Publicado na versão online da revista Theoretical and Applied Climatology, o artigo Precipitation diagnostics of an exceptionally dry event in São Paulo, Brazil apresenta
um diagnóstico das condições de déficit de chuva observadas sobre o
sudeste do Estado de São Paulo, incluindo sua região metropolitana,
durante os dois últimos verões (2013/2014 e 2014/2015).
Segundo Caio Coelho, do Centro de Previsão do Tempo e Estudos
Climáticos (CPTEC) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e
um dos autores do trabalho, o artigo responde a uma série de questões
sobre a manifestação de eventos extremos de seca.
Os resultados obtidos pelos pesquisadores da Divisão de Operações do
CPTEC/INPE revelam a excepcionalidade do déficit de chuva observado
durante o verão 2013/2014, quando comparado a outros verões desde
1961/62, e que a região estudada vem sofrendo com déficit de chuva desde
o final da década de 1990. Eventos de seca semelhantes foram observados
no passado, porém de menor magnitude em termos de déficit de chuva. Um
dos fatores que contribuiu para o déficit expressivo de precipitação
durante o verão 2013/2014 foi o término exageradamente antecipado da
estação chuvosa.
Outro trabalho do CPTEC/INPE publicado na versão online da revista Climate Dynamics,
realizado em colaboração com pesquisadores da Universidade de São Paulo
e Universidade Federal de Itajubá, destaca que a seca sobre o Sudeste
durante o verão 2014 teve como raiz as condições de chuvas anômalas na
região tropical ao norte da Austrália, desencadeando uma sequência de
processos entre a região tropical e extratropical do oceano Pacífico,
até atingir a região Sudeste do Brasil e oceano Atlântico adjacente.
Este trabalho, intitulado The 2014 southeast Brazil austral summer drought: regional scale mechanisms and teleconnections,
revela o estabelecimento de um sistema anômalo de alta pressão sobre o
oceano Atlântico adjacente aquecido, que forçou os sistemas frontais a
realizar trajetórias oceânicas, favoreceu a manutenção do aquecimento
oceânico através da incidência de radiação solar, transportou umidade da
Amazônia para o sul do Brasil, e desfavoreceu a formação de eventos de
Zona de Convergência do Atlântico Sul, um dos principais mecanismos de
produção de chuva sobre a região Sudeste do Brasil.
Mais detalhes sobre os estudos na página: http://www.cptec.inpe.br/noticias/noticia/127760
via JC Online
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