domingo, 9 de março de 2014

Seca prolongada afeta alimentos e pressiona inflação

São Paulo (AE) - A prolongada estiagem e as altas temperaturas que provocaram alta expressiva nos preços dos produtos in natura vão causar impacto na inflação oficial medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que será divulgada na próxima semana. Analistas projetam índice de 0,62% a 0,65%, ante no máximo 0,60% previsto anteriormente.

Já há também consultorias revendo para cima o IPCA anual, de 6% para 6,2%, podendo inclusive superar a meta estabelecida pelo governo, de 6,5%.
 
Segundo a Ceagesp, o setor de legumes registrou alta de 33,89%. A maior elevação foi do tomate

Dois dados divulgados na sexta-feira, 7, reforçam essas previsões. O Índice de preços Ceagesp, da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais do Estado de São Paulo - que mede a variação de preços de alimentos frescos no atacado - indica alta de 9,07% em fevereiro.

Estudo da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) mostra que produtos in natura encerraram o mês passado com alta de 7,21%, a maior desde janeiro de 2013.

Nos itens pesquisados pela Ceagesp, o setor de legumes registrou elevação de 33,89%. A principal alta foi a do tomate, de 67,4%. O preço médio por quilo no atacado passou de R$ 1,93 em janeiro para R$ 3,23 em fevereiro, com picos de R$ 5,44, informa Flávio Godas, responsável pela Seção de Economia e Desenvolvimento da Ceagesp.

Também puxaram a alta de preços nesse grupo a vagem, que subiu 67,1%, o pimentão verde (60,2%), a abobrinha italiana (49,2%) e o chuchu (46,3%).

Já o setor de verduras apresentou alta de 58,2%, puxado por coentro (125,6%), alface crespa (118,5%), alface lisa (107,4%), entre outros. No caso da alface lisa, o preço médio de um engradado com 24 pés subiu de R$ 14,79 para R$ 30,66.

“A estiagem e as altas temperaturas prejudicaram a produção de hortaliças, principalmente as mais sensíveis ao clima”, diz Godas. Ele acredita, contudo, que neste mês a alta pode dar uma trégua. “Os consumidores tendem a diminuir o volume de compras ou, simplesmente, deixam de consumir, fazendo com que os preços não se sustentem em níveis tão elevados.”

O coordenador do Índice de Preços ao Consumidor (IPC), da Fipe, Rafael Costa Lima, tem avaliação diferente. Em sua opinião, os alimentos in natura devem ficar ainda mais caros ao longo de março, em razão do clima seco.

Segundo ele, ao subirem 7,21% em fevereiro, os itens in natura contribuíram com 0,24 ponto porcentual na inflação do mês passado, ou seja, quase metade do IPC. Com isso, o grupo Alimentação avançou 0,51%, ante 0,27% na terceira quadrissemana do mês. Em sua opinião, outros alimentos que ajudaram a limitar a inflação do grupo em fevereiro voltarão a pressionar em março.

Via TN online

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