quarta-feira, 3 de março de 2010

Campanha científica em Alcântara aperfeiçoa modelos de previsão de chuva



O objetivo é aperfeiçoar os modelos de previsão de tempo 
O Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), em São Luis, no Maranhão, lança a campanha científica GPM 2010 Chuva. O objetivo é estudar a formação das gotas de chuva de “nuvens quentes” e aperfeiçoar os modelos de previsão de tempo, além de fornecer estimativa da precipitação a partir de dados de satélites meteorológicos.
O experimento, previsto para encerrar no dia 20, faz parte do programa internacional Global Precipitation Measurement (GPM; em português, Medidas Globais de Precipitação), liderado pelas agências espaciais dos Estados Unidos (Nasa) e do Japão (Jaxa). Instituições de pesquisa do País colaboram com o GPM-Brasil (http://www.aeb.gov.br/mini.php?secao=gpm), lançado pela Agência Espacial Brasileira (AEB/MCT), em 2004, para fomentar a participação brasileira no programa que visa compreender o papel da chuva em nível global.
Alcântara foi escolhida pela facilidade logística do CLA, mas também porque grande parte da precipitação na região está relacionada à formação de nuvens quentes, isto é, sem formação de gelo. A expectativa é de que a melhor compreensão deste regime de chuva resultará no aperfeiçoamento dos modelos de precipitação com dados obtidos por satélites em operação e também por aqueles que farão parte do GPM.
A campanha tem o apoio da AEB e organização do CLA e do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (Dcta). A coordenação científica está sob a responsabilidade do Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (Cptec), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe/MCT). Mais de 50 especialistas participam do experimento, entre técnicos e pesquisadores.
Entre as instituições estrangeiras, integram a campanha a Nasa, Colorado State University, dos Estados Unidos e a University of Bonn, da Alemanha. Do lado brasileiro, além do Inpe e Dcta, participam o Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG), da Universidade de São Paulo (USP), Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCT), Instituto Tecnológico Simepar, Universidade Estadual do Ceará (Uece) e Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme).
Os resultados preliminares da campanha serão apresentados em junho próximo em Helsinque, na Finlândia, no Workshop Global Precipitation Measurement (GPM) Ground Validation (Validação de Solo). Os dados coletados serão discutidos com o intuito de validar medidas de instrumentos que serão levados a bordo dos satélites do programa GPM. O projeto prevê sete satélites. Está em análise pela AEB a possibilidade de o Brasil participar do programa com o desenvolvimento de um satélite, com uso da Plataforma Multimissão (PMM), projeto do Inpe.
Durante a campanha, serão utilizados os seguintes instrumentos: um radar polarimétrico, do CLA, para medidas de precipitação e de estrutura de nuvens; um avião Bandeirante, da Uece, para dados sobre gotas de nuvens; um micro-radar e um radiômetro avançado de microondas, Admirari, da University of Bonn, radiômetros de microondas passivo, radar de laser Lidar, GPS, do Inpe, e disdrômetros (para distribuição do tamanho das gotas de chuva), da Nasa, para compreender a micro-física das nuvens.

O artigo acima está publicado na página do MCT neste link.

Nenhum comentário:

Postar um comentário