Nível do mar, inundações, atividades litorâneas e erosão do solo são avaliados por pesquisador espanhol.
SOPHIA GEBRIM - postado no portal do MMA
A
zona costeira é afetada diretamente pelo nível do mar, inundações,
atividades litorâneas e erosão do solo. Depois de três anos de estudo
desses efeitos no litoral de países da América Latina e Caribe, o
professor da Universidade de Cantabria (Espanha), Iñigo Losada
Rodriguez, apresentou, nesta segunda-feira (24/06), na sede do Instituto
Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), em Brasília, os
resultados da pesquisa na palestra “Metodologia, ferramentas e bases de
dados para a avaliação dos impactos das mudanças climáticas nas zonas
costeiras da região de América Latina e Caribe”.
A atividade,
parte da cooperação entre o Ministério do Meio Ambiente (MMA) e a
Comissão Econômica para América Latina e Caribe (Cepal), reuniu
especialistas e técnicos da área, interessados em conhecer a experiência
desenvolvida pelo professor espanhol. “A nossa expectativa é ampliar
informações sobre o cenário climático e atividades que afetam
diretamente o clima, pensando que os aspectos ambientais de hoje podem
ser alterados no futuro”, destacou o diretor do escritório da Cepal no
Brasil, Carlos Mussi. Para ele, a iniciativa garante um amplo
intercâmbio de informações entre os participantes.
RESULTADOS
A
pesquisa de Losada, desenvolvida em parceria entre o Instituto de
Hidráulica da Universidade de Cantabria e a Cepal, analisou 72 mil km da
costa. “Verificamos as alterações detectadas na dinâmica costeira e a
influência da variabilidade climática na vulnerabilidade costeira da
América Latina e Caribe, com a previsão dos impactos e riscos previstos
para o futuro da região”, apontou Losada. Segundo ele, a proposta do
estudo é fornecer informações para elaboração de políticas de
desenvolvimento econômico e sustentável para a região que considerem a
análise de riscos das mudanças climáticas.
Ele apresentou os
impactos considerados, que foram: inundação permanente e temporária,
erosão, atividade portuária, segurança de obras, branqueamento dos
corais, entre outros. “Para inundação, por exemplo, o desafio era obter
uma série temporal horária de nível do mar”, citou. Assim, foi feita uma
análise de componentes e a partir dela, calculou-se a cota de inundação
para um nível da água com período de recorrência de 500 anos. Os
resultados principais incluíram a inundação costeira em função do
aumento do nível do mar, para a qual a distribuição de população na
costa foi o fator de maior peso.
Outra verificação da pesquisa é
que o peso relativo da franja costeira (área ocupada na costa) é maior
em países insulares, enquanto que em número de pessoas destacam-se o
Brasil, o México e a Argentina. “Quanto à erosão de praias, apesar de se
mostrar generalizada, foi observado que a diversidade de praias gera
potenciais impactos distintos”, acrescentou.
Outro ponto
destacado é a alteração na altura e direção de ondas, que pode provocar
erosão por mudança no perfil. Além disso, explica, as praias têm
dualidade funcional: servem para recreação e defesa da costa, de maneira
tal que as taxas de erosão alteram a sua vulnerabilidade. No que se
refere a obras e portos, é possível calcular probabilidades de falhas em
função de eventos extremos.
Os resultados numéricos do estudo estão disponíveis no link: www.c3a.ihcantabria.com
Neste blog são divulgados tópicos relacionados às questões de clima e ambiente, de interesse científico, tecnológico, educacional ou social. (In this blog we deal with some topics concerning climate and environment, with focus on scientific, technological, educational or social issues).
quinta-feira, 27 de junho de 2013
terça-feira, 25 de junho de 2013
Seminário - Ciências Climáticas na UFRN
"Cooperação
Internacional em C, T & I: alguns exemplos nas áreas de Ciências do Mar e
Mudanças Climáticas"
Ciclo de
Seminários do PPGCC - 28/06 às 09h00
Auditório
do DFTE - CCET
Maria Cordélia Soares Machado é doutora em Oceanografia
Biológica pela Université Pierre et Marie Curie (Paris, 1994). É Mestre em
Ciências da Vida pela UFRJ (Museu Nacional) e Licenciada e Bacharel em Biologia
pela Universidade Santa Úrsula, no Rio de Janeiro. Foi Professora e Pesquisadora
dessa Universidade por 26 anos. Foi bolsista do CNPq, com artigos publicados em
revistas científicas (Nature, Deep Sea Research, entre outros). Desde 2002 é Analista
de Ciência e Tecnologia do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação,
onde exerceu o cargo de Coordenadora para Mar e Antártica por oito anos.
Integra atualmente a Assessoria de Assuntos Internacionais desse MCTI.
segunda-feira, 24 de junho de 2013
Cemaden realiza curso sobre monitoramento de desastres naturais
O Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais
(Cemaden/MCTI) promove, de 1º a 5 de julho, o encontro Diálogos
Setoriais – Disseminação de Conhecimento, em Cachoeira Paulista (SP).
O objetivo é difundir informações sobre previsão e monitoramento de inundações e estudar ferramentas operacionais para monitoramento e previsão de enchentes e enxurradas.
Para se inscrever, basta entrar na página do Cemanden e preencher as informações solicitadas. Pode participar do encontro toda a comunidade envolvida na área de previsão e monitoramento de enchentes e enxurradas no país.
Especialistas do Cemanden e de órgãos vinculados, como o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe/MCTI) e o Serviço Geológico do Brasil (CPRM), farão palestras sobre os temas. A iniciativa tem a colaboração do Projeto Apoio aos Diálogos Setoriais UE-Brasil, e é gratuito.
O objetivo é difundir informações sobre previsão e monitoramento de inundações e estudar ferramentas operacionais para monitoramento e previsão de enchentes e enxurradas.
Para se inscrever, basta entrar na página do Cemanden e preencher as informações solicitadas. Pode participar do encontro toda a comunidade envolvida na área de previsão e monitoramento de enchentes e enxurradas no país.
Especialistas do Cemanden e de órgãos vinculados, como o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe/MCTI) e o Serviço Geológico do Brasil (CPRM), farão palestras sobre os temas. A iniciativa tem a colaboração do Projeto Apoio aos Diálogos Setoriais UE-Brasil, e é gratuito.
Texto: Amanda Mendes – Ascom do MCTI
Apenas 7,5% da Caatinga está protegida
Por Karina Toledo
Agência FAPESP – A Caatinga é considerada por especialistas o bioma brasileiro mais sensível à interferência humana e às mudanças climáticas globais. Apesar disso, apenas 7,5% de seu território está protegido em Unidades de Conservação (UCs) e apenas 1,4% dessas reservas são áreas de proteção integral.
O alerta foi feito pelo biólogo Bráulio Almeida Santos, do Centro de Ciências Exatas e da Natureza da Universidade Federal da Paraíba (CCEN/UFPB), durante o quinto encontro do Ciclo de Conferências 2013 do BIOTA Educação, organizado pelo Programa BIOTA-FAPESP no dia 20 de junho.
“A região Nordeste tem 364 reservas registradas no Cadastro Nacional de Unidades de Conservação (CNUC). Apenas 113 (ou 31%) têm como objetivo proteger a Caatinga, embora esse bioma seja predominante em todo o semiárido brasileiro. É uma contradição que precisa ser revertida”, afirmou Santos.
Ainda segundo o levantamento feito pelo biólogo, quase metade das 113 UCs são particulares e apenas 9% têm plano de manejo. Na avaliação de Santos, a situação reflete a ideia errônea, porém disseminada durante muito tempo, de que a Caatinga seja um bioma pobre, homogêneo e no qual não há “quase nada a ser preservado”.
“A Caatinga sempre foi o patinho feio dos biomas brasileiros. Em primeiro lugar, vem a preocupação com a Amazônia, a Mata Atlântica e o Cerrado. A imagem da Caatinga é a do solo rachado e a do gado morrendo de sede, mas é a região semiárida com a maior biodiversidade do mundo”, afirmou Santos.
As espécies da Caatinga, no entanto, ainda são pouco conhecidas. Cerca de 41% do bioma nunca foi amostrado. Até o momento, segundo dados do Ministério do Meio Ambiente, foram descritas na região 932 espécies de plantas, 241 de peixes, 79 de anfíbios, 177 de répteis, 591 de aves, 178 de mamíferos e 221 de abelhas. No caso da flora, mais de 30% das espécies descritas são endêmicas, ou seja, não ocorrem em nenhuma outra região do mundo.
O índice de endemismo chega a 57% no caso dos peixes, 37% no caso de lagartos, 12% dos anfíbios e 7% das aves, segundo dados apresentados por Adrian Antonio Garda, do Centro de Biociências da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (CB/UFRN), durante o evento.
“O número de espécies descritas pode parecer pequeno quando você compara com os outros biomas brasileiros. Mas estamos comparando com biomas do país de maior biodiversidade do mundo e em condições climáticas completamente diferentes. Quando você compara com as regiões desérticas mais bem estudadas da América, a Caatinga apresenta bem mais do que o dobro do número de espécies e com altos níveis de endemismo. Isso apesar de mais de 40% do bioma nunca ter sido inventariado”, disse Garda.
Na avaliação de Santos, falta massa crítica dentro das universidades e de institutos de pesquisa locais para ampliar esse conhecimento e difundi-lo entre e os formuladores de políticas públicas. “É preciso levar as informações ao gestor. A falta de vontade política e de lideranças comprometidas com o uso racional da Caatinga é um dos obstáculos para conservação desse bioma”, avaliou.
Também é preciso derrubar o mito de que a Caatinga esteja pouco alterada, defendeu Santos. Estima-se que tenha sobrado apenas 54% do bioma. Os estados que mais desmataram foram Bahia, Ceará, Piauí e Pernambuco.
“Mas, ao contrário do que acontece no caso da Mata Atlântica, não sabemos com precisão o que já se perdeu do bioma e como estão distribuídos os fragmentos restantes. Do ponto de vista da conservação, é fundamental saber se são muitos fragmentos pequenos ou poucos fragmentos grandes para pensar em como reconectar as paisagens”, disse.
Reverter a perda de hábitat na Caatinga, no entanto, não é tarefa simples, explicou Santos. A escassez de água na região dificulta a fotossíntese e faz com que o bioma apresente uma resiliência muito pequena à interferência humana.
Ameaças
O principal fator de degradação da Caatinga hoje é, segundo Santos, o desmatamento praticado para obtenção de lenha e de carvão vegetal. Cerca de um terço da lenha cortada é para uso residencial. A maior parte do carvão vai para siderúrgicas e para os polos de gesso e cerâmica do Nordeste.
O biólogo também citou como ameaças o uso indiscriminado de fogo em práticas agropecuárias, a introdução de frutas exóticas à região e as criações extensivas de caprinos, ovinos e bovinos.
“Não estou defendendo que se deixe de criar bode ou se pare de usar lenha. Isso é parte da economia e da cultura local. Mas é preciso ordenar o uso dos recursos, fazê-lo de forma racional. Caso contrário, a consequência será a desertificação”, defendeu Santos.
Outra importante ameaça, por mais contraditório que pareça, é o uso excessivo de água para irrigação agrícola. “Na Caatinga, naturalmente, chove pouco e o solo é compacto e duro. Em vez de a água ser rapidamente absorvida e conduzida para o lençol freático, ela se acumula e traz os sais e os nutrientes existentes no solo para a superfície. Quando a água evapora, ocorre a salinização do solo, o que compromete a vegetação e a agricultura”, explicou Santos.
De acordo com o pesquisador, já existem na região núcleos de desertificação – áreas com alto grau de degradação ambiental onde o solo está exposto e exibe alto grau de erosão, há pouca diversidade biológica e pouca cobertura vegetal.
“O polígono de maior risco de desertificação no Brasil está no Nordeste. Por já ser naturalmente uma região semiárida, a Caatinga é o bioma mais ameaçado pelas mudanças climáticas. À medida que o planeta esquenta, o déficit hídrico, que já é grande, tende a crescer”, alertou.
Ainda durante o quinto encontro do Ciclo de Conferências 2013 do BIOTA Educação, Luciano Paganucci, do departamento de Ciências Biológicas da Universidade Estadual de Feira de Santana (DCBio/UEFS), apresentou um panorama sobre a flora da Caatinga, falando sobre sua origem, evolução e as respostas adaptativas desenvolvidas para lidar com a falta d’água.
Organizado pelo Programa BIOTA-FAPESP, o Ciclo de Conferências 2013 tem o objetivo de contribuir para o aperfeiçoamento do ensino de ciência. O próximo encontro será em 22 de agosto, quando estará em pauta o “Bioma Amazônia”.
Em 24 de outubro, o tema será “Ambientes Marinhos e Costeiros”. Finalizando o ciclo, em 21 de novembro, o tema será “Biodiversidade em Ambientes Antrópicos – Urbanos e Rurais”.
Comentário do Blog
Esperamos que este importante evento realizado com o apoio da FAPESP sirva como lição para os
governantes dos estados do Nordeste do Brasil (NEB). Pouco tem sido feito em nossa região, e
com certeza a falta de políticas públicas de responsabilidade dos gestores públicos responsáveis
pela região é o maior entrave para o problema. Afora poucas iniciativas, em geral as fundações
de pesquisas regionais dão pouca importância a um tema que deveria ser uma das maiores
preocupações das grandes instituições públicas que atuam no NEB. Comparado também a outras
iniciativas, as ações do Governo Federal são mínimas, minimorum. No NEB já deveria existir Institutos de Pesquisa com foco nos grandes problemas envolvendo o Semiárido e as Zonas Costeiras. Tivemos um pouco de esperança como o surgimento do INSA, mas ainda falta muito para este instituto mostrar, de fato, para que veio.
Agência FAPESP – A Caatinga é considerada por especialistas o bioma brasileiro mais sensível à interferência humana e às mudanças climáticas globais. Apesar disso, apenas 7,5% de seu território está protegido em Unidades de Conservação (UCs) e apenas 1,4% dessas reservas são áreas de proteção integral.
O alerta foi feito pelo biólogo Bráulio Almeida Santos, do Centro de Ciências Exatas e da Natureza da Universidade Federal da Paraíba (CCEN/UFPB), durante o quinto encontro do Ciclo de Conferências 2013 do BIOTA Educação, organizado pelo Programa BIOTA-FAPESP no dia 20 de junho.
“A região Nordeste tem 364 reservas registradas no Cadastro Nacional de Unidades de Conservação (CNUC). Apenas 113 (ou 31%) têm como objetivo proteger a Caatinga, embora esse bioma seja predominante em todo o semiárido brasileiro. É uma contradição que precisa ser revertida”, afirmou Santos.
Ainda segundo o levantamento feito pelo biólogo, quase metade das 113 UCs são particulares e apenas 9% têm plano de manejo. Na avaliação de Santos, a situação reflete a ideia errônea, porém disseminada durante muito tempo, de que a Caatinga seja um bioma pobre, homogêneo e no qual não há “quase nada a ser preservado”.
“A Caatinga sempre foi o patinho feio dos biomas brasileiros. Em primeiro lugar, vem a preocupação com a Amazônia, a Mata Atlântica e o Cerrado. A imagem da Caatinga é a do solo rachado e a do gado morrendo de sede, mas é a região semiárida com a maior biodiversidade do mundo”, afirmou Santos.
As espécies da Caatinga, no entanto, ainda são pouco conhecidas. Cerca de 41% do bioma nunca foi amostrado. Até o momento, segundo dados do Ministério do Meio Ambiente, foram descritas na região 932 espécies de plantas, 241 de peixes, 79 de anfíbios, 177 de répteis, 591 de aves, 178 de mamíferos e 221 de abelhas. No caso da flora, mais de 30% das espécies descritas são endêmicas, ou seja, não ocorrem em nenhuma outra região do mundo.
O índice de endemismo chega a 57% no caso dos peixes, 37% no caso de lagartos, 12% dos anfíbios e 7% das aves, segundo dados apresentados por Adrian Antonio Garda, do Centro de Biociências da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (CB/UFRN), durante o evento.
“O número de espécies descritas pode parecer pequeno quando você compara com os outros biomas brasileiros. Mas estamos comparando com biomas do país de maior biodiversidade do mundo e em condições climáticas completamente diferentes. Quando você compara com as regiões desérticas mais bem estudadas da América, a Caatinga apresenta bem mais do que o dobro do número de espécies e com altos níveis de endemismo. Isso apesar de mais de 40% do bioma nunca ter sido inventariado”, disse Garda.
Na avaliação de Santos, falta massa crítica dentro das universidades e de institutos de pesquisa locais para ampliar esse conhecimento e difundi-lo entre e os formuladores de políticas públicas. “É preciso levar as informações ao gestor. A falta de vontade política e de lideranças comprometidas com o uso racional da Caatinga é um dos obstáculos para conservação desse bioma”, avaliou.
Também é preciso derrubar o mito de que a Caatinga esteja pouco alterada, defendeu Santos. Estima-se que tenha sobrado apenas 54% do bioma. Os estados que mais desmataram foram Bahia, Ceará, Piauí e Pernambuco.
“Mas, ao contrário do que acontece no caso da Mata Atlântica, não sabemos com precisão o que já se perdeu do bioma e como estão distribuídos os fragmentos restantes. Do ponto de vista da conservação, é fundamental saber se são muitos fragmentos pequenos ou poucos fragmentos grandes para pensar em como reconectar as paisagens”, disse.
Reverter a perda de hábitat na Caatinga, no entanto, não é tarefa simples, explicou Santos. A escassez de água na região dificulta a fotossíntese e faz com que o bioma apresente uma resiliência muito pequena à interferência humana.
Ameaças
O principal fator de degradação da Caatinga hoje é, segundo Santos, o desmatamento praticado para obtenção de lenha e de carvão vegetal. Cerca de um terço da lenha cortada é para uso residencial. A maior parte do carvão vai para siderúrgicas e para os polos de gesso e cerâmica do Nordeste.
O biólogo também citou como ameaças o uso indiscriminado de fogo em práticas agropecuárias, a introdução de frutas exóticas à região e as criações extensivas de caprinos, ovinos e bovinos.
“Não estou defendendo que se deixe de criar bode ou se pare de usar lenha. Isso é parte da economia e da cultura local. Mas é preciso ordenar o uso dos recursos, fazê-lo de forma racional. Caso contrário, a consequência será a desertificação”, defendeu Santos.
Outra importante ameaça, por mais contraditório que pareça, é o uso excessivo de água para irrigação agrícola. “Na Caatinga, naturalmente, chove pouco e o solo é compacto e duro. Em vez de a água ser rapidamente absorvida e conduzida para o lençol freático, ela se acumula e traz os sais e os nutrientes existentes no solo para a superfície. Quando a água evapora, ocorre a salinização do solo, o que compromete a vegetação e a agricultura”, explicou Santos.
De acordo com o pesquisador, já existem na região núcleos de desertificação – áreas com alto grau de degradação ambiental onde o solo está exposto e exibe alto grau de erosão, há pouca diversidade biológica e pouca cobertura vegetal.
“O polígono de maior risco de desertificação no Brasil está no Nordeste. Por já ser naturalmente uma região semiárida, a Caatinga é o bioma mais ameaçado pelas mudanças climáticas. À medida que o planeta esquenta, o déficit hídrico, que já é grande, tende a crescer”, alertou.
Ainda durante o quinto encontro do Ciclo de Conferências 2013 do BIOTA Educação, Luciano Paganucci, do departamento de Ciências Biológicas da Universidade Estadual de Feira de Santana (DCBio/UEFS), apresentou um panorama sobre a flora da Caatinga, falando sobre sua origem, evolução e as respostas adaptativas desenvolvidas para lidar com a falta d’água.
Organizado pelo Programa BIOTA-FAPESP, o Ciclo de Conferências 2013 tem o objetivo de contribuir para o aperfeiçoamento do ensino de ciência. O próximo encontro será em 22 de agosto, quando estará em pauta o “Bioma Amazônia”.
Em 24 de outubro, o tema será “Ambientes Marinhos e Costeiros”. Finalizando o ciclo, em 21 de novembro, o tema será “Biodiversidade em Ambientes Antrópicos – Urbanos e Rurais”.
Comentário do Blog
Esperamos que este importante evento realizado com o apoio da FAPESP sirva como lição para os
governantes dos estados do Nordeste do Brasil (NEB). Pouco tem sido feito em nossa região, e
com certeza a falta de políticas públicas de responsabilidade dos gestores públicos responsáveis
pela região é o maior entrave para o problema. Afora poucas iniciativas, em geral as fundações
de pesquisas regionais dão pouca importância a um tema que deveria ser uma das maiores
preocupações das grandes instituições públicas que atuam no NEB. Comparado também a outras
iniciativas, as ações do Governo Federal são mínimas, minimorum. No NEB já deveria existir Institutos de Pesquisa com foco nos grandes problemas envolvendo o Semiárido e as Zonas Costeiras. Tivemos um pouco de esperança como o surgimento do INSA, mas ainda falta muito para este instituto mostrar, de fato, para que veio.
domingo, 23 de junho de 2013
Kerry Prods India to Cut Greenhouse Gas Emissions
NEW DELHI — Secretary of State John Kerry urged India on Sunday to begin
to address climate change by reducing emissions of greenhouse gases
even as it attempts to bring electricity to tens of millions of its
citizens now living without it.
“I do understand and fully sympathize with the notion that India’s
paramount commitment to development and eradicating poverty is
essential,” Mr. Kerry said in a speech at the start of a two-day visit.
“But we have to recognize that a collective failure to meet our
collective climate challenge would inhibit all countries’ dreams of
growth and development.”
In an effort to prod the Indians to act, Mr. Kerry warned that climate
change could cause India to endure excessive heat waves, prolonged
droughts, intense flooding and shortages of food and water.
“The worst consequences of the climate crisis will confront people who
are the least able to be able to cope with them,” he said.
Mr. Kerry has long been active on the issue of climate change. His
speech was part of a broader push by the Obama administration that
includes a presidential address,
scheduled for Tuesday, on steps the White House plans to take
domestically, including establishing the first limits on carbon
emissions from new and existing power plants.
Mr. Obama is also expected to pledge to lead a global effort to reduce
climate-altering emissions and help both the poorest nations and newly
industrializing countries like India adapt to the inevitable costs of a
warming planet.
India is one of the fastest-growing sources of greenhouse gases in the
world, and it has consistently rejected efforts by developed countries
to slow down its energy consumption, fearing that it would retard its
economic growth and hamper its drive to reduce poverty. India now ranks
third in the world in production of carbon dioxide, the most prevalent
heat-trapping gas, behind China and the United States.
By/Por: MICHAEL R. GORDON and
JOHN M. BRODER
sábado, 22 de junho de 2013
Projeto Pluviômetros nas Comunidades é lançado nacionalmente
O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antonio Raupp, e o
secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do
MCTI, Carlos Nobre, promovem nesta segunda-feira (24) o lançamento
nacional do projeto Pluviômetros nas Comunidades.
A cerimônia será realizada a partir de 10h30, na cidade de Petrópolis, no Rio de Janeiro. Na ocasião, o ministro e o secretário também participam da inauguração da sede da Secretaria Municipal de Proteção e Defesa Civil.
Petrópolis foi o primeiro município do país a receber os pluviômetros semiautomáticos (equipamentos que medem o volume e a intensidade de chuvas) destinados a cidades que possuem áreas de risco de desastres naturais, principalmente, deslizamentos.
O projeto prevê o envolvimento e a atuação direta das comunidades na prevenção a desastres naturais. A iniciativa é conduzida por meio de parceria entre o Cemaden e o Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres (Cenad/MI).
Orientada pela Defesa Civil, a população aprende a fazer a leitura das informações geradas nos equipamentos e, em caso de riscos, alertar as autoridades competentes.
Serviço:
O quê: Lançamento nacional do projeto Pluviômetros nas Comunidades
Data: 24/6/2013
Horário: 10h30
Local: Secretaria de Proteção e Defesa Civil
Rua Buarque de Macedo, nº 128, Centro
Petrópolis – Rio de Janeiro
Fonte: portal do MCTI
A cerimônia será realizada a partir de 10h30, na cidade de Petrópolis, no Rio de Janeiro. Na ocasião, o ministro e o secretário também participam da inauguração da sede da Secretaria Municipal de Proteção e Defesa Civil.
Petrópolis foi o primeiro município do país a receber os pluviômetros semiautomáticos (equipamentos que medem o volume e a intensidade de chuvas) destinados a cidades que possuem áreas de risco de desastres naturais, principalmente, deslizamentos.
O projeto prevê o envolvimento e a atuação direta das comunidades na prevenção a desastres naturais. A iniciativa é conduzida por meio de parceria entre o Cemaden e o Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres (Cenad/MI).
Orientada pela Defesa Civil, a população aprende a fazer a leitura das informações geradas nos equipamentos e, em caso de riscos, alertar as autoridades competentes.
Serviço:
O quê: Lançamento nacional do projeto Pluviômetros nas Comunidades
Data: 24/6/2013
Horário: 10h30
Local: Secretaria de Proteção e Defesa Civil
Rua Buarque de Macedo, nº 128, Centro
Petrópolis – Rio de Janeiro
Fonte: portal do MCTI
terça-feira, 18 de junho de 2013
Inpe lança novo modelo de previsão do tempo
Agência FAPESP – Uma nova versão do modelo regional Brams de
previsão de tempo, cobrindo toda a América do Sul, foi lançada pelo
Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (Cptec) do Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
A versão 5.0 do Brams gera previsões para até sete dias, com resolução espacial de cinco quilômetros. O modelo anterior fornecia previsões com resolução de 20 quilômetros.
O avanço só foi possível por causa da alta capacidade de processamento do novo supercomputador Tupã, instalado em Cachoeira Paulista e adquirido pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), com apoio da FAPESP.
O desenvolvimento do modelo levou cerca de um ano. A tecnologia também gera previsões e faz o monitoramento da poluição do ar.
Para cobrir toda a extensão da América do Sul, foram necessárias 1.360 x 1.480 células horizontais e 55 níveis verticais. As células de grade, em um total de 110 milhões, aproximadamente, são processadas simultaneamente nos 9.600 processadores do supercomputador.
A nova versão do Brams pode ser conferida em: http://previsaonumerica.cptec.inpe.br
A versão 5.0 do Brams gera previsões para até sete dias, com resolução espacial de cinco quilômetros. O modelo anterior fornecia previsões com resolução de 20 quilômetros.
O avanço só foi possível por causa da alta capacidade de processamento do novo supercomputador Tupã, instalado em Cachoeira Paulista e adquirido pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), com apoio da FAPESP.
O desenvolvimento do modelo levou cerca de um ano. A tecnologia também gera previsões e faz o monitoramento da poluição do ar.
Para cobrir toda a extensão da América do Sul, foram necessárias 1.360 x 1.480 células horizontais e 55 níveis verticais. As células de grade, em um total de 110 milhões, aproximadamente, são processadas simultaneamente nos 9.600 processadores do supercomputador.
A nova versão do Brams pode ser conferida em: http://previsaonumerica.cptec.inpe.br
segunda-feira, 17 de junho de 2013
Monitoramento independente vê aumento de desmate na Amazônia
GIOVANA GIRARDI
Um levantamento independente do desmatamento da Amazônia aponta uma inversão da tendência de queda da perda florestal que vem se observando nos últimos anos. Em maio, o sistema de monitoramento de imagens de satélite SAD, do instituto de pesquisa Imazon, detectou 84 quilômetros quadrados de desmatamento na Amazônia Legal. Um aumento de 97% em relação a maio do ano passado, que registrou 42,5 km². Considerando o acumulado de agosto a maio, o desmatamento totalizou 1.654 km², 89% superior ao mesmo período do ano anterior, que somou 873 km².
Se esse ritmo se mantiver nos meses de junho e julho, tradicionalmente os de maior avanço do corte raso, por ser período de seca, o desmatamento total pode passar de 6 mil km², estima Adalberto Veríssimo, pesquisador do Imazon. Segundo ele, esses dois meses costumam representar 30% do total. “Ao menos que nesses meses o desmate seja excepcionalmente baixo, vai ocorrer um aumento expressivo”, alerta.
A avaliação, apesar de obtida a partir da análise das mesmas imagens de satélite usadas pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), não é considerada pelo governo. São os dados do Inpe que compõem o cenário oficial de desmatamento. No início do mês, por exemplo, o órgão apontou que o desmatamento de agosto de 2011 a julho de 2012 (meses que marcam o início e o fim do calendário de monitoramento) foi o menor da história do monitoramento – caiu 29% em relação ao período anterior, chegando a 4.571 km².
O próprio Inpe, porém, tem mostrado algumas mudanças de lá para cá. De agosto do ano passado a fevereiro deste ano o órgão informou que o desmatamento cresceu 26,6% (na comparação com o intervalo ago/2011 a fev/2012). O anúncio seguinte, sobre o bimestre março e abril deste ano, trouxe queda de 66%, sempre comparando com o mesmo período do ano anterior. Ainda não foram divulgados os dados de maio.
Fatores como nuvens impedindo a visualização (bastante comuns no período de chuvas, que vai até março) e a forma de análise das imagens, que difere entre os dois institutos, não raro resulta em diferenças entre os números obtidos. Mas, em geral, eles batem em relação à tendência sobre o que está acontecendo na região. O Imazon, no entanto, por atuar na região do Pará, também faz muitas parcerias em campo com o governo do Estado e com o Ibama, o que permite acompanhar de perto o que está acontecendo e também facilita a checagem de alguns dados in loco.
“Tem coisas que o SAD não detecta, mas em campo a gente vê. A região de Castelo dos Sonhos, por exemplo, estava completamente coberta de nuvens. Ninguém via nada, nem conseguia sobrevoar o local. Quando foi possível chegar lá, se encontrou um desmatamento de 6 mil hectares. Daqui para a frente, como a tendência é ter menos nuvens, vamos ter uma noção melhor do estrago”, diz Veríssimo.
Ele afirma, com base em pesquisas em campo sendo feitas pelo Imazon, que o maior gargalo no momento é o chamado desmatamento especulativo, principalmente nas regiões do oeste do Pará e sudeste do Amazonas. E que ocorre mesmo debaixo de chuva, justamente porque é mais difícil enxergar e também de a fiscalização chegar até lá.
“É gente que derruba com a expectativa de que uma hora vai conseguir regularizar a terra e vendê-la”, diz. “Praticamente, não se vê mais o desmate de quem está na cadeia produtiva e quer aumentar sua área para plantar ou pôr gado. Nesses casos, os mecanismos de comando e controle do governo têm funcionado. Mas o governo vai ter de mudar a estratégia, talvez deixar claro que essas áreas desmatadas para especulação não vão nunca ser regularizadas. Aí cria um prejuízo e pode ser que a prática estanque”, diz.
Fonte: portal Estadão
Seminário - Ciências Climáticas na UFRN
NOVA DATA!
ASSOCIAÇÃO ENTRE VARIÁVEIS METEOROLÓGICAS
E EXTREMOS DE PRECIPITAÇÃO NO NORDESTE DO BRASIL
Washington Luiz Félix Correia
Filho
Doutorando em Ciências Climáticas - UFRN
21/06/2013 (sexta-feira) às
11h00
Auditório do Departamento de Física Teórica e Experimental - UFRN
Resumo
A ocorrência de eventos extremos
e sua recorrência em curtos períodos de tempo tornou a sociedade mais
susceptível às variações extremas de tempo e clima. Estes extremos têm
fomentado diversas pesquisas com o propósito de identificar os principais fatores
que subsidiem a ocorrência destes extremos, neste caso, de precipitação. No
Nordeste do Brasil (NEB), os extremos mais preocupantes estão relacionados à
precipitação pluvial, quanto ao seu déficit (semiárido nordestino) e excessos
(regiões litorâneas e capitais). Como maneira de diagnosticar os principais
fatores que causem a ocorrência destes extremos, tem sido amplamente difundido
diversos métodos estatísticos, um deles são os modelos lineares generalizados
(GLM), que tem sido uma alternativa potencialmente útil e eficaz na
identificação destes extremos. Neste trabalho aplicaremos o modelo de regressão
logística para dados diários de 13 variáveis meteorológicas e oceânicas de
1979-2011 para o período chuvoso, com o objetivo de extrair odds ratio (razão de chances) de todas
as variáveis para cada uma das sub-regiões do NEB (norte, sul, leste e
semiárido), e construir o modelo logístico para modelar estes extremos. Há
indícios de que a radiação de onda longa e umidade específica favorecem a
ocorrência de extremos de precipitação ao passo que, em contrapartida, as TSM’s
não impulsionam essa ocorrência. Quanto à qualidade do ajuste do modelo pela
curva ROC, para os pontos de estudo obteve-se valores acima de 0.8, favorecendo
um maior grau de acerto das predições do modelo.
Convite Palestra Impactos das mudanças climáticas na zona costeira da América latina e Caribe
O Ministério do Meio Ambiente (MMA) e a Comissão Econômica para América Latina e Caribe (CEPAL), dentro de seu programa de cooperação, gostariam de convidá-lo(a) para participar da palestra “Metodología, herramientas y bases de datos para la evaluación de los impactos del cambio climático en zonas marino-costeras de la región de América Latina y Caribe”, que será ministrada pelo Professor Iñigo Losada Rodriguez (Universidad de Cantabria, Espanha), no dia 24 de junho, das 9:00hs às 12hs, no Auditório do ICMBIO, EQSW 103/104, Bloco “C”, Setor Sudoeste, Brasilia- DF. O estudo – desenvolvido pelo Instituto de Hidráulica da Cantábria e pela CEPAL – analisa as alterações detectadas na dinâmica costeira e a influência da variabilidade climática na vulnerabilidade costeira da América Latina e Caribe, com a previsão dos impactos e riscos previstos para o futuro da região. Um dos objetivos do estudo é fornecer informações para elaboração de políticas de desenvolvimento econômico e sustentável para a região que considerem a análise de riscos das mudanças climáticas. Além da apresentação do Prof. Rodriguez, espera-se contar com um amplo intercâmbio entre os participantes. Pedimos por gentileza divulgar o convite para os setores de sua Instituição que tenham interesse ou atuam com o tema costeiro. Agradeceríamos receber a confirmação da sua presença ou de um representante de sua equipe no endereço eletrônico gerco@mma.gov.br. A palestra será realizada em espanhol. Agradecemos a sua colaboração e aguardamos a sua presença para contribuir no debate do tema. Atenciosamente, Gerência Costeira Departamento de Zoneamento Territorial Secretaria de Extrativismo e Desenvolvimento Rural Sustentável Ministério do Meio Ambiente (61) 2028-1364
quinta-feira, 13 de junho de 2013
Recuperação de áreas da Caatinga é tema do Semiárido em Foco
Os pesquisadores Ivonete Alves Bakke, doutora em agronomia pela
Universidade Federal da Paraíba (UFPB), e Olaf Andreas Bakke, doutor em
botânica pela University of Manitoba (Canadá), são os palestrantes
convidados do Semiárido em Foco desta sexta-feira (14).
O evento é gratuito e ocorre às 14 horas, no Instituto Nacional do Semiárido (Insa/MCTI), em Campina Grande (PB).
Eles apresentarão a palestra “tópicos em regeneração florestal, recuperação de áreas degradadas e utilização de forragem de algumas espécies arbóreas da Caatinga”, em que serão apresentados estudos desenvolvidos no município de Patos (PB) e na região circunvizinha. As pesquisas desenvolvidas pelos convidados têm por objetivo aprofundar o estudo sobre a regeneração de espécies arbóreas, conhecer o processo de dispersão das sementes e avaliar o total de espécies que sobrevivem nos primeiros anos após o plantio.
Leia mais.
O evento é gratuito e ocorre às 14 horas, no Instituto Nacional do Semiárido (Insa/MCTI), em Campina Grande (PB).
Eles apresentarão a palestra “tópicos em regeneração florestal, recuperação de áreas degradadas e utilização de forragem de algumas espécies arbóreas da Caatinga”, em que serão apresentados estudos desenvolvidos no município de Patos (PB) e na região circunvizinha. As pesquisas desenvolvidas pelos convidados têm por objetivo aprofundar o estudo sobre a regeneração de espécies arbóreas, conhecer o processo de dispersão das sementes e avaliar o total de espécies que sobrevivem nos primeiros anos após o plantio.
Leia mais.
Texto: Ascom do Insa
segunda-feira, 10 de junho de 2013
CPTEC/INPE promove curso de computação de dados ambientais
O curso
Computação de Dados Ambientais é uma iniciativa voltada à formação de
profissionais que necessitam em seu dia a dia tratar e analisar dados
ambientais, como observações meteorológicas, resultados de modelos de
previsão numérica, dados de sensoriamento remoto, entre outros. O curso
capacitará os alunos no uso de Shell Script do sistema Linux, no uso do
software de análise e visualização (GrADS) e na linguagem de programação
Fortran.
O curso pode ser
acompanhado por profissionais e alunos de todas as áreas que tenham
noções de informática e necessitem trabalhar com dados ambientais.
Distribuição dos conteúdos – De 24 a 28 de Junho de 2013Manhã – 8h30 às 12h00 e Tarde – 13h30 às 17h00
» GrADS – 24 e 25 de Junho
» Shell – 26 de Junho
» Fortran – 27 e 28 de Junho
Mais infos em → http://cursos.cptec.inpe.br/computacao-dados-ambientais-2013/
sexta-feira, 7 de junho de 2013
O Bode Expiatório das Emissões de Carbono
Setor elétrico não pode ser confundido com setor de energia, principalmente quando o assunto se referir às emissões de carbono.
Cláudio Sales, do Instituto Acende Brasil, Artigos e Entrevistas
O
setor elétrico brasileiro precisa enfrentar a campanha de desinformação
que se constrói ao redor da falsa correlação entre o chamado "setor de
energia" e as emissões de gases de efeito estufa.
É
necessário interromper o uso de setor de "Energia" na comunicação de
emissões de carbono porque dentro dessa categoria estão incluídas fontes
de energia de origem não elétrica (gás natural, derivados de petróleo e
carvão mineral) utilizadas nos setores de transportes, residencial,
comercial, agropecuário, público e industrial. Em outras palavras,
"setor de energia" e "setor elétrico" não são sinônimos.
Esta
infeliz confusão terminológica conduz a um cenário onde a solução para o
problema das emissões nacionais não é produzida porque o diagnóstico é
falho e os maiores responsáveis pelas emissões não são apontados.
Tudo
começa pela falta de percepção de que a realidade do setor mudou em
relação a um passado recente. Na década de oitenta, a energia elétrica
era produzida praticamente a partir dos rios e a água acumulada nos
reservatórios das usinas hidrelétricas era suficiente para fornecer
energia elétrica por quase dois anos. No entanto, a partir da década de
noventa, o aumento das preocupações socioambientais e a própria
topologia dos aproveitamentos hidráulicos remanescentes contribuíram
para que as hidrelétricas passassem a ser projetadas e construídas com
reservatórios menores.
Com
a mudança na concepção das usinas e o aumento do consumo de energia,
nos dias atuais a energia estocada nos reservatórios supre a demanda de
poucos meses. Assim, se a capacidade de armazenamento de água é pequena,
como atender à necessidade de energia elétrica na falta de chuva e por
períodos mais longos? Há duas formas. A primeira consiste em construir
mais usinas de fontes renováveis (hidrelétricas, termelétricas a
biomassa e eólicas, essencialmente), usinas que seguem dependendo de
fatores climáticos (disponibilidade de água, biomassa e vento).
A
segunda forma consiste em construir usinas termelétricas para
funcionar, inclusive, nos momentos em que faltam chuva, biomassa ou
vento, uma vez que seus combustíveis não dependem de fatores climáticos.
Esta alternativa tem sido adotada recentemente no Brasil, até pela
intensa pressão socioambiental contra hidrelétricas. E,
independentemente de vontades e preferências dos mais diversos grupos de
pressão, se não fossem as termelétricas nossa situação atual de oferta,
que já é desconfortável, estaria seriamente comprometida.
O
problema é que o aumento do parque termelétrico gera dois desafios
intrínsecos, mesmo quando os projetos são bem concebidos e executados: o
custo do combustível (carvão mineral, óleo combustível ou gás natural) e
o aumento das emissões de gases de efeito estufa. Isto dito, em um
momento em que o mundo busca reduzir as emissões de gases de efeito
estufa, estaria o Brasil caminhando em sentido contrário ao optar por
fontes de energia que aumentam as emissões? A resposta é um firme "não"
porque o papel das termelétricas precisa ser mais bem compreendido e
comunicado.
No
Brasil, as termelétricas funcionam prioritariamente nos períodos de
seca (quando os reservatórios hidrelétricos estão baixos) e de "ponta"
(períodos onde há alta demanda por energia). Com este perfil de
operação, as emissões das termelétricas no Brasil responderam, em 2005
(último dado oficial disponível), por 26,4 milhões de toneladas de gás
carbônico (1,2% das emissões totais de gases de efeito estufa). Segundo
estimativa do Instituto Acende Brasil, em 2012 elas emitiram 30,7
milhões de toneladas de gás carbônico equivalente.
Se
as termelétricas nacionais mantiverem o regime de operação dos últimos
seis meses, a expectativa é que em 2013 elas emitam o equivalente a 60
milhões de toneladas de gás carbônico por ano. Isto significaria que,
mantida a estimativa do Ministério do Meio Ambiente de 1.584 milhões de
toneladas de gás carbônico em 2011, o setor elétrico representaria cerca
de 3,8% das emissões totais. Um patamar muito inferior à média mundial,
onde as emissões provenientes da geração de energia elétrica respondem
por 28,8% das emissões totais.
Expostos
os números acima, não deixa de ser chocante ouvir alguns afirmarem que,
devido à atual operação da totalidade do parque termelétrico nacional
(para preservar água das hidrelétricas cujos reservatórios atingiram
níveis criticamente baixos), as emissões do setor elétrico teriam
ultrapassado as emissões do desmatamento no Brasil. Esta hipótese é
materialmente impossível.
Segundo
dados do Instituto Nacional de Pesquisa Aeroespacial (INPE), as
emissões em 2012 do desmatamento só na Amazônia totalizaram 352 milhões
de toneladas de gás carbônico por ano. Neste valor não estão
consideradas as emissões decorrentes do desmatamento de outros biomas
(cerrado, pantanal e Mata Atlântica). Isto quer dizer que, isoladas,
apenas as emissões decorrentes do desmatamento na Amazônia já seriam 5,9
vezes maiores que as emissões de todas as termelétricas nacionais. É,
portanto, impossível que o setor elétrico emita mais gases de efeito
estufa que as ações ligadas ao desmatamento.
Precisamos
comemorar o fato de que houve uma queda de 83% no desmatamento nos
últimos oito anos. Mas daí a deslocar a responsabilidade pelas emissões
de gases de efeito estufa para o setor elétrico há uma grande distância.
É
preciso acabar com a confusão terminológica e atribuir as
responsabilidades aos setores que de fato contribuem para as emissões de
gases de efeito estufa no Brasil. O imobilismo de alguns e o
oportunismo de tantos outros não podem comprometer a política de
expansão e de operação do setor elétrico nacional, um setor que, além de
ser baixo emissor, precisa ser baseado numa matriz formada por fontes
complementares entre si.
A segurança energética e a competição saudável entre fontes de energia não podem ceder espaço para preconceitos infundados.
Claudio J. D. Sales é presidente do Instituto Acende Brasil
(www.acendebrasil.com.br)Embrapa abre acesso à biblioteca de dados geoespaciais
Agência FAPESP – A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
(Embrapa) acaba de abrir ao público geral o acesso à Biblioteca
Geoespacial, sistema de armazenamento e de consulta de conteúdo
geoespacial produzido e administrado pela Embrapa Meio Ambiente, em
Jaguariúna (SP).
O modelo conceitual foi desenvolvido pela pesquisadora Margareth Meirelles, da Embrapa Solos (Rio de Janeiro).
“Trata-se de um instrumento de apoio à execução de projetos que envolvem dados geoespaciais para troca e disposição dessas informações, que são armazenadas e distribuídas na forma de arquivo de documentos, vetorial, raster, SigWeb ou mapa digital”, disse Sandro Pereira, analista em geoprocessamento da Embrapa Meio Ambiente e administrador da Biblioteca.
A Biblioteca Geoespacial conta com um servidor de dados onde são registrados os metadados de cada informação armazenada e tem interfaces gráficas para consulta ao conteúdo e para armazenar novas informações.
O acesso para consulta e download na área pública é livre para qualquer usuário, cadastrado ou não. Já na área privada o usuário, de acordo com os privilégios recebidos dos administradores, pode cadastrar dados, incluir notícias e atalhos para outros endereços.
Também são disponibilizados outros endereços da internet, de outros repositórios de dados e de informações geoespaciais. Além disso, é possível acessar outros projetos da Embrapa Meio Ambiente ou de parceiros.
O sistema pode ser acessado em português, inglês ou espanhol. A consulta ao conteúdo cadastrado pode ser por atributos de identificação do arquivo ou por projeto, sendo necessário somente se cadastrar.
A adaptação do programa da biblioteca para o ambiente institucional da Embrapa Meio Ambiente foi consolidada em parceria com o Programa Marco de Gestão Sustentável dos Recursos Hídricos da Bacia do Prata.
Mais informações: http://geo.cnpma.embrapa.br
O modelo conceitual foi desenvolvido pela pesquisadora Margareth Meirelles, da Embrapa Solos (Rio de Janeiro).
“Trata-se de um instrumento de apoio à execução de projetos que envolvem dados geoespaciais para troca e disposição dessas informações, que são armazenadas e distribuídas na forma de arquivo de documentos, vetorial, raster, SigWeb ou mapa digital”, disse Sandro Pereira, analista em geoprocessamento da Embrapa Meio Ambiente e administrador da Biblioteca.
A Biblioteca Geoespacial conta com um servidor de dados onde são registrados os metadados de cada informação armazenada e tem interfaces gráficas para consulta ao conteúdo e para armazenar novas informações.
O acesso para consulta e download na área pública é livre para qualquer usuário, cadastrado ou não. Já na área privada o usuário, de acordo com os privilégios recebidos dos administradores, pode cadastrar dados, incluir notícias e atalhos para outros endereços.
Também são disponibilizados outros endereços da internet, de outros repositórios de dados e de informações geoespaciais. Além disso, é possível acessar outros projetos da Embrapa Meio Ambiente ou de parceiros.
O sistema pode ser acessado em português, inglês ou espanhol. A consulta ao conteúdo cadastrado pode ser por atributos de identificação do arquivo ou por projeto, sendo necessário somente se cadastrar.
A adaptação do programa da biblioteca para o ambiente institucional da Embrapa Meio Ambiente foi consolidada em parceria com o Programa Marco de Gestão Sustentável dos Recursos Hídricos da Bacia do Prata.
Mais informações: http://geo.cnpma.embrapa.br
quinta-feira, 6 de junho de 2013
Água é tema do Prêmio Jovem Cientista
Agência FAPESP – “Água: Desafios da Sociedade” é o tema do
Prêmio Jovem Cientista deste ano, cujas inscrições estão abertas até 30
de agosto. Podem concorrer universitários, pesquisadores com até 40 anos
e estudantes do ensino médio de todo o Brasil.
As inscrições devem ser feitas até 30 de agosto. O prêmio é atribuído a quatro categorias: mestre e doutor; estudante do ensino superior; estudante do ensino médio; e mérito institucional. Além disso, há a premiação “Mérito Científico”, concedida a um pesquisador com título de doutor que tenha se destacado em termos de qualificação, experiência, capacidade de formação de pesquisadores e produção científica na área relacionada ao tema.
Na primeira categoria, podem concorrer estudantes de mestrado, de doutorado, mestres e doutores com menos de 40 anos; a segunda é voltada a estudantes de cursos de graduação ou àqueles que tenham concluído essa etapa entre 31 de dezembro de 2012 e 30 de agosto de 2013 e tenham menos de 30 anos.
Na categoria estudante do ensino médio, concorrem alunos matriculados em escolas públicas ou privadas que tenham menos de 25 anos. Em mérito institucional, serão premiadas uma instituição de ensino superior e outra de ensino médio às quais estiver vinculado o maior número de trabalhos inscritos nas outras três categorias.
Até três candidatos poderão ser premiados nas três primeiras categorias. Os valores dos prêmios da categoria mestre e doutor são: R$ 30 mil (primeiro lugar), R$ 20 mil (segundo lugar) e R$ 15 mil (terceiro lugar). Eles também ganharão bolsas de estudo do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
Os orientadores dos agraciados também ganharão um laptop, bem como as escolas dos premiados na categoria estudante de ensino médio.
Criado pelo CNPq em 1981, o Prêmio Jovem Cientista conta com a parceria da Fundação Roberto Marinho, da Gerdau e da GE.
Mais informações: http://jovemcientista.cnpq.br
As inscrições devem ser feitas até 30 de agosto. O prêmio é atribuído a quatro categorias: mestre e doutor; estudante do ensino superior; estudante do ensino médio; e mérito institucional. Além disso, há a premiação “Mérito Científico”, concedida a um pesquisador com título de doutor que tenha se destacado em termos de qualificação, experiência, capacidade de formação de pesquisadores e produção científica na área relacionada ao tema.
Na primeira categoria, podem concorrer estudantes de mestrado, de doutorado, mestres e doutores com menos de 40 anos; a segunda é voltada a estudantes de cursos de graduação ou àqueles que tenham concluído essa etapa entre 31 de dezembro de 2012 e 30 de agosto de 2013 e tenham menos de 30 anos.
Na categoria estudante do ensino médio, concorrem alunos matriculados em escolas públicas ou privadas que tenham menos de 25 anos. Em mérito institucional, serão premiadas uma instituição de ensino superior e outra de ensino médio às quais estiver vinculado o maior número de trabalhos inscritos nas outras três categorias.
Até três candidatos poderão ser premiados nas três primeiras categorias. Os valores dos prêmios da categoria mestre e doutor são: R$ 30 mil (primeiro lugar), R$ 20 mil (segundo lugar) e R$ 15 mil (terceiro lugar). Eles também ganharão bolsas de estudo do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
Os orientadores dos agraciados também ganharão um laptop, bem como as escolas dos premiados na categoria estudante de ensino médio.
Criado pelo CNPq em 1981, o Prêmio Jovem Cientista conta com a parceria da Fundação Roberto Marinho, da Gerdau e da GE.
Mais informações: http://jovemcientista.cnpq.br
quarta-feira, 5 de junho de 2013
Desmatamento e emissões seguem em queda com apoio da ciência
Os dados apresentados pelo governo, nesta quarta-feira (5), Dia Mundial
do Meio Ambiente, mostram que o Brasil segue de acordo com o compromisso
voluntário assumido internacionalmente de redução das emissões de gases
de efeito estufa (GEEs), especialmente quanto à redução do
desmatamento. Essa condição pôde ser constatada nas estimativas
divulgadas pelo ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco
Antonio Raupp, e nos números do Projeto de Monitoramento do
Desflorestamento na Amazônia Legal (Prodes), do Instituto Nacional de
Pesquisas Espaciais (Inpe/MCTI).
As informações foram apresentadas durante a reunião ordinária do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas (FBMC), no Palácio do Planalto, com a presença da presidenta Dilma Rousseff. Segundo números do Prodes, divulgados pelo Inpe e pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA), houve uma redução de 84% nas taxas de desmatamento desde 2004, quando o sistema foi implantado. A área desflorestada, no período 2011-2012, foi de 4.571 quilômetros quadrados.
Com o resultado, o Brasil já atingiu 76% da meta de redução do desmatamento (80%) e cerca de 62% da meta total da redução das emissões (entre 36,1% e 38,9%) previstas para 2020, compromisso assumido voluntariamente na Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2009 – COP 15, em Copenhague, Dinamarca.
Tecnologia
Em sua participação, o ministro Raupp destacou o papel do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) ao dar suporte tecnológico com as informações necessárias para balizar as políticas públicas na área do meio ambiente. Ele apresentou, ainda, os resultados do relatório Estimativas de Emissões Antrópicas de GEE (2006 – 2010), documento que atende ao Decreto 7.390/2010, que regulamenta a Política Nacional sobre Mudanças do Clima (PNMC).
A fim de acompanhar o cumprimento nacional voluntário para a redução das emissões – projetadas em 3,2 gigatoneladas de CO2 equivalente (Gt CO2eq) para 2020 –, o decreto estabelece a necessidade da publicação, a partir de 2012. O documento é baseado na metodologia do 2º Inventário Nacional (de 1990 a 2005).
O levantamento, organizado por cinco setores da economia, apontou redução de 38,7% das emissões de dióxido de carbono equivalente (de 2,03 bilhões para 1,25 bilhões de toneladas de CO2eq), no período de 2005 para 2010, puxado pela diminuição de 76,1% das emissões no setor mudanças de uso da terra e florestas. Outros setores apresentaram acréscimos: energia (21,4%), processos Industriais (5,3%), agropecuária (5,2%) e tratamento de resíduos (16,4%).
O secretário executivo do FBMC, Luiz Pinguelli Rosa, ressaltou os avanços obtidos pelo Brasil com a redução do desmatamento diante dos compromissos voluntários assumidos em Copenhague e ressaltou os próximos desafios. Pinguelli Rosa, também diretor do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia (Coppe) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), enfatizou a necessidade de dar prioridade à tecnologia e inovação para se alcançar êxito nos demais setores, em especial no caso da energia e da agricultura.
“Isso é fundamental para um crescimento econômico com qualidade e sustentabilidade”, concordou o ministro do MCTI. “Na agricultura cresceram um pouco as emissões, mas cresceram muito menos do que a sua produção. Isso significa incorporação de tecnologias e boas práticas”, ponderou Raupp. “Esses dados nos convencem que ao inserir tecnologias e boas práticas é possível produzir com eficácia e, ao mesmo tempo baixando as emissões”, disse.
Crescimento com inclusão
Na avaliação da presidenta Dilma Rousseff, o Brasil conseguiu mostrar que é possível crescer com inclusão social e de forma sustentável. Os novos avanços para uma economia de baixo carbono, de acordo com ela, devem ter como preocupação central a questão do conhecimento. “É muito importante que haja a perfeita relação entre todo o nosso esforço de crescimento sustentável com a aplicação de recursos em pesquisa científica e tecnológica na área do meio ambiente”, defendeu.
Segundo a presidenta, o governo tem investido atualmente R$ 3 bilhões em pesquisas somente na área de energias renováveis. “Um país como o nosso só vai dar o salto necessário se aplicar conhecimento e tecnologia. Não podemos confiar só nas nossas vantagens de solo, clima, de competitividade e de produção de commodities”, sustentou.
O presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Maurício Lopes, também explanou sobre os resultados do projeto TerraClass, cujo objetivo é qualificar o desflorestamento da Amazônia Legal, tendo por base as áreas desflorestadas mapeadas e publicadas pelo Prodes. De acordo com os dados de 2010, a área de floresta corresponde a 78,8%, a não florestada é de 18,2% e o desflorestamento de até 0,2%.
Diretrizes para os setores
Na reunião, também foram lançadas as versões finais de quatro planos setoriais de Mitigação e Adaptação às Mudanças do Clima. De acordo com a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, a ideia é mudar o cenário tendencial de crescimento de emissões também em energia, agricultura, indústria, mobilidade urbana e de resíduos – como prevê a Política Nacional de Mudança do Clima.
“Temos agora o desafio com os planos setoriais e com o setor científico de discutir uma agricultura de baixo carbono e uma energia que tem que ampliar a participação de renováveis para assegurar que o Brasil se mantenha como um país com a matriz energética mais limpa”, afirmou.
Texto: Denise Coelho – Ascom do MCTI
As informações foram apresentadas durante a reunião ordinária do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas (FBMC), no Palácio do Planalto, com a presença da presidenta Dilma Rousseff. Segundo números do Prodes, divulgados pelo Inpe e pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA), houve uma redução de 84% nas taxas de desmatamento desde 2004, quando o sistema foi implantado. A área desflorestada, no período 2011-2012, foi de 4.571 quilômetros quadrados.
Com o resultado, o Brasil já atingiu 76% da meta de redução do desmatamento (80%) e cerca de 62% da meta total da redução das emissões (entre 36,1% e 38,9%) previstas para 2020, compromisso assumido voluntariamente na Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2009 – COP 15, em Copenhague, Dinamarca.
Tecnologia
Em sua participação, o ministro Raupp destacou o papel do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) ao dar suporte tecnológico com as informações necessárias para balizar as políticas públicas na área do meio ambiente. Ele apresentou, ainda, os resultados do relatório Estimativas de Emissões Antrópicas de GEE (2006 – 2010), documento que atende ao Decreto 7.390/2010, que regulamenta a Política Nacional sobre Mudanças do Clima (PNMC).
A fim de acompanhar o cumprimento nacional voluntário para a redução das emissões – projetadas em 3,2 gigatoneladas de CO2 equivalente (Gt CO2eq) para 2020 –, o decreto estabelece a necessidade da publicação, a partir de 2012. O documento é baseado na metodologia do 2º Inventário Nacional (de 1990 a 2005).
O levantamento, organizado por cinco setores da economia, apontou redução de 38,7% das emissões de dióxido de carbono equivalente (de 2,03 bilhões para 1,25 bilhões de toneladas de CO2eq), no período de 2005 para 2010, puxado pela diminuição de 76,1% das emissões no setor mudanças de uso da terra e florestas. Outros setores apresentaram acréscimos: energia (21,4%), processos Industriais (5,3%), agropecuária (5,2%) e tratamento de resíduos (16,4%).
O secretário executivo do FBMC, Luiz Pinguelli Rosa, ressaltou os avanços obtidos pelo Brasil com a redução do desmatamento diante dos compromissos voluntários assumidos em Copenhague e ressaltou os próximos desafios. Pinguelli Rosa, também diretor do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia (Coppe) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), enfatizou a necessidade de dar prioridade à tecnologia e inovação para se alcançar êxito nos demais setores, em especial no caso da energia e da agricultura.
“Isso é fundamental para um crescimento econômico com qualidade e sustentabilidade”, concordou o ministro do MCTI. “Na agricultura cresceram um pouco as emissões, mas cresceram muito menos do que a sua produção. Isso significa incorporação de tecnologias e boas práticas”, ponderou Raupp. “Esses dados nos convencem que ao inserir tecnologias e boas práticas é possível produzir com eficácia e, ao mesmo tempo baixando as emissões”, disse.
Crescimento com inclusão
Na avaliação da presidenta Dilma Rousseff, o Brasil conseguiu mostrar que é possível crescer com inclusão social e de forma sustentável. Os novos avanços para uma economia de baixo carbono, de acordo com ela, devem ter como preocupação central a questão do conhecimento. “É muito importante que haja a perfeita relação entre todo o nosso esforço de crescimento sustentável com a aplicação de recursos em pesquisa científica e tecnológica na área do meio ambiente”, defendeu.
Segundo a presidenta, o governo tem investido atualmente R$ 3 bilhões em pesquisas somente na área de energias renováveis. “Um país como o nosso só vai dar o salto necessário se aplicar conhecimento e tecnologia. Não podemos confiar só nas nossas vantagens de solo, clima, de competitividade e de produção de commodities”, sustentou.
O presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Maurício Lopes, também explanou sobre os resultados do projeto TerraClass, cujo objetivo é qualificar o desflorestamento da Amazônia Legal, tendo por base as áreas desflorestadas mapeadas e publicadas pelo Prodes. De acordo com os dados de 2010, a área de floresta corresponde a 78,8%, a não florestada é de 18,2% e o desflorestamento de até 0,2%.
Diretrizes para os setores
Na reunião, também foram lançadas as versões finais de quatro planos setoriais de Mitigação e Adaptação às Mudanças do Clima. De acordo com a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, a ideia é mudar o cenário tendencial de crescimento de emissões também em energia, agricultura, indústria, mobilidade urbana e de resíduos – como prevê a Política Nacional de Mudança do Clima.
“Temos agora o desafio com os planos setoriais e com o setor científico de discutir uma agricultura de baixo carbono e uma energia que tem que ampliar a participação de renováveis para assegurar que o Brasil se mantenha como um país com a matriz energética mais limpa”, afirmou.
Texto: Denise Coelho – Ascom do MCTI
terça-feira, 4 de junho de 2013
Secretário fala sobre projeção de emissões de gases de efeito estufa
O secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do
Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, Carlos Nobre, concede
coletiva de imprensa nesta quarta-feira (5), às 14h30, sobre o relatório
“Estimativas Anuais de Emissões de Gases de Efeito Estufa no Brasil”.
O documento será apresentado amanhã, às 10 horas, no Palácio do Planalto, em cerimônia com a presidenta Dilma Rousseff, o ministro Marco Antonio Raupp (MCTI) e a ministra Izabella Teixeira (Ministério do Meio Ambiente).
As estimativas integram a Política Nacional sobre a Mudança do Clima (PNMC), que decorre da iniciativa assumida voluntariamente pelo Brasil na 15ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 15), realizada em 2009, em Copenhague (Dinamarca). Na ocasião, o país se propôs a reduzir a emissão de gases de efeito estufa (GEE) entre 36% e 38,9% em relação às emissões projetadas até 2020.
A responsabilidade da elaboração desses dados é do grupo de trabalho coordenado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.
Serviço:
O quê: Coletiva de imprensa sobre o relatório Estimativas Anuais de Emissões de Gases de Efeito Estufa no Brasil
Data: 5/6/2013
Horário: 14h30
Local: MCTI – Sala dos Conselhos – 2º andar
Esplanada dos Ministérios – Bloco E
Fonte: Portal do MCT
O documento será apresentado amanhã, às 10 horas, no Palácio do Planalto, em cerimônia com a presidenta Dilma Rousseff, o ministro Marco Antonio Raupp (MCTI) e a ministra Izabella Teixeira (Ministério do Meio Ambiente).
As estimativas integram a Política Nacional sobre a Mudança do Clima (PNMC), que decorre da iniciativa assumida voluntariamente pelo Brasil na 15ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 15), realizada em 2009, em Copenhague (Dinamarca). Na ocasião, o país se propôs a reduzir a emissão de gases de efeito estufa (GEE) entre 36% e 38,9% em relação às emissões projetadas até 2020.
A responsabilidade da elaboração desses dados é do grupo de trabalho coordenado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.
Serviço:
O quê: Coletiva de imprensa sobre o relatório Estimativas Anuais de Emissões de Gases de Efeito Estufa no Brasil
Data: 5/6/2013
Horário: 14h30
Local: MCTI – Sala dos Conselhos – 2º andar
Esplanada dos Ministérios – Bloco E
Fonte: Portal do MCT
PHYSICS OF ESTUARIES AND COASTAL SEAS - PECS
17th Edition
Porto de Galinhas, Pernambuco State, Brazil - 19-24.OCT.2014
The 17th biennial international conference on Physics of Estuaries and Coastal Seas
will be held at the Hotel Armação, Porto de Galinhas, Pernambuco State, Brazil, from 19 to 24 October 2014. Objectives of PECS conference are to:
Further information contact the local organizing committee at pecs2014@gmail.com
Ciclo de Seminários de Ciências Climáticas - nova data!
O MUNDO DOS
MEIOS POROSOS
ROBERTO CARLOS MORO FILHO
Assinar:
Postagens (Atom)