sexta-feira, 30 de março de 2012

Último degelo do planeta elevou nível do mar em 20 metros

O último grande degelo do planeta não aconteceu de forma constante. Houve sim um período de aumento abrupto do nível das águas.
Em menos de 500 anos, subiu cerca de 20 metros, segundo Pierre Deschamps, geólogo e pesquisador principal do Cerege (sigla em francês de Centro Europeu de Pesquisa e Ensino de Geociências do Meio Ambiente), em artigo publicado a revista científica "Nature.
O ponto mais ativo desse degelo, que começou há 15 mil anos e acabou há 12 mil, foi no período entre 14.650 anos e 14.310 anos atrás. É nesse intervalo de tempo que, segundo as medições dos analistas, o nível de água subiu no Taiti entre 12 e 22 metros.
Os cientistas participantes do estudo basearam a pesquisa em medições efetuadas nesta ilha do Pacífico e concluíram também que a maior parte de água veio do degelo da Antártida.
Para obter os dados, Deschamps e seus colegas estudaram os fósseis dos corais e de uma espécie de búzio que habitaram no litoral norte, sul e oeste do Taiti.
O aumento das águas que o analista cita em seu artigo coincidiu no tempo com a Oscilação de Boelling, uma época na qual o clima se moderou e as massas de gelo continentais liberaram grandes quantidades de água no mar.
No entanto, a cronologia exata do degelo e a origem de suas águas seguem sem esclarecer tudo, já que o nível dos mares não ascendeu de forma uniforme, e por isso é necessário estudar os aumentos em distintas costas do planeta.
Além disso, os especialistas não só tentam averiguar quanto cresceram os mares, mas também qual foi a fonte que produziu o aumento das águas, ou seja, se o que derreteu foi o Ártico, a Groenlândia ou a Antártida.
Os dados da pesquisa liderada por Deschamps, em combinação com outro estudo realizado em Barbados, sugerem que a maior parte desta água procedia do degelo da Antártida.
Segundo os analistas, conhecer melhor estes fenômenos permitiria compreender como a mudança climática atual afetará os gelos polares nos próximos anos.
Neste sentido, a velocidade com a qual cresceram as águas no período estudado por Deschamps foi "significativamente maior" às estimativas para o século 21, que predizem um aumento inferior a dois metros por século.

Fonte: agência EFE via portal do UOL.

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