As administrações municipais têm papel relevante na execução do Plano Nacional de Gestão de Riscos e Resposta a Desastres Naturais.
Os ministros da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, da
Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antonio Raupp, e das Cidades,
Aguinaldo Ribeiro, reforçaram a necessidade de colaboração com o governo
federal nesta quarta-feira (30), último dia do Encontro Nacional com
Novos Prefeitos e Prefeitas, em Brasília.
“Esses desastres são inevitáveis, porém, se tivermos boa estrutura e
grande cooperação entre todos os níveis de governo, em conjunto com a
sociedade, poderemos mitigar substancialmente os efeitos nefastos que
esses eventos têm sobre nossas vidas”, disse Raupp, ao apresentar o Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais (Cemaden/MCTI) aos prefeitos.
O titular do MCTI contou que o Cemaden monitora 24 horas por dia 294
municípios e, desde dezembro de 2011, quando foi criado, já emitiu mais
de 300 alertas ao Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres
(Cenad/MI), responsável por acionar as defesas civis das regiões
ameaçadas.
Raupp mencionou o processo de compra de nove radares meteorológicos,
4.100 mil pluviômetros, 286 estações hidrológicas, 286 sensores de
deslizamento, 100 estações agrometeorológicas e 500 sensores de umidade
do solo. “Esses equipamentos estão sendo colocados nas áreas de risco
dos municípios, e é aqui que entra a cooperação que precisamos fazer com
os senhores”, afirmou. “As prefeituras podem nos oferecer lugares
seguros para colocá-los. Dependemos disso para que os equipamentos
tenham vida longa.”
Bezerra, por sua vez, destacou a importância do apoio das prefeituras
em atividades de capacitação e treinamento de indivíduos envolvidos em
ações de defesa civil. “Já preparamos 6.484 pessoas e a nossa meta até
2014 é treinar e capacitar mais de 7 mil técnicos e agentes, que vão
estar na ponta de lança para o contato com a comunidade quando da
ocorrência do evento climático extremo.”
Cadastro
De acordo com o ministro da Integração Nacional, a Lei 12.618, de 2012,
que instituiu a Política Nacional de Proteção e Defesa Civil, obriga os
prefeitos a preencherem um cadastro nacional que aponta os municípios
com áreas suscetíveis a deslizamentos e inundações. “Vocês têm que se
cadastrar, sob pena de não terem acesso a diversos programas do governo
federal”, alertou Bezerra.
“Temos um conjunto de mais de 5,5 mil municípios no Brasil e a gente
ter que ter o pé no chão”, explicou o ministro da Integração. “Então,
definimos como prioridade trabalhar até 2014 nos 821 municípios de mais
alto risco, escolhidos de acordo com a recorrência de óbitos causados
por desastres naturais.”
O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação informou que, em condições
ideais, o Cemaden deve emitir alertas de chuva entre duas e seis horas
antes do período crítico. Ele comparou a escala temporal com outro
fenômeno monitorado pela unidade do MCTI. “Na previsão do impacto da
seca na agricultura do Semiárido, a aviso tem que se dar com dois meses
de antecedência”, disse Raupp. “Além das 821 localidades sujeitas a
deslizamentos e enxurradas, temos objetivo de, em 2014, estar
monitorando 1.170 municípios com histórico de impacto da seca.”
Também compareceram ao painel de discussões no encontro com prefeitos o
secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do
MCTI, Carlos Nobre, os diretores do Cemaden, Agostinho Ogura, e do
Cenad, Rafael Schadeck, e os presidentes do Serviço Geológico do Brasil
(CPRM/MME), Manoel Barretto, e da Agência Nacional de Águas (ANA/MMA),
Vicente Andreu.
Texto: Rodrigo PdGuerra – Ascom do MCTI
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