A absorção de dióxido de carbono do oceano pode prejudicar a digestão de Animais Marinhos
15 de novembro de 2013 – A acidificação dos oceanos prejudica a digestão
de organismos marinhos , de acordo com um novo estudo publicado na
revista Nature Climate Change . Pesquisadores da Suécia e da Alemanha
estudaram a fase larval dos ouriços-do- mar verde Strongylocentrotus
droebachiensis . Os resultados mostram que os animais têm problemas de
digestão dos alimentos em água acidificada.
Emissões de dióxido de carbono ( CO2) não só afetam o clima, mas também
os nossos mares e oceanos. Um quarto de todo o CO2 lançado na atmosfera é
absorvido pelos oceanos. Uma vez aí, o CO2 é convertido em ácido
carbónico, tornando a água mais ácida . Estudos anteriores mostraram que
as espécies e os ecossistemas marinhos podem sofrer em um ambiente
acidificado. Embora a razão para a sensibilidade foi observada em
processos fisiológicos , os mecanismos permaneceu obscuro . Cientistas
das universidades de Gotemburgo ( GU ) e Kiel ( CAU ) , bem como GEOMAR
Helmholtz Centre for Ocean Research Kiel e Alfred Wegener Institute,
Centro Helmholtz para Pesquisa Polar e Marinha ( AWI ) descobriram que a
acidificação dos oceanos leva à redução das taxas de digestão em larvas
do ecologicamente importantes verde ouriço do mar Strongylocentrotus
droebachiensis . Os resultados são publicados na revista Nature Climate
Change internacional.
Dr. Meike Stumpp , ex- doutorando em GEOMAR e da Universidade de Kiel e
primeiro autor do estudo , usou novas técnicas de pH micro- eletrodo e
projetados novos métodos de ensaio durante o seu pós-doutorado na
Universidade de Gothenburg para investigar a digestão e enzimas
digestivas em larvas. Ela mostrou que quando as larvas estão expostos à
água do mar acidificadas , a digestão demora mais tempo e é menos
eficaz. “Meus medições demonstraram uma forte dependência de pH “,
explica Stumpp . ” As enzimas no estômago do ouriços do mar ‘ sejam
optimizadas para funcionar a pH muito elevado – que é diferente da
situação em mamíferos, em que o pH do estômago é ácido e enzimas
funcionam melhor a um pH baixo. “
Expostos a acidificação do oceano simulado , as larvas trabalhar duro
para manter os valores de pH elevados de estômago. ” As exigências
energéticas para manter o aumento do pH do estômago , diz Dr. Marian Hu ,
o co- autor do primeiro estudo. Usando técnicas de coloração de
anticorpo , Hu descobriu uma elevada concentração de células reguladoras
do pH , que cobrem a superfície interior do estômago. Tal células
consomem uma grande quantidade de experimentos Cultivar energia. ensaios
e alimentação revelou que , a fim de compensar a de “Embora estudos
anteriores centraram-se principalmente na compreensão calcificação em
condições acidificadas , outros processos vitais , tais como digestão e
regulação do pH gástrico , foram negligenciadas , “, diz Meike Stumpp . ”
Agora podemos demonstrar que merece muito mais atenção. ” ” Todos os
processos de vida são executados ou controlados por enzimas. Eles são a
chave para a compreensão das funções e reações de organismos , e,
finalmente, os ecossistemas , num mundo em mudança “, AWI – cientista
Dr. Reinhard Saborowski acrescenta .
” Se os organismos são incapazes de compensar os custos adicionais
causados pela acidificação do oceano , comendo mais , sofrem
conseqüências negativas na forma de redução do crescimento e da
fertilidade e, em casos extremos, a morte”, Dr. Sam Dupont ressalta. O
pesquisador da Universidade de Gotemburgo é o autor sênior do estudo.
Os pesquisadores na Alemanha e na Suécia, passou vários anos a
desenvolver suas técnicas. “Estudar a digestão em larvas não é fácil,
pois eles são apenas cerca de um quinto de milímetro de comprimento, ”
Dupont admite. “Mas agora estamos aptos a analisar este importante
processo e ter uma ideia de como as larvas de ouriço do mar pode reagir a
futura vida conditionscreased eficiência da digestão , as larvas se
alimentam mais.
Veja mais em nature-sciencedaily
Neste blog são divulgados tópicos relacionados às questões de clima e ambiente, de interesse científico, tecnológico, educacional ou social. (In this blog we deal with some topics concerning climate and environment, with focus on scientific, technological, educational or social issues).
segunda-feira, 9 de dezembro de 2013
Acidificação do mar deixa peixes ansiosos
José Eduardo Mendonça - 09/12/2013 às 10:26
Fenômeno afeta também digestão de ouriços
A química dos oceanos está se alterando. E não afeta apenas os corais, as ostras e outras espécies que têm dificuldades agora para desenvolver suas conchas. Está tornando as percas (Morone saxatilis) jovens ansiosas e perturbando a digestão de ouriços.
O pH (índice de acidez) dos mares está declinando rapidamente, em grande parte por causa do crescimento dos níveis de dióxido de carbono na atmosfera. Como o carbono se dissolve na água para formar ácido carbônico, os mares estão respondendo ao aquecimento global.
As primeiras e mais evidentes vítimas serão provavelmente os corais, adaptados a um valor específico de pH nos oceanos, mas já há relatos de problemas de criadores de ostras.
Martin Tresguerres, da Universidade da Califórnia-San Diego diz, em estudo no Proceedings of the Royal Society B, que pelo menos uma espécie de peixe mostra resposta preocupante à alteração da química oceânica.
O pesquisador e seus colegas submeteram percas jovens da Califórnia ao tipo de química prevista com o aumento dos níveis de CO2 e depois examinaram seu comportamento em resposta a mudanças de luz no aquário e a um objeto não-familiar no tanque. Descobriram que o pH mais baixo tinha um efeito pronunciado sobre um dos neuro-receptores dos peixes ligado à ansiedade e que ele durava pelo menos sete dias depois de as condições voltarem ao normal. Os peixes tiveram o mesmo comportamento depois de testados com uma droga indutora de ansiedade.
E um estudo alemão, (sic) da Universidade de Gotenburgo, na Suécia, publicado no Nature Climate Change, examinou como as larvas de ouriços respondiam a alterações no pH. O que se descobriu foi que sua digestão fica mais lenta e menos eficiente, problema sério para seres jovens no ambiente competitivo do mar.
Diversos outros estudos, grande parte deles da Austrália, mostraram que a acidificação causa mudanças no processamento sensorial e possivelmente na capacidade cognitiva de diversas espécies de peixes, diz o Live Science.
Foto: Scripps Institution of Oceanography
Fonte: Planeta Sustentável
AGU 2013 preview and participation
So, it’s that time of year again.
Fall AGU is the largest Earth Science conference on the planet, and is where you will get previews of new science results, get a sense of what other experts think about current topics, and indulge in the more social side of being a scientist. The full scientific program is available for searching here.
In recent years, there has been an increasing amount of virtual content – including live streaming of key sessions and high profile lectures, and continuous twitter commentary (follow the hashtag #AGU13), that give people not attending to get a sense of what’s going on. Gavin and Mike are attending and will try and give some highlights as the week goes along, here and via twitter (follow @ClimateOfGavin and @MichaelEMann).
Some obvious highlights (that will be live-streamed) are the Frontiers of Geophysics lecture from the Jim Hansen (Tuesday, 12:30pm PST), Senator Olympia Snowe (Monday, 12:30pm), Judith Lean (Tues 10:20am), the Charney Lecture from Lenny Smith (Tues 11:20am), James Elsner on tornado connections to climate change (Tues 2:40pm), David Grinspoon (the Sagan lecture, Thurs 9am), and Bill Ruddiman (Thursday 2:40pm). Some full sessions will also be livestreamed – for instance, The future of IPCC session (Tues 10:20am-12:30pm), and the Climate Literacy sessions (Tues 4:00pm-6:00pm, Wed 8am-12:30pm).
For attendees, there are a number of events close to our hearts: A bloggers forum for discussion on science blogging (Mon 5pm), the Open Mic night hosted by Richard Alley (Mon 7:30pm at Jillian’s Restaurant), and the AGU 5k run on Wednesday morning (6:30am).
Also AGU and the Climate Science Legal Defense Fund have organised a facility for individual consultations with a lawyer (by appointment via lawyer@climatesciencedefensefund.org) for people either who have found themselves involved in legal proceedings associated with their science or people who are just interested in what they might need to be prepared for. There is a brown bag lunch session on Friday (12:30pm PST) for a more informal discussion of relevant issues.
There are obviously many individual presentations that will be of interest, but too many to list here. Feel free to add suggestions in the comments and look out for updates all next week.
From/De: RealClimate
Fall AGU is the largest Earth Science conference on the planet, and is where you will get previews of new science results, get a sense of what other experts think about current topics, and indulge in the more social side of being a scientist. The full scientific program is available for searching here.
In recent years, there has been an increasing amount of virtual content – including live streaming of key sessions and high profile lectures, and continuous twitter commentary (follow the hashtag #AGU13), that give people not attending to get a sense of what’s going on. Gavin and Mike are attending and will try and give some highlights as the week goes along, here and via twitter (follow @ClimateOfGavin and @MichaelEMann).
Some obvious highlights (that will be live-streamed) are the Frontiers of Geophysics lecture from the Jim Hansen (Tuesday, 12:30pm PST), Senator Olympia Snowe (Monday, 12:30pm), Judith Lean (Tues 10:20am), the Charney Lecture from Lenny Smith (Tues 11:20am), James Elsner on tornado connections to climate change (Tues 2:40pm), David Grinspoon (the Sagan lecture, Thurs 9am), and Bill Ruddiman (Thursday 2:40pm). Some full sessions will also be livestreamed – for instance, The future of IPCC session (Tues 10:20am-12:30pm), and the Climate Literacy sessions (Tues 4:00pm-6:00pm, Wed 8am-12:30pm).
For attendees, there are a number of events close to our hearts: A bloggers forum for discussion on science blogging (Mon 5pm), the Open Mic night hosted by Richard Alley (Mon 7:30pm at Jillian’s Restaurant), and the AGU 5k run on Wednesday morning (6:30am).
Also AGU and the Climate Science Legal Defense Fund have organised a facility for individual consultations with a lawyer (by appointment via lawyer@climatesciencedefensefund.org) for people either who have found themselves involved in legal proceedings associated with their science or people who are just interested in what they might need to be prepared for. There is a brown bag lunch session on Friday (12:30pm PST) for a more informal discussion of relevant issues.
There are obviously many individual presentations that will be of interest, but too many to list here. Feel free to add suggestions in the comments and look out for updates all next week.
From/De: RealClimate
Pesquisa detecta mudanças no Atlântico Sul
Por Elton Alisson
Agência FAPESP – A porção sul do Oceano Atlântico está recebendo um maior volume de água do Oceano Índico, que tem águas relativamente mais quentes e com maior concentração de sal do que as oriundas das regiões subantárticas.
O processo, verificado recentemente por pesquisadores, pode provocar mudanças na composição da água do Atlântico Sul – que vai depois para o Atlântico Norte – e afetar a temperatura da atmosfera nas regiões subárticas.
O fenômeno ocorre porque as águas do Atlântico Sul que fluem em direção ao Norte transportam e liberam calor para a atmosfera nas latitudes mais altas. Ao se tornarem mais salinas e, consequentemente, mais pesadas, tenderão a afundar mais rapidamente, antes de chegar às altas latitudes do Atlântico Norte – o que pode reduzir a temperatura da superfície do oceano e da atmosfera das regiões subárticas.
As constatações, feitas anteriormente por modelagens numéricas, foram reiteradas agora por um estudo observacional realizado por um grupo internacional de pesquisadores, com a participação de brasileiros, que acaba de ser publicado na edição online do Journal of Geophysical Research Oceans (JGR).
A pesquisa é a primeira baseada em dados coletados no Alpha Crucis – navio oceanográfico adquirido pela FAPESP, em 2012, para o Instituto Oceanográfico (IO) da Universidade de São Paulo (USP) – e faz parte do projeto internacional de análise da circulação de calor no Atlântico Sul South Atlantic Meridional Overtuning Circulation (Samoc).
O esforço internacional de pesquisa envolve pesquisadores e instituições dos Estados Unidos, França, Brasil, África do Sul, Argentina, Rússia e Alemanha. A participação de pesquisadores brasileiros é financiada pela FAPESP, por meio de um Projeto Temático, realizado no âmbito do Programa FAPESP de Pesquisa sobre Mudanças Climáticas Globais, e de um acordo estabelecido com a Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia de Pernambuco (Facepe) e com a Agence Nationale de la Recherche (ANR), da França.
“O objetivo do Samoc é monitorar fluxos meridionais e propriedades termodinâmicas de massa de água em uma seção vertical ao longo da latitude 34.5 graus sul, que começa na região do Chuí, na América do Sul, e se estende até a África do Sul, e que chamamos de Samba [sigla de Samoc Basin-wide Array]”, disse Edmo Campos, professor do IO da USP e coordenador do projeto pelo lado do Brasil, à Agência FAPESP.
Fronteira dos oceanos
De acordo com Campos, essa linha geográfica representa uma região de fronteira por meio da qual a mistura de águas oriundas dos oceanos Índico e Pacífico adentram a região subtropical do Atlântico Sul; a partir daí, uma porção significativa segue rumo ao Atlântico Norte, como parte da Circulação de Revolvimento Meridional do Atlântico (MOC).
Ao monitorar e detectar sinais de variação nessa região é possível prever mudanças na temperatura do Atlântico Norte nas próximas décadas, apontou Campos.
“O Atlântico Sul realiza transporte de calor para o Atlântico Norte a uma taxa da ordem de 1,3 petawatt, o que representa uma quantidade de energia equivalente à produzida por mais de 200 mil usinas de Itaipu funcionando a todo o vapor”, exemplificou Campos. “Qualquer pequena alteração nesse processo de transporte de calor pode desencadear sérias consequências ao clima do planeta.”
Segundo o pesquisador, em razão dessa importância do Atlântico Sul e por ser essa uma das regiões oceânicas com a menor quantidade de observações marítimas, foi iniciada, nos últimos anos, uma série de esforços internacionais para monitorá-la.
Um deles é o Samoc. Os pesquisadores brasileiros, argentinos e norte-americanos assumiram a responsabilidade de realizar monitoramentos na parte oeste da linha Samba. Já os pesquisadores da África do Sul e da França estudam a região leste, e os dos Estados Unidos, em colaboração com outros países – incluindo o Brasil –, planejam a implantação do sistema de monitoramento na parte central da linha.
“Nosso objetivo é que o Brasil assuma a liderança e passe a cobrir toda a extensão dessa latitude [do Chuí à África do Sul] em cooperação com outros países, de modo a garantir o monitoramento da linha Samba e obter informações para inferir variações no sistema de transporte de calor entre os oceanos que, eventualmente, podem ter impactos no clima tanto em escala regional como global”, contou Campos.
Os primeiros experimentos da participação brasileira no projeto foram feitos no fim de 2009, durante um cruzeiro realizado pelo navio hidroceanográfico Cruzeiro do Sul, adquirido pela Marinha do Brasil em parceria com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).
Em dezembro de 2012, os pesquisadores brasileiros realizaram a segunda série de experimentos durante o primeiro cruzeiro internacional realizado pelo Alpha Crucis.
Primeiro cruzeiro do Alpha Crucis
Nesse primeiro cruzeiro, a embarcação saiu do porto de Santos em direção a um ponto na latitude 34.5 graus sul (situado a cerca de 1,4 mil quilômetros da costa brasileira). Desse ponto e ao longo dessa latitude, o navio voltou ao litoral do Brasil, na divisa com o Uruguai.
Durante esse trajeto, percorrido em 17 dias, os pesquisadores a bordo fizeram a coleta de diversos tipos de dados oceanográficos, como medição da corrente, temperatura, concentração de oxigênio e salinidade da água, por meio de uma série de instrumentos disponíveis na embarcação.
Além disso, instalaram no fundo do oceano, ao longo da extremidade oeste da linha Samba, medidores de condutividade, temperatura, oxigênio e flúor, e ecossondas com sensor de pressão e velocidade das correntes marinhas.
Chamadas CPIES (sigla de Current, Pressure Inverted Echo-Sounders), essa ecossondas emitem um sinal sonoro em direção à superfície do oceano. Conforme o tempo gasto para o sinal chegar à superfície e retornar ao fundo, na forma de um eco, é possível inferir a densidade e temperatura das correntes marinhas e, assim, estimar a velocidade com que estão transportando calor através da seção vertical determinada por dois desses sensores, explicou Campos.
“Os instrumentos instalados durante o primeiro cruzeiro internacional do Alpha Crucis realizam medições continuamente; os dados ficam armazenados e podem ser coletados via satélite, por meio de ‘mensageiros’ que são liberados periodicamente e, ao chegar à superfície, transmitem os dados para os satélites. Podem também ser coletados por transdutores acústicos em navios oceanográficos que, ao passarem perto dos equipamentos extraem os dados catalogados para que façamos as análises”, detalhou Campos.
“Com o primeiro cruzeiro do Alpha Crucis conseguimos coletar uma quantidade de informações bem maior do que tínhamos e realizar a análise das variabilidades no processo de transferência de calor do Atlântico Sul para o Atlântico Norte, demonstrada no artigo publicado no JGR”, afirmou.
De acordo com o pesquisador, as análises – que também incluem dados históricos e resultados de modelos numéricos – indicaram alterações no Atlântico Sul. Tais mudanças, segundo ele, estão de acordo com hipóteses levantadas anteriormente de que o volume de água que o oceano recebe do Índico está aumentando e alterando a concentração de sal de sua massa de água – uma vez que as águas do Índico possuem maior quantidade de sal (salinidade) e temperatura mais elevada do que as encontradas na latitude a 34.5 graus sul do Atlântico.
Esse aumento da concentração de sal no Atlântico Sul pode alterar o fluxo de suas águas para o Atlântico Norte e o processo de troca de calor com a atmosfera, alertou Campos.
“Mudanças mínimas na temperatura ou na concentração de água alteram o processo de troca de calor da superfície do oceano com a atmosfera, e a resposta no clima pode ser até mesmo catastrófica”, afirmou.
“O clima depende de como o oceano troca calor com a atmosfera e como redistribui essa temperatura para o resto do planeta”, ressaltou Campos.
O pesquisador ressalvou que, em razão dos dados coletados abrangerem um período de apenas 20 meses, ainda não é possível obter sinais de mudanças climáticas com base apenas nas observações realizadas, uma vez que para isso as informações precisariam ser obtidas por períodos muito mais longos – de décadas, por exemplo.
O estudo, no entanto, representa uma das primeiras contribuições para entender como o transporte de calor ocorre no Atlântico Sul e varia em escalas de meses e anos, ponderou.
“Nosso objetivo é obter esses dados por períodos muito maiores do que alguns anos por meio de outros cruzeiros planejados com o Alpha Crucis”, disse Campos.
“De qualquer forma, o estudo já é um resultado prático, baseado em dados coletados por cruzeiros realizados pelo Alpha Crucis, que contribuiu de forma significativa para as observações no Atlântico Sul”, avaliou.
O artigo Temporal variability of the Meridional Overturning Circulation at 34.5°S: Results from two pilot boundary arrays in the South Atlantic (doi: 10.1002/2013JC009228), de Campos e outros, pode ser lido por assinantes do Journal of Geophysical Research Oceans em onlinelibrary.wiley.com/journal/10.1002/(ISSN)2169-9291.
Agência FAPESP – A porção sul do Oceano Atlântico está recebendo um maior volume de água do Oceano Índico, que tem águas relativamente mais quentes e com maior concentração de sal do que as oriundas das regiões subantárticas.
O processo, verificado recentemente por pesquisadores, pode provocar mudanças na composição da água do Atlântico Sul – que vai depois para o Atlântico Norte – e afetar a temperatura da atmosfera nas regiões subárticas.
O fenômeno ocorre porque as águas do Atlântico Sul que fluem em direção ao Norte transportam e liberam calor para a atmosfera nas latitudes mais altas. Ao se tornarem mais salinas e, consequentemente, mais pesadas, tenderão a afundar mais rapidamente, antes de chegar às altas latitudes do Atlântico Norte – o que pode reduzir a temperatura da superfície do oceano e da atmosfera das regiões subárticas.
As constatações, feitas anteriormente por modelagens numéricas, foram reiteradas agora por um estudo observacional realizado por um grupo internacional de pesquisadores, com a participação de brasileiros, que acaba de ser publicado na edição online do Journal of Geophysical Research Oceans (JGR).
A pesquisa é a primeira baseada em dados coletados no Alpha Crucis – navio oceanográfico adquirido pela FAPESP, em 2012, para o Instituto Oceanográfico (IO) da Universidade de São Paulo (USP) – e faz parte do projeto internacional de análise da circulação de calor no Atlântico Sul South Atlantic Meridional Overtuning Circulation (Samoc).
O esforço internacional de pesquisa envolve pesquisadores e instituições dos Estados Unidos, França, Brasil, África do Sul, Argentina, Rússia e Alemanha. A participação de pesquisadores brasileiros é financiada pela FAPESP, por meio de um Projeto Temático, realizado no âmbito do Programa FAPESP de Pesquisa sobre Mudanças Climáticas Globais, e de um acordo estabelecido com a Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia de Pernambuco (Facepe) e com a Agence Nationale de la Recherche (ANR), da França.
“O objetivo do Samoc é monitorar fluxos meridionais e propriedades termodinâmicas de massa de água em uma seção vertical ao longo da latitude 34.5 graus sul, que começa na região do Chuí, na América do Sul, e se estende até a África do Sul, e que chamamos de Samba [sigla de Samoc Basin-wide Array]”, disse Edmo Campos, professor do IO da USP e coordenador do projeto pelo lado do Brasil, à Agência FAPESP.
Fronteira dos oceanos
De acordo com Campos, essa linha geográfica representa uma região de fronteira por meio da qual a mistura de águas oriundas dos oceanos Índico e Pacífico adentram a região subtropical do Atlântico Sul; a partir daí, uma porção significativa segue rumo ao Atlântico Norte, como parte da Circulação de Revolvimento Meridional do Atlântico (MOC).
Ao monitorar e detectar sinais de variação nessa região é possível prever mudanças na temperatura do Atlântico Norte nas próximas décadas, apontou Campos.
“O Atlântico Sul realiza transporte de calor para o Atlântico Norte a uma taxa da ordem de 1,3 petawatt, o que representa uma quantidade de energia equivalente à produzida por mais de 200 mil usinas de Itaipu funcionando a todo o vapor”, exemplificou Campos. “Qualquer pequena alteração nesse processo de transporte de calor pode desencadear sérias consequências ao clima do planeta.”
Segundo o pesquisador, em razão dessa importância do Atlântico Sul e por ser essa uma das regiões oceânicas com a menor quantidade de observações marítimas, foi iniciada, nos últimos anos, uma série de esforços internacionais para monitorá-la.
Um deles é o Samoc. Os pesquisadores brasileiros, argentinos e norte-americanos assumiram a responsabilidade de realizar monitoramentos na parte oeste da linha Samba. Já os pesquisadores da África do Sul e da França estudam a região leste, e os dos Estados Unidos, em colaboração com outros países – incluindo o Brasil –, planejam a implantação do sistema de monitoramento na parte central da linha.
“Nosso objetivo é que o Brasil assuma a liderança e passe a cobrir toda a extensão dessa latitude [do Chuí à África do Sul] em cooperação com outros países, de modo a garantir o monitoramento da linha Samba e obter informações para inferir variações no sistema de transporte de calor entre os oceanos que, eventualmente, podem ter impactos no clima tanto em escala regional como global”, contou Campos.
Os primeiros experimentos da participação brasileira no projeto foram feitos no fim de 2009, durante um cruzeiro realizado pelo navio hidroceanográfico Cruzeiro do Sul, adquirido pela Marinha do Brasil em parceria com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).
Em dezembro de 2012, os pesquisadores brasileiros realizaram a segunda série de experimentos durante o primeiro cruzeiro internacional realizado pelo Alpha Crucis.
Primeiro cruzeiro do Alpha Crucis
Nesse primeiro cruzeiro, a embarcação saiu do porto de Santos em direção a um ponto na latitude 34.5 graus sul (situado a cerca de 1,4 mil quilômetros da costa brasileira). Desse ponto e ao longo dessa latitude, o navio voltou ao litoral do Brasil, na divisa com o Uruguai.
Durante esse trajeto, percorrido em 17 dias, os pesquisadores a bordo fizeram a coleta de diversos tipos de dados oceanográficos, como medição da corrente, temperatura, concentração de oxigênio e salinidade da água, por meio de uma série de instrumentos disponíveis na embarcação.
Além disso, instalaram no fundo do oceano, ao longo da extremidade oeste da linha Samba, medidores de condutividade, temperatura, oxigênio e flúor, e ecossondas com sensor de pressão e velocidade das correntes marinhas.
Chamadas CPIES (sigla de Current, Pressure Inverted Echo-Sounders), essa ecossondas emitem um sinal sonoro em direção à superfície do oceano. Conforme o tempo gasto para o sinal chegar à superfície e retornar ao fundo, na forma de um eco, é possível inferir a densidade e temperatura das correntes marinhas e, assim, estimar a velocidade com que estão transportando calor através da seção vertical determinada por dois desses sensores, explicou Campos.
“Os instrumentos instalados durante o primeiro cruzeiro internacional do Alpha Crucis realizam medições continuamente; os dados ficam armazenados e podem ser coletados via satélite, por meio de ‘mensageiros’ que são liberados periodicamente e, ao chegar à superfície, transmitem os dados para os satélites. Podem também ser coletados por transdutores acústicos em navios oceanográficos que, ao passarem perto dos equipamentos extraem os dados catalogados para que façamos as análises”, detalhou Campos.
“Com o primeiro cruzeiro do Alpha Crucis conseguimos coletar uma quantidade de informações bem maior do que tínhamos e realizar a análise das variabilidades no processo de transferência de calor do Atlântico Sul para o Atlântico Norte, demonstrada no artigo publicado no JGR”, afirmou.
De acordo com o pesquisador, as análises – que também incluem dados históricos e resultados de modelos numéricos – indicaram alterações no Atlântico Sul. Tais mudanças, segundo ele, estão de acordo com hipóteses levantadas anteriormente de que o volume de água que o oceano recebe do Índico está aumentando e alterando a concentração de sal de sua massa de água – uma vez que as águas do Índico possuem maior quantidade de sal (salinidade) e temperatura mais elevada do que as encontradas na latitude a 34.5 graus sul do Atlântico.
Esse aumento da concentração de sal no Atlântico Sul pode alterar o fluxo de suas águas para o Atlântico Norte e o processo de troca de calor com a atmosfera, alertou Campos.
“Mudanças mínimas na temperatura ou na concentração de água alteram o processo de troca de calor da superfície do oceano com a atmosfera, e a resposta no clima pode ser até mesmo catastrófica”, afirmou.
“O clima depende de como o oceano troca calor com a atmosfera e como redistribui essa temperatura para o resto do planeta”, ressaltou Campos.
O pesquisador ressalvou que, em razão dos dados coletados abrangerem um período de apenas 20 meses, ainda não é possível obter sinais de mudanças climáticas com base apenas nas observações realizadas, uma vez que para isso as informações precisariam ser obtidas por períodos muito mais longos – de décadas, por exemplo.
O estudo, no entanto, representa uma das primeiras contribuições para entender como o transporte de calor ocorre no Atlântico Sul e varia em escalas de meses e anos, ponderou.
“Nosso objetivo é obter esses dados por períodos muito maiores do que alguns anos por meio de outros cruzeiros planejados com o Alpha Crucis”, disse Campos.
“De qualquer forma, o estudo já é um resultado prático, baseado em dados coletados por cruzeiros realizados pelo Alpha Crucis, que contribuiu de forma significativa para as observações no Atlântico Sul”, avaliou.
O artigo Temporal variability of the Meridional Overturning Circulation at 34.5°S: Results from two pilot boundary arrays in the South Atlantic (doi: 10.1002/2013JC009228), de Campos e outros, pode ser lido por assinantes do Journal of Geophysical Research Oceans em onlinelibrary.wiley.com/journal/10.1002/(ISSN)2169-9291.
sexta-feira, 6 de dezembro de 2013
Pólen de florestas tropicais pode ajudar a prever mudanças climáticas
Uma pesquisa desenvolvida pelo bolsista de doutorado do programa Ciência
sem Fronteiras (CsF), na Universidade de Edimburgo, na Escócia, Antonio
Alvaro Buso Junior revelou como o pólen presente na floresta tropical
brasileira pode ajudar a prever mudanças climáticas no futuro.
O estudo reforça a necessidade de proteção das áreas ambientais da Mata Atlântica, além de indicar o comportamento do meio ambiente no local ao longo dos anos. Foram analisados mais de 140 tipos de pólen de árvores e ervas da Reserva Natural Vale, localizada na Floresta Atlântica de Linhares, no Espírito Santo.
Os resultados indicam as diferenças sazonais, com verões chuvosos e invernos secos, nos últimos 7 mil anos. Os dados podem ser usados para prever a reação das florestas, plantas e espécies raras que habitam o local. “Eu espero que nós possamos agora mostrar o resultado deste estudo no intuito de que estes ecossistemas preciosos recebam maior proteção”, ressalta Antonio.
O bolsista é aluno de doutorado na Universidade de São Paulo (USP). A equipe do Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena) da instituição de ensino superior também participa da pesquisa.
O estudo reforça a necessidade de proteção das áreas ambientais da Mata Atlântica, além de indicar o comportamento do meio ambiente no local ao longo dos anos. Foram analisados mais de 140 tipos de pólen de árvores e ervas da Reserva Natural Vale, localizada na Floresta Atlântica de Linhares, no Espírito Santo.
Os resultados indicam as diferenças sazonais, com verões chuvosos e invernos secos, nos últimos 7 mil anos. Os dados podem ser usados para prever a reação das florestas, plantas e espécies raras que habitam o local. “Eu espero que nós possamos agora mostrar o resultado deste estudo no intuito de que estes ecossistemas preciosos recebam maior proteção”, ressalta Antonio.
O bolsista é aluno de doutorado na Universidade de São Paulo (USP). A equipe do Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena) da instituição de ensino superior também participa da pesquisa.
Texto: Ascom do CNPq
A failure in communicating the impact of new findings
I was disappointed by the recent summary for policymakers (SPM)
of the intergovernmental panel on climate change (IPCC) assessment
report 5, now that I finally got around to read it. Not so much because
of the science, but because the way it presented the science.
The report was written by top scientists, so what went wrong?
I guess we need to recognise the limitations of the format of the SPM, and the constraints that they have to work under (word by word approval from 190 country representatives) may not have been helpful this time. The specified report length, combined with attempts from lots of people to expand on the content, may have complicated the process.
My impression is that the amount of information crammed into this report was more important than making a few strong messages.
The SPM really provides a lot of facts, but what do all those numbers mean for policy makers? There was little attempt to set the findings in a context relevant for decision making (ranging from the national scale to small businesses).
It is difficult to write a summary for a report that has not yet been published, and for that reason, the SPM is cluttered by technical details and discussions about uncertainty and confidence which have a better place in the main report.
The authors of the SPM are experts at writing scientific papers, but that is a different skill to writing for non-scientists. Often, the order of presentation for non-scientists is opposite to the way papers are presented in sciences.
A summary should really start with the most important message, but the SPM starts by discussing uncertainties. It is then difficult for non-scientists to make sense of the report. Are the results reliable or not?
I asked myself after reading the SPM – what’s the most important finding? If the IPCC hoped for good press coverage, I can imagine all journalists asking the same question.
My recommendation is that next time, the main report is published before the SPM. That way, all the space used on uncertainty and confidence in the SPM could be spared.
I also recommend that people who decide the structure of future SPMs and undertake the writing take a course effective writing for non-scientist. At MET Norway, we have had such writing lessons to improve our communication skills, and I have found this training valuable.
It takes some training to find more popular ways to describe science and spot excessive use of jargon. Many words, such as ‘positive feedback‘ have different meanings if you talk to a scientist or a non-scientist (a bad phrase to use in the context of climate change for people with very little science background). Also the word ‘uncertainty‘ is not a good choice – what does it mean really?
There are some examples of how the report could be written in a better way: The European Academies of Science Advicory Council (EASAC) followed a different strategy, where the main report was published before the summary, and hence the summary could be written as a summary and with a more coherent structure and a stronger connection to the reports target group.
The World Bank report of last year also comes to my mind – I think that is a much clearer form of presentation.
If I could have my way, I would also suggest that IPCC’s main reports in the future come with supporting material that includes the necessary data (extracted for the plotting purposes, but with meta-data providing the complete history of post-processing) and source code for generating all the figures in the report.
One way to do that could to use so-called ‘R-packages’ as suggested by Pebesma et al (2012) (PDF). It would also be good if future assessment reports pay more attention to replicating important results as a means of verification or falsification.
Referência
E. Pebesma, D. Nüst, and R. Bivand, "The R software environment in reproducible geoscientific research", Eos, Transactions American Geophysical Union, vol. 93, pp. 163, 2012. http://dx.doi.org/10.1029/2012EO160003
Source/Fonte: RealClimate
The report was written by top scientists, so what went wrong?
I guess we need to recognise the limitations of the format of the SPM, and the constraints that they have to work under (word by word approval from 190 country representatives) may not have been helpful this time. The specified report length, combined with attempts from lots of people to expand on the content, may have complicated the process.
My impression is that the amount of information crammed into this report was more important than making a few strong messages.
The SPM really provides a lot of facts, but what do all those numbers mean for policy makers? There was little attempt to set the findings in a context relevant for decision making (ranging from the national scale to small businesses).
It is difficult to write a summary for a report that has not yet been published, and for that reason, the SPM is cluttered by technical details and discussions about uncertainty and confidence which have a better place in the main report.
The authors of the SPM are experts at writing scientific papers, but that is a different skill to writing for non-scientists. Often, the order of presentation for non-scientists is opposite to the way papers are presented in sciences.
A summary should really start with the most important message, but the SPM starts by discussing uncertainties. It is then difficult for non-scientists to make sense of the report. Are the results reliable or not?
I asked myself after reading the SPM – what’s the most important finding? If the IPCC hoped for good press coverage, I can imagine all journalists asking the same question.
My recommendation is that next time, the main report is published before the SPM. That way, all the space used on uncertainty and confidence in the SPM could be spared.
I also recommend that people who decide the structure of future SPMs and undertake the writing take a course effective writing for non-scientist. At MET Norway, we have had such writing lessons to improve our communication skills, and I have found this training valuable.
It takes some training to find more popular ways to describe science and spot excessive use of jargon. Many words, such as ‘positive feedback‘ have different meanings if you talk to a scientist or a non-scientist (a bad phrase to use in the context of climate change for people with very little science background). Also the word ‘uncertainty‘ is not a good choice – what does it mean really?
There are some examples of how the report could be written in a better way: The European Academies of Science Advicory Council (EASAC) followed a different strategy, where the main report was published before the summary, and hence the summary could be written as a summary and with a more coherent structure and a stronger connection to the reports target group.
The World Bank report of last year also comes to my mind – I think that is a much clearer form of presentation.
If I could have my way, I would also suggest that IPCC’s main reports in the future come with supporting material that includes the necessary data (extracted for the plotting purposes, but with meta-data providing the complete history of post-processing) and source code for generating all the figures in the report.
One way to do that could to use so-called ‘R-packages’ as suggested by Pebesma et al (2012) (PDF). It would also be good if future assessment reports pay more attention to replicating important results as a means of verification or falsification.
Referência
E. Pebesma, D. Nüst, and R. Bivand, "The R software environment in reproducible geoscientific research", Eos, Transactions American Geophysical Union, vol. 93, pp. 163, 2012. http://dx.doi.org/10.1029/2012EO160003
Source/Fonte: RealClimate
quarta-feira, 4 de dezembro de 2013
Cientistas alertam que aquecimento global desorganiza padrão de chuvas
Um novo efeito do aquecimento global pode ser incluído na já grande lista de prejuízos ao planeta causados pelo fenômeno.
Trata-se de uma alteração no padrão de chuvas ocorridas na Terra, fazendo com que áreas secas registrem menos precipitações e tornem-se ainda mais áridas e que áreas propensas a inundações recebam ainda mais água.
Segundo um estudo conduzido por cientistas do Lawrence Livermore National Laboratory, na Califórnia, nos Estados Unidos, a mudança tem relação apenas com a atividade humana e não estaria ocorrendo devido a causas naturais.
O estudo é destaque no periódico científico Proceedings of the National Academy of Sciences.
Os pesquisadores dizem que as emissões de gases nocivos à atmosfera afetam a distribuição das chuvas de duas formas: tornando, pelo aumento da temperatura, mais extremas as condições de áreas secas e bem irrigadas; e alterando padrões de circulação atmosférica que empurram tempestades e zonas de clima subtropical árido rumo aos polos do planeta.
"A combinação de gases que acarretam em efeito estufa e a destruição da camada de ozônio em nossa atmosfera são as prováveis causas da intensificação de chuvas e sua redistribuição no planeta", diz Céline na divulgação do estudo.
"O fato de identificarmos em nossas observações a atuação simultânea desses dois agentes é uma forte evidência de que o homem está alterando o padrão global de chuvas", alerta.
Fonte: portal UOL de Meio Ambiente
Nota: veja o artigo no http://www.pnas.org/content/early/2013/11/05/1314382110.full.pdf+html
Trata-se de uma alteração no padrão de chuvas ocorridas na Terra, fazendo com que áreas secas registrem menos precipitações e tornem-se ainda mais áridas e que áreas propensas a inundações recebam ainda mais água.
Segundo um estudo conduzido por cientistas do Lawrence Livermore National Laboratory, na Califórnia, nos Estados Unidos, a mudança tem relação apenas com a atividade humana e não estaria ocorrendo devido a causas naturais.
O estudo é destaque no periódico científico Proceedings of the National Academy of Sciences.
Os pesquisadores dizem que as emissões de gases nocivos à atmosfera afetam a distribuição das chuvas de duas formas: tornando, pelo aumento da temperatura, mais extremas as condições de áreas secas e bem irrigadas; e alterando padrões de circulação atmosférica que empurram tempestades e zonas de clima subtropical árido rumo aos polos do planeta.
Culpa do homem
Para chegar à conclusão, o time liderado pela pesquisadora Céline Bonfils, que assina o estudo, comparou modelos de previsão climática com dados do Global Precipitation Climatology Project (em período abrangendo de 1979 a 2012), permitindo garantir que variáveis climáticas naturais como os fenômenos El Niño e La Niña não exercem influência sobre essa desorganização do padrão de chuvas no mundo."A combinação de gases que acarretam em efeito estufa e a destruição da camada de ozônio em nossa atmosfera são as prováveis causas da intensificação de chuvas e sua redistribuição no planeta", diz Céline na divulgação do estudo.
"O fato de identificarmos em nossas observações a atuação simultânea desses dois agentes é uma forte evidência de que o homem está alterando o padrão global de chuvas", alerta.
Fonte: portal UOL de Meio Ambiente
Nota: veja o artigo no http://www.pnas.org/content/early/2013/11/05/1314382110.full.pdf+html
segunda-feira, 2 de dezembro de 2013
Cemaden inaugura radar meteorológico em Natal
02/12/2013 - 16:42
O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antônio Raupp, e a
governadora do Rio Grande do Norte, Rosalba Ciarlini, inauguraram nesta
segunda-feira (2), em Natal, o primeiro dos nove radares meteorológicos
do Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais
(Cemaden/MCTI).
O aparelho, instalado na Base Aérea da capital potiguar, faz parte de
um conjunto de nove aparelhos adquiridos pelo Cemaden para atender a uma
das metas do Plano Nacional de Gestão de Riscos e Alertas de Desastres
Naturais, lançado em agosto de 2012.Segundo o ministro, o radar será usado para a análise de condições de tempo e clima e dos registros pluviométricos em 80% do território do estado, incluindo a maior parte da região semiárida e da faixa litorânea do Rio Grande do Norte. Integrado aos radares existentes em Quixeramobim e Fortaleza, no Ceará, vai garantir a cobertura de 100% do território estadual.
“As informações obtidas com o aparelho nos fornecem dados mais precisos sobre a questão climática. Nós sabemos que o grande problema do Nordeste é a seca. Com o radar, podemos ter uma resposta no planejamento das atividades agrícolas e do abastecimento de água para a população”, observou.
Participaram da cerimônia o secretário-executivo do MCTI, Luiz Antonio Elias, o secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do MCTI, Carlos Nobre, e ministro da Previdência Social, Garibaldi Alves.
Cobertura
Os radares são capazes de realizar o monitoramento da atmosfera e obter informações detalhadas em um raio de até 400 quilômetros. Outros oito aparelhos começam a ser instalados neste mês em um cronograma que vai até maio de 2014.
Quatro serão implantados no Nordeste: em Natal (RN), Maceió (AL), Salvador (BA) e Petrolina (PE). Outros quatro serão destinados ao Sudeste: três em Minas Gerais (Almenara, São Francisco e Três Marias) e um no Espírito Santo (Santa Tereza). O Centro-Oeste será beneficiado com a instalação de um radar no Mato Grosso do Sul (Jaraguari). O investimento do Cemaden/MCTI é de pouco mais de R$ 72 milhões.
Para a diretora do Cemaden, Regina Alvalá, as informações obtidas serão importantes para as ações de monitoramento e prevenção de desastres naturais. “Queremos aprimorar a qualidade na coleta de dados climáticos e antecipar a emissão de alertas”.
Natal foi escolhida por não fazer parte da antiga rede monitoramento do Cemaden. Até agosto do ano passado, quando o Plano foi lançado, 23 aparelhos de análises meteorológicas estavam em funcionamento no Brasil. Esta malha está sendo reforçada com os nove radares a serem instalados em regiões que ainda não eram monitoradas.
Agilidade
A partir de agora, a cada 10 minutos, os dados climáticos coletados em Natal serão enviados para a sede do Cemaden em Cachoeira Paulista (SP). Em seguida, um relatório é transmitido ao Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres (Cenad), em Brasília, que repassa as informações para os representantes da Defesa Civil do Rio Grande do Norte.
Neste ano, o Cemaden instalou oito pluviômetros em Natal. Mais 21 aparelhos, que medem a quantidade de chuvas, serão destinados ao estado até o próximo ano. Atualmente a rede de pluviômetros do Cemaden tem 772 unidades instaladas nas cinco regiões do país.
O Rio Grande do Norte também deve receber 10 estações agrometeorológicas e 75 sensores de umidade do solo, que contribuem para analisar as condições climáticas ligadas à seca. Serão instalados no Semiárido e representam um investimento de aproximadamente R$ 2 milhões.
Para Carlos Nobre, a seca é um fenômeno que merece mais atenção do governo federal. “Precisamos de informações mais precisas. Com estes aparelhos, teremos mais ferramentas para políticas públicas mais eficazes para mitigar os efeitos nocivos da estiagem”.
Radares do Cemaden - Previsão de operação
2013
Dezembro – Natal (RN) e Petrolina (PE)
2014
Janeiro – Salvador (BA)
Fevereiro – Jaraguari (MS) e Maceió (AL)
Março – São Francisco (MG) e Três Marias (MG)
Abril - Santa Tereza (ES)
Maio – Almenara (MG)
Texto: Jalmir Oliveira – Ascom do MCTI
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