quarta-feira, 5 de junho de 2013

Desmatamento e emissões seguem em queda com apoio da ciência

Os dados apresentados pelo governo, nesta quarta-feira (5), Dia Mundial do Meio Ambiente, mostram que o Brasil segue de acordo com o compromisso voluntário assumido internacionalmente de redução das emissões de gases de efeito estufa (GEEs), especialmente quanto à redução do desmatamento. Essa condição pôde ser constatada nas estimativas divulgadas pelo ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antonio Raupp, e nos números do Projeto de Monitoramento do Desflorestamento na Amazônia Legal (Prodes), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe/MCTI). 
As informações foram apresentadas durante a reunião ordinária do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas (FBMC), no Palácio do Planalto, com a presença da presidenta Dilma Rousseff. Segundo números do Prodes, divulgados pelo Inpe e pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA), houve uma redução de 84% nas taxas de desmatamento desde 2004, quando o sistema foi implantado. A área desflorestada, no período 2011-2012, foi de 4.571 quilômetros quadrados.
Com o resultado, o Brasil já atingiu 76% da meta de redução do desmatamento (80%) e cerca de 62% da meta total da redução das emissões (entre 36,1% e 38,9%) previstas para 2020, compromisso assumido voluntariamente na Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2009 – COP 15, em Copenhague, Dinamarca.
Tecnologia
Em sua participação, o ministro Raupp destacou o papel do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) ao dar suporte tecnológico com as informações necessárias para balizar as políticas públicas na área do meio ambiente. Ele apresentou, ainda, os resultados do relatório Estimativas de Emissões Antrópicas de GEE (2006 – 2010), documento que atende ao Decreto 7.390/2010, que regulamenta a Política Nacional sobre Mudanças do Clima (PNMC).
A fim de acompanhar o cumprimento nacional voluntário para a redução das emissões – projetadas em 3,2 gigatoneladas de CO2 equivalente (Gt CO2eq) para 2020 –, o decreto estabelece a necessidade da publicação, a partir de 2012. O documento é baseado na metodologia do 2º Inventário Nacional (de 1990 a 2005).
O levantamento, organizado por cinco setores da economia, apontou redução de 38,7% das emissões de dióxido de carbono equivalente (de 2,03 bilhões para 1,25 bilhões de toneladas de CO2eq), no período de 2005 para 2010, puxado pela diminuição de 76,1% das emissões no setor mudanças de uso da terra e florestas. Outros setores apresentaram acréscimos: energia (21,4%), processos Industriais (5,3%), agropecuária (5,2%) e tratamento de resíduos (16,4%).
O secretário executivo do FBMC, Luiz Pinguelli Rosa, ressaltou os avanços obtidos pelo Brasil com a redução do desmatamento diante dos compromissos voluntários assumidos em Copenhague e ressaltou os próximos desafios. Pinguelli Rosa, também diretor do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia (Coppe) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), enfatizou a necessidade de dar prioridade à tecnologia e inovação para se alcançar êxito nos demais setores, em especial no caso da energia e da agricultura.
“Isso é fundamental para um crescimento econômico com qualidade e sustentabilidade”, concordou o ministro do MCTI. “Na agricultura cresceram um pouco as emissões, mas cresceram muito menos do que a sua produção. Isso significa incorporação de tecnologias e boas práticas”, ponderou Raupp. “Esses dados nos convencem que ao inserir tecnologias e boas práticas é possível produzir com eficácia e, ao mesmo tempo baixando as emissões”, disse.
Crescimento com inclusão
Na avaliação da presidenta Dilma Rousseff, o Brasil conseguiu mostrar que é possível crescer com inclusão social e de forma sustentável. Os novos avanços para uma economia de baixo carbono, de acordo com ela, devem ter como preocupação central a questão do conhecimento.  “É muito importante que haja a perfeita relação entre todo o nosso esforço de crescimento sustentável com a aplicação de recursos em pesquisa científica e tecnológica na área do meio ambiente”, defendeu.
Segundo a presidenta, o governo tem investido atualmente R$ 3 bilhões em pesquisas somente na área de energias renováveis. “Um país como o nosso só vai dar o salto necessário se aplicar conhecimento e tecnologia. Não podemos confiar só nas nossas vantagens de solo, clima, de competitividade e de produção de commodities”, sustentou.
O presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Maurício Lopes, também explanou sobre os resultados do projeto TerraClass, cujo objetivo é qualificar o desflorestamento da Amazônia Legal, tendo por base as áreas desflorestadas mapeadas e publicadas pelo Prodes. De acordo com os dados de 2010, a área de floresta corresponde a 78,8%, a não florestada é de 18,2% e o desflorestamento de até 0,2%.
Diretrizes para os setores
Na reunião, também foram lançadas as versões finais de quatro planos setoriais de Mitigação e Adaptação às Mudanças do Clima. De acordo com a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, a ideia é mudar o cenário tendencial de crescimento de emissões também em energia, agricultura, indústria, mobilidade urbana e de resíduos – como prevê a Política Nacional de Mudança do Clima.
“Temos agora o desafio com os planos setoriais e com o setor científico de discutir uma agricultura de baixo carbono e uma energia que tem que ampliar a participação de renováveis para assegurar que o Brasil se mantenha como um país com a matriz energética mais limpa”, afirmou.


Texto: Denise Coelho – Ascom do MCTI 



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