A secretária-executiva da Organização das Nações Unidas para o clima,
Christiana Figueres, expressou nesta segunda-feira (29) preocupação e
fez um apelo para uma ação “urgente” ante a evolução da concentração de
CO2 na atmosfera, a ponto de superar o limite simbólico dos 400 ppm
(partes por milhão).
De acordo com o Observatório Mauna Loa, no
Havaí, da Administração Nacional do Oceano e da Atmosfera dos EUA (NOAA,
na sigla em inglês), a concentração de CO2 em nosso planeta chegou a
399,72 ppm em 25 de abril.
“Estamos perto de exceder o limite de
400 ppm”, declarou Figueres às delegações de mais de 190 países reunidas
para preparar a rodada anual de negociações sobre a luta contra as
mudanças climáticas, que vai ocorrer em Varsóvia, na Polônia, no fim do
ano.
“Recebo-os com grande ansiedade”, lançou Christiane aos
negociadores, expressando a necessidade “de um senso de urgência mais
forte”. Esta é a primeira reunião das delegações desde a conferência em
Doha, no final de 2012.
Novo acordo global – A comunidade
internacional fixou como meta chegar a um acordo até 2015 que exija
todos os países, incluindo os dois maiores poluidores, China e Estados
Unidos, a reduzir suas emissões de gases do efeito estufa (GEE). O
acordo deveria entrar em vigor em 2020.
O objetivo é conter o
aumento de 2° C acima dos níveis pré-industriais, o limite além do qual
os cientistas acreditam que o sistema climático entrará em colapso.
Para
se manter em uma temperatura entre 2° C e 2,4° C, são necessários
exigiria picos de concentração de CO2 entre 350 e 400 ppm (ou entre 445 e
490 ppm para todos os GEE), de acordo com o último relatório do grupo
do Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC), grupo de
peritos da ONU.
Segundo o Scripps Institution of Oceanography,
que trabalha com o Observatório de Mauna Loa, a concentração de CO2
poderá exceder 400 ppm em maio pela primeira vez na história humana. Os
primeiros dados registrados em março de 1958 situava-se em 316 ppm.
Antes da era industrial e da utilização de combustíveis fósseis, a
concentração de CO2 era estimada em 280 ppm.
O nível de CO2, o
principal gás do efeito estufa, provavelmente era de 400 ppm durante o
período geológico do Plioceno, entre 3,2 milhões e 5 milhões de anos
atrás, quando a Terra marcava de 2 a 3 graus a mais, indica o Scripps em
um comunicado.
Fonte: portal G1
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