quarta-feira, 16 de maio de 2012

Metas da Rio + 20 devem garantir água de qualidade e agricultura sustentável

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15/05/2012 - 22:12
O secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento, Carlos Nobre, falou, hoje (15), no Senado Federal, sobre as metas a serem estabelecidas durante a Rio+20, a Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável, que será realizada em junho, no Rio de Janeiro.

Durante audiência pública na Comissão do Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle, que debateu o tema “Inovação para Sustentabilidade”, o secretário falou sobre metas a serem propostas para o período de duas décadas para a população mundial. Entre elas, estão a garantia de fornecimento de água para todos, agricultura sustentável, acesso ao alimento e redução das emissões de gases.

Durante a apresentação das metas, foi ressaltada a necessidade de consolidação dos pilares social, econômico e ambiental e o funcionamento harmônico entre as três áreas, passo considerado fundamental para o desenvolvimento sustentável do planeta. Outra questão importante sugerida para o sucesso da convenção mundial é que os acordos ratificados entre as lideranças mundiais sejam implementadas em curto prazo.

Um fator considerado primordial, na visão do MCTI, para o sucesso da Rio + 20, é que exista uma interface entre as ferramentas oferecidas atualmente pela agricultura mundial, destinadas ao processo produtivo, com as novas tecnologias proporcionadas pela comunidade científica. A iniciativa é considerada útil para otimizar a produção e evitar desperdícios. A expectativa do ministério é que o evento gere resultados concretos mundialmente nesse setor.

Entre as metas consideradas fundamentais, citadas por Carlos Nobre, estão “o melhor aproveitamento da água segura, com distribuição para 100% da população, já que 1,5 bilhão de pessoas no planeta não tem acesso à água em quantidade e qualidade”. Hoje, quase um bilhão de pessoas ainda passam fome crônica no mundo, enquanto um grande número está no processo contrário e sofrem com a obesidade.

Outra meta sugerida é a estabilização da área utilizada pela agricultura mundial. Nos países desenvolvidos, a ciência e tecnologia têm sido as principais parceiras da agricultura moderna, que se caracteriza pelo aumento de produtividade e não pela expansão da área. Nobre citou dois exemplos para ratificar a questão. “Europa e América do Norte, ao mesmo tempo em que diminuíram a área plantada, aumentaram em 50% sua produção. A agricultura competitividade no futuro será a produtiva”.

Reduzir em 30% as emissões de gases que contribuem para efeito estufa. A queima de combustíveis fósseis para produção de energia e conversão de área de florestas para agricultura são as maiores contribuições para o aquecimento global, enquanto a produção de energia gera 21% dos gases. O secretário lembrou que o Brasil já possui um programa avançado nesta área, no Ministério da Agricultura, que é o Programa da Agricultura de Baixo Carbono.

Outra meta é reduzir de 70% para 60% o uso da água de superfície na agricultura, pois é o setor que mais utiliza este recurso no mundo. A expectativa é que utilização do volume de água diminua, ao mesmo tempo em que a produção de alimentos aumente, utilizando novos recursos proporcionados pela ciência.

O aumento da utilização das energias renováveis de 13% para 30% foi outro ponto importante apontado pelo secretário. “O Brasil já utiliza 45% de energia renovável, sendo o país com maior potencial de energias renováveis no mundo, incluindo a medição por quilometro quadrado. Em energia eólica, estamos em segundo lugar e biomassa, o maior potencial do mundo, além da solar. Somando todas elas, somos maiores tanto no potencial como na densidade”. Nobre lembrou que estudos recentes prevêem que, em 2050, o mundo irá depender de 80% de energias renováveis.

Ele comentou ainda sobre a meta de aumentar o total de áreas protegidas de 5% para 10%, incluindo continentes e oceanos. Nesse quesito, o Brasil está dando exemplo, com a redução do nível de desmatamento. A expectativa é que, até 2020, o país tenha condição de zerar o desmatamento líquido, isso significa que é possível plantar mais árvores em florestas do que desmatar. “Dentro desse prazo é perfeitamente exeqüível, até porque plantar florestas é uma atividade econômica muito importante para o país”, ratificou Carlos Nobre.
Texto: Ricardo Abel, da Ascom do MCTI.

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