A adaptação é uma estratégia de resposta de qualquer sistema à
mudança do clima, no esforço para prevenir-se contra possíveis danos e
explorar eventuais oportunidades benéficas. Ao contrário do que ocorre
na mitigação, os benefícios resultantes dessa série de ajustes são
locais e de curto prazo.
A pergunta básica para a adaptação é: "Como sobreviver à mudança do
clima?". Este conceito está estreitamente ligado ao da vulnerabilidade,
que é o grau de susceptibilidade e incapacidade de um sistema de lidar
com os efeitos adversos - entre os quais a variabilidade climática e os
eventos extremos - da mudança do clima.
Muitos países em desenvolvimento já são particularmente vulneráveis à
variabilidade climática normal - na qual se prevê um aumento em função
da mudança do clima. Seus efeitos compreendem não só o aumento de
tempestades, de secas e de inundações (eventos extremos), mas também
aqueles relacionados ao suprimento de energia, por exemplo. Uma
quantidade menor de chuvas e uma maior evaporação provocada por maiores
temperaturas do ambiente podem resultar em níveis mais baixos nos
estoques de água em lagos e rios - afetando, por fim, o funcionamento
das usinas hidrelétricas.
As previsões indicam que os impactos vão variar conforme as
diferenças regionais existentes, como o nível de renda e o
desenvolvimento tecnológico das populações. Esses fatores também
determinarão o nível de vulnerabilidade de cada região e população.
No contexto do Brasil, medidas de adaptação são normalmente
implementadas como resposta à ocorrência de eventos extremos, naturais
ou não. Muitas vezes, as iniciativas de adaptação planejadas não são
realizadas como medidas independentes, mas estão inseridas em
iniciativas setoriais mais amplas como planejamento dos recursos
hídricos, defesa da costa e prevenção de desastres.
Como exemplo de medidas de adaptação podemos citar o fortalecimento
dos sistemas e órgãos de defesa civil; a conservação de ecossistemas; o
gerenciamento de zonas costeiras, vedando o estabelecimento de novas
zonas residenciais em áreas sujeitas ao aumento do nível do mar; o
gerenciamento de riscos na agricultura e pesquisas com grãos mais
resistentes ao aumento da temperatura; sistemas de vigilância para o
avanço de doenças causadas por vetores que são beneficiados pelo aumento
médio da temperatura como a dengue; e a construção de diques,
considerando o provável aumento do nível do mar em cerca de 50 cm até o
final do século, segundo o 4º Relatório do Painel Intergovernamental de
Mudanças Climáticas (IPCC).
Fonte: Portal do Ministério do Meio Ambiente (MMA)
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