Pela primeira vez, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(Inpe/MCTI) utilizou uma estação micrometeorológica para medir a
quantidade de dióxido de carbono (CO2) no oceano, na costa da Região Sul
do país.
No período de 11 a 21 de junho, uma expedição do Inpe
esteve a bordo do navio oceanográfico Cruzeiro do Sul, percorrendo a
costa de Itajaí (SC), Paranaguá (PR) até chegar ao Chuí (RS). A região
foi escolhida pela sua importância para o sequestro do dióxido de
carbono atmosférico.
Com esse estudo, será possível entender
melhor as conexões climáticas entre o oceano, a atmosfera e o continente
sul-americano, além de contribuir para aperfeiçoar o sistema de
previsões de tempo e clima para as regiões Sul e Sudeste do país e a
publicação de artigos e teses sobre o tema.
De acordo com o
coordenador da expedição, o pesquisador do Inpe Luciano Pezzi, as
informações coletadas serão utilizadas em projetos como o Atlantic Ocean
Carbon Experiment (ACEx).
“São dados inéditos e importantes
sobre os regimes de fluxos atmosféricos na região chamada de Atlântico
Sudoeste. Com esses dados, vamos avançar no entendimento dos processos
químicos, físicos e dinâmicos da interação oceano-atmosfera, bem como
das trocas de fluxos nessa interface”, explicou Pezzi.
O
trabalho do Inpe incluiu, ainda, a observação da variabilidade das
correntes marinhas ao largo da costa do Paraná, Santa Catarina e Rio
Grande do Sul. Foram coletados dados sobre o sistema de correntes
oceânicas chamado “Corrente do Brasil”, mais quente e salino do que a
“Corrente Costeira do Brasil”, que sofre influência da descarga de água
doce do rio do Prata e se torna mais fria e menos salina.
Simultaneamente
às coletas oceanográficas, foram lançados balões para sondar a
atmosfera. Essas informações levantadas durante o cruzeiro serão
aplicadas no projeto do Sistema Integrado de Monitoramento do Tempo, do
Clima e do Oceano (SIMTECO).
“Esse monitoramento é fundamental
para melhor entender o impacto de tais correntes marinhas na atmosfera.
Este conhecimento poderá no futuro ajudar a melhorar as previsões do
clima e do tempo da região sul do Brasil, assim como suas consequências
sobre a linha da costa gaúcha”, diz o pesquisador do INPE. Participaram
do cruzeiro oceanográfico pesquisadores do INPE, Universidade Federal de
Itajubá (Unifei), Universidade Federal do Rio Grande (FURG) e
Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).
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