terça-feira, 23 de novembro de 2010

Estudo de nuvens prevê maior aquecimento global.

Abaixo uma tradução nossa de uma matéria interessante publicada aqui  pelo Science Daily hoje, 23/11/2010, sob o título "Cloud Study Predicts More Global Warming".

O estado da arte atual dos modelos climáticos prevêem um aquecimento significativo em resposta ao aumento dos gases com efeito de estufa como o dióxido de carbono. No entanto, os modelos discordam profundamente quanto à magnitude do aquecimento que podemos esperar. O desacordo entre os modelos se deve principalmente às representações diferentes de nuvens. Alguns modelos prevêem que a cobertura de nuvens média global aumentará em um clima mais quente e que o aumento da reflexão da radiação solar limitará as previsões para o aquecimento global. Outros modelos prevêem a redução da cobertura de nuvens e a amplificação do aquecimento.

Em um estudo que acaba de ser publicado periódico científico Journal of Climatepesquisadores da Universidade do Havaí em Manoa (UHM) avaliaram o desempenho dos atuais modelos globais em simular nuvens e apresentaram uma nova abordagem para determinar as respostas produzidas pelas nuvens em um suposto clima mais quente. O principal autor, Axel Lauer do Centro Internacional de Pesquisas do Pacífico (IPRC: sigla em inglês) da UHM, comenta que "Todos os modelos climáticos globais que analisamos apresentam sérias deficiências em simular as propriedades das nuvens no clima atual. É lamentável que a maior deficiência dos modelos globais pode residir em um aspecto que é o mais crítico para prever a magnitude do aquecimento global."

Para estudar as nuvens, os pesquisadores aplicaram um modelo que representa apenas uma região limitada da atmosfera sobre o Oceano Pacífico e áreas terrestres adjacentes. As nuvens nessa região são conhecidas por influenciarem enormemente o clima atual, embora os modelos globais em uso as representem muito mal. O modelo regional, desenvolvido no IPRC, simula com sucesso  características essenciais das nuvens no dias de hoje, inclusida das respostas observadas das nuvens ao fenômeno El Niño. 

Depois de terem avaliado as simulações do modelo para as condições atuais, os pesquisadores examinaram a resposta de nuvens simuladas em um clima mais quente, como pode ser daqui a 100 anos. Uma tendência das nuvens se tornarem mais finas, e cobertura de nuvens ser reduzida, se tornou mais acentuada neste modelo do que em qualquer outro dos modelos globais atuais.

Kevin Hamilton, um dos co-autores do trabalho, conclui: "Se os resultados do nosso modelo mostrarem que ele é mais representativo do clima global real, então o clima está realmente mais sensível a perturbações causadas por gases de efeito estufa do que é previsto pelos atuais modelos globais, e até mesmo as previsões dos mais altos aquecimentos estariam subestimando a verdadeira mudança que poderíamos observar."


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