11/12/2010 - 08h17

III Fórum Brasileiro do Semiárido

Será realizado no período de 18 a 21 de maio de 2011, em Sobral-CE, o III Fórum Brasileiro do Semiárido, promovido pela Universidade Estadual do Vale do Acaraú.


Mais informações pode ser obtidas aqui.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

COP-16: Brasil é primeiro país em desenvolvimento com metas sobre emissões de gases

Em reportagem publicada na UOL, o Brasil assume a dianteira entre os países em desenvolvimento ao estabelecer metas sobre as emissões de gases. Segundo a matéria:

"O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou, nesta quinta-feira (9), o decreto que regulamenta a política nacional de mudanças climáticas no país. A informação foi divulgada pela ministra do Meio Ambiente do Brasil, Izabella Teixeira, durante a COP-16, em Cancún. Segundo ela, o decreto só ficou pronto agora por questões técnicas.

“O Brasil é primeiro país a apresentar um cenário concreto de redução de emissões. A gente está exigindo, mas não de mãos vazias, tem o que apresentar”, disse a ministra, referindo-se aos países em desenvolvimento (os integrantes do Protocolo de Kyoto já têm legislações para redução nas emissões).
"

O artigo completo pode ser lido aqui.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Concursos em Ciências Climáticas na UFRN - 2ª semana

Nesta semana continuamos envolvidos com o concurso para Professor Adjunto junto à Escola de Ciência e Tecnlogia, na UFRN, na área de Sensoriamento Remoto, na qual estavam inscritos 6 (seis) candidatos. Infelizmente apenas 4 (quatro) compareceram à Prova Escrita e nenhum dos candidatos foi aprovado. Agradecemos ao trabalho da banca, bem conduzida pelo Dr. João Antônio Lorenzzetti do INPE, um renomado especialista da área e que atuou como Presidente. Além do Dr. Lorenzzetti participaram da banca os Profs. Drs. José Henrique Fernandez (ECT-UFRN) e Sebastião Milton Pinheiro da Silva (Departamento de Geografia).

Além disto, registramos a conclusão do concurso na área de Oceanografia Física, realizada junto ao Departamento de Geofísica, sob presidência do Prof. Dr. Mário Pereira da Silva. Neste concurso foi aprovado em primeiro lugar o Dr. Felipe Pimenta.

Ressaltamos que estas posições, incluindo as áreas de Modelagem Climática e Interação Oceano-Atmosfera, foram cedidas pela Administração Central da UFRN, representada pelo Reitor, Prof. Dr. José Ivonildo do Rego, dentro da cota de vagas estratégicas do REUNI para fortalecimento do Programa de Pós-Graduação em Ciências Climáticas ( PPGCC: www.posgraduacao.ufrn.br/ppgcc ).

A todos os aprovados nossos parabéns e para aqueles que serão em breve contratados, nossos votos de boas vindas ao PPGCC.

sábado, 4 de dezembro de 2010

Primeiro consenso da COP-16 é sobre educação ambiental

Acordo sobre educação, formação e sensibilização da população sobre as mudanças climáticas é o primeiro em que os 189 países membros entraram em consenso na COP-16, Conferência do Clima que acontece em Cancún, no México. O texto aprovado determina a promoção do conhecimento sobre mudanças climáticas para a população, em especial os jovens, e sua participação neste processo, o desenvolvimento de projetos nacionais e regionais, e ainda estratégias formais e não formais de educação ambiental.
A proposta, liderada pela República Dominicana junto com o grupo G-77 + China, especifica o artigo 6 da Convenção, que previa de maneira ampla a conscientização sobre a mudança climática.
“Este é um passo transcendental, onde não se esperava nenhum resultado, vemos a disposição dos países em negociar. Esta é uma ferramenta poderosa para diminuir as emissões e também mostramos que podemos colocar o interesse comum acima dos particulares para chegar a um consenso”, disse Omar Ramirez, vice-presidente executivo do conselho nacional da República Dominicana para mudanças climáticas.
Para o ministro do Meio Ambiente da Guatemala, Luis Ferraté, este é um grande passo, especificamente para os países que tem problemas de educação. “Temos que conscientizar as pessoas a consumir menos para produzir menos dejetos e melhorar o equilíbrio ecológico”. O lixo é um dos maiores emissões de metano, gás do efeito estufa 21 vezes mais danoso que o CO2.
A atitude foi tida como uma vitória para o subgrupo chamado Sica (Sistema da Integração Centro-americana) que reúne além da República Dominicana, os sete países da América Central continental: Belize, Costa Rica, El Salvador, Guatemala, Honduras, Nicarágua e Panamá. Segundo Ramirez, a região é a uma das três zonas mais vulneráveis ao aquecimento global.
As ações serão focadas em educação, formação, participação, cooperação internacional e reporte de ações. O financiamento de ações também está previsto, assim como um maior destino de verbas nacionais para esta área. Os países devem formar planos nacionais para estabelecer estratégias.
Lilian Ferreira
Do UOL Ciência e Saúde
Em Cancún (México)

Fonte: site do UOL

Comentário do Blog. Realmente uma grande conquista para os países da América Central, pobres em recursos, e frequentemente castigados por alterações climáticas e eventos meteorológicos extremos. Um exemplo a ser seguido por outros países, como o nosso.



Mudança climática causará um milhão de mortes em 2030, diz estudo

O debate sobre as mudanças climáticas segue firme na COP-16 (vide link do uol).  Abaixo matéria especial publicada ontem.


CANCÚN, México, 3 dez 2010 (AFP) - A partir de 2030, a mudança climática causará indiretamente cerca de um milhão de mortes por ano, trazendo, também, prejuízos anuais de 157 bilhões de dólares, segundo informe divulgado nesta sexta-feira em Cancún, México.
A miséria se concentrará em mais de 50 dos países mais pobres do planeta, mas os Estados Unidos vão pagar o maior preço econômico, diz o estudo.

"Em menos de 20 anos, quase todos os países do mundo perceberão sua alta vulnerabilidade ante o impacto do clima, à medida que o planeta se aqueça", advertiu o relatório apresentado na conferência da ONU sobre o clima celebrada em Cancún, leste do México.

O estudo, compilado por uma organização humanitária de países vulneráveis a mudanças climáticas, avaliou a forma como 184 nações serão afetadas em quatro áreas: saúde, desastres climáticos, perda do hábitat humano devido à desertificação e a elevação do nível do mar, além do estresse econômico.

Os que enfrentam "aguda" exposição são 54 países pobres ou muito pobres, incluindo a Índia. São os que sofrerão desproporcionadamente em relação a outros, porque são os últimos culpados pela emissão de gases de efeito estufa que provocam as mudanças, diz o informe.

"Se não houver ações corretivas", diz uma nota à imprensa, que acompanha o estudo, o mundo "se dirigirá a uma triste situação".

Mais da metade dos 157 bilhões de dólares em perdas - em termos da economia atual - terá lugar nas potências industrializadas, encabeçadas por Estados Unidos, Japão e Alemanha. Mas em termos de custo para o PBI, a proporção será muito menor nestas nações.

O documento foi divulgado por DARA, uma ONG com sede em Madri, e o fórum climático vulnerável, uma coalizão de ilhas-nação e outros países mais expostos à mudança climática.

As delegações de mais de 190 nações estão reunidas em Cancún desde 29 de novembro e até 10 de dezembro com o objetivo de reavivar a negociação internacional sobre a luta contra a mudança climática.

Link para fonte da matéria.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Concursos em Ciências Climáticas na UFRN - 1ª semana

Durante esta semana estivemos envolvidos com o concurso para Professor Adjunto junto à Escola de Ciência e Tecnlogia, na UFRN, nas áreas de Modelagem Climática e Interação Oceano-Atmosfera, que foram muito bem conduzidos pelas respectivas bancas. 

Modelagem Climática - a banca foi formada por: 

1. Prof. Dr. Paulo Sérgio Lucio (Presidente) - Docente do Departamento de Estatística da UFRN.
2. Dra. Neusa Maria Paes Lema - Pesquisadora do INPE.
3. Profa. Dra. Maria de Fátima Andrade - Docente do Departamento de Ciências Atmosférias do IAG-USP.

Nesta área foi aprovado em primeiro lugar o candidato Dr. David Mendes.

Interação Oceano-Atmosfera - a banca foi composta por:

1. Prof. Dr. Edmo Campos (Presidente) - Professor Titular de Oceanografia Física do IO-USP.
2. Prof. Dr. Clemente Augusto Souza Tanajura - Docente do Instituto de Física da UFBA.
3. Prof. Dr. Cláudio Moisés Santos e Silva - Docente do Departamento de Física da UFRN.

Nesta área foi aprovada em primeiro lugar a candidata Dra. Rosane Rodrigues Chaves.

Outros bons candidatos foram aprovados e esperamos que tenham a oportunidade de serem convocados durante a vigência do concurso.

Na próxima semana teremos os concursos para as vagas de Sensoriamento Remoto (na ECT) e de Oceanografia Física (no Departamento de Geofísica).