quinta-feira, 8 de julho de 2010

Inquérito inocenta cientistas do caso Climategate

Os cientistas no centro do "furacão" mediático Climategate, que veio questionar a credibilidade da ciência do aquecimento global, agiram com "rigor e honestidade", concluiu ontem um inquérito independente aos cerca de mil e-mails roubados da Universidade inglesa de East Anglia.

O último de três inquéritos sobre a actuação dos cientistas da Unidade de Investigação Climática daquela universidade - coordenados por Muir Russell, antigo responsável da administração pública britânica - conclui que "o seu rigor e honestidade, enquanto cientistas, não está em causa", segundo um relatório com 160 páginas.

Em Novembro, quando a comunidade internacional se preparava para negociar compromissos de combate às alterações climáticas na cimeira de Copenhaga, foram publicados mil e-mails trocados nos últimos 13 anos pelos cientistas daquela unidade, sem que estes tivessem conhecimento. Os críticos disseram que os e-mails eram a prova de que os investigadores tinham manipulado dados estatísticos para provar a existência das alterações climáticas.

O inquérito de Russell diz que não encontrou "qualquer prova de comportamentos que possam ter prejudicado as conclusões nos relatórios do IPCC [Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas]". Neste sentido, o inquérito - que durou seis meses - inocenta o coordenador da Unidade de Investigação Climática, Phil Jones, e a sua equipa das acusações mais graves.

No entanto, os responsáveis pelo inquérito criticam os cientistas por não terem sido abertos o suficiente em relação ao seu trabalho, acusando-os de serem "pouco cooperantes e muito defensivos". "Concluímos que houve um padrão consistente de fracasso de comunicação aberta, quer dos cientistas da unidade, quer da universidade de East Anglia", escrevem no relatório.

Edward Acton, vice-reitor da Universidade de East Anglia, disse à BBC que este inquérito "deverá pôr um fim às teorias da conspiração, inverdades e confusões que têm circulado".

Além do Climategate, a credibilidade da ciência do clima está ainda a ser passada a pente fino, desta vez por causa do próprio IPCC. Um painel independente de especialistas começou a 14 de Maio a rever o trabalho deste organismo, especificamente o relatório publicado em 2007 e as conclusões sobre o desaparecimento dos glaciares dos Himalaias até 2035. Os resultados da investigação serão apresentados a 30 de Agosto.
Fonte: Jornal o PúblicoAutora: Helena Geraldes

Um comentário:

  1. Francisco, pelo visto você não leu os e-mails do Climategate. O IPCC usa o argumanto da "verdade pela autoridade", ou seja, "Por ser um órgão político ligado a ONU, o que estou falando é verdade indiscutível". Modelos de computador não conseguem prever o clima futuro, por que se alimentados com dados passados, não reconstroem o clima passado. Abraço

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