O
Nordeste do Brasileiro vive atualmente uma das maiores secas da sua história,
com três anos seguidos de baixíssimas precipitações em grande parte da Região,
fato esse nunca observado antes, com reflexos terríveis na sua frágil estrutura
socioeconômicas, mais de 80% dos municípios da grande região do semiárido
brasileiro decretou emergência para se enquadrar no programa federal de
abastecimento vital de água com carro pipa administrado pelo Exército
Brasileiro, o dobro da média histórica de outra secas. Milhares de carro pipa
circulam na região enchendo as cisternas secas construídas para assegurar o
abastecimento rural nas épocas das chuvas, a um custo de abastecimento no
mínimo vinte vezes maior do que o abastecimento convencional urbano.
Apesar
de esse quadro terrível apontar a falência das políticas públicas seculares no
semiárido de convivência e enfrentamento do fenômeno, a seca estranhamente
encontra-se fora dos debates da atual temporada de eleições gerais no Brasil.
Motivos para isso devem ter muitos, tanto o
Governo como as oposições, e os eleitores devem ter conhecimento dos
mesmos.
O
Governo Federal, talvez, tenta esconder a omissão e ausência de projetos
concretos e viáveis, tendo apostado todas as fichas no projeto de transposição
do rio São Francisco, que na prática vai beneficiar menos de 5% da Região.
Dessa forma, mesmo quando pronto, o projeto deverá mudar muito pouco o quadro
Região.
Quanto
às oposições não tem explicação, principalmente quando se leva em consideração
o desempenho pífio eleitoral, que sem dúvida reflete, no mínimo,
desconhecimento ou falta de compromisso com a realidade regional. Novamente o
Governo, sem adversário a altura na Região, desequilibra a eleição nacional no
NE.
Independente
do efeito eleitoral transitório, porque os governos passam, todos saem perdendo
nesse processo tendenciosa, perde-se no mínimo, uma grande oportunidade de, com
a grande visibilidade política do momento, construirmos de forma participativa
a base de um futuro bem mais promissor para a nossa sofrida região.
*Artigo
do Prof. Dr. João Abner, da UFRN, para o
Jornal de Hoje.
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