Sozinho, o país reduziu, em 2010, o dobro dos índices verificados por todas as nações desenvolvidas.
LUCAS TOLENTINO - No portal do MMA
O
Brasil se tornou um dos países mais preparados no combate aos avanços e
impactos do aquecimento global. O relatório do Painel
Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês)
divulgado em Yokohama, no Japão, revelou que todas as nações estão
sujeitas aos efeitos do possível aumento da temperatura global. As
medidas e políticas adotadas ao longo dos anos em território nacional,
no entanto, colocam o Brasil em papel de destaque diante da comunidade
internacional.
A queda nas emissões de gases de efeito estufa
(GEE) demonstra essa liderança. Sozinho, o Brasil reduziu, em 2010, o
dobro dos índices verificados por todos os países desenvolvidos,
agrupados no Anexo 1 do Protocolo de Kyoto, acordo internacional que
estabelece metas de corte na liberação de gases na atmosfera. Além
disso, a redução de GEE gerada pelo controle do desmatamento em apenas
um ano equivale às emissões totais anuais de locais como a Espanha e o
Reino Unido.
Batizado de Sumário para os Formuladores de
Políticas, o relatório do IPCC enfatiza que as mudanças climáticas
poderão afetar e trazer prejuízos para o mundo todo. A pesquisa feita
por representantes de diversas nacionalidades, inclusive brasileiros,
atenta para os impactos tanto ambientais quanto humanos. “É um questão
global que tem de ser tratada seriamente pelas Nações Unidas”, salienta o
secretário de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental do Ministério
do Meio Ambiente (MMA), Carlos Klink. “Mesmo os países que estão
bastante preparados vão sofrer as consequências”.
ADAPTAÇÃO
O
relatório do IPCC destaca, entre outros aspectos, medidas de adaptação
como os acordos de cooperação e as ações voltadas para a agropecuária
desenvolvidas na América do Sul. No Brasil, as iniciativas incluem
investimentos como os do Fundo Amazônia e do Fundo Clima e a adoção de
nove planos setoriais de mitigação e adaptação em setores variados,
entre eles indústria, transportes e controle de desmatamento na Amazônia
e no Cerrado.
Além disso, deve ser concluído, até o fim do ano, o
Plano Nacional de Adaptação, compilado de ações em 10 áreas. Saúde
pública e prevenção de desastres naturais são alguns dos temas que
integrarão o plano e já se encontram em execução. “Está sendo feito um
mapeamento de vulnerabilidade e de quais as metodologias, os custos e
projeções econômicas para essas questões”, explica Klink.
A
participação popular será fundamental no processo. Depois de submetida e
aprovada pelo Grupo Executivo (GEx) do Comitê Interministerial sobre
Mudança do Clima (CIM), a primeira versão do Plano Nacional de Adaptação
passará por consulta pública. “Ao trabalhar a adaptação, é preciso
considerar a vulnerabilidade econômica e social e a resiliência, um
conceito novo para o público”, observa o secretário.
SAIBA MAIS
Apesar
de ser considerado um fenômeno natural, o efeito estufa tem sofrido
alterações que se tornaram as causadoras do aquecimento global. As
mudanças decorrem do aumento descontrolado das emissões de gases de
efeito estufa, entre eles o dióxido de carbono e o metano. A liberação
dessas substâncias na atmosfera ocorre por conta de diversas atividades
humanas e econômicas, entre elas o transporte, o desmatamento, a
agricultura e a pecuária.
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