sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Como melhorar com a comunicação do clima

Por Rodrigo Gerhardt publicado em Planeta Sustentável.


Como explicar as mudanças climáticas para um motorista de taxi? Para começar, a palavra climática já é chata e o assunto ainda envolve uma sopa de siglas, conceitos científicos e termos técnicos. Tornar o tema mais claro e interessante para uma audiência grande e com diferentes níveis de informação é o desafio para o Planeta Sustentável e qualquer um que lida com o tema. Por isso foi interessante participar da segunda edição do Climate Communication Day, realizada em Doha, paralelamente à COP18, que apresentou logo em seu primeiro painel essa questão inicial.
O evento, realizado pela ong Internews,  reuniu jornalistas, blogueiros, ambientalistas, cientistas e acadêmicos, que puderam apresentar experiências – desde a forma de apresentação de dados, com recursos visuais e interativos, até ferramentas mais descontraídas, como o humor e jogos. Todas as abordagens, no entanto,  tiveram um ponto em comum: ir além dos fatos frios da ciência para aproximar a questão climática da vida cotidiana das pessoas, do que elas fazem, sentem, pensam.
“A melhor forma de tornar esse assunto interessante é humanizá-lo. Temos que nos colocar no lugar da nossa audiência. Quando converso com pessoas em Bangladesh sobre mudanças climáticas, o que elas querem saber é sobre água e saneamento”, afirmou Lisa Friedman, editora-adjunta do prestigiado ClimateWire, site especializado com sede em Washigton.
Lottie Oram e Tan Copsey, da BBC Media Action, fundação beneficente da BBC, apresentaram os resultados preliminares da maior pesquisa já feita em relação ao entendimento do público sobre mudanças  climáticas, a Climate Asia: foram mais de 30 mil pessoas entrevistadas em sete países da Ásia. O objetivo é desenvolver estratégias eficientes de comunicação para que as pessoas afetadas pelo aquecimento global possam responder de fato ao problema.
“Durante nossa pesquisa, descobrimos que as pessoas agora já percebem as mudanças no clima e estão preocupadas com o impacto disso sobre o fornecimento de água, energia e alimentos, e na capacidade de ter seu sustento. Mas muito dos entrevistados se mostraram passivos em combater isso. O nível de resposta varia de acordo com questões culturais e acesso a recursos”, informou Copsey. A pesquisa deve continuar ainda por mais cinco meses e os resultados e as ferramentas de comunicação que serão elaboradas serão apresentados em 2013.
Além da mídia, outros grupos que lidam as mudanças climáticas também buscam formas de comunicar seus resultados, como ambientalistas e acadêmicos. “Como convenço um jornalista a escrever sobre a minha pesquisa”, perguntou um cientista na plateia. A resposta sucinta de uma jornalista: “torne-a simples, curta e localmente relevante”.

Climate Asia
 

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