terça-feira, 30 de março de 2010

Mudanças climáticas afetam o NE

“Só com um extremo otimismo, que não tem base na ciência moderna, podemos imaginar que nada vai acontecer em decorrência das mudanças climáticas que vêm se desenvolvendo no planeta.” O alerta é do pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e membro da Academia Brasileira de Ciências, Carlos Afonso Nobre. Ele proferiu, na manhã de ontem, a aula inaugural do Programa de Pós-graduação em Ciências Climáticas da UFRN, que se inicia com um doutorado pioneiro no país.

Estudantes, professores e pesquisadores lotaram o auditório da Reitoria para acompanhar as análises de Carlos Nobre a respeito dos efeitos da ação do homem na natureza. “O aquecimento global está acelerando e não é exagero dizer que a longo prazo, e até em um curto prazo, isso afeta a vida no planeta. Se não controlarmos esse aquecimento, seremos responsável por uma grande extinção de espécies. Hoje, observamos um nível insustentável do uso de recursos naturais”, advertiu.

A preocupação aumenta, segundo o pesquisador, porque atualmente não há soluções tecnológicas “claras, fáceis ou simples” para os problemas que causam o aquecimento global, como o despejo contínuo de milhões de toneladas de gás carbônico na atmosfera. Daí a grande importância de pesquisas como as que devem ser desenvolvidas dentro do doutorado lançado pela UFRN, principalmente para entender o mecanismo de aquecimento dos oceanos e sua influência sobre o clima da região Nordeste.

O programa de pós-graduação é coordenado pelo professor Francisco Alexandre da Costa e terá 16 alunos em sua primeira turma de doutorado, sendo apenas dois oriundos da UFRN. O vice-coordenador, Paulo Sérgio Lúcio, destacou que a demanda vem principalmente de cursos da área de ciências exatas e explicou que grande parte dos participantes é da Paraíba e Alagoas, onde há cursos de graduação em Meteorologia. “Criar um curso desses na UFRN é algo que deveremos analisar nos próximos quatro anos, dependendo desse doutorado”, explica.

O reitor da UFRN, Ivonildo Rego, ressaltou a contribuição que o programá dará aos esforços da ciência em entender as mudanças globais, bem como para apontar medidas preventivas. Já a coordenadora de Meteorologia do Ministério da Ciência e Tecnologia, Darly Henriques da Silva, considerou a abertura do doutorado um marco para o setor, no Nordeste e no Brasil. “Precisamos estudar e ter mais conhecimentos sobre o Atlântico tropical e a interação do oceano com o clima”, afirmou.

O trecho acima faz parte da matéria publicada na Tribuna do Norte.

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