Aguardado como a solução a curto prazo
para amenizar a crise hídrica na Grande São Paulo e em parte do interior
do Estado, o volume de água que chegará aos mananciais paulistas ainda é
uma incógnita para pesquisadores do Centro de Previsão de Tempo e
Estudos Climáticos (CPTEC) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(Inpe), que reúne as melhores informações da área no País.
“Não tem nada que indique um atraso nas
chuvas no Sudeste, porém não temos nenhuma evidência que a próxima
estação chuvosa seja abundante. Ainda assim, precisaria ser muito
abundante para ajudar a recuperar os mananciais. Infelizmente, a
previsibilidade para esta região ainda é baixa e precisamos aguardar
novos modelos de previsão climática”, explicou José Marengo, pesquisador
do Inpe, durante reunião climática do CPTEC, realizada na semana
passada.
Tradicionalmente, a estação chuvosa no
Sudeste tem início em outubro e vai até abril. Segundo Marengo, no caso
da região onde ficam das represas do Sistema Cantareira, o problema que
culminou na atual crise hídrica não foi o atraso das chuvas em 2013, mas
a baixa pluviometria registrada entre dezembro e fevereiro, meses que
concentram 40% da chuva de todo o ano. “Ainda temos de esperar como vai
evoluir padrão climático. Realmente, é muito difícil dizer hoje quando
vai chover.”
Diante desse cenário, o CPTEC indica que
a probabilidade de chover abaixo, dentro e acima da média entre
setembro e novembro no Sudeste é a mesma. Já para a temperatura, os
dados apontam uma probabilidade maior para que ela fique acima do normal
na região.
Segundo a Companhia de Saneamento Básico
do Estado de São Paulo (Sabesp), responsável pelo abastecimento de água
em 364 dos 645 municípios paulistas, quanto maior a temperatura, maior o
consumo. Para a estatal, foi a combinação de temperaturas recordes no
último verão com a pluviometria mais baixa da história que levou à atual
crise da água.
Quanto ao fenômeno climático El Niño,
que provoca seca no Norte do País e chuvas intensas no Sul, Marengo
disse que seu impacto no Sudeste “é difuso”. Segundo o CPTEC, os dados
indicam o estabelecimento da condição do El Niño no Brasil com
intensidade de fraca a moderada.
Do Estadão, via Portal no Ar.
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