O degelo da Antártida durante o verão é dez vezes mais rápido que há 600
anos e acelerou nos últimos 50 anos, revela um estudo internacional
divulgado nesta segunda-feira (15).
Os cientistas perfuraram a 364 metros de profundidade na ilha de James
Ross, no norte da geleira antártica, para medir as temperaturas de
centenas de anos. As camadas sucessivas revelam o movimento de degelo e
de congelamento.
"Constatamos que há 600 anos havia condições mais frias na península
antártica e uma menor quantidade de gelo derretido", explicou Nerilie
Abram, do British Antarctic Survey, da Universidade de Cambridge.
"Naquela época, as temperaturas eram aproximadamente 1,6 grau
centígrado menor do que as temperaturas registradas no fim do século 20,
e a quantidade de neve que derretia a cada ano e depois voltava a
congelar era de 0,5%. Hoje, a quantidade de neve que derrete a cada ano é
dez vezes maior", disse Abram.
Apesar do aumento regular das temperaturas há centenas de anos, o
degelo se intensificou a partir da metade do século 20, afirma o estudo
publicado na revista Nature Geoscience.
Isto significa que o aquecimento na Antártida alcançou um nível no qual
até leves aumentos de temperatura podem provocar uma forte aceleração
do degelo.
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