sábado, 2 de novembro de 2013

Macaíba: Problema ambiental

As “Pedreiras” do Pé do galo”: Uma reflexão para os últimos 10 anos de extração

Figura 1. Comparação da imagem de 2003 e 2013 da atual cratera, encontrada em uma pedreira local, Macaíba-RN.

Comparando-se fotos históricas de satélites, na atual área de operação de uma grande pedreira na “cidade do Coité”, percebe-se a gigantesca cratera que vem surgindo em Macaíba. Do alto, a cratera se parece mais uma grande “cárie”, que vem ganhando largura e profundidade incansavelmente ao passar dos anos.

A atual cratera se encontra com uma largura de aproximadamente 330 m e a uma distância de 900 metros do famoso “Açude da BR”. Se em apenas 10 anos de operação ocorreu esta grande evolução, o que acontecerá com a cratera daqui a mais 10 anos? Será que essas operações são legais? Será que a Secretaria Municipal de Meio Ambiente vem tomando ciência dos fatos?
Figura 2. A grande cratera próxima ao “Açude da BR”. Em destaque o comprimento da largura do buraco e a sua distância ao açude.

De acordo com a literatura, em cada uma das etapas de exploração de uma pedreira, ocorre um impacto ambiental na região próxima. A intensidade desses impactos depende muito do compromisso da empresa responsável pela pedreira em adotar medidas que otimizam a extração e minimizam os efeitos no meio ambiente e na população. Além disso, outros setores relacionados à pedreira, como o administrativo e a oficina, também são responsáveis por impactos ambientais. Diversos autores da área ambiental, descrevem os principais impactos negativos relacionados à pedreira como:

(a) Poluição do ar: a utilização de explosivos e movimentação constantes de veículos e máquinas gera enorme quantidade de poeira;

(b) Impactos sobre o solo: a atividade minerária gera diversos impactos ao solo. Os mais comuns são erosão (causada principalmente pela retirada da vegetação), contaminação por óleos, graxas e combustíveis, instabilidade do terreno devido a frequentes explosões (escorregamento de blocos).

(c) Impactos sobre a água: os impactos sobre a água podem ocorrer de diversas maneiras, sendo que os impactos mais comuns são o assoreamento de corpos d’água, turvamento da água e contaminação de águas superficiais e subterrâneas por óleos, graxas e combustíveis.

(d) Impactos sobre a fauna e a flora: os impactos sobre a fauna e a flora começam logo na etapa de decapeamento com as máquinas retirando a vegetação nativa. Além disso, o ruído das máquinas e a destruição do habitat afugentam os animais que vivem na região.

(e) Impactos sobre o homem: quando uma pedreira está em área urbana, os principais impactos sobre o homem são relativos ao desconforto provocado pelo nível de ruído causado pelas explosões e pelo trabalho das máquinas. Além disso, as explosões causam vibrações que podem causar rachaduras nas residências próximas à área de exploração. Outro problema é o ultralançamento de fragmentos de rochas que podem causar ferimentos graves e até a morte.

Outro impacto a ser considerado é o estético causado pela ação sobre a formação rochosa e devido ao posterior abandono da área de exploração da pedreira.
Fica então os questionamentos e as reflexões sobre a “Cárie” na “Cidade do Coité” para os atuais governantes. O futuro dela só depende de vocês.

Por Túlio Santos

Reproduzido do blog senadinhomacaiba


2 comentários:

  1. Caros leitores:há muito tempo venho tentando combater com esse desastre ambiental,que assola não só Pé do Galo e Vilar, mais toda Macaíba, onde passarinho só se reproduz se colocar amortecedor nos ninhos, crianças não vive mais de 15 dias sem infeção respiratória com a poeira que é enorme,o derrame de água potável nas ruas para diminuir a poeira todos os dias é em torno de 150.000 mil litros e as casa todas rachando, o britador funciona 24 horas por dia e com seu barulho enorme não respeita o Sossêgo e o sono dos moradores a noite,as casas todas rachando, as donas de casa limpam a casa e em pouco tempo seus móveis estão coberto por pó de pedra que é muito fino e chega ao centro de Macaíba através de correntes de ar sem que seja percebido.

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  2. O funcionamento da pedreira deveria estar suspenso a um bom tempo, a competência de um caso como esse não é somente municipal, na verdade o poder de interdição maior está com o estado, nesse caso o IDEMA. O que não impede é claro que seja feita uma fiscalização por parte do órgão municipal, exigindo a legalidade da extração. Um caso como esse deve ser denunciado nos órgãos competentes (SEMURB e/ou IDEMA), e não só exposto aqui no blog.

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