sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Le changement climatique, c’est quoi?

Appelé aussi réchauffement global ou planétaire, le changement climatique est un phénomène d’augmentation des températures moyennes des océans et de l’atmosphère, au niveau planétaire, depuis une soixantaine d’années.

Découverte de la problématique du changement climatique

La Terre, depuis ses origines, a toujours connu des changements cycliques de climat, les périodes glacières alternant avec des périodes plus chaudes. On sait que ces cycles durent à peu près 100 000 ans. Comment? En étudiant des carottes de glace, qui contiennent des gaz fournissant aux scientifiques des indications sur le climat de l’époque. Les carottes extraites à grande profondeur nous renseignent sur le climat d’il y a 800 000 ans.
Tout ceci n’est donc pas neuf, la Terre a déjà été dépourvue de calottes glacières. Mais alors, qu’est-ce qui cloche ? On constate que l’augmentation de la température moyenne ne cesse de s’accélérer, à des rythmes méconnus.
La multiplication des catastrophes naturelles provoquées par la météo (ouragans, inondations, etc.) est une autre manifestation du changement climatique. L’élévation du niveau de la mer en conséquence de la fonte des glaces en est une autre. Vu que ces phénomènes n’ont jamais été observés auparavant, les scientifiques se sont alors penchés sur l’activité humaine afin de trouver les causes de ce phénomène inédit.

L’activité humaine en partie responsable du réchauffement climatique

Etant donné que le réchauffement climatique coïncide avec le développement industriel, l’activité humaine a été rapidement pointée du doigt, et notamment les gaz à effets de serre, dont le CO2 est le plus produit. La Communauté internationale a alors fondé le Giec dans le but d’étudier la problématique.
Le Giec (groupe d'experts intergouvernemental sur l'évolution du climat) est l’organisme international ayant autorité sur le réchauffement climatique. Il a pour objectif « d’évaluer, sans parti-pris et de façon méthodique, claire et objective, les informations d’ordre scientifique, technique et socio-économique qui sont nécessaires afin de mieux comprendre les risques liés au changement climatique d’origine humaine, cerner plus précisément les conséquences possibles de ce changement et envisager d’éventuelles stratégies d’adaptation et d’atténuation. »
Le Giec a déjà publié 4 rapports (1990, 1995, 2001 et 2007), le cinquième est prévu pour 2014. C’est suite au rapport de 1995 que le protocole de Kyoto fut élaboré, visant à diminuer la production de gazes à effet de serre.

Le réchauffement climatique, une matière complexe

Si la science a évolué à pas de géants, la météorologie reste un domaine éminemment complexe. S’il est fort probable que l’activité humaine soit responsable du réchauffement climatique, il est extrêmement ardu de définir avec précision l’impact de l’homme. Il se peut que le réchauffement climatique soit le fruit d’une augmentation cyclique de la température ET de la pollution, l'un ou l'autre. Pour l'instant, personne ne peut déterminer avec précision les causes exactes.

Source/Fonte: changement-climatique


Funceme prevê inverno normal na pré-estação

Fugindo do cronograma tradicional, quando a primeira reunião de meteorologistas era realizada em Fortaleza, a Funceme divulgou a previsão climática para o trimestre dezembro, janeiro e fevereiro. Segundo o documento (obtido após análises dos modelos atmosféricos globais e dos campos oceânicos e atmosféricos), a maior probabilidade é de que as chuvas nos próximos três meses fiquem em torno na normal climatológica na maior parte das regiões cearenses. Para o setor noroeste do Estado (Região da Serra da Ibiapaba), a maior probabilidade é de chuvas acima da normal até fevereiro.

A instituição ressalta que dezembro e janeiro são os meses que compõem a pré-estação chuvosa e as médias de chuva nesse período são mais baixas que as dos meses da quadra-chuvosa, ou seja, chover em torno da média em dezembro e janeiro não significa chover muito.
Magnus NascimentoDois anos seguidos de seca reduziram rebanho pela metadeDois anos seguidos de seca reduziram rebanho pela metade

De acordo com a Funceme, o quadro teria a seguinte configuração: Em dezembro a média seria de 29,2 milímetros; janeiro 98,7mm e em fevereiro, quando começa a quadra chuvosa no Semiárido nordestino, a média seria de  127,1 milímetros.

Os sistemas meteorológicos que atuam na pré-estação, segundo a Funceme, são diferentes dos que atuam na quadra chuvosa. Assim, não há relação entre a previsão para os próximos três meses e o prognóstico oficial da quadra chuvosa. “É preciso cautela, são períodos diferentes com sistemas distintos. Nada impede que haja chuvas razoáveis em dezembro e em janeiro mas a estação fique abaixo da média. Até gostaríamos de dar uma notícia melhor, porém, ainda é cedo para falarmos das precipitações da estação chuvosa”, destaca Eduardo Sávio Martins, presidente da Funceme. Ele também informa que a divulgação do prognóstico oficial do período chuvoso de 2014 no Ceará acontecerá na segunda quinzena de janeiro.

No interior do Nordeste, o homem do campo alimenta esperança de que o inverno será normal em 2014, depois de dois anos de seca que destruiu a economia rural e reduziu o rebanho pela metade. Além “dos sinais emitidos pela natureza”, das estatísticas que apontam anos terminados em 4 como bons de inverno, a crença se fortaleceu com as chuvas do início de novembro, trazidas por um fenômeno meteorológico conhecido como vórtice ciclônico, e com a mudança do clima neste final de ano.

Em 1994, de acordo com dados da Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (Emparn), 46,7% dos municípios tiveram chuvas acima do normal. O recorde do ano foi registrado em Maxaranguape: 2.960 milímetros.  Em Martins foram 1.782; Jucurutu 1.374; Mossoró 1.208; Natal 2.184; Parnamirim 2.291,6. O menor registro, naquele ano foi em Pedro Avelino, na região central: 311,3 milímetros.

Em 2004, o número de municípios com inverno classificado como “chuvoso” ou “muito chuvoso” foi ainda maior: 96 município (57,5%). Em 2004 o recorde foi registrado em Natal 2.446 milímetros e a menor precipitação em Upanema, no Oeste, com 303,6 milímetros. Este ano, choveu granizo no município de Santana do Seridó.

Fonte: TN online

Pós-doutorado em Física e Química da Atmosfera com Bolsa da FAPESP

Agência FAPESP – O Projeto Temático “GoAmazon: lnteração da pluma urbana de Manaus com emissões biogênicas da floresta Amazônica”, apoiado pela FAPESP, tem uma oportunidade de Bolsa de Pós-Doutorado para pesquisa no Instituto de Física da Universidade de São Paulo (IFUSP).
O bolsista atuará na área de Geociências - Física e Química da Atmosfera, com um grupo que possui mais de 25 anos de experiência em pesquisa atmosférica na região Amazônica. O objetivo principal é caracterizar emissões da pluma urbana de Manaus, com foco na especiação de compostos orgânicos voláteis (COV) e seu acoplamento com a formação de partículas de aerossóis atmosféricos orgânicos.
Os candidatos à vaga devem ter experiência em medidas in situ de aerossóis e gases, noções de programação em MatLab e boa comunicação oral e escrita em inglês. Devem também ter título de doutor em Física, Química, Meteorologia ou áreas correlatas e estar aptos a operar espectrômetros de massa de aerossóis e de COVs.
Para se inscrever, o candidato deve enviar (em arquivo PDF) carta de apresentação, súmula curricular no modelo FAPESP e uma carta de recomendação para o pesquisador principal Paulo Artaxo (artaxo@if.usp.br).
A data-limite para inscrições é 1º de dezembro de 2013. Mais informações sobre a oportunidade: www.fapesp.br/oportunidades/527.
O selecionado receberá Bolsa de Pós-Doutorado da FAPESP (no valor de R$ 5.908,80 mensais) e Reserva Técnica. A Reserva Técnica de Bolsa de PD equivale a 15% do valor anual da bolsa e tem o objetivo de atender a despesas imprevistas e diretamente relacionadas à atividade de pesquisa.
Caso o bolsista de PD resida em domicílio diferente e precise se mudar para a cidade onde se localiza a instituição sede da pesquisa, poderá ter direito a um Auxílio Instalação. Mais informações sobre a Bolsa de Pós-Doutorado da FAPESP estão disponíveis em www.fapesp.br/bolsas/pd.
Outras vagas de Bolsas de Pós-Doutorado, em diversas áreas do conhecimento, estão no site FAPESP-Oportunidades, em www.fapesp.br/oportunidades.

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

UFRN participa do 6° EnCoGrad-Mar de 2 a 6 de dezembro em Natal

Acontece de 2 a 6 de dezembro, no Pirâmide Hotel, em Natal, o 6° Encontro de Coordenadores de Cursos de Ciências do Mar (EnCoGrad-Mar), que será promovido pela Comissão Interministerial para os Recursos do Mar (SECIRM), Comitê Executivo para a Formação de Recursos Humanos em Ciências do Mar (PPG-Mar) e a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). O evento tem o apoio da Universidade Federal do Rio Grande (FURG), da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e do Ministério da Educação.
O evento, que neste ano que aborda a temática Formação de Recursos Humanos em Ciências do Mar, vai contar com a presença de todas as universidades que oferecem o cursos de Ciências do Mar, convidados do GI-GERCO, BIOMAR, PROAREA e autoridades. Além disso, reúne, pela primeira vez, os líderes dos grupos de pesquisa que atuam na área e coordenadores dos cursos de graduação e de programas de pós-graduação, com o objetivo de definir os temas prioritários para o desenvolvimento científico neste domínio no decênio 2014-2023 e apurar as necessidades de formação de recursos humanos para atender tais prioridades.
A programação inclui palestras, sessões temáticas, exposição de painéis, debates setoriais e coletivos, abordando assuntos de significativa importância para o desenvolvimento do país, considerando que o Brasil possui, atualmente, 40 cursos de nível superior em Ciências do Mar que, por ano, graduam cerca de 2 mil profissionais que contribuem para a pesquisa, a conservação e a exploração ordenada dos recursos marinhos.
Programação
No dia 2, ocorre uma Sessão Especial - V Workshop dos Grupos de Trabalho do PPG-Mar, coordenada por Luiz Carlos Krug (FURG). A solenidade de abertura acontece no dia 3, às 9h, com a palestra A Comissão Interministerial para os Recursos do Mar (CIRM), que será proferida pelo Contra-Almirante Marcos Silva Rodrigues.
Em seguida, ocorre a palestra abordando “A CAPES e a formação de Recursos Humanos em Ciências do Mar”, ministrada pelo presidente da Comissão de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), Jorge Guimarães.
Outra programação do dia é o lançamento dos livros “Introdução às Ciências do Mar”, organizada por Jorge Pablo Castello (FURG) e “Guia de Atividades Práticas sobre o Ambiente Marinho”, coordenado por Maria Inês Freitas dos Santos (UNIVALI), João Thadeu de Menezes (UNIVALI) e Moyses Gonsalez Tessler (USP). À tarde está reservada para outras palestras e painéis, abordando assuntos relacionados à formação de recursos humanos e atuação do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT).
A programação continua no dia 4, com os painéis: Os 25 anos do Plano Nacional de Gerenciamentos Costeiro: produção e difusão do conhecimento para ações de gerenciamento costeiro; Os 25 anos do Plano Nacional de Gerenciamentos Costeiro: produção e difusão do conhecimento para ações de gerenciamento costeiro; Biotecnologia Marinha – BIOMAR; Disseminação de conhecimentos de Ciências do Mar para estudantes dos Ensinos Fundamental e Médio; e O Ensino Técnico em Ciências do Mar no Brasil. Além disso, haverá uma mesa-redonda sobre A Formação Embarcada de Recursos Humanos em Ciências do Mar no Brasil.

Nos dias 5 e 6 estão programadas plenárias para discutir os rumos da pesquisa em Ciências do Mar, demandas de formação de recursos humanos e reuniões de trabalho para sistematização do relatório final do 6º EnCoGrad-Mar.
Mais informações com o professor Luiz Carlos Krug (FURG)– coordenador do PPG-Mar – (53) 9945-9799 (www.cdmb.furg.br); e com a Capitão-de-Mar-e-Guerra Marise Silva Carneiro (SECIRM) – subsecretária para o Plano Setorial para os Recursos do Mar – (61) 9163-7823/ (61) 3429-1323 – www.secirm.mar.mil.br.

Fonte: AGECOM-UFRN
 

Convite - 16º Seminário de Comemoração do Dia Internacional de Proteção da Camada de Ozônio: O Futuro do HCFC R22

Secretaria de Estado do Meio Ambiente  - SP

Otavio Okano
Presidente da CETESB
Companhia Ambiental do Estado de São Paulo

Wadi Tadeu Neaime
Presidente da ABRAVA
Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento

convidam para

- 16º Seminário de Comemoração do
Dia Internacional de Proteção da Camada de Ozônio:
O Futuro do HCFC R22
- Lançamento das publicações:
• Emissões do Setor de Processos Industriais e Uso de Produtos (Digital)
• Emissões de Resíduos Sólidos e Efluentes Líquidos (Impresso)


2 de dezembro de 2013 - segunda-feira
das 13h30 às 17h
Anfiteatro Augusto Ruschi - CETESB
Av. Professor Frederico Hermann Jr, 345
Alto de Pinheiros - São Paulo- SP


quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Seca revisitada

Pesquisadores explicam origem do fenômeno que atinge semiárido nordestino e comentam suas consequências sociopolíticas.
Por: Henrique Kugler
Publicado em 24/10/2013 | Atualizado em 24/10/2013
Seca revisitada
“A caatinga estendia-se, de um vermelho indeciso salpicado de manchas brancas que eram ossadas”, escreve Graciliano Ramos em ‘Vidas secas’. Hoje, porém, não se vê o êxodo em massa de camponeses. (foto: Leo Nunes/ Wikimedia Commons – CC BY-SA 3.0)
Sol escaldante no semiárido nordestino. A inclemência das secas há tempo arrasa a terra e a vida do sertanejo. Ainda assim, “apesar das dolorosas tradições que conhece através de um sem-número de terríveis episódios, ele alimenta a todo transe esperanças de uma resistência impossível”, narrou Euclides da Cunha (1866-1909) em Os sertões. Esse texto é de 1902. De lá para cá muito mudou, mas ainda hoje a complexidade do sistema climático continua a desafiar a ciência; e as consequências da seca na região ainda nutrem acirrados debates entre acadêmicos, técnicos e gestores.
Como entender a origem das agruras climáticas que afligem o Nordeste de nosso país? “As secas costumam ser ocasionadas por dois fenômenos climatológicos de escala global”, explica o climatologista José A. Marengo, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). O primeiro deles é o El Niño. Trata-se de um aquecimento incomum das águas superficiais do oceano Pacífico – o que origina, na costa oeste da América do Sul, índices de evaporação e precipitação bastante elevados.
E, por incrível que pareça, essa mudança ocasional em um oceano distante é capaz de alterar, também, os padrões de circulação atmosférica no território brasileiro. Uma das consequências do El Niño é o decréscimo – por vezes radical – no regime das chuvas sobre o Nordeste de nosso país. A periodicidade desse fenômeno natural é incerta, mas ele costuma ocorrer em ciclos de dois a sete anos.
Por incrível que pareça, uma mudança ocasional em um oceano distante é capaz de alterar, também, os padrões de circulação atmosférica no território brasileiro
O segundo fenômeno responsável pelas sucessivas secas na região tem um nome ligeiramente mais complicado: é o que climatologistas chamam de variação do gradiente de temperatura da superfície do Atlântico Tropical. O conceito é bastante simples. De tempos em tempos, as águas do Atlântico Tropical Norte – região oceânica entre o Equador e a latitude 15° Norte – ficam mais aquecidas que as águas do Atlântico Tropical Sul – localizado entre o Equador e a latitude 15° Sul. Isso acarreta notórias alterações nas zonas de precipitação.
“Onde temos águas mais quentes, há mais evaporação; e maiores taxas de evaporação favorecem a formação de chuvas”, ensina Marengo. Quando as águas do norte se aquecem, portanto, a precipitação tende a se concentrar por lá – abandonando parte do Atlântico Tropical Sul e reduzindo significativamente o índice pluviométrico do Nordeste do Brasil.
É comum confundir os conceitos de seca e estiagem. Vale o esclarecimento. “O clima da região Nordeste é semiárido, o que significa que o ano é dividido em estações chuvosas e estações de estiagem”, explana Marengo. “Seca é quando não chove nos meses em que deveria chover.” No caso do semiárido nordestino, há expectativa de chuva entre janeiro e junho; e ausência de precipitação é esperada entre julho e dezembro.
Com nossos sistemas de previsão meteorológica, somos cada vez mais capazes de predizer os períodos de seca”, afirma Marengo (ver ‘Incertas, mas previsíveis’). “Mas não podemos prever seus impactos, pois a falta d’água costuma trazer sérias consequências sociais e políticas.”

Incertas, mas previsíveis
Predizer o clima e o tempo é sempre um desafio para a ciência. “Mas, no caso das secas do Nordeste, os índices de acerto nas previsões têm sido bastante satisfatórios”, comenta Marengo. “Estações meteorológicas automáticas distribuídas nos mares e no continente coletam dados precisos sobre temperatura, pressão e diversas outras variáveis climatológicas”, que permitem aos meteorologistas elaborar cenários com grau razoável de confiabilidade.

Atualmente, porém, mesmo com sistemas sofisticados, não somos capazes de prever o tempo com mais de três meses de antecedência. Por exemplo: em setembro, pode-se ter alguma acurácia nas previsões para outubro, novembro e dezembro. A previsão oficial do governo para o Nordeste é anunciada normalmente em janeiro – quando já se sabe como será o regime de chuvas durante os meses de fevereiro, março e abril.

Uma curiosidade: ainda hoje vivem os chamados ‘profetas da chuva’ – figuras locais que, entre o misticismo e a tradição, lançam palpites sobre o regime pluviométrico do sertão. Marengo confidencia: em algumas reuniões entre meteorologistas, esses inusitados magos do semiárido são convidados a participar. “Em muitos casos, o que eles especulam por métodos tradicionais se aproxima do que nossa ciência prevê”, comenta o pesquisador. “Não há nada de errado no fato de a ciência dar ouvidos à experiência.”


Literatura e realidade

A figura clássica do retirante talvez não exista mais. O camponês castigado pela falta d’água, com seu gado magro a definhar na caatinga, é parte de um momento pretérito que, ao que tudo indica, foi superado. Pelo menos em parte. “Não vemos mais aquele êxodo em massa, como retratado em Vidas secas, de Graciliano Ramos [1892-1953]”, comenta o engenheiro Marcos Freitas, da Agência Nacional de Águas (ANA). Nos idos passados, levas de nordestinos deixavam suas terras e rumavam para as grandes cidades. Hoje, no entanto, a vida dos sertanejos parece menos difícil. “Parte desse sucesso se deve às políticas governamentais de incremento de disponibilidade hídrica”, diz o engenheiro da ANA.
Açudes, cisternas, carros-pipa. São algumas das principais estratégias adotadas nas últimas décadas para atenuar a falta d’água em muitos municípios do semiárido. Méritos ao Departamento Nacional de Obras contra as Secas (Dnocs), vinculado ao Ministério da Integração Nacional (MIN). “É preciso reconhecer os avanços, sim, mas estamos distantes de uma situação ideal e ainda há muito a se fazer”, pondera Freitas.

Amanhecer semiárido

Especialistas estão de acordo: “O que caracteriza a seca no semiárido nordestino não é a falta pura e simples de água, e sim a forma lotérica como as chuvas se distribuem no tempo e no espaço”, explica o engenheiro agrônomo João Suassuna, da Fundação Joaquim Nabuco. Um só trimestre pode registrar até 90% da precipitação anual.
Desafio, portanto, é armazenar essa água de maneira eficiente e segura para que ela seja distribuída de maneira igualitária durante o ano”, diz Freitas. “Mas não basta armazenar; é preciso atentar para a qualidade da água estocada”, alerta. Esgoto nos rios, resíduos sólidos a poluir cursos d’água são alguns dos problemas que insistem em permanecer em pauta – não somente no Nordeste, mas em todo o Brasil. “Tratamos apenas algo em torno de 60% de nossos esgotos”, diz Freitas.
Água armazenada
Nas últimas décadas, muitos municípios do semiárido têm adotado estratégias para atenuar a falta d’água, como o uso de açudes, cisternas e carros-pipa. (foto: Ana Paula Couto/ MIN)
Outro desafio, segundo ele, é incentivar o uso mais racional dos recursos hídricos na agricultura do semiárido. Os sistemas convencionais acarretam desperdício notório de água. “Por isso devemos incentivar a irrigação por gotejamento ou microaspersão”, sugere o engenheiro. “São muito mais eficientes, pois evitam perdas por evaporação.”
O terceiro grande desafio, para Freitas, é o abastecimento de populações difusas. Aglomerados urbanos, em geral, contam com infraestrutura hídrica satisfatória. Mas habitantes de paragens remotas sofrem. “Longas caminhadas, quilômetros a fio com uma lata na cabeça para buscar água; isso ainda acontece”, lamenta Freitas.
Dado desolador: segundo o engenheiro da ANA, no Brasil perde-se de 30% a 40% de água nos processos de distribuição. Motivo: infraestrutura precária – vazamentos, tubulações avariadas, desvios clandestinos...

Sertão: retrato institucional

A última seca do Nordeste foi registrada em 2012. E os baixos índices pluviométricos de 2013 confirmam: esta seca ainda perdura. Quanto a 2014, pouco se sabe. Previsões de janeiro poderão trazer melhores notícias. Ou não. Segundo Marengo, as secas tendem a durar de um a dois anos. Não é incomum, entretanto, que se estendam por tempo maior. Na década de 1950, por exemplo, a terra sedenta do semiárido permaneceu sob esse regime implacável por nove anos.
Freitas: “O avanço do conhecimento divide as ciências, mas devemos superar a visão compartimentada do saber para solucionar os problemas do semiárido nordestino”
“Mas hoje, mesmo no segundo ano consecutivo da seca, os habitantes da região não têm tido graves problemas de abastecimento”, observa Freitas. É a prova, segundo ele, de que as políticas públicas estão funcionando a contento. “Recentemente, o governo federal ampliou as medidas ao anunciar um aporte de R$ 9 bilhões em uma série de iniciativas, como a prorrogação das operações de crédito rural, a renegociação das dívidas agrícolas e a expansão dos programas Bolsa Estiagem, Garantia-Safra e Operação Carro-Pipa”, informou o MIN à Ciência Hoje. As ações devem atender a mais de 10 milhões de pessoas que vivem nas regiões afetadas pela imprevisibilidade do clima.
“Mas, infelizmente, é comum haver descontinuidade entre um governo e outro”, aponta o engenheiro da ANA. “Um estado ou município pode ter boa estrutura institucional durante um mandato; mas ela pode ser totalmente desmobilizada no governo seguinte.” Para Freitas, as instituições ainda funcionam de forma precária – sem um quadro efetivo de servidores permanentes e concursados.
Para os pesquisadores, a solução para o semiárido requer visão integrada. “O meteorologista preocupa-se com as chuvas; o agrônomo com as culturas agrícolas; o hidrólogo com a vazão dos rios; o economista com os impactos econômicos; e o político poderia auxiliar no planejamento orçamentário e nas negociações de questões federativas”, aponta o engenheiro da ANA. “O avanço do conhecimento divide as ciências, mas devemos superar a visão compartimentada do saber para solucionar os problemas do semiárido nordestino.”

A contenda do velho Chico
Impossível falar de seca no Nordeste sem mencionar a transposição do rio São Francisco. A obra é das mais polêmicas – e tem dividido opiniões desde o início. Um dos maiores críticos ao projeto é o engenheiro João Abner, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Segundo ele, a transposição é uma grande fraude técnica. “Ela permanecerá no imaginário como a solução para a seca, e não é”, censura Abner. “Essa obra não vai terminar nunca.” O governo rebate: o MIN informou à Ciência Hoje que a obra estará concluída em 2015.

Um dos pontos de disputa é o fato de que a transposição, segundo seus críticos, é uma obra que beneficiará o grande capital – grandes propriedades agrícolas e industriais –, e não as populações difusas que carecem de abastecimento. “Não é verdade”, contra-argumenta o MIN. “Os canais dos eixos Leste e Norte, por exemplo, levarão a água do São Francisco para 325 comunidades difusas.” Segundo Abner, entretanto, são os financiamentos de campanhas eleitorais – por parte das empreiteiras responsáveis pela obra – que motivam a controversa transposição.

Henrique Kugler
Ciência Hoje/ RJ


segunda-feira, 25 de novembro de 2013

UFRN: Seminários de Ciências Climáticas

The Global Carbon Cycle and its Role in the Climate System


Dr. Jörg Schwinger
Geophysical Institute, University of Bergen
& Bjerknes Centre for Climate Research, Bergen, Norway

Resumo:
Ocean and land biosphere take up about 50% of anthropogenic carbon
emissions thereby dampening the climate impact of human activity
considerably. Climate change on the other hand is expected to weaken the
land and ocean carbon sinks through changing the physical and
biogeochemical parameters related to carbon uptake. In this seminar talk
I will give an introduction to the global carbon cycle and discuss our
current understanding of the contemporary carbon sinks. Further, I will
show some results for carbon cycle feedbacks (the projected weakening of
the sinks) as simulated by CMIP5 earth system models. The talk will
probably be a bit ocean focused, but I will try to keep it general.


Breve CV:
Jörg Schwinger obtained a PhD in Geophysics from the University of
Cologne, Germany in 2006. He worked with modelling atmospheric chemistry
and data assimilation at the Rhenish Institute for Environmental
Research, Cologne. Since 2010 he is employed as a researcher in the
Global Biogeochemical Cycles Group at the Geophysical Institute/Bjerknes
Centre in Bergen, Norway. His main research areas are the modelling of
biogeochemical cycles in the ocean and assessing carbon cycle feedbacks
in coupled earth system models.

Local: Auditório do CCET, dia 28/11/2013 das 15h00 às 17h00.


domingo, 24 de novembro de 2013

Cúpula do clima da ONU vê um avanço e muitos retrocessos

por Mariana Della Barba
Da BBC Brasil em São Paulo

A cúpula do clima da ONU, a COP 19, conseguiu esboçar neste sábado um compromisso de última hora para elaborar medidas que levem a um novo acordo contra o aquecimento global.
Ainda que modesto, o compromisso foi comemorado pelos participantes, após as negociações terem estado à beira do fracasso e terem avançado um dia além do previsto - por conta de divergências entre países ricos e países em desenvolvimento a respeito de suas respectivas responsabilidades quanto à redução de emissão de gases do efeito estufa.
Mais de 190 países concordaram em elaborar "contribuições" (já que a palavra "compromissos" foi rejeitada) para o novo acordo, que só deve ser concluído em 2015 para vigorar em 2020.
Após Índia e China terem argumentado que países em desenvolvimento não devem ter as mesmas obrigações que os desenvolvidos em conter emissões - o que levou ao principal impasse das negociações -, chegou-se a um acordo de que todos devem agir para conter as emissões, informa a agência Reuters.

Críticas

Nem os ambientalistas e os diplomatas mais entusiasmados esperavam grandes avanços das negociações da COP 19, em Varsóvia, na Polônia.
Mas as cenas vistas nos últimos dias do evento deram a medida dos pontos de fracasso nas negociações, que pretendiam chegar a alguns acordos para reduzir o aquecimento global e mitigar seus efeitos.
Primeiro, choveram críticas ao país sede, que decidiu abrigar concomitantemente à COP uma convenção sobre carvão, um dos combustíveis mais poluentes do planeta. Em seguida, o governo demitiu o ministro de Meio Ambiente da Polônia, Marcin Korolec, que também era o presidente da cúpula, enfraquecendo seu poder de liderança.
Outra cena que marcou a conferência ocorreu na quinta-feira, quando todas as grandes ONGs ambientais e sociais abandonaram o evento por estarem frustradas com o andamento das negociões. Milhares de ambientalistas foram vistos devolvendo seus crachás e deixando o local da COP.
"No geral, os resultados dessa COP ficaram muito aquém das expectativas, que já eram baixíssimas", disse à BBC Brasil Bruno Toledo, membro do Centro de Estudos em Sustentabilidade da Fundação Getulio Vargas (FGV), que foi a Varsóvia acompanhar a cúpula.
"Os avanços foram muito marginais e vimos até alguns retrocessos no processo de negociação que pretendia pavimentar o caminho para a COP de Paris (2015)."
A meta das últimas cúpulas da ONU é alcançar, daqui a dois anos na França, um novo entendimento global a fim de substituir o Protocolo de Kyoto – o acordo internacional que restringe as emissões causadoras do efeito estufa e que expira em 2020.

Leia mais aqui.

Sea-level rise: What the experts expect

In the long run, sea-level rise will be one of the most serious consequences of global warming. But how fast will sea levels rise? Model simulations are still associated with considerable uncertainty – too complex and varied are the processes that contribute to the increase. A just-published survey of 90 sea-level experts from 18 countries now reveals what amount of sea-level rise the wider expert community expects. With successful, strong mitigation measures, the experts expect a likely rise of 40-60 cm in this century and 60-100 cm by the year 2300. With unmitigated warming, however, the likely range is 70-120 cm by 2100 and two to three meters by the year 2300.

IMG_4484Complex problems often cannot simply be answered with computer models. Experts form their views on a topic from the totality of their expertise – which includes knowledge of observational findings and model results, as well as their understanding of the methodological strengths and weaknesses of the various studies. Such expertise results from years of study of a topic, through ones own research, through following the scientific literature and through the ongoing critical discussion process with colleagues at conferences.
For many topics it would be interesting for the public to know what the expert community thinks. If I had a dangerous disease, I would give a lot to learn what the best specialists from around the world think about it. Mostly, however, this expertise is not transparent to outsiders. The media only offer a rather selective window into experts’ minds.
More transparency can be achieved through systematic surveys of experts. The International Council of Scientific Academies (InterAcademy Council, IAC) in its review of IPCC procedures recommended in 2010: “Where practical, formal expert elicitation procedures should be used to obtain subjective probabilities for key results”. We took this advice and last November conducted a broad expert survey on future sea-level rise, in the context of a research project funded by NOAA. Lead author is Ben Horton (Rutgers University), the further authors are Simon Engelhart (University of Rhode Island) and Andrew Kemp (Tufts University).
The credibility of such surveys stands and falls with the selection of experts (see Gavin’s article A new survey of scientists). It is important to identify relevant experts using objective criteria. For us, formal criteria such as professorships were not relevant; our objective was to reach active sea-level researchers. To this end we used the scientific publication database Web of Science of Thomson Reuters and let it generate a list of the 500 researchers who had published the most papers for the search term “sea level” in the last five years in the peer-reviewed literature. It was found that at least 6 publications were required for a scientist to make it onto this list. For 360 of those experts we were able to find email addresses. We asked those for their estimates of the sea-level rise from 2000 to 2100 and 2300, both the “likely” rise (17th to 83rd percentile) and the range of the 5th to the 95th percentile (the 95th percentile is the increase which with 95 % probability will not be exceeded, according to the expert). 90 experts from 18 countries provided their responses.
Sea-level: a bit of context
For context, the following figure from the current IPCC report summarizes the sea-level evolution:
IPCC_AR5_13.27
Figure 1: Sea level rise according to the IPCC report of 2013. Shown is the past history of sea level since the year 1700 from proxy data (sediments, purple) and multiple records from tide gauge measurements. Light blue are the satellite data (from 1993). The two future scenarios mentioned in the text (RCP8.5 and RCP2.6) are shown in red and blue, with their “likely” uncertainty range according to the IPCC (meaning a 66 % probability to remain inside this range). Source: IPCC AR5 Fig. 13.27.
A more detailed discussion of the IPCC sea level numbers can be found here. The red and blue future scenarios correspond (to good approximation) to the two climate scenarios on which we surveyed the experts: blue a scenario with effective climate mitigation, red a scenario with a further unabated growth of emissions into the 22nd Century.
The survey results
The following graph shows what the surveyed experts expect for these two scenarios up to the year 2100:
Horton_SLR_Survey
Figure 2: Sea level rise over the period 2000-2100 for two warming scenarios (red RCP8.5, blue RCP3). The ranges show the average numbers given across all the experts. The inner (darker) range shows the 17 to 83 percentile values, the outer range the 5 to 95th percentiles. For comparison we see the NOAA projections of December 2012 (dashed lines) and the new IPCC projections (bars on the right). Since this graph shows the increase from the year 2000, about 25 cm should be added for a direct numerical comparison with the previous graph.
The experts gave a median rise of 40-60 cm for the blue climate scenario and 70-120 cm for the red scenario. Most of the experts thus expect a higher rise than the IPCC – about two-thirds (65%) give the upper limit for the red ‘likely’ range a higher value than the IPCC, even though the IPCC has increased its projections by ~60% since its last report of 2007. In expert circles the IPCC reports are widely considered to be conservative; this is empirical confirmation.
The following table shows all the median values:
Table1
Highly relevant for coastal protection is a “high-end” value that with high probability will not be exceeded – let’s say the 95th percentile in the table above, below which the rise will remain with 95 percent probability. For the red scenario, about half of the experts (51%) gave 1.5 meters or higher for this, a quarter (27%) even 2 meters or higher. This is for the increase from 2000 to 2100. In the longer term, for the increase from 2000 to the year 2300, the majority of experts (58%) give this high-end value as 4 meters or higher.
These numbers reflect the fact that experts (including myself) have become more pessimistic about sea-level rise in recent years, in the light of new data and insights mainly concerning the dynamic response of the ice sheets.
Two camps?
Experts quoted in the media are often chosen according to media needs – quite popular is the presentation of topics as a controversy with one expert pro and one against. In this way the experts are portrayed as divided into “two camps”, regardless of whether this reflects the reality. This “two-camps theory” is then used as a justification to cite (in the name of supposed balance) counter-arguments by “climate skeptics” with doubtful expertise. Especially in the US this “false balance” phenomenon is widespread.
In the distribution of expert estimates we find no evidence in support of the two-camps theory, as shown in the following graph.
survey_histogram1
Figure 3. Distribution of the experts’ answers to the upper limit of the ‘likely’ range for the RCP8.5 scenario by the year 2100. (These numbers can be compared to the value of 98 cm given in the IPCC report.)
There is no split into two groups that could be termed “alarmists” and “skeptics” – this idea can thus be regarded as empirically falsified. That is consistent with other surveys, such as that of continental ice experts by Bamber & Aspinell (Nature Climate Change 2013). Instead, we see in the distribution of responses a broad scientific “mainstream” with a normal spread (the large hump of three bars centered on 100 cm, in which I also find myself), complemented with a long tail of about a dozen “pessimists” who are worried about a much larger sea-level rise. Let’s hope these outliers are wrong. At least I don’t see a plausible physical mechanism for such a rapid rise.
Weblinks
PIK sea level pages
A study on the regional differences in sea-level rise: A scaling approach to project regional sea level rise and its uncertainties
A study on impacts on cities: Future flood losses in major coastal cities
Reference
Horton, B.P., et al., Expert assessment of sea-level rise by AD 2100 and AD 2300, Quaternary Science Reviews (2013), http://dx.doi.org/10.1016/j.quascirev.2013.11.002

Source/Fonte: realclimate

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

SP: FAPESP e Secretaria de Energia cooperam em rede mundial de energias sustentáveis

Agência FAPESP – A FAPESP e a Secretaria de Energia do Estado de São Paulo assinaram, no dia 19 de novembro, protocolo de intenções para estabelecer cooperação nas áreas de energias renováveis, eficiência energética e conservação de energia em São Paulo.
O trabalho terá início em 2014 com a implementação do Projeto Piloto para Cooperação em Pesquisa e Treinamento para a estruturação da Rede Mundial de Energias Renováveis, Eficiência e Conservação de Energia (Rede ER). A FAPESP será a instituição responsável pela coordenação acadêmica no Estado de São Paulo e a Secretaria de Energia fará a coordenação geral da iniciativa.
A Rede ER é um dos compromissos assumidos em abril de 2012 pela Sexta Cúpula de Líderes Regionais, realizada pela primeira vez no Brasil, no Palácio dos Bandeirantes – sede do governo paulista –, com a participação de outros seis estados membros: Alta Áustria (Áustria), Baviera (Alemanha), Província do Cabo Ocidental (África do Sul), Geórgia (Estados Unidos), Quebec (Canadá) e Shandong (República Popular da China).
“Creio que é um dever da FAPESP participar de uma iniciativa de pesquisa científica para o avanço do conhecimento nesta área, que pode contribuir para subsidiar políticas de grande impacto social e econômico para o Estado de São Paulo e para o Brasil”, disse Celso Lafer, presidente da FAPESP.
As ações da Rede Mundial para o aumento da porcentagem de energia renovável no consumo total de energia, da sustentabilidade energética em escala global e da segurança no fornecimento envolvem a colaboração em pesquisa e inovação entre cientistas ligados a universidades e instituições de pesquisa e grupos de indústrias dos países membros.
“A Rede favorece o crescimento da parcela de energia renovável na matriz energética. O Governo do Estado de São Paulo tem feito trabalho expressivo na área, em iniciativas como a implantação de parques eólicos em regiões do interior do Estado com capacidade de geração de energia sustentável”, disse José Aníbal, secretário de Energia do Estado de São Paulo.
A pesquisa prevista na fase de estruturação da Rede inclui temas como o desenvolvimento sustentável, difusão da cultura de tecnologia limpa no meio empresarial e entre instituições de governo, redução de emissões de CO2 em São Paulo e a ampliação de energias renováveis na matriz energética paulista de 55%, em 2010, para 69%, em 2020.
Para Rodrigo Garcia, secretário de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia do Estado, “a Rede cria uma base institucional para o projeto e a reinstalação do Conselho Estadual de Ciência e Tecnologia [Concite], com a participação do secretário Aníbal e de representantes do setor produtivo, ao lado da FAPESP, que permitirá os resultados esperados”.
Políticas públicas
Os resultados de pesquisa produzidos em colaboração durante o Projeto- Piloto de Cooperação em Pesquisa e Treinamento serão publicados nos sites sob a responsabilidade dos países membros da Rede ER. Espera-se que esses documentos contribuam para a implantação de tecnologias em fontes de energia renováveis e eficiência energética.
“Em sua gênese, a Rede tem a finalidade de influir em políticas públicas e agora, com o braço executivo da FAPESP, existe uma arma, a da pesquisa, que poderá reforçar essas políticas em cada um dos estados membros”, disse o físico José Goldemberg, do Instituto de Energia e Ambiente (IEE), da USP.
“A coordenação acadêmica da FAPESP na Rede ER, a cargo do professor Gilberto Januzzi, da Unicamp, é muito coerente com os objetivos da Fundação de estimular a pesquisa pelos caminhos da colaboração entre cientistas de São Paulo e de vários lugares do mundo e do apoio ao desenvolvimento de fontes renováveis de energia”, disse Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da FAPESP.
Brito Cruz lembrou que a FAPESP atua há anos, em institutos de pesquisa e universidades, para criar novas ideias na área e, desde 2008, mantém o Programa FAPESP de Pesquisa em Bioenergia (BIOEN), com a participação de mais de 400 cientistas de São Paulo e do exterior em projetos de pesquisa – também em colaboração com colegas ligados a instituições de pesquisa dos Estados que integram a Rede ER.
Por Fernando Cunha

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Cientistas discutem temas regionais frente aos desafios globais

Temas comuns a países em desenvolvimento frente aos desafios colocados hoje globalmente, como o uso racional e inclusivo da água e políticas de incentivo à pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I) marcaram o início do Seminário Brasil – Ciência, Desenvolvimento e Sustentabilidade, nesta quinta-feira (21), na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).
Participaram do debate, mediado pelo jornalista Luis Nassif, o ex-ministro da Ciência e Tecnologia e professor do Departamento de Física da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Sergio Rezende; os pesquisadores James Shuttleworth, da University of Arizona (EUA) e Indira Nath, do National Institute of Pathology (Índia); o diretor do Instituto Tecnológico Vale, Luiz Eugênio Mello; e o coordenador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Energia e Ambiente (INCT E&A), Jailson Andrade.
Leia abaixo os principais pontos discutidos:
Doenças negligenciadas
Indira Nath: “É necessária uma cooperação entre diversos setores, com o envolvimento de várias disciplinas e áreas do conhecimento. Precisamos fazer análises sistêmicas, atuando em conjunto, para afetar setores como saúde, emprego e educação. A comunidade científica precisa se reunir para investigar e fornecer respostas aos governantes, de maneira a subsidiar políticas públicas. Mas temos um problema comum, que é o emprego de modelos automáticos para determinadas regiões que, embora semelhantes, possuem particularidades. Cada setor político tem o seu sistema de análise e seria necessário implementar modelos que tenham uma linguagem comum e possam conversar entre si”.
Eficiência energética, crescimento e inclusão social
Jailson Andrade: “O maior desafio hoje, e que se propaga em vários outros, é a exclusão populacional e o aumento da expectativa de vida das pessoas. Isso requer expansão energética, e o sistema de energia tem pelo menos três dimensões: tecnológica, ou seja, do desenvolvimento de novas formas de geração e produção; de eficiência; e uma dimensão educacional, quer dizer, de como a população percebe o que significa energia”.
“No início deste século, a matriz energética mundial era em torno de 70% dependente de energia fóssil. E a discussão girava em torno da mudança desse coeficiente. Hoje, exatamente 82,5% da matriz mundial é de energia fóssil. E a maior parte de uso dessa matriz é para gerar eletricidade e para o transporte, o que repercute nos índices de poluição nos grandes centros urbanos. Cerca de 1,3 bilhão de pessoas no mundo não tem acesso a ar de qualidade”.
“Então, sem a diversificação bem larga da forma de energia disponível para garantir eficiência (que significa a população ter energia de qualidade, sustentável e a um preço acessível), dificilmente mudarão as incidências de poluição nas grandes cidades. Uma diversificação da matriz e uma visão educacional certamente trarão repercussões na poluição dos grandes centros urbanos”.
PD&I e o setor privado
Sergio Rezende: “A forma pela qual a ciência e a tecnologia geram riqueza é nas empresas. São aqueles produtos realmente inovadores que ganham mercado. O Brasil não tem um sistema empresarial fazendo pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I) por razões históricas e culturais, principalmente. Até 2005, por exemplo, não se podia usar recursos públicos para financiar pesquisa em empresas, ao contrário de qualquer lugar desenvolvido no mundo, e os Estados Unidos são o melhor exemplo, o governo define áreas estratégicas e aplica dinheiro nas empresas. A subvenção econômica, que foi criada pela Lei de Inovação, e os incentivos fiscais definidos pela Lei do Bem mudaram esse cenário no país. Cada vez mais nós temos empresas fazendo pesquisa”.
“As empresas nacionais estão vendo que é possível investir em PD&I no país. E é preciso que o setor privado veja que com isso elas ganham mercado. Nós temos empresas hoje na área da tecnologia da informação (TI) que são pequenas multinacionais, que estão com um pé lá fora, levando e desenvolvendo seus produtos no exterior, transformando conhecimento em processos e produtos novos”.
“O melhor exemplo que temos no mundo é a Coreia, que nos anos 1970 era um país mais subdesenvolvido que o Brasil e desenvolveu uma política industrial, científica e tecnológica e hoje temos marcas coreanas fazendo produtos que competem com qualquer outra empresa no mundo”.
Hidrologia, agricultura e mudanças climáticas  
James Shuttleworth: “Certamente é verdade que há grandes diferenças de opinião e de interesses em relação a esse tema, mas acredito que na maioria das questões sensíveis, a melhor abordagem é encontrar uma ciência comum, uma ciência que possa compreendida e aceita por ambos os lados. Tendo isso como base, o debate se torna mais razoável e possível. E aí conseguimos adotar uma abordagem sistêmica, como sugeriu a doutora Indira”.
“Pessoas que não são especialistas estão entrando no debate global e elas começam a ver que há uma necessidade de mitigar os efeitos de questões climáticas. Um dos argumentos mais usados para a preservação da Amazônia, por exemplo, é apresentado pela comunidade dos agricultores”.
“Há uma grande interface entre hidrologia e a comunidade agrícola. E há uma interface que precisa ser desenvolvida: a eficiência e o uso da água na agricultura. Estou no Brasil desenvolvendo um projeto que trata de reunir as habilidades de diversos órgãos e instituições, Inpe [Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, Embrapa [Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária] e Cemaden [Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais], para criar uma infraestrutura nacional que irá aconselhar práticas agrícolas com uso e sustentável da água”.

Texto: Isadora Grespan e Rodrigo PdGuerra – Ascom do MCTI

Ciência da Mudança do Clima

Embora o clima tenha apresentado mudanças ao longo da história da Terra, em todas as escalas de tempo, a mudança atual apresenta fortes indícios de estar relacionada às atividades humanas.

Para informações, escolha o tema:

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

UFRN: Pós-Graduação em Ciências Climáticas inscreve até o dia 22

Pós-Graduação em Ciências Climáticas inscreve até o dia 22
Termina nesta sexta-feira, 22, às 23h59, o período de inscrição do processo seletivo para o mestrado e doutorado em Ciências Climáticas do Programa de Pós-Graduação em Ciências Climáticas (PPGCC) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).
São oferecidas 10 vagas no total, sendo 2 destinadas ao Programa de Qualificação Institucional (PQI) da UFRN. O candidato pode optar pelo início do curso no primeiro ou no segundo semestre de 2014. A opção deve ser manifestada, em caráter consultivo, no Formulário de Inscrição online e ratificada ao fim do processo de seleção.
Para se inscrever, o candidato deve acessar a página eletrônica do Sistema Integrado de Gestão de Atividades Acadêmicas (SIGAA). A documentação exigida em edital deve ser anexada eletronicamente ao formulário de inscrição.
Mais informações podem ser obtidas através do e-mail ppgcc@ccet.ufrn.br, pelo telefone 3342-2479 ou na página do PPGCC (www.posgraduacao.ufrn.br/ppgcc).


terça-feira, 19 de novembro de 2013

Emissões globais de carbono devem bater recorde em 2013

As emissões globais de dióxido de carbono pela queima de combustíveis fósseis chegarão neste ano ao volume recorde de 36 bilhões de toneladas, segundo um relatório preparado por 49 especialistas de dez países, mostrando o fracasso dos governos em conter os gases do efeito estufa responsáveis pelo aquecimento global.
O relatório do Projeto Carbono Global, que reúne a cada ano dados de institutos de pesquisa do mundo todo, foi publicado nesta terça-feira na revista Earth Systems Data Discussions.
A estimativa de 2013 representa um aumento de 2,1 por cento em relação a 2012, e de 61 por cento em relação a 1990, ano-base para o Protocolo de Kyoto, único acordo global que estipula limites para as emissões nacionais de dióxido de carbono (CO2), o principal dos gases do efeito estufa.
O relatório foi publicado enquanto autoridades de quase 200 países estão reunidas em Varsóvia, na Polônia, para uma nova rodada de negociações para a definição de um novo acordo climático que entre em vigor em 2020.
"Os governos... precisam definir como reverter essa tendência. As emissões devem cair substancial e rapidamente se quisermos limitar a mudança climática global a menos de 2 graus Celsius", disse em nota a coordenadora do relatório, Corinne Le Quere, do Centro Tyndall para a Pesquisa da Mudança Climática, da Universidade de East Anglia, na Grã-Bretanha.
Ela se referia ao aumento da temperatura média do planeta em relação aos níveis anteriores à Revolução Industrial. Cientistas ligados à ONU alertam que uma elevação além de 2ºC desencadeará fenômenos extremos como inundações, secas e tempestades.
O relatório mostra que o índice de crescimento das emissões de CO2 se desacelerou ligeiramente em relação aos 2,2 por cento de aumento do ano anterior, mas está apenas um pouco abaixo da média registrada nos últimos dez anos, que foi de 2,7 por cento.
As emissões estão subindo por causa do forte aumento do consumo de carvão, superior a reduções obtidas pelo desenvolvimento de energias renováveis nos últimos anos, de acordo com Glen Peters, coautor do relatório e pesquisador do instituto climático Cicero, da Noruega.
"Embora a sociedade esteja vendo muitos fatos positivos na energia renovável, essa capacidade produtiva ampliada não estão simplesmente deslocando o consumo de carvão", disse Peters em outra nota.

Fonte: Reuters via UOL

Estatística Bayesiana Aplicada a Estudos do Clima



Programação

  • Introdução ao programa R; 
  • Introdução a estatística Bayesiana: história e teorema de Bayes; 
  • Variáveis discretas: distribuição binomial; 
  • Variáveis discretas: distribuição de Poisson; 
  • Variáveis contínuas: distribuição binomial;
  • Variáveis contínuas: distribuição de Poisson;
  • Tópicos avançados: algoritmo de Metropolis; 
  • Tópicos avançados: amostragem de Gibbs;
  • Tópicos avançados: modelagem hierárquica;
  • Tópicos avançados: Markov Chain Monte Carlo (MCMC);
  • Análise de modelos climáticos: método de Tebaldi et al. (2005);
  • Análise de modelos regionais: método de Mesquita et al. (2012);
  • Análise de extremos climáticos: distribuição GEV;



Statistics and Climate

Do different climate models give different results? And if so, why? The answer to these questions will increase our understanding of the climate models, and potentially the physical phenomena and processes present in the climate system.
We now have many different climate models, many different methods, and get a range of different results. They provide what we call ‘multi-model‘ and ‘multi-method‘ ensembles. But how do we make sense out of all this information?

And, do we really need all these different models? Global climate models tend to give roughly similar estimates for the climate sensitivity, but there is nevertheless a spread between the different model estimates. The models often diverge more radically if we zoom down to a region.
Furthermore, a single model may give different answers for the future temperature over North America, depending on which day is used to describe the weather at the starting point of the model simulation (Deser et al., 2012).
So the question is whether the differences in model set-up affect the range of the results, and whether a mix of models is superior to many simulations with a single model in terms of accounting for the unknowns of climate modelling.
The fuzziness associated with the spread between the model results is often referred to by the catch-all phrase ‘uncertainty‘, referring to (unpredictable) chaotic internal variations, vaguely known forcing estimates, and climate model limitation.
Whereas climate scientists find ‘uncertainty’ difficult, it plays a central role in statistics (Katz et al., 2013). The statisticians are experts at drawing knowledge from a large volume of information, incomplete data samples, and have methods for ‘distilling’ the data (using a phrase coined by Bruce Hewitson). Some interesting methods are regression analysis and factorial design.
It is necessary to bring on board more statisticians to participate on climate research. Hence, the motivation for a Statistics and Climate workshop with a high proportion of statisticians among the participants (supported by the SARMA network, Met Norway, Norwegian computing, and the Bjerknes centre).
statsclimatelogoplus
Bringing together people from different fields can be challenging, and we sometimes realise that we speak about ‘uncertainty’ or ‘models’, but mean different things. Is ‘uncertainty’ a probability distribution, model error, gaps in observations, inaccuracy, or imprecision?
In statistics, a ‘model’ may be a probability distribution or an equation whose coefficients are estimated from the data (‘best-fit’). We can also define ‘weather’ as a time series describing when and how much, and ‘climate’ as a probability distribution saying something about how typical such an event is (illustration below).
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During the workshop there were discussions about what is meant by ‘prediction‘ – is it the same as a ‘forecast‘? It is difficult to collaborate before we speak the same language and understand each other.
Sometimes it also may be useful to take a step back and re-examine concepts that we take for granted. It is interesting that the exact meaning of ‘storm‘ and ‘extreme‘ were topics of discussion at the workshop.
Our understanding of physics is needed to identify key scientific questions, but the statisticians have the expertise to design tests based on data and statistics. For instance, we can ask whether the model set-up has a systematic effect on the results of the simulation – as in the text above.
Another aspect is the question of proper sampling. It may be tempting to pick the ‘best’ model for a region, even though the same model performs poorly elsewhere. From a statistical point of view, however, we know that selective sampling will give spurious results, also referred to as a bias.
The Economist recently printed an article with the title ‘How science goes wrong‘, explaining how a bias arises when mostly positive results are reported in the medical literature. This is another form for selective sampling, and for the climate models, it can only be justified if there are physical reasons to exclude a particular model.
Another contribution from statisticians in climate research is to bring in their experience with ‘infographics’ (Spiegelhalter et al., 2011) and ways to convey complex messages through illustrations. This and the ability to make sense of data and model results are valuable for climate services.
We also need reliable data, but there is a concern about the quality (homogeneity) of some of the surface temperature (The International Surface Temperature Initiative ISTI). Resources are also needed for ‘data rescue‘, but it is difficult to find funding for such activity because it is often not regarded as ‘science’.
In addition to high-quality data, we need a common data structure for creating a platform for collaboration that includes observations and different kinds of products (e.g. empirical orthogonal functions), both in terms of data files on disks (e.g. netCDF and the ‘CF’ convention) and in the computer memory.
Standard conventions can reduce the risk of misrepresenting data and make the analysis more transparent. Advanced data structures also make better use of advanced facilities, e.g. the ‘S3′ method in R.

References

  1. C. Deser, R. Knutti, S. Solomon, and A.S. Phillips, "Communication of the role of natural variability in future North American climate", Nature Climate Change, vol. 2, pp. 775-779, 2012. http://dx.doi.org/10.1038/nclimate1562
  2. R.W. Katz, P.F. Craigmile, P. Guttorp, M. Haran, B. Sansó, and M.L. Stein, "Uncertainty analysis in climate change assessments", Nature Climate Change, vol. 3, pp. 769-771, 2013. http://dx.doi.org/10.1038/nclimate1980
  3. D. Spiegelhalter, M. Pearson, and I. Short, "Visualizing Uncertainty About the Future", Science, vol. 333, pp. 1393-1400, 2011. http://dx.doi.org/10.1126/science.1191181
Source/Fonte: RealClimate 

sábado, 16 de novembro de 2013

Seca deve permanecer pelo menos por três meses

O período de novembro, dezembro e janeiro, que compreende a chamada pré-estação chuvosa, deve ser de poucas precipitações para o Rio Grande do Norte e o Nordeste como um todo. A previsão em consenso, feita pelo Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC), Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) e Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), aponta que nesses três meses, há pelo menos 40% de chance de ficar abaixo do normal. Já os meteorologistas potiguares, apesar de confirmarem a tendência, preferem esperar até dezembro para darem mais certeza sobre o comportamento climático nordestino.
Marcos DantasA forte chuva que caiu na semana passada no Rio Grande do Norte não serve de parâmetro para previsão dos próximos mesesA forte chuva que caiu na semana passada no Rio Grande do Norte não serve de parâmetro para previsão dos próximos meses

A prova da instabilidade é que na semana passada, o interior potiguar foi atingido por fortes precipitações, chovendo até granizo no Seridó, mas não foram  suficientes para abastecer os reservatórios, que ainda estão sob riscos de colapso. Esse comportamento instável do clima faz com que os estudiosos locais mantenham a cautela, apesar de indicar que 2014 pode ser um ano bom para o sertão.

BOLETIM 

De encontro a isso, CPTEC, Inmet e Funceme lançaram um boletim afirmando que a ocorrência de precipitações tem 40% de probabilidade de ficar abaixo da considerada normal para cada cidade. As chances são de 35% para que as chuvas permaneçam dentro da média e de 25% para que excedam a normalidade.

O meteorologista Alexandre Santos, que trabalha na Sala de Situação da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh), explica que os indícios realmente apontam para uma baixa intensidade de chuvas pelos próximos meses, como aponta o boletim dos três órgãos climatológicos. Segundo ele, quem diz se vai chover ou não no semiárido nordestino é, basicamente, a temperatura dos oceanos.

Fonte: Tribuna do Norte online

No momento, o Pacífico está com as suas águas mais frias do que o esperado, o que os estudiosos chamam de “anomalia negativa”. Isso porque está acontecendo o conhecido fenômeno “La Niña”, que provoca precipitações no Nordeste e seca no Sul e Sudeste brasileiros. Baseado nesse dado, daria para dizer que não só a pré-estação chuvosa quanto o ano de 2014 seria de chuvas no sertão.

Porém, também há a dependência do Oceano Atlântico para definir se chove ou não no país. E o panorama, no momento, não é nada bom para os sertanejos nordestinos. O lado norte do oceano está com a temperatura acima do normal, enquanto o lado sul se mantém na média, como observam os meteorologistas. Esse quadro mantém as chuvas longe do semiárido.

Já é praticamente garantido que novembro não chove. Por isso o meteorologista usa como base os próximos quatro meses. “Com esse padrão ainda não é possível fazer uma previsão confiável para a quadra chuvosa (dezembro a março) do semiárido nordestino. Vamos ter cautela e esperar até dezembro para dar uma certeza maior”, afirma .