Convênio entre Ibama e iniciativa privada mapeia 2.101 localidades em 19 estados e 282 municípios
LETÍCIA VERDI
A
ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, lançou, nesta
quarta-feira (02/04), no Rio de Janeiro, o Projeto de Proteção e Limpeza
da Costa (PPLC), sistema de imagens e dados do litoral brasileiro
extremamente relevantes para o Plano Nacional de Contingência (PNC). A
iniciativa é parte do Acordo de Cooperação Técnica (ACT) assinado entre o
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis
(Ibama) e o Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis
(IBP) no ano passado.
O projeto mapeou todo o litoral brasileiro -
de Santa Vitória do Palmar, no Rio Grande do Sul, ao Oiapoque, no Amapá
- totalizando 2.101 localidades em 19 estados e 282 municípios, ao
longo de 7 mil quilômetros de costa. O banco de dados auxiliará no
processo de avaliação de impactos ambientais relacionados às atividades
de exploração e produção de petróleo e gás no país. Além disso, servirá
para planejar uma eventual ação de emergência em caso de vazamento de
óleo no mar.
NOVA FASE
Segundo a ministra
Izabella Teixeira, o projeto representa uma nova fase de modernização
para as atividades de petróleo e gás no Brasil. “Precisamos aperfeiçoar o
licenciamento ambiental cada vez mais e o PPLC aprofunda as informações
que os órgãos técnicos precisam”, disse. Destacou, ainda, a
transparência do sistema, que disponibiliza as informações para a
sociedade brasileira em www.pplc.com.br.
Para
o presidente do Ibama, Volnei Zanardi, o PPLC é de extrema importância
porque organiza e sistematiza uma série de informações, algumas novas e
outras que ainda não estavam sistematizadas. “O projeto facilita a
coordenação entre os diversos atores no processo de preservação da costa
e de emergências ambientais, inclusive para além do setor de petróleo e
gás”, explicou.
O PPLC é o primeiro produto do acordo de
cooperação técnica firmado em agosto de 2013 entre IBP e Ibama.
“Orgulho-me muito desse trabalho, é um exemplo correto e saudável de
relação do IBP com a sociedade e o governo”, comemorou o presidente da
instituição, João Carlos de Luca. Segundo ele, o mapeamento
georreferenciado da costa também servirá para o setor do turismo e para
estudos de universidades.
MAPEAMENTO
Todo
conhecimento gerado foi integrado ao Sistema de Informação Geográfica
(SIG). O banco de dados, com 30 mil fotografias aéreas e terrestres,
identifica os trechos da costa que devem ser prioritariamente
protegidos, o índice de sensibilidade ambiental de cada localidade, os
limites das unidades de conservação, as áreas de desova de tartarugas,
recursos socioeconômicos relevantes, condições de acesso e potenciais
áreas de apoio como hospitais, polícia, portos e aeroportos.
O
trabalho de campo foi realizado por uma equipe formada por oceanógrafos,
biólogos, geógrafos e engenheiros. Os profissionais utilizaram imagens
de satélite, mapas rodoviários e carta náuticas para planejar as rotas e
o cronograma de trabalho. Foram usados equipamentos como câmeras com
GPS integrado, computadores e tablets.
O projeto utilizou os
conceitos definidos nas Cartas de Sensibilidade Ambiental a
Derramamentos de Óleo (Cartas SAO) e elaborou fichas estratégicas
padronizadas. Coordenado pelas empresas membros do IBP, e executado pela
empresa O’Brien’s do Brasil, o sistema contribui à atualização dos
Atlas de Sensibilidade Ambiental ao Óleo, já publicados, e para o Plano
Nacional de Contingência (PNC), criado em 2013 para determinar
responsabilidades de entes públicos e privados em casos de desastres
naturais com petróleo.
MUDANÇAS CLIMÁTICAS
Também
no Rio, a ministra Izabella Teixeira participou da primeira reunião do
projeto IES-Brasil - Implicações econômicas e sociais: cenários de
mitigação de GEE 2030/2050. "Há no mundo politico hoje uma inqueitação
para buscar saídas e espaço para um engajamento estruturante da
discussão da geopolítica do clima”, disse. Segundo ela, todos esperam o
protagonismo do Brasil nesse tema. O Projeto IES-Brasil é uma iniciativa
do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas (FBMC) e tem como objetivo
gerar diferentes cenários de emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) de
médio e longo prazo para o Brasil, por meio de um processo
participativo, envolvendo o governo, o setor privado, a academia e a
sociedade civil.
Fonte: Portal do MMA
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