Buscando analisar as cargas de poluentes presentes nos efluentes
brutos e tratados que são despejados no Estuário dos Rios Potengi e
Jundiaí e seus efeitos nesses mananciais, o professor Graco Aurélio
Câmara de Nelo Viana, Diretor do Centro de Biociências (CB) da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), está desenvolvendo o
projeto de pesquisa intitulado “Diagnosticar as cargas de poluentes
lançadas no estuário dos rios Potengi/Jundiaí”.
Segundo o pesquisador, o objetivo da pesquisa é coletar e analisar os
elementos maiores e traços em águas dos efluentes que são despejados no
estuário Jundiaí/Potengi e, ao mesmo tempo, fazer um monitoramento
físico-químico da água nos mesmos trechos que serão definidos de acordo
com as regiões de maiores riscos de impacto ambiental.
Para definir os locais de coleta será feito um planejamento fatorial,
considerando alguns fatores característicos da região. As determinações
dos elementos maiores e traços em águas e sedimentos serão feitas
através do Departamento de Química (DQ) da UFRN.
A contaminação dos ecossistemas por espécies químicas potencialmente
tóxicas é um problema global que tem se agravado com o aumento
populacional e a sua necessidade por mais fontes naturais. O problema
refere-se ao fato de a ingestão de metais e metaloides oferecer riscos à
saúde da população, principalmente pela contaminação via alimentos,
água a e respiração, cujos impactos, na maioria das vezes, são
detectados após longos períodos e de várias maneiras.
Algumas das alterações causadas pelo desequilíbrio da concentração
desses elementos no organismo originam a redução da acuidade mental,
perda do controle motor, disfunção de órgãos, câncer, doenças crônicas,
deficiências imunológicas, incapacidade e finalmente morte. Assim sendo,
é de fundamental importância conhecer a dose e o nível de exposição a
determinado elemento, mesmo sabendo-se que alguns dos efeitos estão
diretamente correlacionados com a biodisponibilidade e, indiretamente,
com fatores químicos, geoquímicos e biológicos.
O estuário Jundiaí/Potengi vem sendo constantemente alvo de crimes
ambientais, pois se encontra encravado numa região de grande impacto
ambiental. Lançamentos de efluentes domésticos e industriais sem
tratamento, efluentes industriais com tratamento parcial, efluentes das
imunizadoras, e efluentes das pescas colaboram para a contaminação do
estuário, contaminando suas águas e sedimentos e, consequentemente, seus
peixes e crustáceos.
O projeto visa o desenvolvimento de metodologias para coleta e
análise de elementos maiores e traços em águas dos efluentes que são
despejados no estuário Jundiaí/Potengi, bem como o volume e as cargas
poluidoras lançadas nesse estuário.
A importância dessa pesquisa não é apenas a quantificação de espécies
químicas ao longo do estuário, dada a necessidade atual de estudos em
todos os recursos hídricos utilizados pelo homem como fonte de água
potável e/ou para recreação e pesca, mas também consolidar um grupo de
pesquisa, no Departamento de Química (DQ) da UFRN, uma vez que a
instituição já dispõe de excelente infraestrutura imprescindível à
efetivação dessa pesquisa.
Fonte: Boletim da AGECOM - UFRN.
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