terça-feira, 27 de setembro de 2016

Poluição do ar afeta 92% da população mundial

Um estudo divulgado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) nesta terça-feira revela que 92% da população mundial vive em áreas que excedem os níveis de poluição recomendados. Os países pobres e em desenvolvimento são os que mais sofrem com o problema.
Dentre os emergentes do grupo Brics, o Brasil tem o desempenho menos negativo, com 14 mortes por ano ligadas à poluição do ar para cada 100 mil habitantes. China, Rússia, Índia e África do Sul têm respectivamente 70, 61, 68 e 39 mortes para cada 100 mil habitantes.
Segundo especialistas ouvidos pela BBC Brasil, uma matriz energética renovável, políticas de contenção de emissões e investimentos em transporte alternativo e público contribuíram para o desempenho positivo brasileiro.
A tendência, porém, é de piora nesse ranking, pois os dados base são de 2012, e, atualmente, os outros emergentes vêm dando mais atenção ao tema do que o Brasil.

Pobres e emergentes

A cada ano, cerca de três milhões de pessoas morrem por doenças associadas à poluição do ar em espaços abertos. A grande maioria desses óbitos ocorre em países pobres ou em desenvolvimento com políticas públicas que não priorizam o acesso a tecnologias limpas e onde a industrialização ocorre de maneira desregulada.
"A poluição do ar segue custando caro à saúde das populações mais vulneráveis - mulheres, crianças e idosos", lamentou Flávia Bustreo, diretora-geral assistente do órgão.
"Me impressiona muito que mais de 90% da população esteja exposta à poluição nociva", disse à BBC Brasil, o médico brasileiro Carlos Dora, coordenador do departamento de Políticas Públicas, Meio Ambiente e Determinantes Sociais de Saúde da OMS.
Dora avalia que o Brasil está em uma etapa intermediária em relação ao resto do mundo, atrás da América do Norte e da Europa, porém à frente de Ásia, Oriente Médio e África.
"O Brasil não é dos piores, mas ainda poderia melhorar bastante", afirma. Frente a outros emergentes, o país estaria numa posição mais confortável por conta, principalmente, da sua matriz energética, que é renovável, proveniente de hidroelétricas.
"A China, por exemplo, ainda queima muito carvão, o que é altamente poluente", exemplifica Dora.

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