quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Ciências do Mar: Países do Atlântico Sul e Tropical iniciam esforço conjunto em pesquisa

Coordenador para Mar e Antártica do MCTI abriu nesta quarta (21), na Capes, workshop sobre a colaboração com outras cinco nações do Hemisfério Sul

Brasil, África do Sul, Angola, Argentina, Namíbia e Uruguai começaram a construir uma agenda a partir do Workshop Sul-Sul sobre a Colaboração em Pesquisa no Atlântico Sul e Tropical, que segue até quinta-feira (22), na Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes/MEC). O coordenador para Mar e Antártica do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Andrei Polejack, abriu o evento nesta quarta-feira (21).
“Este workshop representa uma oportunidade maravilhosa para os países do Atlântico Sul olharem juntos suas pesquisas, somarem esforços e compartilharem desafios”, disse Polejack. “Dividimos recursos marinhos. O que acontece no oceano tem influência direta em nossas terras e também no clima global.”
O coordenador ressaltou que o MCTI confere atenção especial à ciência desenvolvida no Atlântico. “A pesquisa marinha brasileira busca caminhos mais distantes e mais profundos”, comentou. “Juntos, podemos construir uma agenda científica para as parcelas austral e tropical do oceano. Pensamos em iniciar no workshop um documento com objetivos e desafios comuns.”
Anfitrião do evento, o diretor de Relações Internacionais da Capes, Adalberto Val, expôs instrumentos da autarquia para apoiar ciência marinha, em contexto nacional e internacional, como bolsas de estudos, programas de pós-graduação e o Ciência sem Fronteiras, especialmente em bioprospecção e biodiversidade, energias renováveis e tecnologias para prevenção a desastres naturais.

Colaboração
O diretor-geral adjunto do Departamento de Ciência e Tecnologia da África do Sul (DST, na sigla em inglês), Thomas Auf der Heyde, apresentou iniciativas de pesquisa marinha de seu país e elencou “extensas parcerias bilaterais” com Argentina, Brasil e União Europeia, além da “proximidade científica” aos vizinhos Angola e Namíbia. Ele destacou os interesses comuns “em torno de tópicos relevantes para a África, a América do Sul e o mundo” e a geografia sul-africana, na confluência de três sistemas oceânicos – Atlântico, Índico e Antártico.
A representante argentina, Maria Eugenia Tola, do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação Produtiva (Mincyt, na sigla em espanhol), definiu o Workshop como uma “enorme oportunidade” para as instituições e os pesquisadores sul-americanos. Ela apresentou o programa Pampa Azul, iniciativa estratégica que inclui atividades de conservação e exploração, inovação tecnológica com recursos marinhos e divulgação científica.
Para o representante angolano, Domingos Neto, do Ministério de Ciência e Tecnologia (Minct), as discussões do workshop podem ajudar no processo de organização da ciência nacional, que vem sendo reestruturada desde 2002, com o fim da Guerra Civil, iniciada em 1975. “Naquele período, Angola não fazia pesquisa”, relatou. “De qualquer forma, praticamente nunca paramos as atividades dos institutos da Marinha, que hoje já investigam o mar.”
O representante da Namíbia, Brian Mudumbi, da Comissão Nacional em Pesquisa Científica e Tecnológica (NCRST, na sigla em inglês), sugeriu que os seis países aproveitem o Workshop para refletir e se organizar conjuntamente.
Também têm participação prevista no evento um representante do Ministério de Relações Exteriores do Uruguai (MRREE, na sigla em espanhol), Carlos Rodríguez Brianza, e a chefe da unidade de Recursos Marinhos em Biotecnologia da Diretoria-Geral de Pesquisa e Inovação da Comissão Europeia, Sieglinde Gruber. Devem se pronunciar na solenidade de encerramento o presidente da Capes, Carlos Nobre, e o secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do MCTI, Jailson de Andrade.

Ascom do MCTI via Jornal da Ciência

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