quinta-feira, 28 de junho de 2012

Adaptação à Mudança do Clima

A adaptação é uma estratégia de resposta de qualquer sistema à mudança do clima, no esforço para prevenir-se contra possíveis danos e explorar eventuais oportunidades benéficas. Ao contrário do que ocorre na mitigação, os benefícios resultantes dessa série de ajustes são locais e de curto prazo.
A pergunta básica para a adaptação é: "Como sobreviver à mudança do clima?". Este conceito está estreitamente ligado ao da vulnerabilidade, que é o grau de susceptibilidade e incapacidade de um sistema de lidar com os efeitos adversos - entre os quais a variabilidade climática e os eventos extremos - da mudança do clima.
Muitos países em desenvolvimento já são particularmente vulneráveis à variabilidade climática normal - na qual se prevê um aumento em função da mudança do clima. Seus efeitos compreendem não só o aumento de tempestades, de secas e de inundações (eventos extremos), mas também aqueles relacionados ao suprimento de energia, por exemplo. Uma quantidade menor de chuvas e uma maior evaporação provocada por maiores temperaturas do ambiente podem resultar em níveis mais baixos nos estoques de água em lagos e rios - afetando, por fim, o funcionamento das usinas hidrelétricas.
As previsões indicam que os impactos vão variar conforme as diferenças regionais existentes, como o nível de renda e o desenvolvimento tecnológico das populações. Esses fatores também determinarão o nível de vulnerabilidade de cada região e população.
No contexto do Brasil, medidas de adaptação são normalmente implementadas como resposta à ocorrência de eventos extremos, naturais ou não. Muitas vezes, as iniciativas de adaptação planejadas não são realizadas como medidas independentes, mas estão inseridas em iniciativas setoriais mais amplas como planejamento dos recursos hídricos, defesa da costa e prevenção de desastres.
Como exemplo de medidas de adaptação podemos citar o fortalecimento dos sistemas e órgãos de defesa civil; a conservação de ecossistemas; o gerenciamento de zonas costeiras, vedando o estabelecimento de novas zonas residenciais em áreas sujeitas ao aumento do nível do mar; o gerenciamento de riscos na agricultura e pesquisas com grãos mais resistentes ao aumento da temperatura; sistemas de vigilância para o avanço de doenças causadas por vetores que são beneficiados pelo aumento médio da temperatura como a dengue; e a construção de diques, considerando o provável aumento do nível do mar em cerca de 50 cm até o final do século, segundo o 4º Relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC).

Fonte: Portal do Ministério do Meio Ambiente (MMA)

Modelo de previsão de qualidade do ar do CPTEC/INPE fará parte de programa europeu

O modelo de previsão da qualidade do ar do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) foi aprovado para participar do programa Europeu de Cooperação em Ciência e Tecnologia (European Cooperation in Science and Technology – COST), que reúne instituições de pesquisa de países da Europa. O Brasil será o único país da América Latina e Hemisfério Sul a participar. De fora do continente, também integram este sistema instituições de Israel e Estados Unidos.

Criado pelo Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC) do INPE, o modelo brasileiro (http://meioambiente.cptec.inpe.br/) irá se juntar aos mais avançados modelos meteorológicos e de qualidade do ar na “Ação ES1004: Sistema europeu para a modelagem integrada online de qualidade do ar e meteorologia” (http://eumetchem.info/). Entre os modelos que participam estão o WRF (do NCAR, Estados Unidos), COSMO (desenvolvido por instituições de países europeus), HIRLAM (Centro Europeu de Previsão a Médio Prazo) e Meso-NH (instituições francesas ligadas ao CNRS).

Para o coordenador do Grupo de Modelagem da Atmosfera e Interfaces (GMAI), do CPTEC/INPE, Saulo Freitas, esta é uma grande oportunidade para aperfeiçoar o BRAMS, modelo meteorológico acoplado ao de química da atmosfera, utilizado operacionalmente pelo CPTEC para a previsão da qualidade do ar. “Os pesquisadores do GMAI terão a chance de discutir e ampliar os entendimentos científicos e tecnológicos que se situam ao longo de todas as etapas por trás da modelagem: do conhecimento dos processos físico-químicos da atmosfera até a geração das previsões”, afirma Freitas. Estas etapas incluem a parametrização – definição dos fenômenos considerados essenciais à previsão - e o desenvolvimento de códigos computacionais.

Para ser testado e avaliado, o modelo do CPTEC/INPE deverá ser adaptado às condições da Europa. Freitas argumenta que uma das dificuldades do grupo é a falta de dados observados de química da atmosfera para avaliar o modelo, realidade totalmente diferente à encontrada na Europa, provida de ampla rede de dados.

O coordenador do GMAI, e também chefe da Divisão de Modelagem e Desenvolvimento (DMD), do CPTEC/INPE, adianta que pretende levar ao programa europeu a preocupação brasileira com os efeitos dos aerossóis (originados principalmente a partir da fuligem das queimadas) e do balanço de energia (radiação térmica), cujos impactos afetam o clima e os regimes de chuva. Nas grandes metrópoles, a poluição e o aquecimento estão correlacionados com o aumento da incidência de chuvas intensas e rápidas, que provocam instabilidade na rede de energia elétrica, inundações, entre outros problemas urbanos.

Freitas destaca que o modelo de monitoramento e previsão da qualidade do ar do CPTEC/INPE, apesar de desenvolvido e mantido por um pequeno grupo de pesquisadores, em menos de 10 anos de operação já obteve importantes marcos de reconhecimento internacional. O Centro Nacional de Pesquisas Atmosféricas (NCAR), dos Estados Unidos, incorporou o modelo de emissão e transporte de poluentes do modelo BRAMS do CPTEC/INPE ao seu modelo meteorológico (o WRF), cujo desempenho é considerado um dos melhores do mundo. A iniciativa foi seguida também pelos ingleses com o modelo climático do MetOffice, o Hadgen. O Centro Europeu de Previsão a Médio Prazo (ECMWF), por sua vez, destacou recentemente a iniciativa do modelo brasileiro de incorporar dados de queimadas aos modelos de monitoramento e previsão da qualidade do ar.
Fonte: Portal do INPE

PAC Equipamentos inclui caminhões para áreas sujeitas a extremos climáticos

27/06/2012 - 20:38
Municípios e estados castigados pelos eventos extremos do clima, como enchentes, inundações e secas, fazem parte dos beneficiados pelos 8 mil novos caminhões previstos no PAC Equipamentos – Programa de Compras Governamentais, conjunto de medidas anunciado pela presidenta da República, Dilma Rousseff, e pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, nesta quarta-feira (27), no Palácio do Planalto. As Forças Armadas também integram o grupo ao qual se destinam esses veículos.

A verba anunciada para a compra de caminhões é de R$ 2,3 milhões. O PAC Equipamentos, ação do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), está orçado em R$ 8,4 bilhões. Saiba mais sobre os investimentos previstos.
O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação participa da Política Nacional de Proteção e Defesa Civil, que visa a enfrentar os problemas decorrentes de extremos climáticos, por meio do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden).
                                                                                                  Texto: Thamy Ribeiro – Ascom do MCTI 
 

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Como proteger a caatinga

MMA defende rede de cooperação entre o governo e a sociedade civil, que tem uma larga história no desenvolvimento de projetos em defesa do bioma.

Lucas Tolentino - Portal do MMA

As medidas de proteção à caatinga integraram a pauta de debates da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio +20). O assunto foi abordado na tarde desta quinta-feira (22/06) no seminário Ações de Desenvolvimento Sustentável para o Combate à Desertificação e a Mitigação dos Efeitos da Seca, promovido pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA)

Realizado no Parque dos Atletas, no Rio de Janeiro, o evento teve o objetivo de subsidiar ações e políticas voltadas para a afirmação de novos paradigmas de desenvolvimento da área. Na ocasião, também foi lançado o livro de fotografias "Caatinga: um novo olhar", feito pela Associação Caatinga, com o apoio do MMA.

COOPERAÇÃO

O secretário de Extrativismo e Desenvolvimento Rural Sustentável do MMA, Paulo Guilherme Cabral, ressaltou a importância da interação de diversos segmentos. "É preciso fortalecer a rede de cooperação entre o governo e a sociedade civil, que tem uma larga história no desenvolvimento de projetos na caatinga", afirmou.

A diretora do Departamento de Mudanças Climáticas da Secretaria de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental do MMA, Karen Suassuna, destacou o papel do Fundo Clima no processo de mitigação das mudanças climáticas. "O principal é trabalhar várias frentes e desenvolver ações coordenadas", acrescentou.

Desenvolvimento com menos carbono

Por Washington Castilhos, do Rio de Janeiro
Agência FAPESP – Estima-se que sejam emitidas anualmente em todo o mundo 45 bilhões de toneladas de dióxido de carbono equivalente – medida métrica resultante da multiplicação das toneladas de gases de efeito estufa emitidos pelo seu potencial de aquecimento global.
O valor aumenta a cada ano e, se o mundo continuar nessa trajetória, em 2020 excederá em cerca de 12 bilhões o que deveria estar emitindo naquele ano para que a temperatura média global não aumente acima dos temidos 2º C.
Segundo cientistas reunidos no painel sobre mudanças climáticas do “Forum on Science, Technology and Innovation for Sustainable Development”, realizado na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, o que os países podem fazer é avançar em eficiência energética e começar a descarbonizar suas economias – depender menos de combustíveis fósseis – como forma de mitigar os efeitos do aquecimento global.
Em 2009, os participantes da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 15), realizada na Dinamarca, concluíram que a temperatura média do planeta não poderia aumentar mais do que 2º C em relação à temperatura média observada nos anos de 1800, antes do aquecimento global – descrito primeiramente em meados daquele século. De lá para cá, porém, a temperatura mundial já se elevou em cerca de 0,8º C. Segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), somente entre 1992 e 2010 a temperatura média se elevou em mais 0,4º C.
“Isso implica que já comprometemos 1,2º C. A ciência estabelece como sendo seguro não exceder os 2º C, mas, quando olhamos o comportamento das emissões do passado recente e o projetamos no futuro, o cenário que se coloca é preocupante: se repetirmos o que ocorreu nos últimos 200 anos e nada for feito, a tendência é chegarmos a 4º C ou 5º C de elevação”, avaliou o pesquisador Roberto Schaeffer, professor do Programa de Planejamento Energético da Coppe/UFRJ e membro do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC).
Na COP 15, os países – entre eles o Brasil – concordaram em voluntariamente estabelecer metas de redução da emissão de carbono. Mas, segundo Schaeffer, as metas brasileiras de redução de emissão não virão majoritariamente do setor energético, dado que este setor é relativamente limpo no país.
De acordo com Schaeffer, em relação à sustentabilidade ambiental, a realidade brasileira é relativamente confortável: o país tem uma base energética fortemente baseada em fontes renováveis e as alternativas de mitigação não são complicadas.
“Neste momento, nosso calcanhar de Aquiles é o setor agropecuário – responsável pelas emissões de metano – e o desmatamento produzido pela agricultura. Para não passarmos da meta dos 2º C, temos que chegar ao fim do século com 80% menos de emissão de gases, com outra matriz de produção de energia e outra agricultura”, disse.
Nos últimos anos, Schaeffer tem se dedicado a estudar possíveis cenários de mudanças climáticas no Brasil e como isso impactaria o setor energético nacional.
“Nossa parte mais vulnerável é o setor elétrico, em particular a grande dependência de usinas hidrelétricas. Hoje, 85% da geração elétrica brasileira deriva de usinas hidrelétricas. Quando fazemos uma projeção para 2035, mesmo levando em conta a ampliação do uso de outras fontes, dificilmente teremos menos que 75% da energia elétrica vindo de hidrelétricas”, disse.
“No entanto, no cenário que trabalhamos do que seria um sistema elétrico brasileiro com mudança climática, vemos que há uma tendência de o Nordeste, hoje semiárido, virar quase um deserto, e de a Amazônia passar por um processo de savanização”, disse Schaeffer à Agência FAPESP.
O problema, segundo o pesquisador, é que a expansão esperada do setor hidrelétrico brasileiro se concentra na região Norte, com usinas a fio d’água, que geram energia com o fluxo de água do rio, não acumulando ou acumulando pouca água, sem reservatório.
“Dado que esse cenário de mudança climática significaria talvez períodos secos ainda mais secos e períodos úmidos ainda mais úmidos, com usinas sem reservatórios é possível que possamos vir a perder até 30% de capacidade de geração hidrelétrica brasileira entre 2035 e 2040”, apontou Schaeffer.
“Para o mercado não ficar desabastecido, teríamos que instalar outras plantas que iriam repor aquela energia que a hidrelétrica não poderia gerar, como as plantas térmicas, por exemplo. Seria necessário um investimento em torno de US$ 50 bilhões para fazer com que o sistema elétrico brasileiro se tornasse invulnerável a um cenário de mudança climática”, estima.

Oceanos podem sofrer mais com aquecimento

Por Washington Castilhos, do Rio de Janeiro
Agência FAPESP – Embora a comunidade científica internacional tenha chegado ao consenso de que o aumento de até 2º C na temperatura média do planeta é aceitável para os ecossistemas terrestres, esse aquecimento pode ser mais nocivo do que se imagina para os oceanos e para a vida marinha.
“Nesse cenário, o número de dias com picos de temperatura acima dos 28ºC a 30ºC aumentaria significativamente nas águas costeiras e em mares fechados, como o Mediterrâneo. Deveríamos avaliar melhor os efeitos da temperatura mais alta sobre a vida marinha, especialmente sobre a estabilidade de algumas proteínas”, disse Luis Valdés, chefe do setor de Ciência Oceânica da Comissão Intergovernamental de Oceanografia da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), à Agência FAPESP.
Segundo Valdés, que está no Rio de Janeiro para a RIO+20, há uma escassez de peixes no mundo todo e é cada vez mais difícil se achar peixes grandes, o que afeta de forma grave economias que dependem da pesca.
“A elevação dos níveis do mar causada pelo degelo é um dos grandes problemas. Ainda não sabemos a velocidade em que o degelo está ocorrendo na Groenlândia. Como isso vai afetar as mudanças de temperatura nas correntes marinhas é uma informação-chave. Se as correntes mudam, tudo muda”, disse.
“Em termos de biologia, se a produção primária dos oceanos diminuir, a pesca também vai cair. A mudança nas rotas migratórias dos peixes-espadas repercutirá diretamente nas economias dos países e em muitos postos de trabalho em terra. A pesca é um exemplo claro de como um setor produtivo repercute em uma grande economia”, disse Valdés.
Segundo Valdés, a dimensão dos efeitos das mudanças climáticas sobre os oceanos é frequentemente negligenciada e a informação recebida pela comunidade científica e pelo público geral é parcial.
“Temos dados do hemisfério Norte sobre o impacto das mudanças globais nos oceanos, mas não do hemisfério Sul. Desse modo, não temos como saber quais são os efeitos e os danos, como os ecossistemas estão respondendo ou como as espécies estão se adaptando”, ponderou.
Valdés afirma que as medidas que podem ser tomadas no sentido de mitigar os efeitos do aquecimento global sobre os oceanos estão diretamente relacionadas ao poder econômico dos países.
“As medidas tomadas em termos de adaptação em países como Holanda e Inglaterra são no sentido de se proteger contra o aumento no nível do mar. Isso significa uma importante transformação na engenharia costeira, o que é mais difícil de se fazer em economias menos desenvolvidas, como, por exemplo, em pequenas ilhas do Pacífico”, disse.

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Contribuição da pós-graduação brasileira ao desenvolvimento Sustentável

Foi lançado, na manhã desta quarta-feira, 20, dentro das atividades da Rio +20, o livro Contribuição da pós-graduação brasileira para o desenvolvimento sustentável - Capes na Rio +20.
O presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Jorge Almeida Guimarães, disse que a contribuição que a pós-graduação vem fazendo está registrada na publicação, sobretudo nos últimos anos. "A temática do desenvolvimento sustentável é muito recente, não tem mais de 30 anos, e, antes disso, o Brasil, por meio de vários cursos de pós-graduação, formava recursos humanos na área ambiental, ecologia e outros temas relacionados."
Para o coordenador da área de ciências ambientais da Capes, Arlindo Philippi Jr, a publicação caracteriza o quanto o Sistema Nacional de Pós-Graduação tem contribuído para as questões da sustentabilidade.

Indução
Jorge Guimarães lembrou o fato de a Capes protagonizar ações induzidas em vários temas como engenharias, ciências do mar, TV digital e outros. "Por conta dessas ações e com base nos estudos realizados pela comissão que elaborou o livro, estamos com ações em campo voltadas à temática do desenvolvimento sustentável. Estão sendo trabalhados três editais para este tema", informou.

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Presidente da Capes e autores lançam o livro no espaço Portinari, no Armazém 4, do Piuer Mauá (Foto: Thaís Sautchuk - ACS/Capes)
Nota do blog: à esquerda, a Profa. Eliza Xavier, representante da UFRN na Rio+20.
Siga o link para matéria completa.

Países firmam parceria para combater desertificação na África

Para combater a desertificação na África, foi firmado nesta quarta-feira (20) um acordo tripartite entre Brasil, França e o bloco de países do continente. As partes formalizaram a parceria inédita durante a Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), com a presença do ministro de Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antonio Raupp.

Durante a solenidade, no Pavilhão Brasil, no Parque dos Atletas, as instituições envolvidas lançaram um edital de seleção de projetos de pesquisa sobre o tema no valor de 1 milhão de euros (cerca de R$ 2,6 milhões), que será financiado em conjunto. A iniciativa será desenvolvida pela Agência Interorganismos de Pesquisa para o Desenvolvimento (Aird), da França, pela Agência Panafricana da Grande Muralha Verde (APGMV) e, no que diz respeito ao Brasil, pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCTI) e pelo Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE).

No evento – que também teve a presença da ministra do Planejamento, Orçamento e Gestão, Miriam Belchior, e do ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho – foi confirmada a abertura do edital do projeto até 20 de outubro. Ele será destinado aos pesquisadores, professores-pesquisadores de instituições de ensino e de pesquisa franceses, brasileiros e africanos e visa a desenvolver uma comunidade científica consolidada entre esses países para apoiar a luta contra a desertificação na África. Essa parceria compreende seis eixos: agricultura e alimentação; gestão de recursos naturais; adaptação a mudanças climáticas; desenvolvimento sustentável; governança; e tecnologia e inovação.

O famoso deserto do Saara, situado no Norte da África, é um dos lugares mais pobres do mundo. Aproximadamente 2,5 milhões de pessoas vivem na região, formada por 13 países, como Argélia e Sudão. 

Texto: Juliana d’ Arêde – Ascom do MCTI

Aquecimento na Amazônia e na Caatinga

Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas também prevê a diminuição das chuvas a quase a metade, pondo o bioma em risco.

A temperatura na Amazônia deve aumentar de 5º a 6ºC até o fim do século, segundo projeções do Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas (PBMC). O primeiro relatório de avaliação nacional do PBMC prevê ainda uma redução de 40% a 45% das chuvas na região amazônica no mesmo período, indicando que modificações de clima “podem comprometer o bioma”.

O estudo aponta tendência de aumento das chuvas apenas para o Pampa e a porção sul/sudeste da Mata Atlântica, principalmente de São Paulo ao Rio Grande do Sul. As projeções mais graves foram feitas para Amazônia, Caatinga e Cerrado.

O climatologista Tércio Ambrizzi, da Universidade de São Paulo, que coordenou a pesquisa, disse que análises regionais tendem a ser mais precisas do que modelos de grande escala, destacando a controvérsia em relação à incerteza que envolve resultados de simulações sobre o aquecimento do clima.

O relatório será apresentado hoje no auditório da Coppe/UFRJ no Parque dos Atletas, durante o evento “O Futuro Sustentável”, que integra a Rio+20. O trabalho completo terá outros dois volumes até outubro.

“Mais preocupante do que o dado em si (de aquecimento do clima em cada bioma) é a cadeia de efeitos que isso acarreta”, diz Suzana Kahn, presidente do comitê científico do PBMC e subsecretária de Economia Verde do Rio. Segundo ela, apesar da falta de “certeza absoluta” em relação aos efeitos do aquecimento, isso não significa que se deve postergar a ação.

O estudo destaca o “inegável sucesso” brasileiro na recente redução da área desmatada na Amazônia, de 27.000 km² em 2004 para 6.200 km² em 2011. Mas chama a atenção em relação a “como a área desmatada continuará a decrescer”até que o Brasil atinja as metas de redução de emissões de gases de efeito estufa assumidas oficialmente. De acordo com a análise, caso o desmatamento alcance 40% na região, são esperadas “mudanças drásticas” no ciclo hidrológico, prolongando a duração da estação seca.

A projeção mais crítica para a região amazônica seria a chamada “savanização” da parte leste da floresta. “Uma mudança tão profunda na vegetação acarretaria perdas significativas nos estoques de carbono, tanto do solo como da vegetação. Além das perdas de carbono, outras mudanças poderiam resultar num colapso da floresta”, aponta o estudo.

Ambrizzi disse que este é um cenário extremo. “Pode ser mais intenso, como mostra o estudo, ou pode ser um pouco menos, com uma variação menor. Mas mesmo assim haveria uma modificação do bioma.”

No caso da Caatinga, a projeção é de temperaturas mais altas entre 3,5° e 4,5°C, além do agravamento do déficit hídrico do nordeste, com as chuvas caindo de 40% a 50%. No Cerrado, a temperatura aumentaria entre 5° e 5,5°, e a distribuição de chuva teria uma redução de 35% a 45% até 2100.

O relatório ressalta a vulnerabilidade de grandes cidades às mudanças nos padrões de chuva, por falta de investimentos em infraestrutura para evitar enchentes e deslizamentos de encostas. Poucas cidades têm uma série histórica de dados de precipitação pluviométrica.

Ambrizzi destaca a necessidade de ampliação da rede de observação e do número de pesquisadores no País. Segundo ele, apesar das lacunas e incertezas relacionadas às projeções sobre mudanças do clima, as tendências apontadas pelo relatório são consensuais.

Veja matéria completa no portal do estadao,incluindo alguns gráficos interessantes.

Rio+20: Sustentabilidade na Caatinga


Evento apresenta propostas e recomendações formuladas pelos estados, com a participação dos municípios e da sociedade civil, para o desenvolvimento sustentável dos principais biomas brasileiros.

Melissa Silva


Secretários estaduais e municipais de Meio Ambiente debatem sobre a Carta da Caatinga para a Rio+20 em evento que apresenta propostas e recomendações formuladas pelos estados, com a participação dos municípios e da sociedade civil, para o desenvolvimento sustentável dos principais biomas brasileiros. O evento é uma promoção da Abema e da Anamma, associações de entidades estaduais e municipais de meio ambiente, e integra e programação do Parque dos Atletas da Conferência das Nações Unidades sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20).

A Caatinga abriga mais de 34 milhões de pessoas, ocupa 18% do território nacional e tem 53% de sua cobertura vegetal preservada. Seus desafios concentram-se na segurança hídrica e alimentar e na matriz energética industrial e domiciliar. "No dia em que discutimos uma carta pela sustentabilidade do bioma para a Rio+20, infelizmente temos de registrar a preocupação com a população do semi-árido que hoje vive uma das piores secas da história e ainda recebe água por meio do caminhão, o que é uma indignidade para a condição humana", disse Hélio Gurgel, presidente da Abema.

HARMONIA

Perspectiva que pode ser modificada, segundo gerente de Combate à Desertificação do Ministério do Meio Ambiente, Francisco Campelo, se as possibilidades que existem ao conviver em harmonia com a biodiversidade, buscando alternativas de uso sustentável que transformam a realidade cruel da seca em oportunidades de manejo e negócios verdes, começarem a ser enxergadas.

"Não existe conservação se não houver bom uso e não encontrarmos harmonia ambiental, que hoje é uma das provocações da nossa realidade, defende Campelo. "Por isso, precisamos de um marco legal que não seja inibidor do uso, mas sim provedor dessas alternativas sustentáveis para a Caatinga".

Iniciativas como a Bodega de Produtos Sustentáveis da Caatinga, que são as mulheres do sertão fazendo negócios ecológicos com a produção de artesanato, óleos, azeites, laticínios de cabra, doces de frutas típicas da região, como umbu, caju, murici, entre outros produtos da sociobiodiversidade do bioma. O Projeto Nutre é outra boa prática de uso sustentável da Caatinga apresentada por Campelo que inclui a comercialização dos produtos da agricultura familiar na alimentação escolar das nove capitais do Nordeste.

FULIGEM


O uso de fogões ecológicos é umas das alternativas para a limpeza da matriz energética industrial e doméstica da Caatinga, que, conforme Campelo, ainda tem 40% de sua população cozinhando com lenha, a grande maioria em fogões rústicos, exposta à fumaça e à fuligem, em situações que provocam doenças respiratórias e glaucoma, além de ser a 8ª causa de morte do mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), condição que mata mais gente do que a malária.


Durante o dia, os secretários também discutiram sobre as cartas da Amazônia e do Cerrado; o Pacto Nacional pela Gestão das Águas; Políticas Públicas para a Mata Atlântica; e o financiamento do Desenvolvimento Sustentável.

Fonte: Portal do Ministério do Meio Ambiente.

terça-feira, 19 de junho de 2012

Sistemas ajudam a monitorar as condições do meio ambiente e seu impacto na saúde

Por: Graça Portela
A Fiocruz  oferece à população vários projetos onde podem ser encontrados dados que ajudam a monitorar as condições de meio ambiente local e verificar as implicações dos riscos e/ou problemas em sua saúde. Alguns deles:
Atlas ÁguaBrasil – O Sistema de Avaliação da Qualidade da Água, Saúde e Saneamento (Atlas ÁguaBrasil) faz um monitoramento da qualidade da água usada para consumo humano nos municípios brasileiros. Nele, é possível encontrar um conjunto de indicadores e dados sobre sistemas de saneamento básico e as doenças de veiculação hídrica nos municípios do país. O projeto é uma parceria do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz) com a Coordenação Geral de Vigilância em Saúde Ambiental (CGVAM) da Secretária de Vigilância em Saúde (SVS), do Ministério da Saúde.
Observatório Nacional Clima e Saúde – Projeto do Laboratório de Informação e Saúde, do Icict, em parceria com a Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca (Ensp) e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que reúne dados ambientais, climáticos, epidemiológicos, sócioeconômicos e de saúde pública com o objetivo de facilitar a análise da relação entre clima e saúde. Tem sítios sentinelas em Manaus (AM), Porto Velho (RO) e Santa Maria (RS), o que permite avaliar nos contextos locais as relações entre as mudanças climáticas e os problemas de saúde. Um exemplo disso é o monitoramento que vem sendo feito desde 2011 das cheias que estão ocorrendo em Manaus e que podem aumentar o número de casos de hepatites, doenças diarréicas, dentre outras.
Sítio Conflito Ambiental – O Mapa da Injustiça Ambiental e Saúde no Brasil foi desenvolvido por pesquisadores da Fiocruz em parceria com a Federação de Órgãos para Assistência Social e Educacional (Fase), com o apoio do Departamento de Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador do Ministério da Saúde, e mostra um mapeamento dos municípios em conflito ambiental, as populações atingidas, os riscos e impactos ambientais, bem como problemas de saúde relacionados. No sítio,direcionado para a sociedade civil, é possível encontrar 300 casos distribuídos por todo o país, que foram selecionados a partir da relevância socioambiental e sanitária, seriedade e consistência das informações apresentadas em diferentes territórios e populações das cidades, campos, florestas e zonas costeiras.

Veja também Fiocruz discute danos causados pela emissão de gases poluentes

Agricultura sustentável

Sustentabilidade agrícola requer abordagem sistêmica

Por Fábio de Castro, do Rio de Janeiro
Agência FAPESP – A agricultura sustentável é um conceito mais complexo do que parece à primeira vista. Se o princípio não for bem compreendido, implementado com uma abordagem sistêmica e gerenciado na escala correta, pode até agravar os impactos ambientais das atividades agrícolas, em vez de reduzi-los.
O alerta foi feito pelo cientista britânico Tim Benton, coordenador do Programa de Segurança Alimentar Global da Universidade de Leeds (Reino Unido), durante o “Forum on Science, Technology and Innovation for Sustainable Development”, realizado no Rio de Janeiro.
De acordo com Benton, o conceito de agricultura sustentável é frequentemente mal construído e, portanto, mal compreendido e mal aplicado.
“É preciso atingir um equilíbrio entre o uso da terra para produção e o uso para a conservação da biodiversidade. Paisagens diferentes têm vocações para diferentes esquemas agroambientais. A agricultura sustentável precisa ser gerenciada de forma sistêmica, na escala da paisagem, não apenas com foco isolado nas fazendas, nem só em escala nacional”, disse à Agência FAPESP.
Segundo Benton, agricultura sustentável é um conceito que todos pensam entender, mas é muito raro que as pessoas – incluindo os gestores – percebam sua verdadeira complexidade. Em primeiro lugar, de acordo com ele, é preciso levar em conta que uma fazenda causa inúmeros impactos cruzados no meio ambiente, por exemplo, na qualidade da água nos corpos d’água, no uso da terra e na biodiversidade.
“Há muitos impactos e, para diminuí-los, é preciso abrir mão de algum ganho. A atividade agrícola de baixo carbono, para produzir o mesmo rendimento da agricultura tradicional, tipicamente vai demandar mais terra, para compensar as perdas”, disse.
“Ao usar mais terra, a atividade agrícola terá mais efeito na biodiversidade. A agricultura de baixo carbono pode, no fim da cadeia, causar um grande impacto na biodiversidade. A partir de uma perspectiva mais ampla, não é trivial calcular qual tipo de agricultura é mais sustentável”, afirmou Benton.
Outra questão que dá complexidade à ideia de agricultura sustentável é a escala em que ela é gerenciada. As consequências do gerenciamento de uma gleba de terra não se limitam apenas àquele local, de acordo com o cientista britânico.
“Quando se gerencia uma fazenda, os impactos dessa atividade extrapolam o território em questão. É o que ocorre com os gases de efeito estufa sendo liberados na atmosfera, que têm impacto global. Os impactos na qualidade da água dos córregos e rios podem chegar a uma distância muito longa, causando nitrificação de costas marítimas de pesca a partir da poluição dos cursos d’água no continente”, afirmou.
O quadro fica ainda mais complexo quando se consideram os impactos nos mercados. “Pode-se reduzir o rendimento agrícola em um país por achar que isso é mais sustentável. Mas a demanda continuará a mesma, ou até aumentará ainda mais. Assim, se você reduz o rendimento, alguém, em algum lugar, vai precisar aumentar o rendimento. E isso vem com impactos ambientais negativos”, disse Benton.

Leia mais no link acima da agência de notícias da FAPESP

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Rio+20: USP lança Programa de Pós-Graduação em Sustentabilidade

Agência FAPESP – A Universidade de São Paulo (USP) lançará na semana que vem, durante a RIO+20, o Programa de Pós-Graduação em Sustentabilidade.
É o primeiro programa stricto sensu do gênero no Brasil e o primeiro doutorado da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH), campus Leste da USP. O curso foi aprovado este ano pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e terá processo seletivo no segundo semestre.
“O programa se propõe a formar profissionais capazes de inserir as ações necessárias à implementação de princípios e práticas de sustentabilidade nas atividades que se referem ao uso e à preservação de recursos naturais pelas sociedades atuais”, disse o professor Marcelo Nolasco, coordenador do programa.
Segundo Nolasco, o programa terá duas abordagens. A abordagem conceitual e teórica tratará de uma nova forma de pensar a utilização de recursos a partir da qual todos os problemas devem buscar soluções que passem por ações e resultados sustentáveis.
“E a abordagem instrumental buscará formar o egresso nas áreas de conhecimento relacionadas às práticas baseadas em sustentabilidade e capacitá-lo a conhecer, desenvolver e aplicar políticas, instrumentos e técnicas consolidados ou novos”, disse.
A proposta do Programa de Pós-Graduação em Sustentabilidade é apoiada em duas linhas de pesquisa: Ciência e Tecnologia Ambiental e Gestão Ambiental.
O Programa de Pós-Graduação em Sustentabilidade da EACH prevê a formação de pesquisadores, mestres e doutores com perfil interdisciplinar e está voltado à construção de conhecimentos teóricos, metodológicos e empíricos necessários para uma agenda da sustentabilidade no Brasil.
Entre os docentes do novo programa estão pesquisadores renomados como Adolpho José Melfi (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz e reitor da USP de 2001 a 2005), Jean Paul Metzger (Instituto de Biociências) e Paulo Saldiva (Faculdade de Medicina).
Mais informações sobre o programa: http://each.uspnet.usp.br/sustentabilidade (site será lançado esta semana), sustentabilidade-each@usp.br e (11) 3091-8197

sábado, 16 de junho de 2012

Seca no Nordeste brasileiro

O Nordeste tem 1.013 municípios em situação de emergência por causa da estiagem, segundo levantamento do Ministério da Integração Nacional. Com isso, são 4 milhões de pessoas afetadas diretamente pela seca na região. E não há previsão de chuva para o sertão nordestino nos próximos dias. No litoral, chove desde quarta-feira (13).

Mais de mil cidades nordestinas estão em estado de emergência por causa da seca

Onde antes era capim, agora só resta cactos. A criação de animais na Bacia Leiteira de Alagoas está comprometida por conta da estiagem. A seca começou a se espalhar novamente pelo Nordeste. Segundo dados das defesas civis e estaduais, mais de 750 municípios já decretaram situação de emergência e mais de 4 milhões de pessoas foram afetadas.
 
“Estamos monitorando a parte leste da região, que vai da Bahia ao Rio Grande do Norte. A previsão é chuva forte. Volta e meia, a chuva pode ser moderada. Para o interior, não há previsão”, informou a meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) Odete Chiesa.
Segundo ela, a temporada de chuvas no interior da Região Nordeste ocorre entre fevereiro e abril, mas, este ano, praticamente não choveu. Geralmente, quando a chuva não vem nessa época, a probabilidade é que não chova mais no restante do ano, informou a meteorologista.
A Bahia é o Estado mais afetado pela seca, com 230 cidades em estado de emergência, uma situação que afeta mais de 500 mil pessoas, de acordo com a Defesa Civil do Estado. A Paraíba tem 197 cidades na mesma situação, seguida do Rio Grande do Norte, com 139.
Quando um Estado ou município está em estado de emergência, além do regime de alerta conduzido pela Defesa Civil, o Poder Público pode contratar serviços e fazer obras sem necessidade de abrir licitação.
O Ministério da Integração Nacional anunciou esta semana que há R$ 2,7 bilhões disponíveis para ações emergenciais de combate à seca, como a contratação de carros-pipa, a instalação de mais de 30 mil cisternas e a recuperação de 2,4 mil poços no âmbito do programa Água para Todos.
A partir de segunda-feira (18), Bahia, Piauí, Pernambuco, Sergipe e Minas Gerais terão acesso ao Bolsa Estiagem, um programa de transferência de renda destinado a minimizar os efeitos da seca sobre a população.

Fonte: Portal UOL

sexta-feira, 15 de junho de 2012

'O Aquecimento Global' explica alterações climáticas

Parte da "Série Mais Ciência", "O Aquecimento Global" examina as mudanças climáticas e apresenta a soluções para diminuir os efeitos dessas transformações. Escrito por Fred Pearce, jornalista e autor de "Terra: Ontem e Hoje", o livro traz previsões de pesquisadores, ilustrações, fotos e gráficos coloridos.
No livro, Fred Pearce alerta sobre os perigos das mudanças climáticas
Mudança do clima
O clima na maioria dos lugares se tornará mais quente; em alguns, no entanto, a temperatura será mais fria. No Canadá, na Rússia e na Escandinávia, por exemplo, devem ocorrer processos mais rápidos de aquecimento. Isso se deve, em parte, ao feedback positivo causado pelo degelo, que será mais intenso. A boa notícia é que plantações e árvores crescerão melhor. A má é que grande parte das áreas da superfície, da mais quente à mais fria, devem se aquecer mais do que a média. O aquecimento será mais intenso no interior dos continentes, porque a circulação dos oceanos terá influência moderadora sobre as áreas costeiras.
Costa fria
Os oceanos vão retirar o calor da superfície nas áreas costeiras ou, pelo menos, daquelas que restarem depois que o nível dos mares subir
O quente fica mais quente
Algumas das regiões mais quentes devem sofrer algumas das maiores elevações de temperatura. Grande parte da Ásia do oeste da China até a Arábia Saudita, que regularmente enfrenta temperaturas acima de 40ºC, deve sofrer elevações de 7ºC até o ano 2100. O norte da África e o sul da Europa também devem passar por grande aquecimento. Países com forte influência do mar e clima equilibrado hoje como Irlanda, Nova Zelândia e Chile sofrerão menores mudanças. Outras tendências no planeta, muitas já evidentes, apontam aquecimento maior à noite durante o inverno. Isso sugere menos neve e mais chuva, além de estações de cultivo sem geadas prolongadas nas latitudes medianas.
Europa resfriada
A Corrente do Golfo, parte de um sistema de circulação do oceano no Atlântico Norte, é movida pela formação de gelo no Ártico. Banha o oeste da Europa com águas quentes, especialmente no inverno, e mantém as temperaturas mais altas do que em outros pontos da mesma latitude. Cientistas do Instituto para Pesquisa do Impacto Climático em Potsdam, na Alemanha, prevêem o possível colapso da Corrente do Golfo por causa do aquecimento global. Como resultado, boa parte da Europa irá esfriar.
Fluxo de água quente
A imagem do oceano mostra que a água congelada deixa para trás água salina densa, que desce até o fundo e abre espaço para um fluxo de água quente dos trópicos
Mudanças de rota
Estudos científicos revelam que menos gelo irá se formar por causa do aquecimento do mundo. Essa previsão, associada ao maior fluxo de água doce no Ártico, poderia encerrar o mecanismo de formação de água profunda, que cria a Corrente do Golfo. No início de 2001, pesquisas norueguesas forneceram evidências de que as correntes da região na direção norte diminuíram em 20% desde 1950.
Diferenças na hidrologia
A temperatura não será a única mudança no próximo século. Em muitos lugares, haverá alterações no ciclo hidrológico a circulação de água entre o mar, a atmosfera e a superfície da Terra e, portanto, nos padrões de chuva, enchentes e seca, no fluxo dos rios e na vegetação.
A água irá desaparecer de lugares onde é esperada e necessária e reaparecerá onde é inesperada, ou simplesmente se tornar imprevisível. Como o aquecimento torna a atmosfera mais energética, as taxas de evaporação e formação de nuvens e tempestades deverão aumentar, embora os efeitos dessas mudanças possam variar conforme a localização.
Nem uma gota
A falta de chuva está esvaziando as torneiras e os canais de irrigação do norte da África e Ásia Central até o sul da Europa
Mais seca
A maior evaporação poderá secar o interior dos continentes durante o próximo século. Desertos irão aumentar; oásis, morrer; e fluxo de rios, diminuir, algumas vezes com resultados catastróficos. Ninguém pode prever com precisão o futuro dos rios, mas um estudo sugere declínio de 40% no fluxo do rio Indo, a única fonte de água do Paquistão e um dos maiores sistemas de irrigação do mundo. A mesma pesquisa estima perda de 30% no fluxo do rio Niger, que banha cinco países áridos no oeste da África, e queda de 10% no Nilo, a água vital do Egito e do Sudão.
A Ásia Central pode esperar declínio ainda mais drástico nos rios que escoam no mar de Aral, que já está virtualmente secando por causa da irrigação. Outros mares em risco incluem o Cáspio, o Grande Lago Salgado, nos Estados Unidos, e os lagos Chade, Tanganica e Malauí, na África. Modelos climáticos indicam também a probabilidade de ocorrer mais secas na Europa, na América do Norte, no centro e no oeste da Austrália. Alguns rios australianos poderiam perder metade de seu fluxo, enquanto o outback (sertão australiano) se tornaria mais seco.
Atualmente, 1,7 bilhão de pessoas vive em países que os hidrologistas descrevem como sob estresse hídrico, porque usam mais de 1/5 de toda a água teoricamente disponível. Estima-se que esse número irá subir para 5 bilhões em 2025. Esse cenário aumenta o espectro da guerra pela obtenção de água. Os países lutariam para controlar o mais precioso de todos os recursos.

Fonte: Portal Folha
 

Aprovada verba para reconstruir base na Antártica

15 Jun 2012 15:54:00 +0000
A Câmara dos Deputados aprovou na quarta-feira (13) a medida provisória (MP) que concede crédito extraordinário de R$ 40 milhões ao Ministério da Defesa para remoção dos escombros da Estação Antártica Comandante Ferraz, destruída por um incêndio em 25 de fevereiro último. A matéria será analisada ainda pelo Senado.
O fogo começou na praça de máquinas, local em que ficavam os geradores de energia. No incidente, morreram o suboficial Carlos Alberto Vieira Figueiredo e o sargento Roberto Lopes dos Santos, ambos da Marinha. Eles participavam do grupo de apoio que tentava apagar o incêndio.
A Estação abrigava, além de militares, pesquisadores que estudam os efeitos das mudanças climáticas no continente e as consequências para o planeta, além de pesquisas sobre a vida marinha e a atmosfera. Os trabalhos são financiados por bolsas concedidas pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCTI).

ONG fundada por Gorbachev lança declaração sobre mudanças climáticas na Rio+20


A organização não governamental Climate Change Task Force – CCTC - (Força-Tarefa contra Mudanças Climáticas) promove um painel nesta segunda-feira, 18/6, das 14h às 17h, no Armazém 3 do Píer Mauá, no espaço montado pela FINEP para a Rio+20. Na ocasião, será lançado um documento com relatório de estudos e ações recomendadas contra as mudanças climáticas. Esta será a primeira declaração lançada pelo CCTC sobre a luta para enfrentar a urgência deste tema. O evento é aberto ao público.
O CCTC foi idealizado por Mikhail Gorbachev, ex-presidente da antiga URSS e ganhador do Prêmio Nobel da Paz, e é composto por cientistas, economistas, atuais e ex-chefes de Estado, ganhadores do Prêmio Nobel, bem como especialistas em clima e desenvolvimento sustentável. Gorbachev fará um depoimento exclusivo em vídeo durante o painel, que conta com a participação de convidados de diversos países.

Fonte: Portal FINEP

Finep anuncia R$ 2 bilhões para produtos e processos inovadores

 Clique para ver todas as fotos de Finep anuncia R$ 2 bilhões para produtos e processos inovadores
15/06/2012 - 11:01
A Financiadora de Estudos e Projetos (Finep/MCTI) vai aplicar R$ 2 bilhões no desenvolvimento de produtos, processos e serviços inovadores ligados ao conceito de sustentabilidade e que integrem aspectos sociais, ambientais e econômicos. O lançamento será feito nesta sexta-feira (15) pelo ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antonio Raupp, e pelo presidente da Finep, Glauco Arbix, no Armazém 3 do Píer Mauá, centro da cidade do Rio de Janeiro.

Do valor disponibilizado, R$ 1,5 bilhão se destinam a propostas recebidas em fluxo contínuo para crédito a empresas. Outros R$ 500 milhões vão apoiar institutos de ciência e tecnologia (ICTs) e para empresas com projetos selecionados em editais. As instituições que contraírem os créditos vão arcar com uma taxas fixa anual de 4% ao ano, prazos de carência de até 36 meses e prazos de amortização de até 120 meses. A participação da Finep no valor total do projeto deverá ser de até 90%.

A intenção é combinar diferentes competências, fontes de recursos e instrumentos financeiros, com prioridade para os setores de biomassa e energias renováveis; smart grid e veículos elétricos/híbridos; mudanças climáticas; materiais, construções e mobilidade urbana; resíduos sólidos, biodiversidade e preservação de ecossistemas; e tecnologias sociais.

Fonte: Portal do MCTI - leia mais, aqui.

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Mudanças Climáticas é tema de mesa redonda

Rio+20
Na próxima sexta-feira (15), acontece no Rio de Janeiro a mesa redonda “Rio+20: o Brasil no cenário mundial de mitigação das Mudanças Climáticas”. O evento é promovido pelo Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas e contará com a presença da ministra de Meio Ambiente, Izabella Teixeira.
A mesa redonda será realizada no Jardim Botânico do Rio de Janeiro e começa às 15 horas. Os debates serão divididos em dois painéis seguidos (1) “O Mundo Age e Reage”  e (2) “O Brasil Distinto Diferente”.
Local: Solar da Imperatriz – Jardim Botânico do Rio de Janeiro (acesso pela Rua Pacheco Leão nº 2040, Horto)
Mais informações para imprensa:
Alethea Muniz (61)9972-3703
Camilla Valadares (61)9228-8704

Rio+20: propostas da FAPESP

Agência FAPESP – Três grandes iniciativas da FAPESP, que estabeleceram uma nova abordagem em termos de organização científica, foram apresentadas à comunidade científica internacional no “Forum on Science, Technology and Innovation for Sustainable Development”, realizado esta semana no Rio de Janeiro: o Programa FAPESP de Pesquisa sobre Mudanças Climáticas Globais (PFPMCG), o BIOTA-FAPESP e o Programa FAPESP de Pesquisa em Bioenergia (BIOEN).
(...)
Metas e conquistas
Paulo Artaxo, membro da coordenação do PFPMCG, contou que o programa da FAPESP foi concebido desde o início, em 2008, para ser uma iniciativa de longo prazo, com duração mínima de dez anos.
“Levamos dois anos para desenhar e focar o programa em suas prioridades. Hoje, uma das principais prioridades é construir até 2013 um modelo brasileiro do sistema climático com foco em questões regionais fundamentais, como os impactos das mudanças climáticas na Amazônia, no Cerrado e no Atlântico Sul”, explicou.
Uma das prioridades estabelecidas para o PFPMCG é estudar as consequências das mudanças climáticas globais sobre o funcionamento dos ecossistemas, com ênfase na biodiversidade, nos ciclos de carbono, nitrogênio, nos corpos d’água, no balanço de radiação na atmosfera, aerossóis, gases-traço e nas mudanças de uso da terra.
“Outras prioridades são o impacto das mudanças climáticas globais na agricultura, na produção de energia e na saúde humana. Também temos foco nas respostas à vulnerabilidade social e econômica, incluindo iniciativas de adaptação”, disse Artaxo.
Carlos Joly, coordenador do Programa BIOTA-FAPESP, destacou que a FAPESP fez um investimento significativo no programa criado em 1999, somando recursos de cerca de US$ 122 milhões.
“Em 12 anos, o programa BIOTA-FAPESP publicou mais de 1 mil artigos científicos em 260 periódicos, sendo 180 deles indexados na plataforma ISI, incluindo revistas como a Science e a Nature. O programa também gerou mais de 20 livros”, disse.
O programa criou uma base georreferenciada com 102 mil registros de 1.100 espécies, identificando 34 tipos de vegetação nativa no Estado de São Paulo. O sistema integrado utiliza softwares livres. Em 2002, o BIOTA-FAPESP lançou um projeto voltado para descobertas de moléculas da biodiversidade brasileira que possam ser usadas como modelos na indústria.
Entre os principais produtos do programa, segundo Joly, está a produção de uma série de mapas da biodiversidade que foram aplicados em políticas públicas de conservação e restauração da biodiversidade.
“O Estado de São Paulo tem 19 instrumentos legais – entre leis, decretos e resoluções – que foram elaborados com base em resultados do programa BIOTA-FAPESP”, afirmou.
 Por Fábio de Castro, do Rio de Janeiro
 

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Desenvolvimento sustentável requer transformação também na ciência

Por Fábio de Castro, do Rio de Janeiro
Agência FAPESP – Depois de concluir que é preciso reinaugurar a relação entre a ciência e a sociedade para viabilizar as ações necessárias para a sustentabilidade global, a comunidade científica internacional se deu conta de que já foi dado o primeiro passo nessa direção.
A ciência para a sustentabilidade, um novo paradigma do conhecimento, já está sendo construída, segundo Lidia Brito, diretora da divisão de Políticas Científicas da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
Ex-ministra da Ciência de Moçambique, Brito participa no Rio de Janeiro do “Forum on Science, Technology and Innovation for Sustainable Development”, que ocorre até sexta-feira (15/06).
O evento de cinco dias tem o objetivo de debater uma nova agenda científica internacional para o período que se seguirá à Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (RIO+20) – que será realizada também na capital fluminense entre 13 e 22 de junho.
O fórum é organizado pelo Conselho Internacional para a Ciência (ICSU, na sigla em inglês), em parceria com Unesco, a Federação Mundial das Organizações de Engenharia (WFEO), o Conselho Internacional de Ciências Sociais (ISSC), o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e a Academia Brasileira de Ciências (ABC).
As discussões no fórum estão alinhadas com a Declaração sobre o Estado do Planeta, documento que sintetizou o resultado dos debates da reunião Planet Under Pressure, copresidida por Brito, em Londres (Inglaterra), onde mais de 3 mil cientistas envolvidos com diversos temas socioambientais discutiram qual seria a posição da comunidade científica internacional na RIO+20.
Uma das principais conclusões da declaração é que o sistema terrestre tem limites para sua exploração e os atuais níveis de pressão nesse sistema poderão levar a uma emergência humanitária de escala global, com a intensificação das crises sociais, econômicas e ambientais.
A superação desses problemas exigirá um novo pacto entre a ciência e a sociedade, com maior conectividade entre as lideranças de todos os setores, e, de acordo com Brito, essa mudança já está em andamento.
Em entrevista à Agência FAPESP, Brito falou sobre o novo paradigma para a sustentabilidade global, que requer um cientista cada vez mais multidisciplinar e mais participativo na sociedade. Explicou ainda por que rejeita a expressão “economia verde” e defendeu que o PIB é insuficiente para medir o sucesso do desenvolvimento de um país.

Agência FAPESP – A comunidade científica chega à RIO+20 com uma mensagem clara para a sociedade?
Lidia Brito – Há uma posição clara e algumas mensagens. Uma das grandes conclusões da comunidade científica do planeta é que entramos em uma nova era, o Antropoceno. Uma era em que o homem é a maior força a conduzir os destinos do planeta. Portanto, há uma nova responsabilidade do ponto de vista da humanidade em relação ao planeta. Outra conclusão é que o Antropoceno é uma era de interconexões, na qual tudo está interligado. Essa interconexão também ocorre em um ponto crítico, que são as fronteiras planetárias. Nas mudanças que introduzimos no sistema planetário, estamos a atingir essas fronteiras interligadas. Não é só o aumento da temperatura isoladamente, nem a acidificação dos oceanos, nem a perda da biodiversidade de forma individual, mas é como tudo isso está ligado.
Agência FAPESP – É correto dizer que essa mesma profusão de interconexões que gera os problemas globais também proporciona oportunidades para lidar com eles?
Lidia Brito – Sim. Essa interconexão profunda é um risco, porque o que quer que seja que façamos para empurrar uma dessas fronteiras, a fim de manter seu nível de estabilidade, irá criar instabilidade e incertezas em todas as outras fronteiras. Mas temos também que ver essa sociedade e esse sistema planetário interconectados como uma oportunidade inédita que nos é oferecida. Porque a mudança é mais rápida. Ideias e soluções que podem nos levar para uma zona de maior estabilidade são mais viáveis, porque tudo está ligado. Isso, por outro lado, faz com que a ciência tenha que mudar. Esse é um grande desafio que temos pela frente.
Agência FAPESP – O que o cientista precisa mudar em sua atitude e seu modo de trabalhar, tanto individualmente como coletivamente?
Lidia Brito – Individualmente, o cientista tem que entender que já não é suficiente trabalhar apenas na zona de conforto de sua disciplina, mas que é necessário se ligar com outras áreas de ciência, a outros sistemas de conhecimento, para que juntos novas soluções possam aparecer. São soluções às vezes até enraizadas em conhecimento já existente, mas só o fato de trazer outras disciplinas, outras formas de estar nas ciências, outras metodologias, outras perspectivas, dá um campo diferente para encontrar soluções.
Agência FAPESP – É preciso refletir a interconectividade no interior da própria atividade científica?
Lidia Brito – Sim, exatamente, com multidisciplinaridade e até mesmo transdisciplinaridade. Usar inclusivamente metodologias de outras áreas de ciência para nosso próprio campo científico. Isso é um desafio importante para o cientista da atualidade: abrir-se a outras comunidades, a outros colegas e outras áreas de ciência. Em nível global coletivo, da ciência como uma comunidade planetária, não só devemos trabalhar juntos nas diferentes perspectivas do conhecimento, mas principalmente engajarmo-nos em uma interação muito mais aberta com a sociedade e os tomadores de decisão – em nível do governo, do setor privado e da sociedade civil – para codesenhar e coproduzir essas soluções que são necessárias para uma sustentabilidade global.
Agência FAPESP – O cientista precisa aumentar seu poder de influência para ser capaz de trazer subsídios científicos para os processos decisórios?
Lidia Brito – Claro. Para isso é preciso interagir de uma forma que essas outras comunidades não se sintam fora da decisão ou do desenho daquilo que é a questão científica. O cientista não deve ditar soluções unilateralmente com base em seu conhecimento, ou não atingirá a sociedade. Seu verdadeiro papel na atualidade é dizer quais são as questões que enfrentamos como humanidade e como nós todos – comunidade científica, gestores políticos, setor privado, sociedade civil – vamos encontrar juntos soluções com base científica para essas questões que afligem a todos nós.
Agência FAPESP – Isso será um processo longo?
Lidia Brito – Acho que é uma questão que demanda urgência. Não podemos esperar muito tempo para fazer essa mudança. O que foi bom em todo esse processo é que já temos uma iniciativa, o Future of Earth, que procura, da parte da comunidade científica em nível global, trazer todas as ciências e os stakeholders – os intervenientes do processo de desenvolvimento sustentável – para a mesa, a fim de definir quais são as questões que temos que investigar e juntos vamos conseguir fazer isso. É um momento interessante, porque está a haver como que um rearranjo da governança científica e da forma como nós olhamos fazer ciência, que está claramente na mesa e está claramente a influir. E penso que é emblemático que isto esteja a acontecer de novo no Rio de Janeiro. Porque em 1992 houve uma mudança drástica, que, acredito, ocorre mais uma vez em 2012. A comunidade científica está a trazer para a RIO+20 sua convicção em dizer: já percebemos o que é preciso mudar, vamos todos mudar juntos. É isso que trazemos para a mesa na Conferência.
Agência FAPESP – Fala-se também de tecnologia nesse fórum. Muitas vezes há uma impressão distorcida do papel da tecnologia, como se ela tivesse a função de fornecer soluções para que se possa manter o chamado cenário business as usual, isto é, seguir no mesmo padrão de consumo, produção e pressão ambiental atual. Como contornar essa distorção?
Lidia Brito – Simplesmente não podemos manter esses padrões. Está fora de questão. A tecnologia tem um papel enorme nesse processo e desenvolvimento sustentável. Mas, por si própria, a tecnologia não dá conta. Ela tem que ser acompanhada por uma transformação social e uma consciência e um compromisso social de que temos que trazer a sustentabilidade global como algo que tem que fazer parte do nosso próprio tecido. Em cada dia, em cada ação que tomamos, a sustentabilidade global precisa estar presente. O que faz diferença, talvez, é esse termo “global”. Nem norte nem sul, nem rico nem pobre. Todos nós. Tem que estar no tecido de nossas nações e do nosso comportamento individual e coletivo. Só assim poderemos aspirar a um mundo mais estável.
Agência FAPESP – A consciência dessa centralidade do desenvolvimento sustentável está arraigada até que ponto na comunidade científica?
Lidia Brito – A Unesco, quando publicou o Relatório da Ciência em 2010, já tinha mostrado que havia uma mudança efetiva no cenário da comunidade cientifica. O que vemos, objetivamente, é muito mais colaboração internacional, muito mais ciência interdisciplinar. Acreditamos que já inclusivamente estamos em uma mudança de paradigmas. A ciência para a sustentabilidade global é o novo paradigma da ciência.
Agência FAPESP – Então a ciência para a sustentabilidade global não é apenas uma aspiração dos pesquisadores, mas uma nova realidade que começa a tomar forma?
Lidia Brito – É algo que está a permear as várias escolas e vários níveis da produção de conhecimento e de ciência. Um exemplo disso é a iniciativa Future of Earth, que é um comprometimento da comunidade científica de que vamos trabalhar juntos nas varias áreas de saber. É também um compromisso daqueles que apoiam a pesquisa global: os financiadores da pesquisa estão conosco nesse comprometimento. Estamos prontos para fazer outro tipo de ciência que responde melhor aos desafios globais. Agora, há muita coisa a fazer. E um dos grandes desafios é garantir que não haja exclusões nesses processos. Parte desse movimento consiste em criar capacidade científica em países que não a têm. E o Brasil é um país que claramente tem um papel enorme nisso.
Agência FAPESP – Por quê?
Lidia Brito – Porque vocês conseguiram criar a vossa capacidade científica nas várias áreas do saber. O Brasil tem experiências nessa coprodução, nessa multidisciplinaridade na abordagem da ciência para o desenvolvimento sustentável. O Brasil pode ser um modelo para o estabelecimento de metas nesse contexto. É um país que mostrou muita capacidade de trazer juntas as redes do conhecimento. Em muitos aspectos vocês estão na dianteira, é simbólico que estejamos discutindo isso no Rio de Janeiro.
Agência FAPESP – Vários pesquisadores brasileiros que temos entrevistado têm demonstrado certo ceticismo em relação à chamada “economia verde”. Qual resposta se pode dar a eles?
Lidia Brito – Para ser honesta, nós na Unesco não falamos em economia verde. Falamos de sociedade verde. Penso que o ceticismo dos investigadores vem daí: a discussão não é sobre economia. O que temos certeza é que, no Antropoceno, não é possível falar apenas de um dos blocos do desenvolvimento sustentável. A economia não pode ser discutida sem as questões sociais, culturais e ambientais. Elas estão interligadas e não podem ser tratadas de forma independente. Fico satisfeita com os cientistas brasileiros, que não querem falar apenas em economia. Temos que falar em sociedade verde, para destacar essa força de mudança.
Agência FAPESP – A senhora é a favor de abandonar o conceito de PIB e criar outras medidas de prosperidade?
Lidia Brito – Claramente não podemos ter só o PIB como medida de sucesso de uma sociedade. O PIB é muito restrito, não mede inclusão social, nem a harmonia entre homem e natureza, não mede o bem-estar das pessoas, nem a equidade. Temos que ter outras medidas. Por isso, nas conclusões do Planet under Pressure, dissemos: usem a comunidade cientifica para definir outras metas. Para desenvolver modelos de medida integrada da economia, sociedade e ambiente. Sim, sou uma das defensoras de que precisa haver outras medidas de sucesso de um país que considerem o desenvolvimento sustentável em todos seus pilares.

terça-feira, 12 de junho de 2012

Proteção da Camada de Ozônio

Entre 10 e 50 quilômetros da superfície da Terra, encontra-se a Camada de Ozônio, um cinturão de gases com alta concentração de Ozônio (O3). Ela funciona como uma proteção natural contra a radiação dos raios ultravioleta emitidos pelo sol. Sem esse filtro formado ao longo de milhares de anos, teria sido impossível o desenvolvimento das incontáveis e variadas formas de vida encontradas no planeta.

Apesar da sua relevância, a Camada de Ozônio começou a sofrer os efeitos da poluição crescente com a industrialização mundial. Seus principais inimigos são produtos químicos como Halon, Tetracloreto de Carbono (CTC), Hidrofluorcabono (HCFC), CFC(Clorofluorcarbono) e Brometo de Metila, substâncias que figuram entre as SDOs. Quando liberadas no meio ambiente, deslocam-se atmosfera acima, degradando a Camada de Ozônio.

Os CFCs foram largamente usados até o fim da década de 1980 e meados dos anos 1990 como propelentes na fabricação de aerossóis, como expansores de espumas, na fabricação de equipamentos de refrigeração e de plásticos. Esses poluentes também contribuem para o aquecimento global. Por tudo isso, o uso indiscriminado de SDOs colocou o mundo em alerta.
Muitas SDOs também influenciam negativamente as mudanças climáticas globais. O CFC e alguns de seus substitutos estão listados entre os gases que mais contribuem para o aquecimento planetário. Uma tonelada de CFC-12, por exemplo, prejudica o clima de forma equivalente a de 7,3 mil toneladas de dióxido de carbono (CO2). A contribuição potencial para o aquecimento do planeta (GWP, do inglês Global Warming Potential) do CFC-12 é de 10.720, enquanto que a do CFC-11 é de 4.680.
Desde seu lançamento, o Protocolo de Montreal mostrou-se muito eficiente para reduzir a fabricação e o uso de CFC em nível global. No entanto, os gases alternativos mais comuns à substância, como HCFC e posteriormente HFC e PFC, ainda ameaçam a saúde climática do Planeta. A eliminação de 97,5 do HCFC está programada para ocorrer em 2030, restando eliminar consumo residual de 2,5% no setor de serviços, até 2040.

Frente ao dilema de proteger a camada de ozônio e ao mesmo tempo resguardar o equilíbrio climático, a Convenção das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNCCC) e o Protocolo de Montreal produziram um documento que sustenta ser possível reduzir pela metade a contribuição dos CFC e seus substitutos para o aquecimento global até 2015, em comparação aos níveis de 2002.
Para tanto, é necessário um gerenciamento rigoroso sobre equipamentos e produtos com CFC e seus substitutos. Impedir a liberação de gases de aparelhos antigos é uma das soluções centrais para evitar futuras contribuições ao aquecimento global. A maior parte das emissões que podem ser evitadas entre hoje e 2015 tem foco em equipamentos de refrigeração.
Por outro lado, para reduzir a produção de gases estufa usados como substitutos de CFC, os organismos internacionais propõem a aplicação de novas tecnologias, como aumentar o uso de amônia, HC e outras substâncias que não contribuem para o aquecimento global. Nesse caso, é possível lançar mão de instrumentos econômicos para fomentar pesquisas e também utilizar mecanismos financeiros previstos no Protocolo de Montreal e no Protocolo de Quioto - tratado internacional que estipula políticas e mecanismos para o corte nas emissões de gases com alto GWP.
Com as ações adotadas pelo Brasil, foi possível evitar a emissão de aproximadamente 43 mil toneladas/ano de CFC, equivalentes a aproximadamente 360 milhões toneladas de CO2. Os cálculos levam em conta a redução real promovida pela Resolução 267/2000, somada aos limites de emissões que poderiam ter sido utilizados pelas empresas até 2010, se o Brasil não tivesse adiantado em três anos o cumprimento de suas metas.
Além das projeções de crescimento no consumo de CFC até 2010, o balanço também utiliza cenários pessimistas sobre a substituição completa desses gases por variedades danosas às mudanças climáticas, como o HCFC-141b. Apesar da redução no uso de CFC também contribuir diretamente para o combate às mudanças climáticas, tais gases não são contabilizados nas metas do Protocolo de Quioto.
A figura abaixo demonstra a relação entre as reduções nas emissões nacionais de SDOs e o equivalente na mitigação do aquecimento global:


Apenas considerando a redução realmente verificada (excluindo-se as evitadas até 2010), tem-se um equivalente de 25 mil toneladas de SDOs e 230 milhões de toneladas de CO2eq equivalente. Isso representa 22,7% das emissões nacionais de gases estufa, quantidade à poluição causada pela Espanha. Se fosse possível negociar essa quantidade de CO2 em créditos de carbono, considerando-se US$ 10 a tonelada, os benefícios econômicos chegariam a aproximadamente US$ 2,3 bilhões.
Logo, o Protocolo de Montreal é um forte aliado na luta contra o aquecimento planetário. Atender seus requisitos com mais rapidez pode ser ainda mais benéfico. O atual balanço mostra que, ao se adotar de forma unilateral medidas como a Resolução 267/2000 do Conama, que antecipou o cumprimento de metas do Protocolo de Montreal, o Brasil prestou grande contribuição aos esforços contra as mudanças climáticas.
Por estas razões, e com base no relatório elaborado pelo Protocolo de Montreal e a Convenção das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, as Partes, em sua 19ª Reunião, em setembro de 2007, aprovaram que países em desenvolvimento devem congelar o consumo e a produção desses gases em 2013, conforme registros da média de consumo dos anos 2009 e 2010. Em 2015, deverá haver redução de 10% em relação ao período 2009-2010. Em 2020, a redução será de 35% e, em 2025, de 67,5%. A eliminação de 97,5% está prevista para 2030, restando eliminar consumo residual de 2,5% no setor de serviços, até 2040.

Fonte: portal do MMA

Telhados verdes

Já popular na Europa, iniciativa está em teste na Fiocruz e pode aliviar calor no verão carioca

RIO - No alto de um dos prédios da Fiocruz há duas casinholas, de 2 metros quadrados cada. Ambas têm telhados convencionais, mas, sobre um deles, há recipientes de plástico cobertos por plantas. Dali pode sair uma solução para tornar o calor do verão tolerável. O termômetro instalado no local revestido por pequenos vegetais registra temperaturas até 5 graus Celsius mais baixas do que no outro casebre.
O “telhado verde” é popular em países europeus e dá seus primeiros passos no mercado de construção paulista, mas ainda causa estranhamento no Rio. O engenheiro civil Renato Castiglia, da Escola Nacional de Saúde Pública da Fiocruz, é um dos primeiros a importar a novidade para terras cariocas.
Castiglia comprou recipientes plásticos e, assessorado por botânicos, encheu-os de espécies suculentas, plantas que toleram até dois meses sem água. Os recipientes foram, então, encaixados, sem qualquer espaço entre eles, sobre o telhado. Resultado: as plantas retêm o calor e a chuva - quando ela vem em quantidade, o excesso escoa da terra para outro vão, de onde ela pode sair sem provocar infiltrações.
Iniciado em março, o experimento já verificou diferença de até 5 graus Celsius nas temperaturas registradas na casa de telhado verde e na outra, de topo convencional.

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segunda-feira, 11 de junho de 2012

Rio+20: Prioridades para o Desenvolvimento Sustentável

A cúpula das Nações Unidas sobre desenvolvimento sustentável (Rio+20), que será realizada no Rio de Janeiro entre 20 e 22 de junho, abordará entre outros assuntos a economia verde e o reforço das instituições e dos indicadores, temas prioritários para a ONU.
O desenvolvimento sustentável, ou seja, aquele que respeita o meio ambiente, se sustenta em três pilares: o ambiental, o econômico e o social.
(...)
Entre 16 e 19 de junho, serão realizados "diálogos sobre desenvolvimento sustentável", um exercício de democracia incentivado pelo Brasil, com o apoio da ONU.
Estes diálogos serão organizados no mesmo local da cúpula e abordarão dez temas, que serão debatidos na internet e também pela sociedade civil. Três propostas de cada tema serão apresentadas em seguida na cúpula de chefes de Estado e de governo.
No total, a Rio+20 abordará os seguintes temas prioritários, definidos pelo secretário da ONU, Ban Ki-Moon :
- os empregos que a economia verde pode criar
- o acesso universal à energia mais eficaz e mais limpa
- as cidades sustentáveis (menos poluição e menos pobreza)
- a segurança alimentar
- o acesso universal a fontes de energia mais eficazes e mais limpas

Nota: A matéria completa pode ser lida no Portal UOL neste link.

Combate à desertificação no país

Novo plano estratégico marca 4ª Reunião da CNCD

A quarta Reunião Ordinária da Comissão Nacional de Combate à Desertificação (CNCD), pela primeira vez sediada em uma cidade do Semiárido brasileiro, Campina Grande (PB), foi encerrada na última sexta-feira, dia 1º de junho, com novo plano de ações estratégicas elaborado pelos representantes dos governos e da sociedade civil. Na ocasião, foi deliberado sobre a proposta de inserção do Instituto Nacional do Semiárido (INSA/MCTI) na CNCD e como correspondente científico do Brasil na Convenção das Nações Unidas para Combate à Desertificação (UNCCD - sigla em inglês de United Nations Convention to Combat Desertification).
Um dos destaques da Reunião foram os encaminhamentos de um plano de ações emergenciais e estruturantes para a convivência com a semiaridez, inclusive com a seca. Dentre as deliberações, consta a elaboração de um documento contendo o ingresso da CNCD no Comitê Integrado de Combate à Seca na Região do Semiárido, o resgate das ações previstas nos Planos de Ações dos Estados (PAEs) de forma que integrem as ações de convivência com a semiaridez junto ao Comitê. Este tema é oportuno se considerarmos que atualmente cerca de 60% da população residente no Semiárido brasileiro, quase 12 milhões de habitantes, está afetada pela estiagem, aspecto que requer atuação dos governos nas dimensões emergencial e estrutural.
O diretor do Departamento de Combate à Desertificação (DCD/MMA), Francisco Campello, durante a Reunião, destacou o que considera os dois principais desafios para a Comissão: construir um processo participativo e democrático para combater a desertificação, com base na experiência da convivência e no resgate das tecnologias sociais e acompanhar a implementação dos compromissos assumidos pelo Brasil junto à Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca. “A grande estratégia da Comissão é justamente não perder o esforço de planejamento feito a nível de cada Estado no seu plano estadual de combate à desertificação e mitigação dos efeitos da seca. Que as ações emergenciais sejam promotoras de projetos estruturantes, o que significa o resgate das tecnologias sociais implementadas para a convivência com o Semiárido, de forma que possamos, mesmo numa situação de emergência por ocasião das estiagens, construir cenários futuros de convivência com o Semiárido”, ressalta Campello.
Outro aspecto discutido na 4ª Reunião foi o acompanhamento das políticas de fomento, com destaque para as metas do Fundo Clima, linha de crédito do Ministério do Meio Ambiente (MMA) que vai injetar R$ 1,2 bilhão, sendo cerca de 40% destes recursos destinados ao Semiárido brasileiro em projetos de combate à desertificação e mitigação dos efeitos da seca.
O Código Florestal também foi tema de deliberações: os membros da CNCD aprovaram moção de apoio à nota pública sobre o novo Código Florestal Brasileiro, emitida pelo Comitê em Defesa das Florestas e do Desenvolvimento Sustentável, baseado no que estabelece a Constituição Federal de que todos têm direito ao ambiente ecologicamente equilibrado. Os membros da CNCD expressaram, por meio do referido documento, o desejo pela construção de um Código Florestal que concilie conservação, produção e defesa dos bens comuns e dos direitos dos povos e comunidades tradicionais e as normas específicas voltadas ao Semiárido brasileiro no que se refere às áreas suscetíveis à desertificação.
Outro tema discutido foi a instituição da Política Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (PNAPO), a ser lançada na Rio+20, cujo objetivo consiste em promover a transição agroecológica e a produção orgânica como base do desenvolvimento rural sustentável, possibilitando à população a melhoria de qualidade de vida por meio da oferta de alimentos saudáveis e do uso sustentável dos recursos naturais.
Dentre os encaminhamentos, ressaltou-se também a participação dos membros da CNCD na Rio+20, com destaque para os Pontos Focais dos PAEs nos diversos eventos da Conferência.
Os membros da CNCD, movidos pelo sentimento da convivência e pela afirmação da vida no Semiárido brasileiro, convivência com a seca, combate à sua indústria e seus (des)governos, também expressaram apoio à declaração sobre o atual momento de estiagens na região, emitida pela Articulação do Semiárido Brasileiro (ASA) e baseado no fundamento das necessidades, potencialidades e interesses das populações locais e nos princípios da conservação, uso sustentável e recomposição ambiental dos recursos naturais do Semiárido, de forma que estes aspectos promovam o desenvolvimento humano, social, cultural e econômico do Semiárido brasileiro.

Texto: Catarina Buriti - Fonte: Portal do INSA

domingo, 10 de junho de 2012

Impa mostra aplicações da matemática nos estudos climáticos


08/06/2012 - 19:55 - Portal do MCTI
Como os estudos e modelos matemáticos podem ajudar na busca de soluções e na compreensão sobre os fenômenos naturais e sobre as alterações climáticas. É com o propósito de mostrar um pouco sobre as pesquisas realizadas na área que o Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (Impa), organização social ligada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), apresentará cinco trabalhos desenvolvidos por pesquisadores em torno da temática “economia verde” na Conferência as Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), no Rio de Janeiro.

Os visitantes poderão conferir em vídeos e apresentações modelagens matemáticas de ondas tipo tsunami, de ondas em rios (responsáveis por enchentes), ondas gigantes abaixo da lâmina da água que colocam em risco plataformas de prospecção de petróleo e a vida de mergulhadores, além de aplicações para aprisionamento/retirada de dióxido de carbono (CO2) da atmosfera com o objetivo de reduzir o aquecimento global.

O Impa estará presente no Armazém 4 (do MCTI). Saiba mais sobre a participação do ministério na Rio+20. 

Rio+20: Presença do Rio Grande do Norte

UFRN vai enviar a representante do Estado à conferência

O Rio Grande do Norte terá um representante na cúpula Rio +20, a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável a ser realizada no Rio de Janeiro entre os dias 13 e 22 de junho. A UFRN irá enviar a bióloga Eliza Xavier Freire, que é coordenadora do Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente da Universidade. A pesquisadora irá participar dos debates que devem desembocar na construção de uma série de propostas sobre desenvolvimento sustentável a serem viabilizadas por países de todo o mundo. Segundo a professora Eliza Xavier, a intenção é avaliar o que já foi feito e o que ainda precisa avançar.

A Rio +20 é a conferência sucessora da Eco 92, também realizada no Rio de Janeiro e que modificou a forma como os governos e países se relacionavam com as questões relativas ao meio ambiente e ao desenvolvimento sustentável, expressão que à época ainda era "novidade". Hoje, 20 anos depois, o termo "desenvolvimento sustentável" se popularizou ao ponto de ser utilizada na maior parte das vezes sem muito critério. "Hoje parece uma palavra vazia, antiga, mas é um conceito amplo, importante, que as pessoas usam sem se preocupar se de fato estão postas as condições para um desenvolvimento pleno", diz a professora Eliza.

Colocar em prática o que será discutido entre pesquisadores, gestores, representantes de organizações não-governamentais e sociedade civil organizada é o grande desafio. Da Eco 92, por exemplo, restam várias propostas não colocadas em prática, inclusive no Brasil, país-sede e signatário do protocolo de propostas. Um exemplo: o ordenamento da ocupação urbana nas grandes cidades. Tragédias como a que aconteceu no Rio de Janeiro no ano passado podem ser evitadas, caso alguns dos encaminhamentos já presentes na Eco 92 fossem levados adiante. "A questão das grandes cidades é um exemplo do que não foi levado a sério pelos governos", diz Eliza Xavier.

Mesmo assim, nem tudo foi imobilidade e retrocesso nos 20 anos que se seguiram à Eco 92 e formataram os debates da Rio +20. Há uma série de ganhos e pode-se dizer que a política ambiental foi outra depois da primeira conferência. "Temos uma política de unidades de conservação, aprovamos uma lei das águas. Há muitas questões importantes que foram encaminhadas", diz Eliza. E complementa: "Hoje temos consciência de que não há desenvolvimento econômico sustentável sem preocupação com o social e o meio ambiente. O debate deve seguir nesse caminho".

Nem todas as universidades estarão representadas na cúpula da Conferência. O MEC selecionou as instituições mais destacadas, entre elas a UFRN. "O papel dos pesquisadores será dar um direcionamento técnico. Se a Academia fosse sempre ouvida não passaríamos por situações como a do Código Florestal, que, no texto aprovado no Congresso, significa um retrocesso para a política ambiental brasileira", reclama a bióloga.


quarta-feira, 6 de junho de 2012

Congresso Brasileiro de Meteorologia - Gramado

Incertezas e Desafios para a Sustentabilidade Planetária
O Papel da Ciência Meteorológica
Submissão dos trabalhos - 23 de março à 25 de junho de 2012

Sociedade Brasileira de Meteorologia – SBMET e o Centro Estadual de Pesquisas em Sensoriamento Remoto e Meteorologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul CEPSRM - UFRGS, têm a satisfação de anunciar o XVII CONGRESSO BRASILEIRO DE METEOROLOGIA, que retorna ao Rio Grande do Sul 29 anos após a realização de sua segunda edição. O Congresso Brasileiro de Meteorologia (CBMET) é realizado a cada 02 anos. Sua primeira edição ocorreu em 1980, em Campina Grande-PB.

O evento será realizado em Gramado, na região serrana do Rio Grande do Sul de 23 a 28 de setembro de 2012 juntamente com o I ENCONTRO DE METEOROLOGIA DOS PAÍSES DO MERCOSUL E ASSOCIADOS e o IV ENCONTRO SUL AMERICANO DE APLICAÇÕES DO SISTEMA EUMETCast PARA O MONITORAMENTO METEOROLÓGICO E AMBIENTAL.

O Congresso é o local ideal para que os participantes possam apresentar seus trabalhos científicos e tecnológicos, os participantes possam discutir temas atuais sobre INCERTEZAS E DESAFIOS PARA A SUSTENTABILIDADE PLANETÁRIA: O PAPEL DA CIÊNCIA METEOROLÓGICA.

Gramado conta com inúmeras atrações, tem excelente infra-estrutura para eventos e para turismo. Artesanato, cozinha típica, bons vinhos, paisagens e clima ameno são atrações adicionais à espera dos participantes do Congresso.

Saiba mais no nosso site sobre temas, como se registrar e o valor das inscrições e mais informações.  

Curso Prático de Análise e Previsão de Tempo

De 20 a 22 de junho será realizado o Curso Prático de Análise e Previsão de Tempo, no Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), em Cachoeira Paulista – SP.
O objetivo do curso é fortalecer os conhecimentos de meteorologia sinótica aplicada à análise e à previsão de tempo, através de análises de casos, associados aos diversos sistemas meteorológicos que influenciam o tempo sobre o continente sul-americano.
O curso será ministrado pelo Dr. Gustavo Escobar, responsável pelo Grupo de Previsão de Tempo do CPTEC/INPE. Dentre alguns dos temas que serão abordados durante o curso estão Análise de cartas sinóticas e Previsão de tempo através da utilização de ferramentas objetivas de prognóstico, derivadas de modelos numéricos.

A programação e o link para as inscrições (formulário e taxa) estão disponíveis no site: http://cursos.cptec.inpe.br/analise-e-previsao-de-tempo/

O curso conta com o apoio da Associação dos Pesquisadores do Experimento de Grande Escala da Biosfera-Atmosfera na Amazônia (APLBA).