"A nova versão vai trazer um grande avanço em relação ao que já está
proposto no plano anterior", garantiu Karen Cope, diretora de
Licenciamento e Avaliação Ambiental da Secretaria de Mudanças Climáticas
e Qualidade Ambiental, ligada ao Ministério do Meio Ambiente. Segundo
ela, os planos setoriais já começaram a ser implantados.
Se conseguir consolidar todas as contribuições apresentadas pela
população, o governo deve apresentar a versão final do plano até o fim
do ano. O documento deveria ter sido concluído no ano passado.
O prazo para revisão estava previsto na versão original do plano,
elaborado em 2008. No final de 2010, com a criação da Política Nacional
sobre Mudança do Clima, o governo decidiu que o Plano Nacional sobre
Mudanças Climáticas deveria incorporar os Planos Setoriais de Mitigação e
Adaptação às Mudanças Climáticas. Pelo mesmo decreto que instituiu a
política, o prazo para que os planos setoriais fossem apresentados era
15 de dezembro de 2011. Mas, as metas de alguns setores, como os de
saúde e mineração, ainda não foram divulgadas.
Nesta semana, representantes do Observatório do Clima e do Fórum
Brasileiro de ONGs e Movimentos Sociais para o Meio Ambiente e
Desenvolvimento cobraram a apresentação de planos de quatro setores.
Apesar do apelo do governo pelas contribuições do grupo, as 700
organizações que formam a rede se recusam a participar do processo sem
um rascunho desses textos.
O argumento é que não poderiam comentar o conteúdo sem ter acesso a
mais informações. As organizações entregaram uma carta à ministra-chefe
da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, pedindo o texto final dos documentos que
prevêem metas da indústria, dos transportes, da saúde e da mineração.
Carlos Rittl, coordenador do Programa de Mudanças Climáticas e Energia
do WWF-Brasil, que integra as duas organizações, reconhece que o Brasil
avançou com o plano de 2008, mesmo que a política de mudanças climáticas
só tenha sido instituída depois. Mas, segundo ele, a desarmonia nas
datas dos dois documentos acabou fazendo com que não houvesse
estratégia.
"Não é plano de ação que nos leva a um processo de desenvolvimento de
baixo carbono, e não trouxe inovação. O plano não tem metas, apenas
alguns objetivos específicos", disse, destacando a redução de perda de
floresta que tem avançado, conforme mostram levantamentos de satélites e
operações de fiscalização e combate ao crime ambiental. Os movimentos
sociais cobram documento com metas e ações precisas e claras.
Fonte: portal UOL - Meio ambiente
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