Uma parceria recém-assinada reunirá em colaboração o Laboratório
Nacional de Computação Científica (LNCC/MCTI), o Centro de Previsão de
Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC) e a IBM. O propósito é o
desenvolvimento de técnicas de computação de alta performance (high
performance computing – HPC) e de software de fonte aberta para previsão
meteorológica.
As três instituições vão trabalhar na melhoria das tecnologias de
previsão meteorológica e de desastres naturais do país, ajudando a criar
cidades inteligentes, com capacidade de prevenção de desastres
naturais. A capacidade de prever desastres naturais e de estar preparado
a eles é um dos fatores que formam as chamadas cidades inteligentes. O
CPTEC pertence ao Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe/MCTI).
A IBM participa por meio do seu programa de premiação Open
Collaboration Research (OCR).
Inicialmente, a parceria vai trabalhar com um cronograma de dois anos. A
empresa entra com a tecnologia, e o LNCC e o CPTEC, com as pesquisas.
“O casamento entre as instituições une o interesse do laboratório em
aumentar o nível do modelo tecnológico usado hoje, com o interesse da
IBM em fazer uso eficiente das máquinas avançadas que eles produzem”,
diz o diretor do LNCC, Pedro Leite da Silva Dias.
“Esta parceria de colaboração aberta será extremamente benéfica para a
potencialização do investimento das agências brasileiras na criação de
modelos customizados para abordar processos localmente importantes, como
o impacto das emissões urbanas e de queimadas na previsão de chuva”,
explica.
“Modelos meteorológicos são numericamente intensos e requerem um
desenvolvimentos específicos que levem em consideração as condições
locais”, observa o diretor de Recursos Naturais do Laboratório de
Pesquisas da IBM Brasil, Ulisses Mello.
Modelos integrados
A parceria permite ainda a criação de modelos integrados entre
oceano-terra-atmosfera de forma regionalizada, considerando a topologia e
aspectos geográficos de cada localidade. “Com esta iniciativa
pretendemos dar continuidade às ações focadas em um planeta mais
inteligente, principalmente no que diz respeito às atividades de
negócios sensíveis a eventos meteorológicos”, comenta Ulisses Mello.
“Esta parceria de colaboração aberta será extremamente benéfica para a
potencialização do investimento das agências brasileiras na criação de
modelos customizados para abordar processos localmente importantes, como
o impacto das emissões urbanas e de queimadas na previsão de chuva”,
explica Pedro Leite da Silva Dias.
A previsão meteorológica não se restringe a temperatura local. Consegue
também antecipar desastres naturais. “É impossível evitar as
consequências de um desastre, mas a previsão ajuda a minimizar seu
impacto, preparando a cidade e as pessoas, como o que aconteceu com o
furacão Sandy, em Nova York”, afirma Mello, da IBM. O novo projeto vai
trabalhar ainda mais no desenvolvimento de modelos pensando nas
características regionais do Brasil.
O trabalho de previsão meteorológica feito no Brasil nosso país não
fica muito atrás do realizado nos grandes centros do mundo, afirma Dias.
“Isso nos dá um bocado de satisfação. Todo o esforço dos últimos 30
anos valeu a pena, porque hoje estamos no ‘timão’ da meteorologia”, diz.
Segundo o especialista, os resultados alcançados no país são bem
razoáveis, com antecedência de sete a dez dias, dependendo dos casos. É
basicamente o que se consegue nos EUA e na Europa. “Quase não há
diferença entre a qualidade da previsão realizada aqui e a feita nessas
grandes regiões.”
Ele observa que o Brasil ainda está relativamente atrasado em um ponto:
o da previsão de muito curto prazo com alta precisão. Em grandes
eventos esportivos, como a Copa do Mundo e a Olimpíada, que acontecem no
país nos próximos anos, é muito importante a previsão de poucas horas.
“É preciso saber exatamente quanto e onde vai chover daqui a duas horas,
assim como a temperatura e a velocidade do vento nessas próximas horas.
Imagine a importância dessas informações em um evento esportivo”, diz o
diretor do LNCC.
“Uma das expectativas neste trabalho com a IBM é que o novo modelo se
torne mais competitivo para ser aplicado em previsões de muito curto
prazo.”
Os resultados das pesquisas serão compartilhados publicamente após a
conclusão dos estudos e, segundo o diretor do LNCC, em menos de um ano o
projeto sai da teoria e chega à prática. Ou seja, em cerca de três
anos, podemos não estar mais devendo nada aos melhores centros
meteorológicos do mundo.
Acesse o site do LNCC.
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