terça-feira, 28 de agosto de 2012

UFRN: Professor de Biociências estuda poluição do rio Potengi/Jundiaí

Buscando analisar as cargas de poluentes presentes nos efluentes brutos e tratados que são despejados no Estuário dos Rios Potengi e Jundiaí e seus efeitos nesses mananciais, o professor Graco Aurélio Câmara de Nelo Viana, Diretor do Centro de Biociências (CB) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), está desenvolvendo o projeto de pesquisa intitulado “Diagnosticar as cargas de poluentes lançadas no estuário dos rios Potengi/Jundiaí”.
Segundo o pesquisador, o objetivo da pesquisa é coletar e analisar os elementos maiores e traços em águas dos efluentes que são despejados no estuário Jundiaí/Potengi e, ao mesmo tempo, fazer um monitoramento físico-químico da água nos mesmos trechos que serão definidos de acordo com as regiões de maiores riscos de impacto ambiental.
Para definir os locais de coleta será feito um planejamento fatorial, considerando alguns fatores característicos da região. As determinações dos elementos maiores e traços em águas e sedimentos serão feitas através do Departamento de Química (DQ) da UFRN.
A contaminação dos ecossistemas por espécies químicas potencialmente tóxicas é um problema global que tem se agravado com o aumento populacional e a sua necessidade por mais fontes naturais. O problema refere-se ao fato de a ingestão de metais e metaloides oferecer riscos à saúde da população, principalmente pela contaminação via alimentos, água a e respiração, cujos impactos, na maioria das vezes, são detectados após longos períodos e de várias maneiras.
Algumas das alterações causadas pelo desequilíbrio da concentração desses elementos no organismo originam a redução da acuidade mental, perda do controle motor, disfunção de órgãos, câncer, doenças crônicas, deficiências imunológicas, incapacidade e finalmente morte. Assim sendo, é de fundamental importância conhecer a dose e o nível de exposição a determinado elemento, mesmo sabendo-se que alguns dos efeitos estão diretamente correlacionados com a biodisponibilidade e, indiretamente, com fatores químicos, geoquímicos e biológicos.
O estuário Jundiaí/Potengi vem sendo constantemente alvo de crimes ambientais, pois se encontra encravado numa região de grande impacto ambiental. Lançamentos de efluentes domésticos e industriais sem tratamento, efluentes industriais com tratamento parcial, efluentes das imunizadoras, e efluentes das pescas colaboram para a contaminação do estuário, contaminando suas águas e sedimentos e, consequentemente, seus peixes e crustáceos.
O projeto visa o desenvolvimento de metodologias para coleta e análise de elementos maiores e traços em águas dos efluentes que são despejados no estuário Jundiaí/Potengi, bem como o volume e as cargas poluidoras lançadas nesse estuário.
A importância dessa pesquisa não é apenas a quantificação de espécies químicas ao longo do estuário, dada a necessidade atual de estudos em todos os recursos hídricos utilizados pelo homem como fonte de água potável e/ou para recreação e pesca, mas também consolidar um grupo de pesquisa, no Departamento de Química (DQ) da UFRN, uma vez que a instituição já dispõe de excelente infraestrutura imprescindível à efetivação dessa pesquisa.

Fonte: Boletim da AGECOM - UFRN.

Nenhum comentário:

Postar um comentário