segunda-feira, 9 de julho de 2012

Poluição ameaça floresta nos EUA

Tracie Cone - Associated Press

Califórnia - A floresta da Califórnia, que reúne as maiores e mais antigas árvores do mundo, as gigantes sequoias, também ostenta um outro título: tem a pior poluição do ar de qualquer parque nacional dos Estados Unidos. "Os níveis de ozônio aqui são comparáveis aos de áreas urbanas como Los Angeles", afirma Emily Schrepf, da Associação de Conservação do Parque Nacional, um grupo de defesa sem fins lucrativos. "Não está certo." A sinalização nos centros de visitantes alerta quando não é seguro caminhar no parque. O site de empregos do governo na internet alerta aos candidatos a uma vaga que aquele local de trabalho não é saudável, e trabalhadores do estacionamento são instruídos todos os anos sobre danos ao pulmão e ao coração que podem ser causados pela poluição.

Embora árvores enfraquecidas sejam mais suscetíveis a secas e pestes, o impacto de longo prazo sobre pinheiros e sequoias que têm cerca de 3 mil anos ou mais não está claro. "Se isso está acontecendo num parque nacional que não está nem mesmo perto de uma área urbana, o que você acha que está acontecendo no seu quintal?", questiona Annie Esperanza, uma cientista que estudou a qualidade do ar por 30 anos.

Trata-se de um problema em vários dos 52 parques dos EUA que têm seus níveis de ozônio monitorados constantemente, incluindo o Joshua Tree National Park, no deserto de Mojave, na Califórnia, e o Great Smoky Mountains National Park, na Carolina do Norte. Em nenhum outro caso, entretanto, esse problema é tão grave quanto no Parque Nacional de Sequoias e nas proximidades, em Kings Canyon.

Embora incêndios na floresta gerem alguma poluição, a maior parte vem do Vale São Joaquim, uma extensão de terras cortada pelas duas rodovias com maior volume de tráfego de caminhões que cruzam o país de norte a sul, fábricas de processamento de alimentos e dezenas de milhares de tratores movidos a diesel.

A poluição se forma quando os raios do sol atingem poluentes como óxidos de nitrogênio e componentes orgânicos voláteis gerados por motores de veículos, solventes, pesticidas, vapores de gasolina e adubo orgânico. "Não há nenhuma resposta simples para poluição de ozônio", diz Thomas Cahill, um pesquisador da Universidade da Califórnia, que estuda o problema do ar no parque e em toda a Califórnia.

Respirar ozônio em níveis elevados até mesmo por um período curto pode causar bolhas no pulmão assim como os raios ultravioleta (UV) causam na pele, segundo conclusão de cientistas. O problema é quantificar os níveis de exposição, uma vez que algumas pessoas têm danos pulmonares em doses menores do que outras. A única forma de melhorar o ar no parque é melhorar o ar na área de São Joaquim, algo que até agora provou-se ilusório devido às inúmeras fontes de poluição.

Nenhum comentário:

Postar um comentário