A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) divulga nesta quarta-feira, 11, o resultado do Prêmio Vale-Capes de Ciência e Sustentabilidade,
que seleciona as melhores teses e dissertações defendidas sobre o tema
no país. Foram selecionadas quatro teses de doutorado e quatro
dissertações de mestrado, todas apresentadas em 2013, que trazem ideias,
soluções e processos inovadores para questões como redução do consumo
de água e energia, redução de gases do efeito estufa (GEE),
aproveitamento, reaproveitamento e reciclagem de resíduos e/ou rejeitos e
tecnologia socioambiental com ênfase no combate à pobreza.
Os trabalhos vencedores estão divididos em quatro grupos temáticos.
No tema "Processos eficientes para redução do consumo de água e de
energia", os trabalhos premiados foram o de Idelma Aparecida Alves Terra
no doutorado e Victor Sette Gripp no mestrado, ambos da Universidade de
São Paulo (USP). O grupo "Aproveitamento, reaproveitamento e reciclagem
de resíduos e/ou rejeitos" teve como vencedores Paula Fagundes de
Gouvêa, da USP no doutorado e Denilson de Jesus Assis, da Unversidade
Federal da Bahia (UFBA) no mestrado.
O terceiro grupo temático "Redução de Gases do efeito estufa" premiou
Bettina Susanne Hoffmann, da Universidade Federal do Rio de Janeiro
(UFRJ) no doutorado e Pieter de Jong da UFBA no mestrado. Já o grupo
"Tecnologias socioambientais, com ênfase no combate a pobreza" teve como
trabalhos vencedores a tese de Andréa Cardoso Ventura da UFBA no
doutorado e a dissertação Felipe de Albuquerque Sgarbi da USP no
mestrado.
Premiação
As teses e dissertações premiadas
recebem passagem aérea e diária para o autor e um dos orientadores para
que compareçam à cerimônia de premiação, que acontecerá em abril de
2015; certificado de premiação a ser outorgado ao orientador,
coorientador (es) e ao programa em que foi defendido o trabalho;
certificado de premiação e troféu para autor; e auxílio equivalente a
uma participação em congresso internacional para o orientador.
Para os trabalhos de doutorado, está prevista também a premiação com
bolsa para realização de estágio pós-doutoral em instituição nacional de
até três anos para o autor da tese, podendo converter em um ano para
estágio pós-doutoral fora do país em uma instituição de notória
excelência na área de conhecimento do premiado, e a concessão de um
prêmio adicional pela Vale ao autor da tese, no valor de R$ 15 mil. Para
as dissertações de mestrado, bolsa para realização de doutorado em
instituição nacional de até quatro anos para o autor da tese e prêmio
adicional pela Vale ao autor da dissertação, no valor de R$ 10 mil.
Histórico
O resultado celebra a 3ª edição do
Prêmio Vale-Capes de Ciência e Sustentabilidade. A premiação foi criada
inicialmente a partir de parceria firmada durante a conferência Rio +20.
A cerimônia da edição 2012 aconteceu em Belém e prêmio 2013 foi entregue no Rio de Janeiro.
Acesse o resultado da edição 2014.
(CCS/Capes)
Neste blog são divulgados tópicos relacionados às questões de clima e ambiente, de interesse científico, tecnológico, educacional ou social. (In this blog we deal with some topics concerning climate and environment, with focus on scientific, technological, educational or social issues).
quarta-feira, 29 de abril de 2015
As lições da Seca do Milênio
Karina Toledo | Agência FAPESP – Acostumados a conviver com a
alternância entre períodos de seca e de inundações, os australianos
foram surpreendidos no fim do século 20 pela chamada Seca do Milênio,
uma estiagem sem precedentes que atingiu todo o país entre os anos de
1997 e 2009 e afetou fortemente a cidade de Melbourne, capital do estado
de Victoria.
“Foi uma seca completamente diferente do que se poderia prever com a análise de mais de 100 anos de registros meteorológicos. Quando a estiagem finalmente terminou, tivemos enchentes em várias cidades, além de fortes ondas de calor. Foram batidos 123 recordes meteorológicos, de precipitação e de temperatura, no verão de 2012/2013. No ano seguinte, foram 156 recordes”, relatou Tony Wong, diretor executivo do Centro de Pesquisa Cooperativa para Cidades Sensíveis à Água – uma iniciativa do governo australiano que reúne pesquisadores de várias áreas e instituições, indústrias e parceiros governamentais para o desenvolvimento de soluções sociais e tecnológicas para a gestão da água urbana.
A seca afetou fortemente o afluxo de água para os reservatórios responsáveis pelo abastecimento de Melbourne. Em 2008, o nível da principal represa da região, instalada no rio Thomson, era semelhante à situação atual do sistema Cantareira, em São Paulo. Embora o nível da represa australiana tenha melhorado nos anos seguintes, jamais retornou à média histórica e voltou a cair recentemente.
“Houve um momento em que ficamos realmente preocupados, pois havia água suficiente apenas para 18 meses de abastecimento. Foi quando tomamos a decisão de construir uma planta de dessalinização”, contou Wong.
Em um evento realizado em São Paulo, no dia 22 de abril, com a participação da FAPESP, Wong afirmou que a Seca do Milênio ensinou duas importantes lições aos australianos. A primeira é que, em um cenário de mudanças climáticas sujeito a eventos extremos, a gestão dos recursos hídricos de uma cidade não pode se basear apenas na análise de séries históricas de dados meteorológicos.
Além disso, a infraestrutura para o futuro deve ser planejada de modo a acomodar os eventos extremos de maneira integrada, ou seja, as soluções não devem mirar fenômenos como seca e enchente isoladamente.
Wong integrou a Missão de Educação para a América Latina, organizada pelo governo de Victoria, um dos mais importantes estados australianos, com o objetivo de fomentar colaboração acadêmica em áreas como educação, gestão da água, planejamento urbano, agricultura e biotecnologia (Leia mais em: http://agencia.fapesp.br/australia_quer_criar_centro_de_estudos_sobre_cidades_do_hemisferio_sul/21042/).
Ele lembrou que, desde 2004, quando os especialistas australianos ainda afirmavam que a estiagem não passava de um evento comum de variabilidade climática, o governo de Victoria já vinha tomando uma série de medidas para minimizar os impactos da escassez hídrica. O primeiro passo foi investir em estratégias de conservação da água.
“Teve início uma grande campanha para mudar o comportamento das pessoas. Um grande cartaz foi instalado em nossa principal estação de trem para alertar diariamente para os níveis dos reservatórios, e os índices iam caindo dia a dia. Foi então que percebemos que estávamos enfrentando uma crise hídrica”, relatou.
Em nível nacional, os cidadãos tiveram de conviver com medidas de restrição. Foram proibidos, por exemplo, de usar água potável na lavagem de carros ou na irrigação de jardins.
A campanha para a redução do consumo doméstico foi aliada a estratégias de conservação no setor agrícola. Um programa de modernização dos sistemas de irrigação já havia começado a ser implantado antes mesmo do início da seca e ajudou a aumentar a eficiência no uso da água de 30% para 80% nas fazendas australianas. Além disso, foi criado uma espécie de mercado da água, no qual os fazendeiros podiam vender seu excedente para colegas cujas culturas demandam maior volume de recurso hídrico.
“O consumo por habitante em Melbourne começou a cair na medida em que a comunidade como um todo foi ficando mais engajada. Se não fosse por essa mudança de comportamento, teríamos ficado completamente sem água até 2009. A estratégia de conservação salvou a cidade, pois não havia tempo hábil para construir a planta de dessalinização”, disse Wong.
Paralelamente às medidas de conservação, foram idealizadas iniciativas para aumentar a captação de água de fontes alternativas, que incluíram o desenvolvimento de infraestrutura para aproveitamento de águas pluviais e reciclagem de águas residuárias.
“Mas por volta de 2007 ficou evidente que todas essas iniciativas levam tempo para serem efetivadas e apresentarem soluções reais e, por isso, o governo decidiu investir em dessalinização. A seca terminou antes de a planta ficar pronta e até hoje ela não foi acionada. Mas essa infraestrutura nos concedeu um período de certeza – de que se a seca vier, não faltará água – e nos permite investir em soluções de longo prazo mais sustentáveis como reciclagem de água”, avaliou Wong.
Diversidade de fontes
Outra importante lição aprendida com a Seca do Milênio, segundo Wong, foi a necessidade de diversificar o portfólio de fontes de água e rever constantemente as estratégias com base na emergência de novas tecnologias. Já não é possível, na avaliação do australiano, garantir segurança hídrica às cidades apenas com base no modelo tradicional de captação por meio de represas.
“Nosso esgoto é um recurso frequentemente ignorado e podemos criar soluções descentralizadas para reaproveitar essa água na irrigação de plantas e nas descargas de sanitários, por exemplo. Com políticas públicas adequadas, cada vez que um prédio antigo for abaixo podemos estimular que o novo introduza infraestrutura para reúso de água”, afirmou.
Já o investimento em infraestrutura para coleta de água da chuva pode, segundo Wong, ajudar a solucionar também o problema das enchentes.
“Em Melbourne estamos construindo grandes áreas alagáveis para coleta de água pluvial e, assim, também conseguimos evitar inundações em regiões vulneráveis. Com o monitoramento dos radares meteorológicos, podemos prever a chegada de uma tempestade e drenar os reservatórios a tempo”, disse.
Como já não é possível confiar em dados históricos para prever condições futuras, uma vez que a ciência mostra que não há mais estacionariedade, Wong defende o uso de modelos matemáticos para simular cenários futuros e avaliar o impacto de políticas públicas antes que sejam implementadas.
“A infraestrutura do futuro terá de ser uma combinação de soluções centralizadas (grandes iniciativas implementadas pelos governos) e descentralizadas (soluções locais, implementadas pelos cidadãos e estimuladas por políticas públicas). E são as soluções descentralizadas que darão às cidades resiliência para sobreviver em um clima de incerteza”, afirmou Wong.
Além de Wong, outros 20 representantes de universidades e instituições de pesquisa e do governo do estado de Victoria fizeram parte da Missão de Educação, que também passou pelo Chile e seguirá para Colômbia e Peru.
“Muitas cidades latino-americanas compartilham desafios similares aos da Austrália e aos do estado de Victoria. Essas experiências compartilhadas ressaltam áreas de interesse mútuo e possíveis alianças entre nossos governos, pesquisadores e especialistas em educação”, afirmou Steven Herbert, ministro de Educação Profissional e Tecnológica do estado de Victoria e chefe da missão.
A cônsul e adido comercial da Australian Trade Comission em São Paulo, Sheila Hunter, afirmou que os australianos estão familiarizados com o problema da escassez hídrica e desejam compartilhar sua experiência com os paulistas.
“São Paulo está enfrentando uma grave crise nos reservatórios de água. Esperamos que ao compartilhar nosso aprendizado possamos ajudar a identificar soluções inovadoras para lidar com as mudanças climáticas que todos iremos enfrentar no futuro”, disse.
Representando a FAPESP no evento estiveram o assessor da presidência Fernando Menezes, o coordenador adjunto de Pesquisa para Inovação e do Plano Diretor de Ciência, Tecnologia e Inovação para o Estado de São Paulo, Sergio Robles Reis de Queiroz, e o coordenador do Programa FAPESP de Pesquisa sobre Mudanças Climáticas Globais (PFPMCG), Reynaldo Luiz Victoria.
Para falar sobre a atual crise hídrica enfrentada pelo Estado de São Paulo e as estratégias que estão sendo implementadas para aumentar a segurança hídrica na região esteve presente o professor Américo Sampaio, coordenador de Saneamento da Secretaria de Saneamento e Recursos Hídricos do Estado de São Paulo.
“A dessalinização da água do mar por enquanto está descartada em São Paulo em razão do alto custo. Temos de conciliar a gestão da oferta – ir atrás de novos mananciais cada vez mais distantes, o que historicamente sempre foi feito no Brasil e em São Paulo – e a gestão da demanda adotar medidas para reduzir o consumo”, disse Sampaio.
Como exemplos de gestão da oferta Sampaio citou as obras emergenciais e também as de médio e longo prazo que estão sendo implementadas pelo governo estadual, entre elas a transposição de águas do Rio Paraíba do Sul.
No âmbito da gestão da demanda, Sampaio afirmou que o governo paulista pretende estimular a medição individualizada da água em condomínios, a adoção de infraestrutura para reúso da água e a troca de aparelhos sanitários – vasos, chuveiros e torneiras – por modelos poupadores. Disse ainda que é preciso rever o valor da tarifa de água, considerada por ele muito barata, e investir no controle de perdas do sistema.
“Foi uma seca completamente diferente do que se poderia prever com a análise de mais de 100 anos de registros meteorológicos. Quando a estiagem finalmente terminou, tivemos enchentes em várias cidades, além de fortes ondas de calor. Foram batidos 123 recordes meteorológicos, de precipitação e de temperatura, no verão de 2012/2013. No ano seguinte, foram 156 recordes”, relatou Tony Wong, diretor executivo do Centro de Pesquisa Cooperativa para Cidades Sensíveis à Água – uma iniciativa do governo australiano que reúne pesquisadores de várias áreas e instituições, indústrias e parceiros governamentais para o desenvolvimento de soluções sociais e tecnológicas para a gestão da água urbana.
A seca afetou fortemente o afluxo de água para os reservatórios responsáveis pelo abastecimento de Melbourne. Em 2008, o nível da principal represa da região, instalada no rio Thomson, era semelhante à situação atual do sistema Cantareira, em São Paulo. Embora o nível da represa australiana tenha melhorado nos anos seguintes, jamais retornou à média histórica e voltou a cair recentemente.
“Houve um momento em que ficamos realmente preocupados, pois havia água suficiente apenas para 18 meses de abastecimento. Foi quando tomamos a decisão de construir uma planta de dessalinização”, contou Wong.
Em um evento realizado em São Paulo, no dia 22 de abril, com a participação da FAPESP, Wong afirmou que a Seca do Milênio ensinou duas importantes lições aos australianos. A primeira é que, em um cenário de mudanças climáticas sujeito a eventos extremos, a gestão dos recursos hídricos de uma cidade não pode se basear apenas na análise de séries históricas de dados meteorológicos.
Além disso, a infraestrutura para o futuro deve ser planejada de modo a acomodar os eventos extremos de maneira integrada, ou seja, as soluções não devem mirar fenômenos como seca e enchente isoladamente.
Wong integrou a Missão de Educação para a América Latina, organizada pelo governo de Victoria, um dos mais importantes estados australianos, com o objetivo de fomentar colaboração acadêmica em áreas como educação, gestão da água, planejamento urbano, agricultura e biotecnologia (Leia mais em: http://agencia.fapesp.br/australia_quer_criar_centro_de_estudos_sobre_cidades_do_hemisferio_sul/21042/).
Ele lembrou que, desde 2004, quando os especialistas australianos ainda afirmavam que a estiagem não passava de um evento comum de variabilidade climática, o governo de Victoria já vinha tomando uma série de medidas para minimizar os impactos da escassez hídrica. O primeiro passo foi investir em estratégias de conservação da água.
“Teve início uma grande campanha para mudar o comportamento das pessoas. Um grande cartaz foi instalado em nossa principal estação de trem para alertar diariamente para os níveis dos reservatórios, e os índices iam caindo dia a dia. Foi então que percebemos que estávamos enfrentando uma crise hídrica”, relatou.
Em nível nacional, os cidadãos tiveram de conviver com medidas de restrição. Foram proibidos, por exemplo, de usar água potável na lavagem de carros ou na irrigação de jardins.
A campanha para a redução do consumo doméstico foi aliada a estratégias de conservação no setor agrícola. Um programa de modernização dos sistemas de irrigação já havia começado a ser implantado antes mesmo do início da seca e ajudou a aumentar a eficiência no uso da água de 30% para 80% nas fazendas australianas. Além disso, foi criado uma espécie de mercado da água, no qual os fazendeiros podiam vender seu excedente para colegas cujas culturas demandam maior volume de recurso hídrico.
“O consumo por habitante em Melbourne começou a cair na medida em que a comunidade como um todo foi ficando mais engajada. Se não fosse por essa mudança de comportamento, teríamos ficado completamente sem água até 2009. A estratégia de conservação salvou a cidade, pois não havia tempo hábil para construir a planta de dessalinização”, disse Wong.
Paralelamente às medidas de conservação, foram idealizadas iniciativas para aumentar a captação de água de fontes alternativas, que incluíram o desenvolvimento de infraestrutura para aproveitamento de águas pluviais e reciclagem de águas residuárias.
“Mas por volta de 2007 ficou evidente que todas essas iniciativas levam tempo para serem efetivadas e apresentarem soluções reais e, por isso, o governo decidiu investir em dessalinização. A seca terminou antes de a planta ficar pronta e até hoje ela não foi acionada. Mas essa infraestrutura nos concedeu um período de certeza – de que se a seca vier, não faltará água – e nos permite investir em soluções de longo prazo mais sustentáveis como reciclagem de água”, avaliou Wong.
Diversidade de fontes
Outra importante lição aprendida com a Seca do Milênio, segundo Wong, foi a necessidade de diversificar o portfólio de fontes de água e rever constantemente as estratégias com base na emergência de novas tecnologias. Já não é possível, na avaliação do australiano, garantir segurança hídrica às cidades apenas com base no modelo tradicional de captação por meio de represas.
“Nosso esgoto é um recurso frequentemente ignorado e podemos criar soluções descentralizadas para reaproveitar essa água na irrigação de plantas e nas descargas de sanitários, por exemplo. Com políticas públicas adequadas, cada vez que um prédio antigo for abaixo podemos estimular que o novo introduza infraestrutura para reúso de água”, afirmou.
Já o investimento em infraestrutura para coleta de água da chuva pode, segundo Wong, ajudar a solucionar também o problema das enchentes.
“Em Melbourne estamos construindo grandes áreas alagáveis para coleta de água pluvial e, assim, também conseguimos evitar inundações em regiões vulneráveis. Com o monitoramento dos radares meteorológicos, podemos prever a chegada de uma tempestade e drenar os reservatórios a tempo”, disse.
Como já não é possível confiar em dados históricos para prever condições futuras, uma vez que a ciência mostra que não há mais estacionariedade, Wong defende o uso de modelos matemáticos para simular cenários futuros e avaliar o impacto de políticas públicas antes que sejam implementadas.
“A infraestrutura do futuro terá de ser uma combinação de soluções centralizadas (grandes iniciativas implementadas pelos governos) e descentralizadas (soluções locais, implementadas pelos cidadãos e estimuladas por políticas públicas). E são as soluções descentralizadas que darão às cidades resiliência para sobreviver em um clima de incerteza”, afirmou Wong.
Além de Wong, outros 20 representantes de universidades e instituições de pesquisa e do governo do estado de Victoria fizeram parte da Missão de Educação, que também passou pelo Chile e seguirá para Colômbia e Peru.
“Muitas cidades latino-americanas compartilham desafios similares aos da Austrália e aos do estado de Victoria. Essas experiências compartilhadas ressaltam áreas de interesse mútuo e possíveis alianças entre nossos governos, pesquisadores e especialistas em educação”, afirmou Steven Herbert, ministro de Educação Profissional e Tecnológica do estado de Victoria e chefe da missão.
A cônsul e adido comercial da Australian Trade Comission em São Paulo, Sheila Hunter, afirmou que os australianos estão familiarizados com o problema da escassez hídrica e desejam compartilhar sua experiência com os paulistas.
“São Paulo está enfrentando uma grave crise nos reservatórios de água. Esperamos que ao compartilhar nosso aprendizado possamos ajudar a identificar soluções inovadoras para lidar com as mudanças climáticas que todos iremos enfrentar no futuro”, disse.
Representando a FAPESP no evento estiveram o assessor da presidência Fernando Menezes, o coordenador adjunto de Pesquisa para Inovação e do Plano Diretor de Ciência, Tecnologia e Inovação para o Estado de São Paulo, Sergio Robles Reis de Queiroz, e o coordenador do Programa FAPESP de Pesquisa sobre Mudanças Climáticas Globais (PFPMCG), Reynaldo Luiz Victoria.
Para falar sobre a atual crise hídrica enfrentada pelo Estado de São Paulo e as estratégias que estão sendo implementadas para aumentar a segurança hídrica na região esteve presente o professor Américo Sampaio, coordenador de Saneamento da Secretaria de Saneamento e Recursos Hídricos do Estado de São Paulo.
“A dessalinização da água do mar por enquanto está descartada em São Paulo em razão do alto custo. Temos de conciliar a gestão da oferta – ir atrás de novos mananciais cada vez mais distantes, o que historicamente sempre foi feito no Brasil e em São Paulo – e a gestão da demanda adotar medidas para reduzir o consumo”, disse Sampaio.
Como exemplos de gestão da oferta Sampaio citou as obras emergenciais e também as de médio e longo prazo que estão sendo implementadas pelo governo estadual, entre elas a transposição de águas do Rio Paraíba do Sul.
No âmbito da gestão da demanda, Sampaio afirmou que o governo paulista pretende estimular a medição individualizada da água em condomínios, a adoção de infraestrutura para reúso da água e a troca de aparelhos sanitários – vasos, chuveiros e torneiras – por modelos poupadores. Disse ainda que é preciso rever o valor da tarifa de água, considerada por ele muito barata, e investir no controle de perdas do sistema.
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domingo, 26 de abril de 2015
5 Top scientists start to examine fiddled global warming figures
Last month, we are told, the world enjoyed “its hottest March since records began in 1880”.
This year, according to “US government scientists”, already bids to
outrank 2014 as “the hottest ever”. The figures from the US National
Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA) were based, like all the
other three official surface temperature records on which the world’s
scientists and politicians rely, on data compiled from a network of
weather stations by NOAA’s Global Historical Climate Network (GHCN).
But here there is a puzzle. These temperature records are not the only
ones with official status. The other two, Remote Sensing Systems (RSS)
and the University of Alabama (UAH), are based on a quite different
method of measuring temperature data, by satellites. And these, as they
have increasingly done in recent years, give a strikingly different
picture. Neither shows last month as anything like the hottest March on
record, any more than they showed 2014 as “the hottest year ever”.
The panel is chaired by Terence Kealey, until recently vice-chancellor of the University of Buckingham. His team, all respected experts in their field with many peer-reviewed papers to their name, includes Dr Peter Chylek, a physicist from the National Los Alamos Laboratory; Richard McNider, an emeritus professor who founded the Atmospheric Sciences Programme at the University of Alabama; Professor Roman Mureika from Canada, an expert in identifying errors in statistical methodology; Professor Roger Pielke Sr, a noted climatologist from the University of Colorado, and Professor William van Wijngaarden, a physicist whose many papers on climatology have included studies in the use of “homogenisation” in data records.
Their inquiry’s central aim will be to establish a comprehensive view of just how far the original data has been “adjusted” by the three main surface records: those published by the Goddard Institute for Space Studies (Giss), the US National Climate Data Center and Hadcrut, that compiled by the East Anglia Climatic Research Unit (Cru), in conjunction with the UK Met Office’s Hadley Centre for Climate Prediction. All of them are run by committed believers in man-made global warming.
Below, the raw data in graph form
For this the GWPF panel is initially inviting input from all those analysts across the world who have already shown their expertise in comparing the originally recorded data with that finally published. In particular, they will be wanting to establish a full and accurate picture of just how much of the published record has been adjusted in a way which gives the impression that temperatures have been rising faster and further than was indicated by the raw measured data.
Already studies based on the US, Australia, New Zealand, the Arctic and South America have suggested that this is far too often the case.
But only when the full picture is in will it be possible to see just how far the scare over global warming has been driven by manipulation of figures accepted as reliable by the politicians who shape our energy policy, and much else besides. If the panel’s findings eventually confirm what we have seen so far, this really will be the “smoking gun”, in a scandal the scale and significance of which for all of us can scarcely be exaggerated.
More details of the Global Warming Policy Foundation's International Temperature Data Review Project are available on the inquiry panel's website www.tempdatareview.org
By Christopher Booker @ Telegraph News
Links:
Professor Terence Kealey
Professor William van Wijngaarde
Dr. Petr Chylek
Professor Richard T. McNider
Professor Roman Mureika - retired from the University of New Brunswick
Professor Roger Pielke Sr.
An adjusted graph from the Goddard Institute for Space Studies
Back in January and February, two items in
this column attracted more than 42,000 comments to the Telegraph website
from all over the world. The provocative headings given to them were “Climategate the sequel: how we are still being tricked by flawed data on global warming” and “The fiddling with temperature data is the biggest scientific scandal”.
My cue for those pieces was the evidence multiplying from across the
world that something very odd has been going on with those official
surface temperature records, all of which ultimately rely on data
compiled by NOAA’s GHCN. Careful analysts have come up with hundreds of
examples of how the original data recorded by 3,000-odd weather stations
has been “adjusted”, to exaggerate the degree to which the Earth has
actually been warming. Figures from earlier decades have repeatedly been
adjusted downwards and more recent data adjusted upwards, to show the
Earth having warmed much more dramatically than the original data
justified.
So strong is the evidence that all this calls for
proper investigation that my articles have now brought a heavyweight
response. The Global Warming Policy Foundation (GWPF) has enlisted an international team of five distinguished scientists
to carry out a full inquiry into just how far these manipulations of
the data may have distorted our picture of what is really happening to
global temperatures.The panel is chaired by Terence Kealey, until recently vice-chancellor of the University of Buckingham. His team, all respected experts in their field with many peer-reviewed papers to their name, includes Dr Peter Chylek, a physicist from the National Los Alamos Laboratory; Richard McNider, an emeritus professor who founded the Atmospheric Sciences Programme at the University of Alabama; Professor Roman Mureika from Canada, an expert in identifying errors in statistical methodology; Professor Roger Pielke Sr, a noted climatologist from the University of Colorado, and Professor William van Wijngaarden, a physicist whose many papers on climatology have included studies in the use of “homogenisation” in data records.
Their inquiry’s central aim will be to establish a comprehensive view of just how far the original data has been “adjusted” by the three main surface records: those published by the Goddard Institute for Space Studies (Giss), the US National Climate Data Center and Hadcrut, that compiled by the East Anglia Climatic Research Unit (Cru), in conjunction with the UK Met Office’s Hadley Centre for Climate Prediction. All of them are run by committed believers in man-made global warming.
Below, the raw data in graph form
For this the GWPF panel is initially inviting input from all those analysts across the world who have already shown their expertise in comparing the originally recorded data with that finally published. In particular, they will be wanting to establish a full and accurate picture of just how much of the published record has been adjusted in a way which gives the impression that temperatures have been rising faster and further than was indicated by the raw measured data.
Already studies based on the US, Australia, New Zealand, the Arctic and South America have suggested that this is far too often the case.
But only when the full picture is in will it be possible to see just how far the scare over global warming has been driven by manipulation of figures accepted as reliable by the politicians who shape our energy policy, and much else besides. If the panel’s findings eventually confirm what we have seen so far, this really will be the “smoking gun”, in a scandal the scale and significance of which for all of us can scarcely be exaggerated.
More details of the Global Warming Policy Foundation's International Temperature Data Review Project are available on the inquiry panel's website www.tempdatareview.org
By Christopher Booker @ Telegraph News
Links:
Professor Terence Kealey
Professor William van Wijngaarde
Dr. Petr Chylek
Professor Richard T. McNider
Professor Roman Mureika - retired from the University of New Brunswick
Professor Roger Pielke Sr.
sexta-feira, 24 de abril de 2015
The return of the iris effect?
When a new scientific hypothesis is published, two questions always occur to me:
1. Did the authors convincingly show the hypothesis was correct?
2. If not, is the hypothesis actually correct?
The answers to these two questions may not be the same. A good example is Wegener’s theory of continental drift — his idea was fundamentally correct, but he lacked the data and physical mechanisms to convince the rest of scientific community. It would take several decades before enough data were gathered that the scientific community wholeheartedly endorsed plate tectonics.
In 2001, Prof. Richard Lindzen and colleagues published his “iris hypothesis” (Lindzen et al., 2001). The hypothesis has two parts: First, in a warmer climate, enhanced precipitation efficiency will lead to less cloud being detrained into the troposphere from convection. Second, with less cloud cover, more infrared radiation can escape to space, thereby creating a strong climate-stabilizing negative cloud feedback that prevents significant warming from increasing greenhouse gases.
Within a few years, a number of analyses made clear that the evidence provided by Lindzen et al. had problems [e.g., Hartmann and Michelsen, 2002; Lin et al., 2002; Lin et al., 2004; Su et al., 2008]. Lindzen and colleagues responded to these critiques, but few were convinced by their arguments. By 2006, when I submitted an analysis of tropospheric water vapor that investigated whether there was an iris in that, one of the reviewers pointedly questioned why anyone was still working on this issue. I subsequently withdrew the paper.
Nevertheless, just because Lindzen et al. did not convincingly demonstrate their case does not mean the iris hypothesis is wrong. With that idea in mind, a new paper by Mauritsen and Stevens (2015) revisits the iris hypothesis. The most important part of their work was to simulate the iris in a climate model by artificially tweaking the model’s convective parameterization. They do this by increasing the rate of conversion of cloud water to rain as the climate warms, thereby reducing the amount of detraining condensate in a warmer climate. In effect, this imposes a tweak that mimics the iris effect – it is not a demonstration that the iris effect emerges from any physical mechanisms.
What they find is that, even though cloud cover is reduced as the climate warms, it does not generate a strong negative cloud feedback. While reducing cloud cover does indeed let more infrared energy out, it also lets more sunlight in. These two effects, while independently large, act in opposite directions. The net effect is the small residual of their difference. For runs with the strongest “iris”, the model’s climate sensitivity is reduced from 2.8°C for doubled carbon dioxide to 2.2°C — still well within the IPCC’s canonical range.
It’s also worth pointing out what this study doesn’t prove. It doesn’t validate Lindzen et al.’s original hypothesis — in fact, it does the opposite – even with an iris effect, the sensitivity does not become negligible. Additionally, there is little evidence that the rate of conversion of cloud water to rain actually changes with temperature, although Mauritsen and Stevens show that incorporating the iris into the model does improve the model’s simulations of some aspects of the climate system (even though it doesn’t change climate sensitivity much).
I view this as a what-if calculation of the impact of such a process. Future research may validate this, or it may not. This kind of calculation is one of the reasons why we like using models, of course.
Another argument against the iris comes from my work looking at the cloud feedback in response to short-term climate variability. If the iris provided a strong negative feedback, then we would expect to see it in response to short-term climate fluctuations. Analysis of observations doesn’t show anything like that (Dessler, 2013).
Overall, I think the debate over the iris hypothesis is a testament to the efforts the scientific community goes through to evaluate challenges to theories and find ways to improve our understanding of the climate (for instance, see Bill Ruddiman’s post from last week). This is one of the most important reasons I have such high confidence in the scientific process for figuring out how the universe works.
References
1. R.S. Lindzen, M. Chou, and A.Y. Hou, "Does the Earth Have an Adaptive Infrared Iris?", Bulletin of the American Meteorological Society, vol. 82, pp. 417-432, 2001. http://dx.doi.org/10.1175/1520-0477(2001)082<0417:dtehaa>2.3.CO;20417:dtehaa>
2. D.L. Hartmann, and M.L. Michelsen, "No Evidence for Iris", Bulletin of the American Meteorological Society, vol. 83, pp. 249-254, 2002. http://dx.doi.org/10.1175/1520-0477(2002)083<0249:nefi>2.3.CO;20249:nefi>
3.B. Lin, B.A. Wielicki, L.H. Chambers, Y. Hu, and K. Xu, "The Iris Hypothesis: A Negative or Positive Cloud Feedback?", Journal of Climate, vol. 15, pp. 3-7, 2002. http://dx.doi.org/10.1175/1520-0442(2002)015<0003:tihano>2.0.CO;20003:tihano>
4. B. Lin, T. Wong, B.A. Wielicki, and Y. Hu, " Examination of the Decadal Tropical Mean ERBS Nonscanner Radiation Data for the Iris Hypothesis ", Journal of Climate, vol. 17, pp. 1239-1246, 2004. http://dx.doi.org/10.1175/1520-0442(2004)017<1239:eotdtm>2.0.CO;21239:eotdtm>
5. H. Su, J.H. Jiang, Y. Gu, J.D. Neelin, B.H. Kahn, D. Feldman, Y.L. Yung, J.W. Waters, N.J. Livesey, M.L. Santee, and W.G. Read, "Variations of tropical upper tropospheric clouds with sea surface temperature and implications for radiative effects", J. Geophys. Res., vol. 113, 2008. http://dx.doi.org/10.1029/2007JD009624
6. T. Mauritsen, and B. Stevens, "Missing iris effect as a possible cause of muted hydrological change and high climate sensitivity in models", Nature Geosci, 2015. http://dx.doi.org/10.1038/ngeo2414
7. A.E. Dessler, "Observations of Climate Feedbacks over 2000–10 and Comparisons to Climate Models*", Journal of Climate, vol. 26, pp. 333-342, 2013. http://dx.doi.org/10.1175/jcli-d-11-00640.1
- See more at: http://www.realclimate.org/index.php/archives/2015/04/the-return-of-the-iris-effect/?utm_source=twitterfeed&utm_medium=twitter#sthash.KzEa3b4W.dpuf
By Andy Dessler (TAMU) for #RealClimate
1. Did the authors convincingly show the hypothesis was correct?
2. If not, is the hypothesis actually correct?
The answers to these two questions may not be the same. A good example is Wegener’s theory of continental drift — his idea was fundamentally correct, but he lacked the data and physical mechanisms to convince the rest of scientific community. It would take several decades before enough data were gathered that the scientific community wholeheartedly endorsed plate tectonics.
In 2001, Prof. Richard Lindzen and colleagues published his “iris hypothesis” (Lindzen et al., 2001). The hypothesis has two parts: First, in a warmer climate, enhanced precipitation efficiency will lead to less cloud being detrained into the troposphere from convection. Second, with less cloud cover, more infrared radiation can escape to space, thereby creating a strong climate-stabilizing negative cloud feedback that prevents significant warming from increasing greenhouse gases.
Within a few years, a number of analyses made clear that the evidence provided by Lindzen et al. had problems [e.g., Hartmann and Michelsen, 2002; Lin et al., 2002; Lin et al., 2004; Su et al., 2008]. Lindzen and colleagues responded to these critiques, but few were convinced by their arguments. By 2006, when I submitted an analysis of tropospheric water vapor that investigated whether there was an iris in that, one of the reviewers pointedly questioned why anyone was still working on this issue. I subsequently withdrew the paper.
Nevertheless, just because Lindzen et al. did not convincingly demonstrate their case does not mean the iris hypothesis is wrong. With that idea in mind, a new paper by Mauritsen and Stevens (2015) revisits the iris hypothesis. The most important part of their work was to simulate the iris in a climate model by artificially tweaking the model’s convective parameterization. They do this by increasing the rate of conversion of cloud water to rain as the climate warms, thereby reducing the amount of detraining condensate in a warmer climate. In effect, this imposes a tweak that mimics the iris effect – it is not a demonstration that the iris effect emerges from any physical mechanisms.
What they find is that, even though cloud cover is reduced as the climate warms, it does not generate a strong negative cloud feedback. While reducing cloud cover does indeed let more infrared energy out, it also lets more sunlight in. These two effects, while independently large, act in opposite directions. The net effect is the small residual of their difference. For runs with the strongest “iris”, the model’s climate sensitivity is reduced from 2.8°C for doubled carbon dioxide to 2.2°C — still well within the IPCC’s canonical range.
It’s also worth pointing out what this study doesn’t prove. It doesn’t validate Lindzen et al.’s original hypothesis — in fact, it does the opposite – even with an iris effect, the sensitivity does not become negligible. Additionally, there is little evidence that the rate of conversion of cloud water to rain actually changes with temperature, although Mauritsen and Stevens show that incorporating the iris into the model does improve the model’s simulations of some aspects of the climate system (even though it doesn’t change climate sensitivity much).
I view this as a what-if calculation of the impact of such a process. Future research may validate this, or it may not. This kind of calculation is one of the reasons why we like using models, of course.
Another argument against the iris comes from my work looking at the cloud feedback in response to short-term climate variability. If the iris provided a strong negative feedback, then we would expect to see it in response to short-term climate fluctuations. Analysis of observations doesn’t show anything like that (Dessler, 2013).
Overall, I think the debate over the iris hypothesis is a testament to the efforts the scientific community goes through to evaluate challenges to theories and find ways to improve our understanding of the climate (for instance, see Bill Ruddiman’s post from last week). This is one of the most important reasons I have such high confidence in the scientific process for figuring out how the universe works.
References
1. R.S. Lindzen, M. Chou, and A.Y. Hou, "Does the Earth Have an Adaptive Infrared Iris?", Bulletin of the American Meteorological Society, vol. 82, pp. 417-432, 2001. http://dx.doi.org/10.1175/1520-0477(2001)082<0417:dtehaa>2.3.CO;20417:dtehaa>
2. D.L. Hartmann, and M.L. Michelsen, "No Evidence for Iris", Bulletin of the American Meteorological Society, vol. 83, pp. 249-254, 2002. http://dx.doi.org/10.1175/1520-0477(2002)083<0249:nefi>2.3.CO;20249:nefi>
3.B. Lin, B.A. Wielicki, L.H. Chambers, Y. Hu, and K. Xu, "The Iris Hypothesis: A Negative or Positive Cloud Feedback?", Journal of Climate, vol. 15, pp. 3-7, 2002. http://dx.doi.org/10.1175/1520-0442(2002)015<0003:tihano>2.0.CO;20003:tihano>
4. B. Lin, T. Wong, B.A. Wielicki, and Y. Hu, " Examination of the Decadal Tropical Mean ERBS Nonscanner Radiation Data for the Iris Hypothesis ", Journal of Climate, vol. 17, pp. 1239-1246, 2004. http://dx.doi.org/10.1175/1520-0442(2004)017<1239:eotdtm>2.0.CO;21239:eotdtm>
5. H. Su, J.H. Jiang, Y. Gu, J.D. Neelin, B.H. Kahn, D. Feldman, Y.L. Yung, J.W. Waters, N.J. Livesey, M.L. Santee, and W.G. Read, "Variations of tropical upper tropospheric clouds with sea surface temperature and implications for radiative effects", J. Geophys. Res., vol. 113, 2008. http://dx.doi.org/10.1029/2007JD009624
6. T. Mauritsen, and B. Stevens, "Missing iris effect as a possible cause of muted hydrological change and high climate sensitivity in models", Nature Geosci, 2015. http://dx.doi.org/10.1038/ngeo2414
7. A.E. Dessler, "Observations of Climate Feedbacks over 2000–10 and Comparisons to Climate Models*", Journal of Climate, vol. 26, pp. 333-342, 2013. http://dx.doi.org/10.1175/jcli-d-11-00640.1
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By Andy Dessler (TAMU) for #RealClimate
segunda-feira, 20 de abril de 2015
Biological and Environmental Research (BER)
Understanding Complex Biological and Environmental Systems
across many spatial and temporal scales by coupling theory, observations, experiments, models, and simulations.
across many spatial and temporal scales by coupling theory, observations, experiments, models, and simulations.
Mission
BER advances world-class biological and environmental research programs and scientific user facilities to support DOE’s energy, environment, and basic research missions.The Biological and Environmental Research (BER) program supports fundamental research and scientific user facilities to address diverse and critical global challenges. The program seeks to understand how genomic information is translated to functional capabilities, enabling more confident redesign of microbes and plants for sustainable biofuel production, improved carbon storage, or contaminant bioremediation. BER research advances understanding of the roles of Earth’s biogeochemical systems (the atmosphere, land, oceans, sea ice, and subsurface) in determining climate so we can predict climate decades or centuries into the future, information needed to plan for future energy and resource needs. Solutions to these challenges are driven by a foundation of scientific knowledge and inquiry in atmospheric chemistry and physics, ecology, biology, and biogeochemistry.
Last modified: 3/31/2015 1:15:22 AM
- BER Abstracts Database
-
The U.S. Department of Energy’s Office of Biological and Environmental Research (BER) conducts research in the areas of Climate and Environmental Sciences and Biological Systems Science. This database contains summaries of research projects supported by the program.
- Source: US Department of Energy
quinta-feira, 16 de abril de 2015
CAPES: Cientista Carlos Nobre recebe convite e assumirá presidência
O ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, convidou
nesta quarta-feira, 15, o professor e pesquisador Carlos Nobre, da
Academia Brasileira de Ciências (ABC), para o cargo de presidente da
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).
“Carlos Nobre é um dos maiores cientistas brasileiros, com forte
experiência na coordenação da área interdisciplinar da Capes”, disse o
ministro. “Ele também é uma referência importante no debate ético sobre
vida e sustentabilidade.”
O professor Jorge Guimarães deixa a presidência do órgão após 12 anos. “A história da Capes é exemplar, uma história de êxitos”, destacou o ministro. “A história da agência será contada antes e depois de Jorge Guimarães.”
Segundo o ministro, Guimarães se sobressai por todas as mudanças e aperfeiçoamentos que introduziu no órgão. “A Capes aprimorou a avaliação e o fomento da pós-graduação, reforçou o mestrado profissional, expandiu os doutorados e mestrados e estimulou novas fronteiras de pesquisa”, afirmou Janine Ribeiro. “E, além de tudo isso, constituiu um vasto setor voltado à formação de professores para educação básica, que é o grande desafio do Brasil hoje.”
Natural da cidade de São Paulo, Carlos Afonso Nobre formou-se em engenharia eletrônica em 1974, no Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA), em São José dos Campos (SP). Concluiu o doutorado em meteorologia pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT) em 1983. Iniciou a carreira profissional no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), em 1975. Atuou como pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), de 1983 a 2012. Na Capes, atuou como coordenador da Comissão de Cursos Multidisciplinares (2006-2008). Exerce, desde fevereiro de 2011, a função de secretário de políticas e programas de pesquisa e desenvolvimento do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação.
Atualmente, Nobre representa o Brasil no International Institute for Applied System Analysis (Iiasa). É membro do International Scientific Advisory e do High Level Scientific Advisory Panel on Global Sustainability, da Organização das Nações Unidas (ONU).
O professor Jorge Guimarães deixa a presidência do órgão após 12 anos. “A história da Capes é exemplar, uma história de êxitos”, destacou o ministro. “A história da agência será contada antes e depois de Jorge Guimarães.”
Segundo o ministro, Guimarães se sobressai por todas as mudanças e aperfeiçoamentos que introduziu no órgão. “A Capes aprimorou a avaliação e o fomento da pós-graduação, reforçou o mestrado profissional, expandiu os doutorados e mestrados e estimulou novas fronteiras de pesquisa”, afirmou Janine Ribeiro. “E, além de tudo isso, constituiu um vasto setor voltado à formação de professores para educação básica, que é o grande desafio do Brasil hoje.”
Natural da cidade de São Paulo, Carlos Afonso Nobre formou-se em engenharia eletrônica em 1974, no Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA), em São José dos Campos (SP). Concluiu o doutorado em meteorologia pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT) em 1983. Iniciou a carreira profissional no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), em 1975. Atuou como pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), de 1983 a 2012. Na Capes, atuou como coordenador da Comissão de Cursos Multidisciplinares (2006-2008). Exerce, desde fevereiro de 2011, a função de secretário de políticas e programas de pesquisa e desenvolvimento do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação.
Atualmente, Nobre representa o Brasil no International Institute for Applied System Analysis (Iiasa). É membro do International Scientific Advisory e do High Level Scientific Advisory Panel on Global Sustainability, da Organização das Nações Unidas (ONU).
sexta-feira, 10 de abril de 2015
Escola Agrícola de Jundiaí promove a Semana Acadêmica das Ciências Agrárias
A Escola Agrícola de Jundiaí (EAJ), Unidade acadêmica especializada em ciências agrárias da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), promove, entre os dias 27 e 30 de abril, a quarta edição da Semana Acadêmica das Ciências Agrárias (Semagrária).
Com o intuito de reunir todas as semanas acadêmicas numa só, a IV Semagrária é o evento destinado às produções de pesquisa, ensino e extensão dos cursos de nível médio, técnico, graduação e pós-graduação da EAJ. O principal objetivo da ação de extensão é a integração dos estudantes nos diversos cursos das Ciências Agrárias, assim como produtores e estudantes da região de Macaíba.
Além das atividades desenvolvidas pelas coordenações, temas como gestão das águas, agronegócio no Rio Grande do Norte, extensão rural e produtos transgênicos serão abordados nas palestras gerais de cada dia da programação do evento.
São oferecidas mil vagas, que podem ser
consultadas na aba “Extensão” do Sistema Integrado de Gestão e
Atividades Acadêmicas (SIGAA). O evento é aberto a toda a comunidade
acadêmica.
Outras informações no link: http://goo.gl/QlYISV.
Fonte: AGECOM-UFRN.
Relatório mundial sobre bioenergia e sustentabilidade será lançado na FAPESP
Agência FAPESP – Cento e trinta e sete especialistas de 24
países e 82 instituições debruçaram-se por dois anos sobre as diversas
questões relacionadas com a produção e o uso de bioenergia e
sustentabilidade e produziram o relatório Bioenergy &
Sustainability.
O volume será lançado na terça-feira, 14/04, na sede da FAPESP, no primeiro simpósio internacional para o lançamento do relatório e discussão das suas conclusões e recomendações.
O trabalho foi coordenado por cientistas ligados aos programas FAPESP de Pesquisa em Bioenergia, Mudanças Climáticas Globais e BIOTA – de pesquisa sobre a biodiversidade – e teve apoio da FAPESP e do Comitê Científico para Problemas do Ambiente (Scope, na sigla em inglês), agência intergovernamental responsável pela iniciativa associada à Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
No encontro, que terá a participação de pesquisadores e especialistas do Brasil e do exterior ligados a instituições de ensino e pesquisa e à indústria, além de representantes de organizações não governamentais, serão apresentados o estado e as tendências atuais na produção de bioenergia e seus efeitos na elaboração de estratégias nas áreas política, de inovação e de comunicação.
Com base em mais de 2 mil referências e estudos, o relatório fornece uma análise abrangente de tecnologias e práticas atuais da bioenergia, incluindo produção, sistemas e mercados, e o potencial de expansão sustentável e de maior adoção da bioenergia, em paralelo com uma revisão crítica dos seus impactos.
Os autores consideraram como a expansão da bioenergia e seus impactos afetam os sistemas atuais de energia, a produção de alimentos, a segurança ambiental e climática e o desenvolvimento sustentável, tanto em regiões desenvolvidas como em desenvolvimento. A partir dessa análise abrangente, os autores apresentam recomendações embasadas cientificamente para a adoção de políticas e a implantação de diferentes opções de uso da bioenergia, nas diferentes regiões do mundo: biocombustíveis líquidos, bioeletricidade, biogás e produtos químicos de base biológica, entre outros.
O relatório está dividido em cinco Seções, sendo a primeira de apresentação e a segunda um Sumário Executivo do relatório, abrangendo o Sumário Técnico e os Números da Bioenergia – amplo levantamento de dados de produção atual de biomassa e de uso da terra, de tecnologias de conversão e números referentes às necessidades futuras, considerando benefícios sociais e ambientais.
A Seção III traz as sínteses de temas transversais, cada um com suas respectivas conclusões e recomendações: segurança energética, bioenergia e segurança alimentar, segurança ambiental e climática, desenvolvimento sustentável e inovação e as lacunas do conhecimento para a expansão sustentável da bioenergia. A Seção IV apresenta o estado da arte levantado pelos experts que subsidiou um intenso debate dos especialistas de várias áreas ao definir as recomendações e destaques apresentados na Seção III, como uso da terra, fontes de biomassa para bioenergia, integração com agricultura e silvicultura, água e solo, emissões de gases de efeito estufa até os impactos dos biocombustíveis na biodiversidade e serviços ecossistêmicos e as questões sociais e econômicas envolvidas.
Destaques
O relatório Bioenergy & Sustainability confirma o valor da bioenergia como alternativa energética e para a redução dos impactos da queima de combustíveis fósseis. Destaca ainda as possibilidades de aumentar a segurança energética e a mitigação das mudanças climáticas pelo uso de tecnologias avançadas de conversão de biomassa, que também contribuiriam para compensar impactos ambientais negativos causados pelo desmatamento e degradação de terras cultivadas e pastagens.
Outra conclusão é que sistemas de produção de bioenergia que adotam práticas sustentáveis podem compensar emissões de gases de efeito estufa resultantes de mudanças no uso da terra ou perda da biodiversidade. Essas tecnologias e procedimentos incluem a combinação de diferentes matérias-primas, utilização de coprodutos, integração da bioenergia com a agricultura, intensificação de pastagens, zoneamento agroecológico, planejamento de paisagens, aumento de produtividade e outras práticas de gerenciamento da terra adaptadas a condições locais.
Os autores concluem ainda que existem áreas suficientes no mundo para ampliação do cultivo de biomassa, que a maioria das terras está na América Latina e na África e que o uso dessas áreas não representa uma ameaça para a segurança alimentar e a biodiversidade. E confirmam evidências de que a adoção de tecnologias para melhoria do solo, a integração de cadeias produtivas e o uso de subprodutos da bioenergia em áreas rurais pobres podem melhorar o desempenho da economia, aumentar a qualidade dos alimentos, diminuir a poluição e criar empregos.
A íntegra do relatório Bioenergy & Sustainability está publicada em: bioenfapesp.org/scopebioenergy/index.php/chapters
Mais informações no site:www.fapesp.br/9206
O volume será lançado na terça-feira, 14/04, na sede da FAPESP, no primeiro simpósio internacional para o lançamento do relatório e discussão das suas conclusões e recomendações.
O trabalho foi coordenado por cientistas ligados aos programas FAPESP de Pesquisa em Bioenergia, Mudanças Climáticas Globais e BIOTA – de pesquisa sobre a biodiversidade – e teve apoio da FAPESP e do Comitê Científico para Problemas do Ambiente (Scope, na sigla em inglês), agência intergovernamental responsável pela iniciativa associada à Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
No encontro, que terá a participação de pesquisadores e especialistas do Brasil e do exterior ligados a instituições de ensino e pesquisa e à indústria, além de representantes de organizações não governamentais, serão apresentados o estado e as tendências atuais na produção de bioenergia e seus efeitos na elaboração de estratégias nas áreas política, de inovação e de comunicação.
Com base em mais de 2 mil referências e estudos, o relatório fornece uma análise abrangente de tecnologias e práticas atuais da bioenergia, incluindo produção, sistemas e mercados, e o potencial de expansão sustentável e de maior adoção da bioenergia, em paralelo com uma revisão crítica dos seus impactos.
Os autores consideraram como a expansão da bioenergia e seus impactos afetam os sistemas atuais de energia, a produção de alimentos, a segurança ambiental e climática e o desenvolvimento sustentável, tanto em regiões desenvolvidas como em desenvolvimento. A partir dessa análise abrangente, os autores apresentam recomendações embasadas cientificamente para a adoção de políticas e a implantação de diferentes opções de uso da bioenergia, nas diferentes regiões do mundo: biocombustíveis líquidos, bioeletricidade, biogás e produtos químicos de base biológica, entre outros.
O relatório está dividido em cinco Seções, sendo a primeira de apresentação e a segunda um Sumário Executivo do relatório, abrangendo o Sumário Técnico e os Números da Bioenergia – amplo levantamento de dados de produção atual de biomassa e de uso da terra, de tecnologias de conversão e números referentes às necessidades futuras, considerando benefícios sociais e ambientais.
A Seção III traz as sínteses de temas transversais, cada um com suas respectivas conclusões e recomendações: segurança energética, bioenergia e segurança alimentar, segurança ambiental e climática, desenvolvimento sustentável e inovação e as lacunas do conhecimento para a expansão sustentável da bioenergia. A Seção IV apresenta o estado da arte levantado pelos experts que subsidiou um intenso debate dos especialistas de várias áreas ao definir as recomendações e destaques apresentados na Seção III, como uso da terra, fontes de biomassa para bioenergia, integração com agricultura e silvicultura, água e solo, emissões de gases de efeito estufa até os impactos dos biocombustíveis na biodiversidade e serviços ecossistêmicos e as questões sociais e econômicas envolvidas.
Destaques
O relatório Bioenergy & Sustainability confirma o valor da bioenergia como alternativa energética e para a redução dos impactos da queima de combustíveis fósseis. Destaca ainda as possibilidades de aumentar a segurança energética e a mitigação das mudanças climáticas pelo uso de tecnologias avançadas de conversão de biomassa, que também contribuiriam para compensar impactos ambientais negativos causados pelo desmatamento e degradação de terras cultivadas e pastagens.
Outra conclusão é que sistemas de produção de bioenergia que adotam práticas sustentáveis podem compensar emissões de gases de efeito estufa resultantes de mudanças no uso da terra ou perda da biodiversidade. Essas tecnologias e procedimentos incluem a combinação de diferentes matérias-primas, utilização de coprodutos, integração da bioenergia com a agricultura, intensificação de pastagens, zoneamento agroecológico, planejamento de paisagens, aumento de produtividade e outras práticas de gerenciamento da terra adaptadas a condições locais.
Os autores concluem ainda que existem áreas suficientes no mundo para ampliação do cultivo de biomassa, que a maioria das terras está na América Latina e na África e que o uso dessas áreas não representa uma ameaça para a segurança alimentar e a biodiversidade. E confirmam evidências de que a adoção de tecnologias para melhoria do solo, a integração de cadeias produtivas e o uso de subprodutos da bioenergia em áreas rurais pobres podem melhorar o desempenho da economia, aumentar a qualidade dos alimentos, diminuir a poluição e criar empregos.
A íntegra do relatório Bioenergy & Sustainability está publicada em: bioenfapesp.org/scopebioenergy/index.php/chapters
Mais informações no site:www.fapesp.br/9206
quinta-feira, 9 de abril de 2015
Plantio de eucalipto aumenta chuva em regiões altas das Serras do Mar e Mantiqueira
Elton Alisson | Agência FAPESP – A substituição da
vegetação natural das encostas das Serras do Mar e da Mantiqueira pelo
plantio de eucalipto aumenta o volume de chuva sobre as áreas mais altas
e, consequentemente, os riscos de deslizamentos de terra nessas regiões
serranas durante a estação chuvosa – entre dezembro e fevereiro.
A constatação é de uma pesquisa de doutorado realizada pela tecnologista do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) Viviane Regina Algarve, no âmbito do Projeto Temático “Assessment of impacts and vulnerability to climate change in Brazil and strategies for adaptation option”, apoiado pela FAPESP.
“Observamos que a mudança da vegetação natural por eucalipto nas
encostas das Serras do Mar e da Mantiqueira altera as trocas de energia
entre a superfície e a atmosfera, modificando o padrão de circulação de
vento que ocorre entre o vale e a montanha e, em razão disto, o
transporte de calor e umidade para o topo das serras”, disse Regina
Alvalá, pesquisadora do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de
Desastres Naturais (Cemaden) e orientadora do estudo, à Agência FAPESP.
“O aumento da convergência de umidade sobre os topos das montanhas facilita a formação e alimentação de nuvens, nevoeiros e tempestades”, explicou.
De acordo com dados do Anuário Estatístico da Associação Brasileira dos Produtores de Florestas Plantadas, há mais de 6 milhões de hectares de florestas de eucalipto no Brasil, em regiões com diferentes topografias e padrões de chuva.
Em São Paulo, as plantações de eucalipto estão concentradas em cidades situadas próximas das Serras do Mar e da Mantiqueira, à exceção de Ribeirão Preto.
Com o aumento da demanda por celulose e madeira, as plantações de eucalipto têm sido expandidas para encostas íngremes em municípios próximos a essas duas regiões serranas do estado.
Em razão dessa e de outras mudanças no uso e cobertura da terra – como a conversão para área de pastagem –, que têm ocorrido nas últimas décadas nas encostas das Serras do Mar e da Mantiqueira, está aumentando o volume de chuvas sobre as áreas mais altas dessas regiões serranas, o que pode resultar em riscos de deslizamentos, apontam os autores do estudo.
“Como o eucalipto é uma vegetação de porte alto, absorve muita radiação e, com isso, altera os balanços de energia e de água entre a superfície e a atmosfera. Isso acaba culminando em um aumento do volume de chuvas”, disse Alvalá.
Os pesquisadores analisaram séries históricas de dados de chuvas, referentes ao período de 1961 a 1990, de 25 estações meteorológicas distribuídas por municípios localizados próximos das Serras do Mar e da Mantiqueira.
“Observamos que, embora as alterações mais significativas no volume de chuvas tenham ocorrido sobre as áreas mais elevadas das Serras do Mar e da Mantiqueira, também houve um aumento do número de episódios de chuvas em algumas áreas na região do Vale do Paraíba”, afirmou Alvalá.
Projeções
A fim de avaliar os impactos da conversão de áreas de floresta para plantio de eucalipto ou para pastagem no regime de chuva das Serras do Mar e da Mantiqueira, os pesquisadores fizeram projeções usando o modelo climático regional ETA-CPTEC, com resolução espacial de 10 quilômetros, desenvolvido pelo Inpe.
As projeções indicaram que tanto a troca da vegetação natural por plantio de eucalipto como para área de pastagem levam ao aumento no volume diário de chuvas durante o verão, principalmente sobre as áreas mais elevadas das regiões serranas.
“A análise dos dados observacionais do período entre 1941 e 2012 e as simulações com o modelo meteorológico ETA para o período entre 1981 e 1990 indicam que as mudanças no uso e cobertura da terra observadas nas Serras do Mar e da Mantiqueira causaram o aumento no volume de chuvas em algumas áreas dessas regiões serranas”, avaliou Alvalá.
“Esse tipo de diagnóstico da evolução da mudança de uso da terra e suas implicações climáticas são essenciais para orientar tomadores de decisão de órgãos governamentais e da Defesa Civil na identificação de áreas de risco”, afirmou.
Em outro estudo, publicado no International Journal of Geo-Information, os pesquisadores avaliaram a suscetibilidade ao deslizamento de terra em áreas ocupadas por plantações de eucalipto em diferentes fases de desenvolvimento, ou convertidas em áreas de pastagem, em 16 municípios próximos das Serras do Mar e da Mantiqueira.
Os resultados do estudo indicaram que as áreas convertidas para pastagem apresentam os maiores níveis de suscetibilidade, seguidas pelas que receberam novas plantações de eucalipto e as ocupadas por moradias.
“Há uma preocupação sobre a área crescente de plantações de eucalipto em encostas íngremes no Estado de São Paulo uma vez que não há estudos específicos sobre o impacto do reflorestamento em processos de movimento de massa”, ressaltam os autores do estudo.
De acordo com os pesquisadores, o eucalipto tem diferentes fases de desenvolvimento, que podem contribuir em maior ou menor escala para a ocorrência de deslizamentos de terra.
No estágio inicial de desenvolvimento – que dura entre dois e três anos –, as árvores de eucalipto possuem uma grande quantidade de folhas, que bloqueiam a exposição do solo à luz solar, tornando-o mais úmido e vulnerável a deslizamentos.
Já na fase adulta, diminui a quantidade de folhas das árvores de eucalipto, permitindo que a luz solar atinja e reduza a vulnerabilidade do solo.
Durante a fase da colheita do eucalipto, contudo, o solo fica completamente exposto à chuva e aumenta sua taxa de erosão, o que pode deflagrar deslizamentos de terra, apontam os autores do estudo.
“A taxa de erosão de uma área de colheita de eucalipto pode ser até quatro vezes maior do que a de uma região com vegetação preservada”, destacam.
A constatação é de uma pesquisa de doutorado realizada pela tecnologista do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) Viviane Regina Algarve, no âmbito do Projeto Temático “Assessment of impacts and vulnerability to climate change in Brazil and strategies for adaptation option”, apoiado pela FAPESP.
Substituição da vegetação natural
das encostas aumenta volume de precipitações no topo de montanhas,
culminando em riscos de deslizamentos de terra, aponta estudo do Inpe
“O aumento da convergência de umidade sobre os topos das montanhas facilita a formação e alimentação de nuvens, nevoeiros e tempestades”, explicou.
De acordo com dados do Anuário Estatístico da Associação Brasileira dos Produtores de Florestas Plantadas, há mais de 6 milhões de hectares de florestas de eucalipto no Brasil, em regiões com diferentes topografias e padrões de chuva.
Em São Paulo, as plantações de eucalipto estão concentradas em cidades situadas próximas das Serras do Mar e da Mantiqueira, à exceção de Ribeirão Preto.
Com o aumento da demanda por celulose e madeira, as plantações de eucalipto têm sido expandidas para encostas íngremes em municípios próximos a essas duas regiões serranas do estado.
Em razão dessa e de outras mudanças no uso e cobertura da terra – como a conversão para área de pastagem –, que têm ocorrido nas últimas décadas nas encostas das Serras do Mar e da Mantiqueira, está aumentando o volume de chuvas sobre as áreas mais altas dessas regiões serranas, o que pode resultar em riscos de deslizamentos, apontam os autores do estudo.
“Como o eucalipto é uma vegetação de porte alto, absorve muita radiação e, com isso, altera os balanços de energia e de água entre a superfície e a atmosfera. Isso acaba culminando em um aumento do volume de chuvas”, disse Alvalá.
Os pesquisadores analisaram séries históricas de dados de chuvas, referentes ao período de 1961 a 1990, de 25 estações meteorológicas distribuídas por municípios localizados próximos das Serras do Mar e da Mantiqueira.
“Observamos que, embora as alterações mais significativas no volume de chuvas tenham ocorrido sobre as áreas mais elevadas das Serras do Mar e da Mantiqueira, também houve um aumento do número de episódios de chuvas em algumas áreas na região do Vale do Paraíba”, afirmou Alvalá.
Projeções
A fim de avaliar os impactos da conversão de áreas de floresta para plantio de eucalipto ou para pastagem no regime de chuva das Serras do Mar e da Mantiqueira, os pesquisadores fizeram projeções usando o modelo climático regional ETA-CPTEC, com resolução espacial de 10 quilômetros, desenvolvido pelo Inpe.
As projeções indicaram que tanto a troca da vegetação natural por plantio de eucalipto como para área de pastagem levam ao aumento no volume diário de chuvas durante o verão, principalmente sobre as áreas mais elevadas das regiões serranas.
“A análise dos dados observacionais do período entre 1941 e 2012 e as simulações com o modelo meteorológico ETA para o período entre 1981 e 1990 indicam que as mudanças no uso e cobertura da terra observadas nas Serras do Mar e da Mantiqueira causaram o aumento no volume de chuvas em algumas áreas dessas regiões serranas”, avaliou Alvalá.
“Esse tipo de diagnóstico da evolução da mudança de uso da terra e suas implicações climáticas são essenciais para orientar tomadores de decisão de órgãos governamentais e da Defesa Civil na identificação de áreas de risco”, afirmou.
Em outro estudo, publicado no International Journal of Geo-Information, os pesquisadores avaliaram a suscetibilidade ao deslizamento de terra em áreas ocupadas por plantações de eucalipto em diferentes fases de desenvolvimento, ou convertidas em áreas de pastagem, em 16 municípios próximos das Serras do Mar e da Mantiqueira.
Os resultados do estudo indicaram que as áreas convertidas para pastagem apresentam os maiores níveis de suscetibilidade, seguidas pelas que receberam novas plantações de eucalipto e as ocupadas por moradias.
“Há uma preocupação sobre a área crescente de plantações de eucalipto em encostas íngremes no Estado de São Paulo uma vez que não há estudos específicos sobre o impacto do reflorestamento em processos de movimento de massa”, ressaltam os autores do estudo.
De acordo com os pesquisadores, o eucalipto tem diferentes fases de desenvolvimento, que podem contribuir em maior ou menor escala para a ocorrência de deslizamentos de terra.
No estágio inicial de desenvolvimento – que dura entre dois e três anos –, as árvores de eucalipto possuem uma grande quantidade de folhas, que bloqueiam a exposição do solo à luz solar, tornando-o mais úmido e vulnerável a deslizamentos.
Já na fase adulta, diminui a quantidade de folhas das árvores de eucalipto, permitindo que a luz solar atinja e reduza a vulnerabilidade do solo.
Durante a fase da colheita do eucalipto, contudo, o solo fica completamente exposto à chuva e aumenta sua taxa de erosão, o que pode deflagrar deslizamentos de terra, apontam os autores do estudo.
“A taxa de erosão de uma área de colheita de eucalipto pode ser até quatro vezes maior do que a de uma região com vegetação preservada”, destacam.
quarta-feira, 8 de abril de 2015
USP: Instituto Oceanográfico promove exposição “Cultivando Água Boa”
Da Agência USP de Notícias
No dia 10 de abril, às 16 horas, no Museu Oceanográfico do Instituto Oceanográfico (IO) da USP, acontece a abertura da Exposição Cultivando Água Boa. A mostra temporária poderá ser visitada entre os dias 14 de abril e 26 de junho, de terça a sexta, das 9 às 17 horas.
Criada por Itaipu Binacional e o Instituto Ecoar para a Cidadania, a Exposição retrata o programa de mesmo nome, que é o movimento que reconhece a água como um recurso universal e um bem de uso comum a todos os seres vivos. Caracterizado como o primeiro grande programa de gestão de bacias hidrográficas do Brasil, já conseguiu recuperar mais de 200 unidades no período de 12 anos e por isto, foi premiado como o projeto me Melhores Práticas de Gestão Ambiental (Best Water Management Practices) componente do programa Water for life 2005-2015 da ONU.
No dia 10 de abril, às 16 horas, no Museu Oceanográfico do Instituto Oceanográfico (IO) da USP, acontece a abertura da Exposição Cultivando Água Boa. A mostra temporária poderá ser visitada entre os dias 14 de abril e 26 de junho, de terça a sexta, das 9 às 17 horas.
Criada por Itaipu Binacional e o Instituto Ecoar para a Cidadania, a Exposição retrata o programa de mesmo nome, que é o movimento que reconhece a água como um recurso universal e um bem de uso comum a todos os seres vivos. Caracterizado como o primeiro grande programa de gestão de bacias hidrográficas do Brasil, já conseguiu recuperar mais de 200 unidades no período de 12 anos e por isto, foi premiado como o projeto me Melhores Práticas de Gestão Ambiental (Best Water Management Practices) componente do programa Water for life 2005-2015 da ONU.
domingo, 5 de abril de 2015
Mapping the Spread of Drought Across the U.S.
By MIKE BOSTOCK and KEVIN QUEALY
Droughts appear to be
intensifying over much of the West and Southwest as a result of global
warming. Over the past decade, droughts in some regions have rivaled the
epic dry spells of the 1930s and 1950s. About 37 percent of the contiguous United States was in at least a moderate drought as of March 31.
Things have been particularly bad in California, which has just imposed its first mandatory water restrictions, the latest in a series of drastic measures to reduce water consumption. California farmers, without water from reservoirs in the Central Valley, are left to choose which of their crops to water. Parts of Texas, Oklahoma and surrounding states are also suffering from drought conditions.
The
relationship between the climate and droughts is complicated. Parts of
the country are becoming wetter: East of the Mississippi, rainfall has
been rising. But global warming also appears to be causing moisture to
evaporate faster in places that were already dry. Researchers believe
drought conditions in these places are likely to intensify in coming
years.
There has
been little relief for some places since the summer of 2012. At the
recent peak last May, about 40 percent of the country was abnormally dry
or in at least a moderate drought.
For a more detailed view of the history of droughts in the United States since 1895, here’s an updated version of a chart The Times ran in 2012, based on the Palmer Index.
*In full, with illustrations @ nytimes
Vegetação do mundo cresce
A vegetação mundial se expandiu, acrescentando quase 4 bilhões de toneladas de carbono a plantas desde 2003, graças ao plantio de árvores na China, crescimento de florestas nos antigos estados soviéticos e savanas mais viçosas devido a mais chuva.
De acordo com os pesquisadores, há diversos fatores que explicam o crescimento. “O aumento de vegetação veio principalmente de uma combinação feliz de fatores ambientais e econômicos, e de plantação maciça de árvores na China” disse Yi Liu, da Universidade de Nova Gales do Sul e principal autor do estudo.
As descobertas foram feitas com uma técnica inteiramente nova de mudança de mapas de biomassa no correr do tempo, com uso de mensurações de satélites e ondas naturais de rádio emitidas da superfície da Terra. “Análises anteriores de biomassa focavam em mudança na cobertura florestal”, afirmou o co-autor Albert van Dijk, da Universidade Nacional da Austrália. “Com nossa abordagem descobrimos grandes e inesperados aumentos de vegetação nas savanas do norte da África e Sul da Austrália”.
Os cientistas descobriram o acréscimo de carbono, apesar do desmatamento em grande escala nas florestas tropicais no Brasil e Indonésia, de acordo com pesquisa publicada ontem na Nature Climate Change.
O carbono flui entre os oceanos, ar e terra. Está presente na atmosfera primariamente como dióxido de carbono – o gás principal da mudança do clima – e armazenado nas árvores como carbono. Através da fotossíntese, as árvores convertem dióxido de carbono no alimento que precisam para crescer, aprisionando o carbono na madeira.
O aumento de 4 bilhões de toneladas é minúsculo se comparado às 60 bilhões de toneladas de carbono liberadas na atmosfera pela queima de combustível fóssil e pela produção de cimento no mesmo período, disse Yi Liy, principal autor do estudo e cientista da Universidade de Nova Gales do Sul, informa o Science a Go Go.
Por José Eduardo Mendonça via Planeta Sustentável.
De acordo com os pesquisadores, há diversos fatores que explicam o crescimento. “O aumento de vegetação veio principalmente de uma combinação feliz de fatores ambientais e econômicos, e de plantação maciça de árvores na China” disse Yi Liu, da Universidade de Nova Gales do Sul e principal autor do estudo.
As descobertas foram feitas com uma técnica inteiramente nova de mudança de mapas de biomassa no correr do tempo, com uso de mensurações de satélites e ondas naturais de rádio emitidas da superfície da Terra. “Análises anteriores de biomassa focavam em mudança na cobertura florestal”, afirmou o co-autor Albert van Dijk, da Universidade Nacional da Austrália. “Com nossa abordagem descobrimos grandes e inesperados aumentos de vegetação nas savanas do norte da África e Sul da Austrália”.
Os cientistas descobriram o acréscimo de carbono, apesar do desmatamento em grande escala nas florestas tropicais no Brasil e Indonésia, de acordo com pesquisa publicada ontem na Nature Climate Change.
O carbono flui entre os oceanos, ar e terra. Está presente na atmosfera primariamente como dióxido de carbono – o gás principal da mudança do clima – e armazenado nas árvores como carbono. Através da fotossíntese, as árvores convertem dióxido de carbono no alimento que precisam para crescer, aprisionando o carbono na madeira.
O aumento de 4 bilhões de toneladas é minúsculo se comparado às 60 bilhões de toneladas de carbono liberadas na atmosfera pela queima de combustível fóssil e pela produção de cimento no mesmo período, disse Yi Liy, principal autor do estudo e cientista da Universidade de Nova Gales do Sul, informa o Science a Go Go.
Por José Eduardo Mendonça via Planeta Sustentável.
Seca no Sudeste pode durar 30 anos, aponta especialista
O cenário da atual seca no Sudeste, que passa pela pior crise hídrica
dos últimos 85 anos, pode durar por 30 anos mais, segundo afirmou neste
sábado (4) um especialista em meteorologia.
O meteorologista e sócio da empresa de consultoria especializada Somar Meteorologia, Paulo Ethichury, explicou à Agência Efe que o clima atual no país obedece a um ciclo de esfriamento do oceano Pacífico nos últimos anos, que se opõe às décadas de 1980, 1990 e 2000, quando o clima era mais quente.
O início do ano assustou, em termos climáticos, a agroindústria, com um atraso do cultivo da soja e perspectivas de queda da produtividade em outras matérias-primas agrícolas, como o café.
Segundo Ethichury, os períodos de seca mais amplos podem se repetir no ano que vem.
"A atual fase é a mesma que vivemos nos anos 1940, também com menores volumes de chuva. Trata-se de um novo ciclo, também chamado de 'interdecadal', no qual estamos voltando para esta fase seca", assinalou o especialista, que aponta que os ciclos têm intervalos, às vezes, de 30 anos.
De acordo com Ethichury, é "um ciclo que traz um comportamento climático de padrão mais seco".
"Isso significa que, por exemplo, antes se cultivava milho em ciclos de 130 a 140 dias e hoje esses cultivos são feitos entre 100 e 105 dias para que sejam mais efetivo na época de chuvas", destacou Ethichury.
A crise hídrica do Sudeste deixou em alerta os estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo e, principalmente, São Paulo.
O sistema Cantareira, que abastece 5,6 milhões de pessoas na região metropolitana de São Paulo, já utilizou as duas cotas do chamado "volume morto", uma reserva técnica adicional dos reservatórios.
As chuvas de fevereiro e março, que superaram a média para esses meses, elevaram parte dos níveis das reservas, mas não o suficiente para melhorar a situação.
A 3ª Conferência da Agroindústria, da qual participaram na semana passada centenas de empresários e executivos do setor, expressou a preocupação pelo atual cenário climático do país, que também pode afetar a geração de energia.
"Sabemos que está chovendo, mas chove menos e por isso estamos com problemas nos reservatórios. O calendário agrícola torna-se, então, menor", acrescentou o meteorologista.
O aquecimento pelo fenômeno do El Niño, segundo Ethichury, ameniza em parte os efeitos do esfriamento do Pacífico, mas a formação de chuvas foi insuficiente e a previsão é similar para os próximos anos.
"Sem alarmismo, trata-se de um momento de adequação na alternância de períodos ou décadas mais ou menos chuvosas", concluiu Ethichury.
Por outro lado, o presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Mauricio Antônio Lopes, a seca ajudou a incorporar novas tecnologias e a fomentar a produção de transgênicos no país.
Lopes concordou com Ethichury sobre o fato de que "há uma tendência muito forte na agricultura de produzir com ciclos mais curtos", principalmente pela falta de chuvas e de abastecimento de água para os cultivos de soja, milho, algodão e feijão.
Fonte: Portal UOL
Por Cleyton Vilarino
O meteorologista e sócio da empresa de consultoria especializada Somar Meteorologia, Paulo Ethichury, explicou à Agência Efe que o clima atual no país obedece a um ciclo de esfriamento do oceano Pacífico nos últimos anos, que se opõe às décadas de 1980, 1990 e 2000, quando o clima era mais quente.
O início do ano assustou, em termos climáticos, a agroindústria, com um atraso do cultivo da soja e perspectivas de queda da produtividade em outras matérias-primas agrícolas, como o café.
Segundo Ethichury, os períodos de seca mais amplos podem se repetir no ano que vem.
"A atual fase é a mesma que vivemos nos anos 1940, também com menores volumes de chuva. Trata-se de um novo ciclo, também chamado de 'interdecadal', no qual estamos voltando para esta fase seca", assinalou o especialista, que aponta que os ciclos têm intervalos, às vezes, de 30 anos.
De acordo com Ethichury, é "um ciclo que traz um comportamento climático de padrão mais seco".
"Isso significa que, por exemplo, antes se cultivava milho em ciclos de 130 a 140 dias e hoje esses cultivos são feitos entre 100 e 105 dias para que sejam mais efetivo na época de chuvas", destacou Ethichury.
A crise hídrica do Sudeste deixou em alerta os estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo e, principalmente, São Paulo.
O sistema Cantareira, que abastece 5,6 milhões de pessoas na região metropolitana de São Paulo, já utilizou as duas cotas do chamado "volume morto", uma reserva técnica adicional dos reservatórios.
As chuvas de fevereiro e março, que superaram a média para esses meses, elevaram parte dos níveis das reservas, mas não o suficiente para melhorar a situação.
A 3ª Conferência da Agroindústria, da qual participaram na semana passada centenas de empresários e executivos do setor, expressou a preocupação pelo atual cenário climático do país, que também pode afetar a geração de energia.
"Sabemos que está chovendo, mas chove menos e por isso estamos com problemas nos reservatórios. O calendário agrícola torna-se, então, menor", acrescentou o meteorologista.
O aquecimento pelo fenômeno do El Niño, segundo Ethichury, ameniza em parte os efeitos do esfriamento do Pacífico, mas a formação de chuvas foi insuficiente e a previsão é similar para os próximos anos.
"Sem alarmismo, trata-se de um momento de adequação na alternância de períodos ou décadas mais ou menos chuvosas", concluiu Ethichury.
Por outro lado, o presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Mauricio Antônio Lopes, a seca ajudou a incorporar novas tecnologias e a fomentar a produção de transgênicos no país.
Lopes concordou com Ethichury sobre o fato de que "há uma tendência muito forte na agricultura de produzir com ciclos mais curtos", principalmente pela falta de chuvas e de abastecimento de água para os cultivos de soja, milho, algodão e feijão.
Fonte: Portal UOL
Por Cleyton Vilarino
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