Quinze ministérios e outros órgãos discutem como a zona costeira pode ser explorada de modo ecologicamente sustentável
SOPHIA GEBRIM
A
gestão da zona costeira brasileira perante a nova Lei Florestal foi
discutida nesta terça-feira (30/10), em Brasília, na 44ª Reunião
Ordinária do Grupo de Integração do Gerenciamento Costeiro (Gi-Gerco).
Ligado à Comissão Interministerial para os Recursos do Mar (CIRM), é
formado por representantes de 15 ministérios, Associação Brasileira de
Entidades Estaduais de Meio Ambiente (Abema), Associação Nacional de
Órgãos Municipais de Meio Ambiente (Anamma), Ministério Público Federal e
universidades de todo o país.
Após detalhar tópicos da lei,
entre eles o artigo 11, que define a zona costeira como patrimônio
nacional e sua ocupação e exploração devem ser de modo ecologicamente
sustentável, o presidente do Grupo Gi-Gerco e diretor de Zoneamento
Territorial do Ministério do Meio Ambiente (MMA), Adalberto Eberhard,
abordou o item da lei que trata dos zoneamentos costeiros. “Assim como
cada estado possui o seu Zoneamento Ecológico Econômico (ZEE),
instrumento de ordenamento e planejamento econômico e ambiental, a nova
Lei Florestal determina que cada um dos 17 estados costeiros façam o seu
ZEE Costeiro”, explicou.
Segundo o diretor do MMA, a
determinação é que os estudos sejam feitos na escala de 1 para 10 mil.
“Isso quer dizer que cada 10km de costa deve ter um mapa de 1 metro, com
todas as definições e características daquela área”. Para ele, o
objetivo é auxiliar no que for preciso os estados para a realização do
estudo, que ainda não tem data para começar. “Estamos numa discussão
preliminar sobre esse assunto, já nos antecipando e discutindo como será
possível contribuir, no futuro com o ZEE Costeiro, que ainda não tem
data para começar”, acrescentou.
NO MUNDO
Ao
término da reunião, a analista ambiental do Departamento de Zoneamento
Territorial do MMA, Márcia Oliveira, falou sobre a missão brasileira que
irá a Espanha, no período de 5 a 9 de novembro. O objetivo será
conhecer a experiência espanhola na gestão costeira integrada e seus
casos exitosos de aplicação do Sistema de Modelagem Costeira (SMC),
ferramenta utilizada para gestão costeira, bem como conhecer o estágio
atual da customização do SMC-Brasil.
“Essa missão faz parte de
acordo firmado em 2010 entre os governos brasileiro e espanhol”, explica
Márcia. O acordo, que é de cooperação técnica, científica e
tecnológica, é ferramenta para execução do Projeto Transferência de
Metodologias e Ferramentas de Apoio à Gestão da Costa Brasileira, entre a
Agência Brasileira de Cooperação (ABC) e a Agência Espanhola de
Cooperação Internacional para o Desenvolvimento (AECID), com a
participação do Ministério do Meio Ambiente e da Secretaria do
Patrimônio da União, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC),
Universidade de São Paulo (USP), Universidade da Cantábria (IHC/Espanha)
e o Instituto Ambiental Brasil Sustentável (IABS).
O projeto tem
como objetivo contribuir para uma melhor gestão da costa brasileira,
permitindo entender e dar soluções a problemas de erosão que ocorrem em
quase 40% da costa brasileira, estudar problemas de impacto ambiental,
delimitar zonas de domínio público e privado ao longo do litoral
permitindo recuperar espaços públicos já ocupados e proteger as
populações em áreas de risco.
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