As chuvas de setembro a novembro devem se tornar mais escassas na
Zona da Mata dos Estados de Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba e Rio
Grande do Norte. Há poucas chances de reversão do quadro crítico dos
municípios impactados pela seca, conforme o Relatório da Seca no
Semiárido Brasileiro e Impactos divulgado, hoje, pelo Cemaden
O período chuvoso, entre abril e julho, apresentou um déficit
pluviométrico, agravado no mês de agosto, com o registro de acumulados
de chuva inferiores a 60 mm nos municípios da maior parte da região
Nordeste. Esses municípios, principalmente na zona da mata, foram
caracterizados por condições de “ Muito Seco”.
A avaliação do risco agroclimático (balanço hídrico) para o ano
hidrológico 2015/2016 – referente ao período de outubro de 2015 a 31 de
agosto de 2016- indicou que cerca de 90 municípios foram classificados
como de risco “Alto”, aos que apresentaram entre 60 a 75 dias com
déficit hídrico e de “Muito Alto”, para os municípios com mais de 75
dias com o déficit hídrico.
O trimestre agosto -setembro-outubro de 2016 pode marcar a transição
para um episódio de La Niña, provavelmente com fraca intensidade. A
evolução climatológica (histórica) das precipitações no trimestre
Setembro-Outubro-Novembro/2016 indica que as chuvas devem se tornar mais
escassas na Zona da Mata dos Estados de Sergipe, Alagoas, Pernambuco,
Paraíba e Rio Grande do Norte. Portanto, para os municípios impactados
pela seca, nestes Estados, há poucas chances de reversão do quadro
crítico.
“A intensidade dos impactos da seca atingem as atividades agrícolas
e/ou pastagens. A situação de seca intensificou-se, principalmente, na
parte leste da Região Semiárida, atingindo os municípios inseridos nos
estados do Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco.”, destaca o
coordenador-geral do Cemaden, meteorologista Marcelo Seluchi. Ele
explica que essa seca é o reflexo dos acumulados de chuva inferiores a
média dos meses da estação chuvosa- entre os meses de abril a julho –
conforme o sensoriamento remoto com base no índice de suprimento de água
para a vegetação (VSWI).
Essa análise foi divulgada, hoje, no Boletim da Seca e Impactos no Semiárido Brasileiro de Agosto 2016,
elaborado pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres
Naturais (Cemaden), do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e
Comunicações.
No relatório, de acordo com o índice de suprimento de água para a
vegetação (VSWI), 981 municípios apresentaram pelo menos 50% de suas
áreas impactadas no mês de agosto de 2016. “ A estação chuvosa foi
encerrada no ultimo mês de julho e, em razão disso, o estresse
vegetativo atual é esperado.”, explica Seluchi. Considerando as poucas
regiões onde o calendário de plantio se estende até o mês de junho, o
ciclo fenológico pode ainda estar em curso nos municípios inseridos no
Estado de Alagoas, região leste da Bahia, Pernambuco e Sergipe. Nessa
região, as áreas impactadas pela seca somam cerca de 9 milhões de
hectares.
As previsões em escala de médio prazo (até 21 de agosto) indicam
condições favoráveis para a ocorrência de precipitações no litoral da
Bahia, ao sul de Salvador. A previsão climática sazonal de chuva (MCTIC)
para setembro-outubro e novembro de 2016 mostra, para toda a região
Nordeste do País, uma previsão na qual os três cenários
(acima-dentro-abaixo da média) são igualmente prováveis, indicando a
incerteza associada a esta previsão.
Assessoria de Comunicação do Cemaden - via JC Notícias
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