terça-feira, 15 de abril de 2014

Groelândia derrete mais rápido do que o previsto

Efeito sobre nível do mar será maior
A Groenlândia, maior massa territorial de gelo do hemisfério norte, pode estar derretendo mais rápido do que se supunha.
Uma parte da cobertura de gelo tida como estável está passando pelo que glaciologistas chamam de  “afinamento dinâmico”, ou seja, a água resultante do derretimento está indo para o mar, de acordo com estudo publicado na Nature Climate Change.
Em resumo, a contribuição da Groenlândia para o aumento do nível do mar estava subestimada, e oceanógrafos podem ter de rever suas projeções.
Shfaqat Khan, da Universidade Técnica da Dinamarca, e colegas, utilizaram mais de 30 anos de mensurações de elevação de superfície de toda a cobertura de gelo para descobrir que a perda total está acelerando. Estudos anteriores haviam observado o fenômeno no sudoeste e noroeste da ilha, mas se acreditava que seu nordeste fosse estável.
Era estável, até mais ou menos 2033. Então, temperaturas mais altas estabeleceram o afinamento dinâmico. O gelo derrete a cada verão ártico, sob o impacto de um período prolongado de sol, mas a neve parcialmente derretida das geleiras tende a congelar de novo com o retorno do frio e da escuridão. Condições históricas mostravam que a perda de gelo era normalmente muito lenta.

http://planetasustentavel.abril.com.br/blog/planeta-urgente/files/2014/04/groenlandia-derrete-mais-rapido-preciso-560.jpg
Foto: NASA’s Earth Observatory/Creative Commons

Mas o aquecimento global, provocado por aumentos crescentes de gases de efeito estufa na atmosfera, alterou todo o quadro.
“Nós devemos nos preocupar com esta área de nordeste porque ela é imensa. Talvez isto seja o início de alguma coisa grande”, disse Khan. Os cientistas não sabem quantos anos vai durar a aceleração do derretimento.
Nos últimos 20 anos, o derretimento na Groenlândia contribuiu com 16% da elevação do nível do mar por ano. Considerando-se que seu nordeste não é tipicamente levado em conta por modelos do clima existente, esta elevação poderá se dar na faixa mais alta das projeções até 2100 feitas por cientistas do clima, de cerca de um metro ou mais, informa o eenews.

Artigo de José Eduardo Mendonça publicado aqui.

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