Coordenador para Mar e Antártica do MCTI abriu nesta quarta (21),
na Capes, workshop sobre a colaboração com outras cinco nações do
Hemisfério Sul
Brasil, África do Sul, Angola, Argentina, Namíbia e Uruguai começaram
a construir uma agenda a partir do Workshop Sul-Sul sobre a Colaboração
em Pesquisa no Atlântico Sul e Tropical, que segue até quinta-feira
(22), na Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
(Capes/MEC). O coordenador para Mar e Antártica do Ministério da
Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Andrei Polejack, abriu o evento
nesta quarta-feira (21).
“Este workshop representa uma oportunidade maravilhosa para
os países do Atlântico Sul olharem juntos suas pesquisas, somarem
esforços e compartilharem desafios”, disse Polejack. “Dividimos recursos
marinhos. O que acontece no oceano tem influência direta em nossas
terras e também no clima global.”
O coordenador ressaltou que o MCTI confere atenção especial à ciência
desenvolvida no Atlântico. “A pesquisa marinha brasileira busca
caminhos mais distantes e mais profundos”, comentou. “Juntos, podemos
construir uma agenda científica para as parcelas austral e tropical do
oceano. Pensamos em iniciar no workshop um documento com objetivos e
desafios comuns.”
Anfitrião do evento, o diretor de Relações Internacionais da Capes,
Adalberto Val, expôs instrumentos da autarquia para apoiar ciência
marinha, em contexto nacional e internacional, como bolsas de estudos,
programas de pós-graduação e o Ciência sem Fronteiras, especialmente em
bioprospecção e biodiversidade, energias renováveis e tecnologias para
prevenção a desastres naturais.
Colaboração
O diretor-geral adjunto do Departamento de Ciência e Tecnologia da
África do Sul (DST, na sigla em inglês), Thomas Auf der Heyde,
apresentou iniciativas de pesquisa marinha de seu país e elencou
“extensas parcerias bilaterais” com Argentina, Brasil e União Europeia,
além da “proximidade científica” aos vizinhos Angola e Namíbia. Ele
destacou os interesses comuns “em torno de tópicos relevantes para a
África, a América do Sul e o mundo” e a geografia sul-africana, na
confluência de três sistemas oceânicos – Atlântico, Índico e Antártico.
A representante argentina, Maria Eugenia Tola, do Ministério de
Ciência, Tecnologia e Inovação Produtiva (Mincyt, na sigla em espanhol),
definiu o Workshop como uma “enorme oportunidade” para as instituições e
os pesquisadores sul-americanos. Ela apresentou o programa Pampa Azul,
iniciativa estratégica que inclui atividades de conservação e
exploração, inovação tecnológica com recursos marinhos e divulgação
científica.
Para o representante angolano, Domingos Neto, do Ministério de
Ciência e Tecnologia (Minct), as discussões do workshop podem ajudar no
processo de organização da ciência nacional, que vem sendo reestruturada
desde 2002, com o fim da Guerra Civil, iniciada em 1975. “Naquele
período, Angola não fazia pesquisa”, relatou. “De qualquer forma,
praticamente nunca paramos as atividades dos institutos da Marinha, que
hoje já investigam o mar.”
O representante da Namíbia, Brian Mudumbi, da Comissão Nacional em
Pesquisa Científica e Tecnológica (NCRST, na sigla em inglês), sugeriu
que os seis países aproveitem o Workshop para refletir e se organizar
conjuntamente.
Também têm participação prevista no evento um representante do
Ministério de Relações Exteriores do Uruguai (MRREE, na sigla em
espanhol), Carlos Rodríguez Brianza, e a chefe da unidade de Recursos
Marinhos em Biotecnologia da Diretoria-Geral de Pesquisa e Inovação da
Comissão Europeia, Sieglinde Gruber. Devem se pronunciar na solenidade
de encerramento o presidente da Capes, Carlos Nobre, e o secretário de
Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do MCTI, Jailson de
Andrade.
Ascom do MCTI via Jornal da Ciência
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