- Não se desenvolve nenhuma Ciência de qualidade com alunos despreparados;
- O bom preparo dos alunos depende, entre outros fatores, de Professores motivados e motivadores;
- Não se pode ter Professores motivados (e, exceto exceções honrosas, motivadores), sem um salário digno.
Prof. Francisco A. da Costa
JAMIL CHADE
Genebra
Professores brasileiros em escolas de Ensino Fundamental têm um dos piores salários de sua categoria em todo o mundo e recebem uma renda abaixo do Produto Interno Bruto (PIB) per capita nacional. É o que mostram estudos realizados por economistas, por agências da ONU, Banco Mundial e Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Genebra
Professores brasileiros em escolas de Ensino Fundamental têm um dos piores salários de sua categoria em todo o mundo e recebem uma renda abaixo do Produto Interno Bruto (PIB) per capita nacional. É o que mostram estudos realizados por economistas, por agências da ONU, Banco Mundial e Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Num estudo realizado pelo banco UBS em 2011, economistas constataram
que um professor do Ensino Fundamental em São Paulo ganha, em média, US$
10,6 mil por ano. O valor é apenas 10% do que ganha um professor nesta
mesma fase na Suíça, onde o salário médio dessa categoria em Zurique
(Suiça) seria de US$ 104,6 mil por ano.
Numa lista de 73 cidades, apenas 17 delas registraram salários
inferiores aos de São Paulo, entre elas Nairobi (Quênia), Lima (Peru),
Mumbai (Índia) e Cairo (Egito). Em praticamente toda a Europa, Estados
Unidos e Japão, os salários são pelo menos cinco vezes superiores ao de
um professor do Ensino Fundamental em São Paulo.
Prestes a comemorar o Dia Internacional do Professor, nesta
sexta-feira, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) lançou um
alerta, apontando que a profissão em vários países emergentes está sob
“forte ameaça” diante dos salários baixos.
Guy Ryder, o novo diretor-geral da OIT, emitiu um comunicado nesta
quarta-feira apelando que governos adotem estratégias para motivar
pessoas a se tornarem professores. Sua avaliação é de que, com salários
baixos, a profissão não atrai pessoas qualificadas. O resultado é a
manutenção de sistemas de educação de baixo nível. “Muitos já não
consideram dar aulas como uma profissão com atrativos”, disse. Para
Ryder, a educação deve ser vista por governos como “um dos pilares do
crescimento econômico”.
Outro estudo – liderado pela OIT e pela Unesco (órgão da ONU para
educação, ciência e cultura) e realizado com base em dados do final da
década passada – revelou que docentes que começam a carreira no Brasil
têm salários bem abaixo em relação a uma lista de 38 países – apenas
Peru e Indonésia pagam menos. O salário anual médio de um professor em
início de carreira no País chegava a apenas US$ 4,8 mil – na Alemanha,
esse valor era de US$ 30 mil por ano.
Numa comparação com a renda média nacional, os salários dos
professores do Ensino Fundamental também estão abaixo da média do País.
Segundo o Banco Mundial, o PIB per capita nacional chegou em 2011 a US$
11,6 mil por ano. O valor é US$ 1 mil a mais que a renda de um
professor, segundo o UBS.
Já a OCDE alerta que professores do Fundamental em países
desenvolvidos recebem por ano uma renda 17% superior ao salário médio de
seus países, como forma de incentivar a profissão. Na Coreia do Sul, os
salários médios de professores são 121% superiores à média nacional.
O Fórum Econômico Mundial apontou recentemente a Coreia como uma das
economias mais dinâmicas do mundo e atribuiu a valorização da Educação
como um dos fatores que transformaram uma sociedade rural em uma das
mais inovadoras no século 21.
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