quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Conexão entre clima e biodiversidade

Artigo de Izabella Teixeira e Caroline Spelman
"As soluções não serão simples nem fáceis, mas podemos e devemos procurá-las e colocá-las em prática"

Izabella Teixeira é ministra do Meio Ambiente do Brasil. Caroline Spelman é ministra de Meio Ambiente, Alimentação e Assuntos Rurais do Reino Unido. Artigo publicado em "O Globo":
Ecossistemas saudáveis e um clima estável são críticos para o bem-estar e o desenvolvimento humano, mas ambos estão severamente ameaçados.
Ao passo que florestas, savanas e campos foram convertidos em cidades e fazendas, que rios foram represados para irrigar campos, e que novas tecnologias forneceram energia para produzir e consumir coisas que gerações anteriores mal podiam ter imaginado, melhoramos a vida de bilhões de pessoas. No entanto, essas mudanças recentes nos sistemas naturais custaram muito aos complexos sistemas de apoio à vida no nosso frágil mundo.
Embora muitos se sintam distantes da natureza, a perda de biodiversidade é uma ameaça imediata à saúde, à subsistência e à nossa economia. Nossa pesca depende de um oceano saudável.
Nossa agricultura depende do material genético que alimenta sementes e animais, dos micro-organismos que fornecem um solo fértil e da água que irriga colheitas. Mesmo com a invenção de materiais sintéticos, árvores nos fornecem madeira e papel, fibras vegetais e animais nos dão roupas para vestir, e incontáveis organismos, muitas vezes irreconhecíveis à primeira vista, provêem-nos com medicamentos. A biodiversidade é a base de nossa riqueza e a raiz de nossa cultura. É o sistema de apoio à vida da Terra.
A biodiversidade também é vital para o nosso clima. Florestas e savanas são fundamentais para a manutenção dos padrões de clima estável com o qual estamos acostumados, armazenando vastas quantidades de carbono e gerando chuva para nossos cultivos.
Mangues e pântanos tornam-nos mais resistentes a eventos extremos, reduzindo a erosão costeira e as inundações e mantendo o fluxo e a qualidade da água. É a rica variedade de vida vegetal e animal, terrestre e aquática, que ajudará a adaptarmo-nos ao clima incerto do futuro. Em sentido oposto, uma maior degradação dos sistemas naturais pode acelerar o aquecimento global, que, por sua vez, vai colocar em risco o que estamos tentando proteger.
Juntas, as alterações climáticas e a degradação ambiental estão reduzindo a resiliência dos ecossistemas e diminuindo a variedade de espécies e sua capacidade de adaptação.
Um clima estável e ecossistemas saudáveis são componentes vitais para o desenvolvimento. Se não entendermos a interdependência entre clima e biodiversidade, e se não desenvolvermos meios de trabalhar de maneira integrada nessas questões, pode tornar-se muito mais difícil atingir os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio e livrar o mundo da fome, da pobreza extrema e de doenças que poderiam ser prevenidas, bem como evitar mudanças abruptas nos sistemas de apoio à vida do planeta, que não discriminam em função de renda.
Proteger e melhorar o bem-estar e o desenvolvimento futuros requer uma reavaliação sobre como usamos, valoramos e protegemos nosso capital natural e sobre como estruturamos nossas economias. Reconhecer o verdadeiro valor da biodiversidade e dos serviços ecossistêmicos, e levá-lo em consideração quando de nossas decisões econômicas, poderia ajudar a orientar governos, empresas e a sociedade no sentido de um crescimento mais verde.
As soluções não serão simples nem fáceis, mas podemos e devemos procurá-las e colocá-las em prática.
Um mecanismo de Redução das Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal (REDD) poderia ser uma solução. Cuidadosamente projetado, o REDD tem o potencial para reduzir as emissões, e salvaguardar a biodiversidade de nossas florestas e de nossas savanas e as condições de vida das pessoas que delas dependem. O estudo Economia dos Ecossistemas e da Biodiversidade (TEEB) estima que a perda de ecossistemas causada pelo desmatamento global equivale entre dois e cinco trilhões de dólares por ano.
Para empresas, diminuir o uso de água e energia ou reciclar resíduos pode trazer benefícios de longo prazo em seus balanços de custos e de lucros, e à sociedade como um todo. Empresas preparadas para abrir caminho a novas tecnologias estão prontas para antecipar mudanças nas políticas públicas e para aproveitar novas oportunidades.
Em última análise, todos nós - governo, empresas e sociedade civil - temos interesse em reconstruir o estoque de capital natural: ele está no cerne do modelo de negócios.
Esta semana, 192 países estão reunidos na 10ª Conferência das Partes da Convenção da ONU sobre Diversidade Biológica em Nagoia, Japão, para discutir algumas dessas questões. Acreditamos decididamente que, ao identificar e agir sobre as relações entre o clima e a biodiversidade, poderemos proteger nosso precioso capital natural, ao mesmo tempo em que promovemos ações de adaptação e mitigação à ameaça das mudanças climáticas. Esperamos poder começar um debate importante sobre essas questões neste ano.
 
Nota: O artigo acima foi publicado, de acordo com o portal da SBPC no jornal O Globo, em 28/10/2010.

Conexão entre clima e biodiversidade


 

Pesquisa investiga chances de sobrevivência de plantas nativas do cerrado

Belo Horizonte — Diante do risco e da ameaça de desaparecimento de diversas espécies da flora que ocorrem no cerrado, bioma que ocupa cerca de 22% do território brasileiro, um grupo de pesquisadores do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Minas Gerais (ICB/UFMG) decidiu investigar o DNA de alguns exemplares nativos desse grupo da biodiversidade nacional. O objetivo era conhecer sua evolução e determinar quais as chances de adaptação e sobrevivência das plantas. Foram quatro espécies estudadas: jacarandá-da-bahia, vinhático, jatobá-do-cerrado e jatobá-da-mata. Segundo maior bioma da América do Sul — e o mais devastado —, o cerrado engloba, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 1.387 municípios distribuídos pelos estados de Minas Gerais, Bahia, Distrito Federal, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Piauí e São Paulo, com uma população estimada em 25 milhões de pessoas, segundo o Censo 2000.

Comentário do Blog - Pesquisas desta natureza precisam ser roforçadas com respeito aos grandes biomas do país, a exemplo do que está sendo feito na região amazônica. No que diz respeito ao nordeste brasileiro o semiárido é, neste tema, um vasto território a ser explorado.

A matéria completa pode ser lida aqui.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Fórum anuncia reforço na Política para a área de Mudanças Climáticas

O Brasil emitiu 2,192 bilhões de toneladas de gás carbônico equivalente (tCO2eq), em 2005, e devido as novas políticas na área ambiental, deve alcançar a redução de 1,775 bilhões de tCO2eq enviados à atmosfera em 2009.

A informação foi dada hoje (26) pelo ministro da Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende, na Reunião Anual do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas, no Palácio do Planalto, em Brasília.

Pelos cálculos do ministro, a queda pode chegar a 0,9 (33,6%) em relação a 2004, quando houve um pico das emissões brasileiras, de 2,6 bilhões de toneladas de CO2eq. A estimativa de redução está baseada na queda da taxa de desmatamento da Amazônia.

“Em 2009, o número do desmatamento na Amazônia foi de sete mil quilômetros quadrados aproximadamente. Um número bem menor quando comparado com os quase 20 mil verificado em 2005 e 25 mil em 2004. A tendência é de que tenhamos uma redução para cinco mil km² na taxa de 2010. Uma queda estimada de 25 a 30%”, disse Rezende, baseado em levantamento do Programa de Monitoramento da Floresta Amazônica (Prodes), coordenado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe/MCT), a ser consolidado no mês que vem.

Na avaliação do governo, o novo quadro coloca o País em boas condições para cumprir o compromisso voluntário de redução das emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) entre 36 e 39% em 2020. A proposta foi apresentada pelo Brasil na 15ª Conferência da Organização das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP15), realizada em Copenhague, na Dinamarca, em 2009.

Segundo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o País deve antecipar em quatro anos o compromisso assumido. “Mesmo com o crescimento, o Brasil tem o menor índice de desmatamento dos últimos 21 anos, com isso vamos antecipar a meta para 2016”, projetou.

Além da apresentação da publicação com as informações referentes à Segunda Comunicação Nacional do Brasil à Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima a ser enviada, em março de 2011, à Convenção sobre Mudança do Clima, também foi assinado na reunião do Fórum o Decreto de Regulamentação do Fundo Nacional sobre Mudança do Clima, e as diretrizes e ações estratégicas voltadas para cinco setores específicos: energia, siderurgia, agricultura e combate ao desmatamento na Amazônia e no Cerrado.

Inventário

A Segunda Comunicação Nacional apresenta dados sobre os programas e ações relativos à mudança do clima, desenvolvidos até 2010 e inclui o Inventário Nacional de Emissões Antrópicas por Fontes e Remoções por Sumidouros de Gases de Efeito Estufa, para o período de 1990 a 2005.

O Inventário é um dos principais instrumentos para a definição de ações previstas na Política Nacional sobre Mudança do Clima porque reúne informações sobre as emissões nos diversos setores da atividade econômica. O documento avançou em cinco anos além do período estabelecido pelas diretrizes da Convenção que era de 1990 a 2000.

O Segundo Inventário atualiza os dados de 1990 a 1994 e apresenta novas informações para o período de 1995 a 2005. Mais de 600 instituições e cerca de 1.200 especialistas de diversos setores (energético, industrial, florestal, agropecuário e de tratamento de resíduos) foram mobilizados para sua elaboração.

O documento aponta crescimento de 57,8% das emissões de 1990 para 2005, mas na avaliação do coordenador geral de mudanças globais de clima do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), José Miguez, uma análise mais precisa desse comportamento deve levar em conta outras variantes relacionadas ao avanço da economia e da população brasileira no mesmo período. “O PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil cresceu 46,7% e a população 24,2%”, informa.

O levantamento utiliza como diretriz técnica básica documentos elaborado pelo Painel Intergovernamental de Mudanças Global do Clima (IPCC). Pela avaliação, o setor de Mudanças no Uso da Terra e Florestas foi responsável por 61% das emissões, seguido de Agricultura (19%), Energia (15%), Processos Industriais (3%) e Tratamento de Resíduos (2%).

Fundo Clima

O Decreto de regulamentação do Fundo Nacional sobre Mudança do Clima (FNMC ou Fundo Clima) institui o Comitê Gestor do Fundo com o objetivo de administrar, acompanhar e avaliar a aplicação de recursos. O Comitê decidirá sobre a destinação dos recursos para projetos, estudos e empreendimentos de mitigação e adaptação da mudança do clima e seus efeitos.

O Comitê será composto por representantes governamentais, comunidade científica, empresários, trabalhadores e organizações não governamentais, tendo orçamento inicial de R$ 226 milhões para 2011.

COP 16

A reunião do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas ainda abordou as estratégias do Brasil para a 16ª Conferência da Organização das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP16), que se realizará de 29 de novembro a 10 de dezembro em Cancun, no México.

Com as novas ações, o Brasil pretende consolidar uma posição de liderança nas discussões de emissões de gases de efeito estufa no evento internacional. Na avaliação do ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, não há o mesmo clima de expectativa de um acordo mundial como havia na COP15.

“As expectativas são modestas, sem grandes ambições. O Brasil chegará com uma posição moral elevada na COP16”, destacou Amorim, sustentando que o País já assumiu posição de vanguarda na COP15 ao ser o primeiro a apresentar uma proposta de redução das emissões.
 
Matéria original aqui, no Portal do MCT.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

14ª Conferência Internacional de Eletricidade Atmosférica


Agência FAPESP – O Rio de Janeiro receberá, de 8 e 12 de agosto de 2011, a 14ª Conferência Internacional sobre Eletricidade Atmosférica (ICAE, em inglês) que será realizada pela primeira vez no Brasil. O prazo para submissão de resumos de trabalhos vai até o dia 30 de novembro.
Realizado pelo Comitê Internacional de Eletricidade Atmosférica, o evento é organizado em 11 tópicos temáticos: “Circuito elétrico atmosférico global”, “Eletricidade em tempo bom e íons atmosféricos”, “Eletrificação de tempestades”, “Física dos relâmpagos”, “Relâmpagos e meteorologia”, “Relâmpagos e clima”, “Relâmpagos e química da atmosfera”, “Efeitos das tempestades nas camadas superiores da atmosfera”, “Tecnologias de detecção de relâmpagos e suas aplicações em engenharia”, “Radiação energética produzida por tempestades” e “Danos causados por relâmpagos e métodos de prevenção”.
Realizada a cada quatro anos, a conferência reúne cientistas, engenheiros e usuários de informações sobre relâmpagos para apresentar e debater resultados da pesquisa em eletricidade atmosférica.
O evento será realizado no Sheraton Hotel, na Avenida Niemeyer 121, Leblon, Rio de Janeiro (RJ).
Mais informações: www.icae2011.net.br, icae2011@inpe.br ou (12) 3208-6824, com Natália. 
 
Fonte: Boletim eletrônico da FAPESP

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Mudanças climáticas e energia

Por Fabio Reynol

Agência FAPESP – Garantir serviços de energia à população mundial em crescimento, levar energia por vias modernas a bilhões de pessoas e garantir um custo viável desses serviços estão entre os maiores desafios a serem encarados pelo setor energético mundial, segundo Thomas Johansson, professor da Universidade Lund, na Suécia.

O cientista participou da mesa “Energia e mudanças climáticas”, durante o fórum “Mudanças Climáticas Globais – Desafios e oportunidades de pesquisa”, realizado na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) nos dias 14 e 15 de outubro.

O professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Luiz Pinguelli Rosa, e o coordenador do Núcleo Interdisciplinar de Planejamento Energético da Unicamp, Gilberto Januzzi, também participaram da sessão.

Além da universalização da energia a preços acessíveis, Johansson defende que o setor deve se preocupar também com os desafios ambientais e os riscos colaterais provocados pela produção e distribuição de energia. “O setor energético também pode afetar a competição por alimentos e por recursos naturais e até a proliferação de armas nucleares”, apontou.

Segundo ele, o desenvolvimento do setor deve se pautar na eficiência energética, na busca por novos combustíveis sustentáveis e na captura de carbono.

Como exemplo, citou a experiência de reforma de edifícios energeticamente pouco eficientes no Japão. “Naquele país, a reforma proporcionou uma queda no consumo de 150 quilowatts/hora por metro quadrado para cerca de 15 quilowatts/hora por metro quadrado”, disse.

Os edifícios são responsáveis por 40% da energia elétrica consumida no Japão, sendo que a maior parte dela é consumida pelos sistemas de refrigeração e aquecimento.

Johansson apontou algumas saídas para o problema, como a utilização de energia eólica, a ampliação da reciclagem de materiais para poupar a indústria de matérias-primas e a adoção de planejamentos urbanos eficientes.

“Essas medidas não trarão somente economia de energia, mas vários outros benefícios, como empregos e melhoria na saúde e na segurança da população. Uma reestruturação energética é uma janela de oportunidades que se abre”, ressaltou.

Januzzi destacou a necessidade de se planejar a transição das atuais fontes energéticas para uma economia de fontes renováveis. O também professor da Faculdade de Engenharia Mecânica da Unicamp defendeu a utilização e a adaptação da infraestrutura atual para efetuar essa transição.

“Oleodutos e gasodutos poderão ser adaptados para transportar novos combustíveis”, exemplificou, ressaltando a importância de um planejamento que leve em conta a infraestrutura atual.

Esse planejamento teria de prever também mudanças institucionais e de regulamentação. “Poderemos ter casas que serão ao mesmo tempo unidades consumidoras e produtoras de energia, mas será preciso regulamentar situações como essa”, disse.

Outro obstáculo a ser contornado pelas energias renováveis, segundo Januzzi, é a inconstância de seu fornecimento. Diferentemente do petróleo, que pode ser estocado e sua disponibilidade está relacionada ao tamanho estimado de reservatórios, as energias renováveis estão mais sujeitas aos eventos naturais.

Ventos, marés, sol e chuva são alguns elementos que influenciam a produção de energias limpas e de plantações que fornecem biocombustíveis. “As mudanças climáticas globais aumentam ainda mais a imprevisibilidade dessas fontes energéticas”, disse.

Veículos irracionais

Pinguelli Rosa destacou a exclusão de 12 milhões de brasileiros que não têm acesso à energia elétrica. Falou também sobre a dificuldade de distribuição de energia em regiões como a amazônica, em que populações dependem de geradores movidos a óleo diesel. “Esse combustível é subsidiado e a conta já chegou a US$ 2 bilhões”, disse.

Outro ponto criticado por Pinguelli, que também é secretário executivo do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas, é o tamanho crescente dos automóveis atuais no país, o que tem demandado motores maiores e menos econômicos. “São veículos irracionais e que apresentam um padrão de consumo muito alto. Deveria haver restrições pesadas para quem adquirisse carros desse tipo”, defendeu.

Os carros bicombustíveis foram outro alvo de críticas de Pinguelli, que ressaltou o fato de seus motores não serem otimizados. “O flex não é tão eficiente como um motor que queima somente álcool ou somente gasolina”, disse.

A utilização do lixo como fonte de energia foi uma das alternativas apresentadas por Pinguelli Rosa, que acredita ser possível aproveitar toda a parte de material reciclável presente no lixo e incinerar o restante para a geração de energia. 

Fonte: Agência FAPESP aqui.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Vagas em Ciências Climáticas - última semana

Estão abertas as inscrições para provimento de 4 (quatro) vagas de Professor Adjunto I, com doutoramento completo, para o Corpo Docente do Programa de Pós-Graduação em Ciências Climáticas (PPGCC) da UFRN. As vagas estão distribuídas do seguinte modo:

1) Departamento de Geofísica

   1 vaga em Oceanografia Física

2) Escola de Ciência e Tecnologia

   1 vaga em Modelagem Climática
   1 vaga em Interação Oceano-Atmosfera
   1 vaga em Sensoriamento Remoto

O edital completo (023/2010) pode ser obtido na página www.prh.ufrn.br na seção CONCURSOS, ou diretamente aqui.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Brasil e Jordânia estreitam entendimentos para estudar as regiões mais áridas

A primeira missão brasileira de Ciência, Tecnologia e Inovação à Jordânia cumpriu na segunda (4) e terça-feira (5) uma agenda de encontros e visitas para tratar de diversos temas relacionados ao setor. Depois de várias rodadas de conversa foram acertados três pontos importantes para incrementar de imediato a cooperação entre os dois países.
O primeiro dele é promover um estudo comparativo entre as regiões do semiárido brasileiro (no Nordeste) e do árido jordaniano, entre as quais há muitas semelhanças. No cerne da pesquisa estará a questão da água, crucial para ambos os países, mas especialmente grave para a Jordânia.

Leia mais no portal do MCT aqui.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

O El Niño e a Seca na Amazônia

Seca no Amazonas atinge 40 mil famílias, e 25 cidades decretam situação de emergência

Lisiane Wandscheer
Da Agência Brasil
Em Brasília



A seca que atinge o Amazonas desde o início de agosto já prejudicou cerca de 40 mil famílias. Segundo o governo estadual, dos 62 municípios amazonenses, 25 decretaram situação de emergência. Na última sexta-feira (08), a Defesa Civil reconheceu a situação de emergência em 21 deles.
Os municípios em situação de emergência por causa da estiagem são Atalaia do Norte, Benjamin Constant, São Paulo de Olivença, Santo Antônio do Iça, Tabatinga, Tonantins, Caapiranga, Boca do Acre, Envira, Guajará, Ipixuna, Itamarati, Juruá, Borba, Alvarães, Coari, Fonte Boa, Jutaí, Tefé, Uarin, Beruri, Manacapuru, Itacoatiara, Barreirinha e Parintins.
Segundo informações do governo do Estado, a ação emergencial de ajuda humanitária aos municípios afetados começou esta semana com o envio de seis toneladas de alimentos. O chefe de gabinete da prefeitura de Ipixuna, Anísio Saturnino, disse que o transporte fluvial está comprometido em função da seca dos rios. “Os barcos não podem navegar. O transporte só pode ser feito por canoa. Alguns alimentos começam a faltar”, disse.
Segundo Saturnino, o município (localizado no sudoeste do Estado) aguarda para a tarde de hoje (11) a entrega, pela Defesa Civil do Estado, de cestas básicas, filtros para água e medicamentos. Muitas pessoas estão sofrendo com problemas intestinais provocados pela má qualidade da água.
A geógrafa e pesquisadora do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), Ane Alencar, disse que a seca que atinge o Amazonas é uma condição climática extraordinária decorrente do fenômeno El Niño (aquecimento das águas do Oceano Pacífico), que ocorreu nos últimos meses de 2009 e deixou reflexos em 2010.
“O El Niño de 2009 foi o pior das últimas três décadas e trouxe como consequência as fortes chuvas no Sul e a seca no Norte do país. Sempre quando ocorre um El Niño muito forte existem impactos no ano seguinte”, afirmou.
Segundo Ane Alencar, a forte estiagem se deu em função também da maior frequência das secas no Estado. “Desde 2000, as secas têm sido mais frequentes e mais intensas e a floresta não tem tido tempo de se recuperar”, disse. A temporada de chuvas na Amazônia, de acordo com a pesquisadora do Ipam, deve começar no fim de novembro.
Fonte: Notícias do UOL

sábado, 9 de outubro de 2010

Desmatamento da Amazônia brasileira cai 47% em agosto

Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) registrou perde de 265 quilômetros quadrados de floresta
Fonte: iG São Paulo | 08/10/2010 15:05
Em agosto, a Amazônia perdeu 265 km² de floresta, de acordo com os dados do sistema Detecção do Desmatamento em Tempo Real (Deter), divulgados hoje (8) pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Na comparação com agosto de 2009, quando os satélites registraram 498 km² de derrubadas, houve redução de 47%.

A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, disse que o número confirma a tendência de queda do desmate na região nos últimos meses. “Está se confirmando um padrão sustentável de redução do desmatamento”, avaliou.
No entanto, o INPE advertiu que o desflorestamento pode ser superior ao anunciado em seus relatórios, já que se baseiam em imagens de satélite, que dependem das condições meteorológicas e são incapazes de detectar áreas devastadas de menos de 25 quilômetros quadrados.
Em agosto, 17% do território amazônico do Brasil esteve encoberto por nuvens e, por isso, o Governo não dispõe de muitos dados sobre a devastação ocorrida nessa área específica.
Estados
Em agosto, o Pará liderou o desmate na região, com 134 km² de desmate, seguido por Mato Grosso, com 54,85 km² e pelo Amazonas, com 26,4 km² a menos de florestas no período.

No acumulado de janeiro a agosto deste ano, os números do Inpe apontam redução do desmatamento em quase todos os estados da Amazônia Legal, menos no Amazonas. “O Amazonas ainda representa esse vazamento. Estamos em campo procurando entender se é uma nova vertente de desmatamento, se é uma nova ocupação de território”, disse a ministra.

O Deter monitora áreas maiores do que 25 hectares e direciona a fiscalização ambiental.
A taxa anual de desmatamento é calculada por outro sistema, o Projeto de Monitoramento do Desflorestamento na Amazônia Legal (Prodes), que é mais preciso, por avaliar áreas menores. Apesar da metodologia diferente, a avaliação do Deter costuma antecipar os resultados do Prodes.

Os dados do Prodes para o período 2009/2010 devem ser apresentados em novembro. Se a tendência de queda se confirmar, o governo espera chegar a um novo recorde de queda do desmatamento. Em 2008/2009, a taxa anual de desmate calculada pelo Inpe foi de 7,4 mil km², a menor registrada em 20 anos de monitoramento.

(Com informações da Agência Brasil e da EFE)

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Inpe oferece curso para incentivar a educação ambiental

Notícia do portal do MCT
08/10/2010 - 11:12
Professores da rede pública participam, no próximo dia 26, de um curso sobre o uso de imagens de satélite em sala de aula, no 6º Encontro com Usuários de Imagens de Satélites de Sensoriamento Remoto (6ºEUsISSeR), que se realiza no campus do Parque Tecnológico, em São José dos Campos (SP). 

A iniciativa Sensoriamento Remoto e Geotecnologia na Educação é resultado de uma parceria do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe/MCT) e da prefeitura da cidade, com apoio do Programa AEB Escola, da Agência Espacial Brasileira (AEB/MCT). 

A finalidade do projeto é levar conhecimento aos alunos, futuros tomadores de decisão, sobre ferramentas das quais dispõem para monitorar a exploração de florestas, o uso da terra e dos recursos naturais do Planeta. 

O curso para professores, que tem duração de quatro horas (13h às 17h), aborda os fundamentos de sensoriamento remoto, os conceitos básicos para a formação de imagens de satélite, o comportamento espectral dos objetos terrestres, os diferentes sensores e seus produtos. 

O EUsISSeR ocorre a cada dois anos, desde 2000, mas é a primeira vez em São José dos Campos. Esta edição terá também um módulo para capacitação de jornalistas. Para obter mais informações e se inscrever acessar http://www.dgi.inpe.br/usr/eusisser-6/index.php. 

O evento é coordenado pela Divisão de Gerenciamento de Imagens (DGI) e objetiva apresentar e informar os produtos para uso, além de orientar quanto às aplicações e às formas de acesso às imagens dos satélites disponíveis no banco de imagens do Inpe. 

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Instituições firmam parceria para estudar a atmosfera na Amazônia

04/10/2010 - 16:55
O Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCT) firmou parceira com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe/MCT), com a Universidade do Vale do Paraíba (Univap) e o Centro Universitário Luterano de Manaus (Ceulm/Ulbra) para realizar pesquisas na alta atmosfera. O objetivo é avaliar a dinâmica desta região da atmosfera na área que compreende a Amazônia. O estudo é importante para o avanço no conhecimento da região tropical brasileira. Manaus (AM) fica em uma região muito particular da região equatorial.

A parceria é considerada relevante para ampliar o conjunto de equipamentos (sistema de radar, chamado ionossonda e GPS) que a Univap e Ceulm operam em Manaus desde 2002. Possibilitará ainda instalar novos equipamentos na reserva ZF-2 do Inpa, localizada nas proximidades da BR 174, rodovia que liga Manaus a Boa Vista (RR), uma vez que o equipamento não pode ser instalado na área urbana de Manaus devido a iluminação artificial. A área de estudo varia dos 100 km a 500 km de altitude, região onde muitos satélites operam.

Segundo os especialistas, a pesquisa sobre a dinâmica da alta atmosfera e ionosfera é importante, pois essa região sofre influência direta raios solares que podem interferir nos satélites e vários fenômenos ocorrem nesta região da atmosfera, podendo interferir nas comunicações dos satélites. “A chamada ionosfera interfere na radiocomunicação entre solo e satélites e entre satélites. A comunicação é realizada por meio de ondas eletromagnéticas na faixa de rádio freqüência e a ionosfera em situações extremas pode causar até mesmo perda de comunicação”, explica Paulo Fagundes, professor e pesquisador da Univap.

Outros fenômenos
Além disso, a pesquisa também analisa a influência de fenômenos das áreas inferiores mais próximas ao solo e a alta atmosfera – como, por exemplo, grandes tempestades – sobre a alta atmosfera causando o que os cientistas chamam de ondas de gravidade. “As perturbações que geram ondas de gravidade na baixa atmosfera são tempestades, frentes frias e ventos orográficos”, enfatiza Alexandre Pimenta, pesquisador do Inpe.

Ainda de acordo com os pesquisadores, essas falhas ou “bolhas” na alta atmosfera causam irregularidades e podem interferir no sistema de navegação e GPS.

O pesquisador do Inpa, Antônio Manzi, destaca a parceria e diz que os estudos colaboram para ampliar o conhecimento sobre a atmosfera na Amazônia. “A pesquisa tem impacto nas comunicações uma vez que analisa os fenômenos na alta atmosfera o que é muito importante na nossa região”, declarou.

Fonte: Portal do  MCT.