O que é Aquecimento Global?
Aquecimento global é o aumento da temperatura média dos oceanos e da
camada de ar próxima à superfície da Terra que pode ser consequência de
causas naturais e atividades humanas. Isto se deve principalmente ao
aumento das emissões de gases na atmosfera que causam o efeito estufa,
principalmente o dióxido de carbono (CO2).
O que é Efeito Estufa?
O Efeito estufa corresponde a uma camada de gases que cobre a superfície
da terra, essa camada composta principalmente por gás carbônico (CO²),
metano (CH4), N²O (óxido nitroso) e vapor d água, é um fenômeno natural
fundamental para manutenção da vida na Terra, pois sem ela o planeta
poderia se tornar muito frio, inviabilizando a sobrevivência de diversas
espécies.
Normalmente parte da radiação solar que chega ao nosso planeta é
refletida e retorna diretamente para o espaço, outra parte é absorvida
pelos oceanos e pela superfície terrestre e uma parte é retida por esta
camada de gases que causa o chamado efeito estufa. O problema não é o
fenômeno natural, mas o agravamento dele. Como muitas atividades humanas
emitem uma grande quantidade de gases formadores do efeito estufa
(GEEs), esta camada tem ficado cada vez mais espessa, retendo mais calor
na Terra, aumentando a temperatura da atmosfera terrestre e dos oceanos
e ocasionando o aquecimento global.
Quais as principais consequências do aquecimento global?
São várias as consequências do aquecimento global e algumas delas já
podem ser sentidas em diferentes partes do planeta. Os cientistas já
observam que o aumento da temperatura média do planeta tem elevado o
nível do mar devido ao derretimento das calotas polares, podendo
ocasionar o desaparecimento de ilhas e cidades litorâneas densamente
povoadas. E há previsão de uma frequência maior de eventos extremos
climáticos (tempestades tropicais, inundações, ondas de calor, seca,
nevascas, furacões, tornados e tsunamis) com graves consequências para
populações humanas e ecossistemas naturais, podendo ocasionar a extinção
de espécies de animais e de plantas.
Quais as causas das mudanças climáticas e do aquecimento global?
As mudanças climáticas podem ter causas naturais como alterações na
radiação solar e dos movimentos orbitais da Terra ou podem ser
consequência das atividades humanas.
O Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), órgão das
Nações Unidas, responsável por produzir informações científicas, afirma
que há 90% de certeza que o aumento de temperatura na Terra está sendo
causado pela ação do homem.
A partir da Revolução Industrial o homem passou a emitir quantidades
significativas de gases de efeito estufa (GEE), em especial o dióxido de
carbono. Neste período, a concentração original de 280 ppm4 deste gás
cresceu até os atuais 400 ppm5 , intensificando significativamente o
efeito estufa. Assim, as atividades humanas passaram a ter influência
importante nas mudanças climáticas.
Quais as principais atividades humanas que causam o aquecimento global?
Entre as principais atividades humanas que causam o aquecimento global e
consequentemente as mudanças climáticas, a queima de combustíveis
fósseis (derivados do petróleo, carvão mineral e gás natural) para
geração de energia, atividades industriais e transportes; conversão do
uso do solo; agropecuária; descarte de resíduos sólidos (lixo) e
desmatamento. Todas estas atividades emitem grande quantidade de CO² e
de gases formadores do efeito estufa.
No Brasil, as mudanças do uso do solo e o desmatamento são responsáveis
pela maior parte das nossas emissões e faz o país ser um dos líderes
mundiais em emissões de gases de efeito estufa. Isto porque as áreas de
florestas e os ecossistemas naturais são grandes reservatórios e
sumidouros de carbono por sua capacidade de absorver e estocar CO². Mas
quando acontece um incêndio florestal ou uma área é desmatada, esse
carbono é liberado para a atmosfera, contribuindo para o efeito estufa e
o aquecimento global. Mas as emissões de GEE por outras atividades como
agropecuária e geração de energia vem aumentando consideravelmente ao
longo dos anos.
Quais são os principais gases de efeito estufa (GEE)?
Os principais gases de efeito estufa são o dióxido de carbono (CO2), o
metano e o óxido nitroso. O CO2 é o gás que tem maior contribuição para o
aquecimento global, pois representa mais de 70% das emissões de GEE e o
seu tempo de permanência é de no mínimo cem anos, resultando em
impactos no clima ao longo de séculos. A quantidade de metano (CH4)
emitida para a atmosfera é bem menor, mas seu potencial de aquecimento é
vinte vezes superior ao do CO2. No caso do óxido nitroso e dos
clorofluorcarbonos (CFCs), suas concentrações na atmosfera são menores,
mas o seu poder de reter calor é de 310 a 7.100 vezes maior do que do
que o CO2.
Quais são os países que mais emitem gases de efeito estufa?
Historicamente, por conta do desenvolvimento industrial os países
desenvolvidos tem sido responsáveis pela maior parte das emissões de
GEE, mas os países em desenvolvimento vêm aumentando consideravelmente
suas emissões. Atualmente, a China ocupa o primeiro lugar do ranking,
seguido por Estados Unidos, União Europeia e pelo Brasil.
E o que podemos fazer para combater o aquecimento global?
Existem várias maneiras de reduzir as emissões dos gases de efeito
estufa e os efeitos no aquecimento global. Diminuir o desmatamento,
investir no reflorestamento e na conservação de áreas naturais,
incentivar o uso de energias renováveis não convencionais (solar,
eólica, biomassa e Pequenas Centrais Hidrelétricas), preferir utilizar
biocombustíveis (etanol, biodiesel) a combustíveis fósseis (gasolina,
óleo diesel), investir na redução do consumo de energia e na eficiência
energética, reduzir, reaproveitar e reciclar materiais, investir em
tecnologias de baixo carbono, melhorar o transporte público com baixa
emissão de GEE, são algumas das possibilidades. E estas medidas podem
ser estabelecidas através de políticas nacionais e internacionais de
clima.
O que faz a Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima?
A Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC, em
inglês) é uma base de cooperação internacional em que os seus países
membros buscam estabelecer políticas para reduzir e estabilizar as
emissões de gases de efeito estufa em um nível na qual as atividades
humanas não interfiram seriamente nos processos climáticos.
A primeira reunião aconteceu em 1992 durante a Eco 92, Conferência
Internacional sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento no Rio de Janeiro, o
texto da convenção foi assinado e ratificado por 175 países,
reconhecendo a necessidade de um esforço global para o enfrentamento das
questões climáticas. Com a entrada em vigor da Convenção do Clima, os
representantes dos diferentes países passaram a se reunir anualmente
para discutir a sua implementação, estas reuniões são chamadas de
Conferências das Partes (COPs).
O que é Protocolo de Quioto?
O Protocolo de Quioto assinado é um tratado internacional que estipulou
as metas de reduções obrigatórias dos principais gases de efeito estufa
para o período de 2008 a 2012. Apesar da resistência por parte de alguns
países desenvolvidos foi acordado o princípio da responsabilidade
comum, porém diferenciada. Assim, os países desenvolvidos e
industrializados (pertencentes ao Anexo I) por serem responsáveis
históricos das emissões e por terem mais condições econômicas para arcar
com os custos seriam os primeiros a assumir as metas de redução até
2012.
Em 2012, durante a COP 18 em Doha, quando estava previsto a finalização
do Protocolo de Quioto, foi observado o não atingimento das metas por
diversos países e o protocolo foi prorrogado até 2020. Em 2020, quando o
Protocolo de Kyoto perder sua validade, espera-se que os países busquem
um novo acordo com metas para todos os países, incluindo os países em
desenvolvimento. Essa será a principal discussão da COP de 2015, em
Paris.
O que é MDL?
O Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) é um instrumento que integra o
Protocolo de Quioto e permite que os países desenvolvidos pertencentes
ao Anexo I invistam em projetos para redução de emissões em países em
desenvolvimento. As emissões reduzidas são contabilizadas e geram
créditos de carbono que podem ser comercializadas no comércio de
emissões. Este instrumento de mercado possibilita que os países que
tenham obrigatoriedade de reduzir suas emissões possam comprar créditos
de carbono de um país que já tenha atingido a sua meta, e, portanto, tem
créditos excedentes para vender.
O que é REDD?
REDD é uma sigla que significa Redução de Emissões por Desmatamento e
Degradação Florestal, este mecanismo foi criado para incentivar que as
florestas sejam preservadas para evitar o desmatamento e
consequentemente as emissões de gases de efeito estufa. Este mecanismo
surgiu em 2013, durante a Conferência das Partes em Bali na Indonésia,
posteriormente incluíram no seu conceito atividades de conservação,
manejo sustentável das florestas em países em desenvolvimento,
denominado REED+ (REED plus, em inglês). Embora a Política Internacional
de REDD ainda esteja em construção, já existe uma série de iniciativas
no mundo que estão aplicando este mecanismo. No Brasil o WWF em parceria
com o governo do Acre vem apoiando a construção do REDD no âmbito do
programa de pagamentos por serviços ambientais. O REDD é uma importante
ferramenta para os países com florestas nativas para contribuir para a
conservação, redução do desmatamento e das emissões de gases de efeito
estufa.
Fonte: WWF Brasil
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