Projeto financiado pelo MCTI inaugurou sua primeira estação maregráfica
no Rio Grande do Sul. Rede deve se expandir para outras 11 cidades
litorâneas em todo o País.
O Sistema de Monitoramento da Costa Brasileira (SiMCosta) instalou
sua primeira estação maregráfica, nas proximidades do Molhe Oeste da
Barra de Rio Grande (RS). O equipamento foi financiado pelo Ministério
da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e destina-se a medições
precisas do nível do mar e de outros parâmetros meteorológicos.
O
equipamento está em operação desde janeiro. Segundo o coordenador do
sistema, Carlos Garcia, estações maregráficas registram a elevação da
maré em zonas urbanas, de maneira a permitir a previsão de riscos de
inundação em áreas costeiras devido ao aumento progressivo do nível do
mar.
No caso do SiMCosta, o monitoramento fica ainda mais detalhado porque o projeto se conecta à Rede Altimétrica de Alta Precisão do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (Raap/IBGE), que fornece a altitude exata de pontos do território nacional.
"O SiMCosta visa à implantação e à manutenção de um sistema
observacional, constituído de plataformas, fixas ou flutuantes, dotadas
de sensores meteorológicos e oceanográficos necessários para monitorar
as propriedades físicas, químicas e biológicas das águas costeiras",
explica o coordenador.
Garcia informa que mais 11 estações
maregráficas devem ser instaladas, ainda em 2015, em municípios
litorâneos com densidade populacional: Imbituba (SC), Paranaguá (PR),
Santos (SP), Rio de Janeiro (RJ), Vitória (ES), Porto Seguro (BA),
Salvador (BA), Recife (PE), Fortaleza (CE), Itaqui (MA) e Santana (AP).
"O que distingue essas estações das já existentes no Brasil é o fato de
que todas vão estar geoferenciadas à linha altimétrica do IBGE, de sul a
norte do País", ilustra. "Isso é fundamental para avaliar os impactos
do aumento do nível do mar em zonas costeiras. Toda a rede vai funcionar
com a mesma tecnologia e os mesmos instrumentos".
Desde setembro de 2014, também integra o SiMCosta uma boia meteo-oceanográfica,
estrutura flutuante com sensores presa por uma corrente ao fundo do
mar, localizada em São Sebastião (SP). Garcia prevê que o sistema
envolva, ainda neste ano, outras duas unidades, no Paraná e em Santa
Catarina.
Monitoramento
O coordenador
do SiMCosta menciona dados do Painel Intergovernamental de Mudanças
Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) a respeito do nível médio global
do mar, que teria subido aproximadamente 20 centímetros no último
século.
"É imperativo, portanto, aumentar a capacidade
brasileira de monitoramento do nível do mar, pois em alguns locais a
elevação, eventualmente, ocasionará alagamentos com possíveis perdas de
propriedades e de habitats marinhos e terrestres", aponta Garcia.
À frente do SiMCosta, estão o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Mudanças Climáticas (INCT para Mudanças Climáticas) e a Rede Brasileira de Pesquisas sobre Mudanças Climáticas Globais (Rede Clima), por meio da sub-rede Zonas Costeiras, com sede no Instituto de Oceanografia da Universidade Federal do Rio Grande (Furg).
Contribuem com recursos para o SiMCosta o Ministério da Ciência,
Tecnologia e Inovação (MCTI), que instituiu a Rede Clima em 2007; o
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
(CNPq/MCTI); o Fundo Nacional sobre Mudança do Clima do Ministério do
Meio Ambiente (Fundo Clima/MMA); e a Coordenação de Aperfeiçoamento de
Pessoal de Nível Superior (Capes/MEC).
por Ascom do MCTI
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