terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Secretário Carlos Nobre defende maior uso de energia renovável

O secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Carlos Nobre, participou, nesta segunda-feira (25), da 7ª Conferência da Rede Global de Academias de Ciência (IAP, sigla em inglês para Inter Academy Panel). Durante o debate, que teve como foco mudança climática, ele defendeu uma maior utilização das energias renováveis. 
“Nós não estamos conseguindo reduzir as emissões dos gases de efeito estufa. Isso porque a maior parte das emissões é decorrente da queima de combustíveis fósseis, utilizados para a produção de energia”, disse Nobre no evento, no Rio de Janeiro. “Então, precisamos aumentar o uso de fontes renováveis no mundo. Se conseguirmos isso, em 2050 teremos 80% das necessidades de energia sustentável sendo supridas. Atualmente, esse cenário é de apenas 13%.”
Como o representante do MCTI lembrou durante o encontro, essa iniciativa já se fazia presente na Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, que tinha como um de seus objetivos principais impedir que as interferências humanas causassem algum dano ao sistema climático. A chamada Convenção do Clima foi elaborada durante a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (RIO-92).
“Vinte anos depois, as emissões globais não reduziram e a velocidade com que as energias renováveis são incorporadas é muito pequena”, observou. “Nesse ritmo, teremos ainda mais grandes impactos. Então, nosso maior desafio hoje é enxergar, em curto prazo, uma forma de montar um cenário em que a maioria das necessidades sejam atendidas por fontes renováveis. Só assim controlaremos o aumento da temperatura.”
A única boa notícia, segundo Carlos Nobre, é em relação às emissões provenientes dos desmatamentos tropicais. “Essas emissões reduziram muito, principalmente no Brasil, e já deixaram de ser um termo significativo nas emissões globais.”
Com o tema “Ciência para a erradicação da pobreza e o desenvolvimento sustentável”, o evento no Rio reúne presidentes das academias de Ciências de todos os continentes, bem como outros atores relevantes no âmbito científico internacional. A programação inclui debates sobre mudanças climáticas, energia sustentável, acesso à agua limpa e saneamento básico, saúde e segurança alimentar e o ensino de ciência. Ontem, na abertura, o ministro Marco Antonio Raupp propôs a criação da Comissão Mundial de Cientistas para o Combate à Pobreza.

IPCC e negociações na ONU
Na parte da manhã, o secretário Carlos Nobre participou de um debate com cerca de 20 jornalistas sobre mudanças climáticas e desastres ambientais. Durante o encontro, ele respondeu a perguntas sobre as negociações na Organização das Nações Unidas (ONU) a respeito do tema clima e sobre os resultados do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC).
“A convenção da ONU sobre o clima não está avançando muito”, avaliou. “Aliás, se nós olharmos também os outros debates que objetivam assegurar uma qualidade ambiental, eles também não estão progredindo. Porém, na minha opinião, o clima é ainda mais preocupante, pois, ao contrário, por exemplo, da poluição, é mais complicado de reverter. Precisamos buscar soluções para reduzir a emissão de gases e controlar o aumento das temperaturas”, frisou.
No sentido de buscar soluções, a criação do IPCC, segundo o titular de Pesquisa e Desenvolvimento, foi um fator fundamental para orientar os países sobre a velocidade com que as ações precisam ser tomadas e comunicar a preocupação de cientistas climáticos sobre a atual realidade.
A conversa teve também a participação do diretor do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe/UFRJ), Luiz Pinguelli Rosa, e foi mediada pela jornalista Ana Lúcia Azevedo, do jornal O Globo.

Fonte: Portal do MCT

sábado, 23 de fevereiro de 2013

Efeito do aquecimento por atividades urbanas é sentido em outras regiões

Modelo de computador mostra que efeitos das cidades no clima estendem sua influência para até 1600 quilômetros de distância

The New York Times via portal IG

Cientistas estão descobrindo que as cidades aquecem até 2°C em um raio de mil quilômetros a seu redor

Você não precisa viver em uma cidade – ou mesmo perto de uma – para que as atividades urbanas afetem seu clima, de acordo com um novo estudo.
Pesquisadores usando um modelo computadorizado da atmosfera concluíram que as atividades das áreas urbanas podem aquecer o ar a mais de 1600 quilômetros de distância. Em algumas áreas, esse aumento foi maior do que um grau Celsius (1,8 grau Fahrenheit).
As mudanças de temperatura foram causadas pelo comportamento humano nas cidades, como o aquecimento causado por edifícios e veículos no lugar do calor natural, que é absorvido pelas superfícies pavimentadas. O calor entra na atmosfera diretamente acima das cidades, segundo os cientistas, mas depois é disperso pelos movimentos naturais das corrente globais.
Ao mesmo tempo, no entanto, ao afetar o movimento do ar na atmosfera, o calor dos centros urbanos resulta também em ar mais frio em algumas partes do mundo, incluindo certas partes da Europa.
O estudo, conduzido por cientistas da Universidade Estadual da Flórida, da Instituição Scripps de Oceanografia e do Centro Nacional para Pesquisa Atmosférica dos Estados Unidos, foi publicado no periódico Nature Climate Change. Ele se baseou em dados climáticos da Organização das Nações Unidas e em vários relatórios publicados sobre o consumo de energia per capita.
O aumento da temperatura pode explicar o motivo de algumas áreas estarem enfrentando invernos mais quentes do que modelos climáticos computadorizados haviam projetado, segundo os pesquisadores. Para melhor representar os efeitos do aquecimento global, cientistas do clima devem considerar a incorporação dos efeitos das zonas urbanas, concluíram eles.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Dia Mundial da Água: "Água e Cooperação"

No próximo dia 22 de Março o INSA celebrará o Dia Mundial da Água. Esta celebração vem sendo realizada desde 1994, através da Organização das Nações Unidas (ONU). Neste contexto a área de pesquisa em recursos hídricos do INSA organizará no período de 21 a 22 de Março várias atividades (Palestras, mesas redondas, exposição de vídeos educativos e visitas técnicas) em alusão ao dia Mundial da Água, objetivando informar a sociedade a importância da água para a manutenção da vida. Este ano o tema escolhido pela ONU para o Dia Mundial da Água é “Água e Cooperação”.
Ante o exposto, o INSA convida Professores, Pesquisadores, Agricultores Experimentadores, Técnicos, Estudantes (Graduação e Pós Graduação), ONG´s, Instituições Públicas e Privadas a inscrever trabalhos tendo como tema principal a Água. Os trabalhos recebidos serão avaliados por um Comitê Científico, e os cinco melhores serão apresentados no formato oral durante a realização do evento.

Envio dos trabalhos:
Endereço email: agua@insa.gov.br
Período para envio dos trabalhos: Até o dia 14 de março.

Normas para elaboração dos resumos:
  • Titulo do trabalho.
  • Autores.
  • Filiação.
  • Texto com máximo de 500 palavras.
  • Podendo acrescentar anexo contendo Figuras, Fotografias, Tabelas e Gráficos, não ultrapassando 2 (duas) páginas.
Para mas informação sobre o evento entre em contato pelos telefones: (83) 3315 6419 ou
3315 6400. Ou pelo Email: agua@insa.gov.br

Estudo mostra os impactos do uso de nutrientes e a poluição no planeta

Um novo relatório encomendado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) destaca como atividades humanas têm alterado maciçamente os ciclos naturais do nitrogênio, do fósforo e de outros nutrientes nos ecossistemas. Enquanto, por um lado, o uso de nutrientes na agricultura e na pecuária trouxe enormes benefícios para a produção, por outro lado gerou níveis de poluição da água e do ar, ocasionando prejuízos à saúde humana e ambiental. 
Nutrientes em Nosso Mundo – tradução livre de Our Nutrient World – enfoca o desafio de aumentar a produção mundial de alimentos e de energia, gerando menos poluição. Foi lançado nesta semana, no Fórum Global de Ministros do Meio Ambiente, realizado durante a reunião do Conselho Administrativo do Pnuma, que vai até esta sexta-feira (22), em Nairóbi, no Quênia. O estudo foi realizado por cerca de 50 especialistas de 14 países, incluindo os pesquisadores brasileiros Jean Ometto, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe/MCTI), e Mercedes Bustamante, diretora da Secretaria de Políticas e Programas Temáticos do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e professora do Departamento de Ecologia da Universidade de Brasília (UnB).
Os cientistas sugerem que uma melhoria em 20% na eficiência da utilização de nutrientes até 2020 reduziria a utilização anual de fertilizantes nitrogenados em 20 milhões de toneladas. Eles batizaram essa meta como "20:20 para 2020". A análise evidencia como isso pode proporcionar, globalmente, uma economia líquida da ordem de 110 bilhões de libras esterlinas por ano. Esse valor inclui os custos de implementação e os benefícios financeiros da redução do uso de nitrogênio e melhorias para o meio ambiente e a saúde humana.
“Os nutrientes são essenciais para a produção agrícola, mas em excesso são deletérios ao meio ambiente”, observa o pesquisador Jean Ometto. Ele explica que, de acordo com o estudo, é possivel detectar que há uma distribuição desigual na utilização de nutrientes pela agricultura no planeta, inclusive no Brasil.
Contexto latino-americano
Ometto e Mercedes foram responsáveis por retratar a situação na América Latina. No Brasil, a utilização excessiva de fertilizantes nas atividades agrícolas é pontual, mas, assim como no cenário mundial, há um desperdício muito grande no uso de nutrientes em todo o processo da cadeia produtiva, seja na aplicação, na colheita, no armazenamento ou no transporte. O pesquisador lembra, por exemplo, que para cada 100 gramas (g) de nutrientes utilizados na produção de carne bovina, apenas 4 g chegam ao final da cadeia alimentar, ou seja, ao organismo humano. “A eficiência no aproveitamento de nutrientes, globalmente, é muito baixa”, diz.
O relatório não recomenda uma legislação global para controlar o uso de nutrientes, mas reconhece que esse é um problema mundial, especialmente tendo em conta o comércio global de produtos agrícolas. Alerta, porém, para a necessidade de uma ação intergovernamental para abordar essas questões e propõe um roteiro para um possível acordo.
"Nossa análise mostra que, melhorando a gestão do fluxo de nutrientes, nós podemos ajudar a proteger o meio ambiente, o clima e a saúde humana, considerando que tais questões são ligadas a segurança alimentar e energética”, diz o principal autor do relatório, o professor Mark Sutton, do Centro Britânico para Ecologia e Hidrologia (CEH, na sigla em inglês).
Emissões
Fontes de poluição consideradas no relatório incluem as emissões provenientes da agricultura e da combustão de combustíveis fósseis. Globalmente cerca de 80% do nitrogênio e do fósforo é consumido para a criação de animais e não diretamente por pessoas, mostrando como o fornecimento de nutrientes e a poluição global são dominadas pela escolha dos seres humanos em consumir produtos de origem animal.
O relatório propõe um pacote de dez ações para reduzir essas ameaças de poluição e faz recomendações para medidas que devem ser compartilhadas por governos, empresas e cidadãos. Os pontos chaves incluem:
- Ações que melhorem a gestão de nutrientes na agricultura. As medidas incluem uma variedade de técnicas que já estão disponíveis, mas ainda não amplamente aplicadas, incluindo os métodos agrícolas de precisão adequados aos países desenvolvidos e em desenvolvimento;
- Ações para reduzir as perdas de nutrientes provenientes da indústria e do tratamento de águas residuais, incluindo a reciclagem dos recursos disponíveis. Uma meta de longo prazo é o desenvolvimento de métodos para recapturar óxidos de nitrogênio provenientes de fontes de combustão, o que por si só representa um patrimônio de recursos perdidos em torno de £ 25 bilhões por ano;
- Ações para ampliar a otimização local dos fluxos de nutrientes, conectando agricultura e pecuária para melhorar as oportunidades de reciclagem de nutrientes;
- Diminuição do consumo pessoal de proteína animal entre as populações com alto nível de consumo. Com o rápido aumento no consumo de carne e produtos lácteos, na Ásia e América Latina (espelhando-se em padrões europeus e norte-americanos), as escolhas alimentares têm um enorme potencial para influenciar os níveis globais de poluição originada por nutrientes;
- O relatório destaca como um progresso substancial conseguido por alguns países na redução das emissões de fontes de combustão e de tratamento de águas residuais. Em comparação, tem-se obtido muito menos avanço, até agora, na redução das emissões da agricultura ou no que diz respeito às escolhas dos cidadãos. Destaca-se a importância de trabalhar com pontos focais estratégicos nas cadeias de nutrientes, em que alguns indivíduos chave ou comunidades, como líderes locais, supermercados e os governos, exercem um controle substancial.
O professor Sutton destaca ainda que uma opção é ampliar e fortalecer o mandato de um acordo existente chamado Programa de Ação Global (GPA, na sigla em inglês) para a proteção do meio ambiente marinho por atividades terrestres. Para ele, a soma de esforços é fundamental: “A atuação em conjunto para atender os múltiplos desafios globais ligados a alimentos, água, energia, poluição da água e do ar, clima e saúde, pode motivar uma ação muito mais forte”.

Texto: Ascom do CEH e Ascom do MCTI

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Brasil desenvolve modelo de mudanças climáticas globais

Agência FAPESP – No mundo hoje, há poucos países que lideram os avanços científicos em modelagem climática. A maioria deles – como os Estados Unidos, por exemplo – está no Hemisfério Norte. A Austrália era o único país no Hemisfério Sul que possuía essa capacidade. Após desenvolver por 30 anos modelos climáticos próprios, porém, o país abandonou seus esforços na área e optou por importar e ajudar a aprimorar um modelo do Hadley Centre for Climate Prediction and Research , da Grã-Bretanha.
Agora, o Brasil acaba de preencher essa lacuna deixada pela Austrália e se credenciou ao seleto grupo de países capazes de desenvolver um modelo, validar e simular as mudanças climáticas globais.
Pesquisadores de diversas instituições, integrantes do Programa FAPESP de Pesquisa em Mudanças Climáticas Globais (PFPMCG), da Rede Brasileira de Pesquisa em Mudanças Climáticas Globais (Rede Clima) e do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia sobre Mudanças Climáticas (INCT-MC), concluíram a versão preliminar do Modelo Brasileiro do Sistema Terrestre (BESM, na sigla em inglês).
Alguns dos primeiros resultados de simulações feitas com o novo modelo foram apresentados no Workshop sobre o BESM, realizado no dia 19 de fevereiro, na FAPESP.
“A opção do Brasil de enfrentar o desafio de desenvolver seu próprio modelo de sistema climático global, em vez de importar um modelo pronto e aplicá-lo, foi feita com o objetivo estratégico de construir uma rede de pesquisadores capazes de atuar em todas as dimensões da construção de um modelo desta natureza, como no desenvolvimento, validação e simulação”, disse Carlos Nobre, secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), membro da coordenação do Programa FAPESP de Pesquisa sobre Mudanças Climáticas Globais (PFPMCG) e um dos idealizadores do BESM.
“Como nós temos uma comunidade científica atuante no desenvolvimento e integração dos componentes de um modelo do sistema terrestre de boa qualidade, mas ainda incipiente numericamente, não poderíamos dar um passo como o da Austrália – que tem uma enorme competência em modelagem climática e uma grande comunidade de pesquisadores especializados em todos os aspectos relacionados ao clima – de aprimorar um modelo em parceria com outro país”, explicou Nobre.
Contribuição brasileira
De acordo com Nobre e outros pesquisadores presentes ao evento, uma das principais contribuições do novo Modelo Brasileiro do Sistema Terrestre para os esforços internacionais de avanço das ciências climáticas, ambientais e atmosféricas será olhar para algumas questões particulares do Hemisfério Sul e representar alguns processos ambientais importantes para o Brasil e outros países da América do Sul que são considerados secundários nos modelos climáticos internacionais.
Entre essas questões, estão as queimadas, capazes de intensificar o efeito estufa e mudar as características de chuvas e nuvens de uma determinada região, por exemplo, e o desmatamento da Amazônia.
“Como é a própria comunidade científica brasileira na área de modelagem climática que desenvolve esse novo modelo do sistema terrestre, é mais lógico e até mais fácil, de certa forma, ela introduzir a modelagem desses fenômenos que são mais típicos da América do Sul”, avaliou Nobre.
A ideia do BESM, segundo Nobre, é ser uma plataforma aberta, em que várias hipóteses de processos que acontecem na América do Sul, no Oceano Atlântico e na Antártica, por exemplo, possam ser testadas pelos pesquisadores de áreas relacionadas às ciências climáticas e ambientais.
“O objetivo foi construir um modelo climático com competência brasileira que seja incorporado como uma contribuição do país para a construção de um sistema global de modelagem do sistema terrestre, como se pretende criar nos próximos anos”, disse Nobre.
“No futuro haverá um sistema global de modelagem do sistema terrestre por meio do qual será possível montar um modelo climático por módulos que interessem a um pesquisador para testar suas hipóteses”, estimou.
Previsões climáticas
O Modelo Brasileiro do Sistema Terrestre também deverá ser utilizado para a definição de políticas públicas no Brasil de adequação do país aos impactos das mudanças climáticas globais.
De acordo com o Relatório Especial sobre Gestão dos Riscos de Eventos Climáticos e Desastres (SREX, na sigla em inglês) – divulgado recentemente pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) –, nas últimas décadas aumentou a frequência dos eventos climáticos extremos no mundo em função das mudanças climáticas.
No final de março de 2004, por exemplo, a região Sul do Brasil foi atingida pelo furacão Catarina – o primeiro de classe 1 (com ventos de 119 a 153 quilômetros por hora e elevação do nível do mar de 1,2 a 1,6 metro) registrado no país.
“O novo modelo também tem a finalidade de melhorar as condições de previsão de clima sazonal no Brasil”, disse Paulo Nobre, pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), um dos coordenadores do projeto.
Primeiros resultados
Segundo o pesquisador, o desenvolvimento do novo modelo possibilitou melhorar a previsão de precipitação (chuva) no Atlântico Sul e na América do Sul.
“É muito difícil melhorar a previsibilidade de precipitação no Atlântico Sul. Mas, como o novo modelo, houve um aumento generalizado da melhoria da previsão tanto de temperatura da superfície das águas do Atlântico Sul como da América do Sul”, afirmou.
Outro resultado da implementação do modelo foi a constatação de que o desmatamento da Amazônia aumenta a possibilidade de ocorrência de El Ninõ (fenômeno caracterizado por um aquecimento anormal das águas superficiais no oceano Pacífico Tropical, capaz de afetar o clima regional e global).
“Este foi um resultado antecipado que o modelo já pode verificar mesmo sendo uma versão preliminar, de baixa resolução”, disse Paulo Nobre. Segundo o pesquisador, o modelo também é capaz de prever a capacidade de formação de chuva da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS) – uma região com uma extensa faixa e bandas de nuvens formadas desde a Amazônia, Brasil Central e Sudeste até o Oceano Atlântico – que os modelos existentes até então eram incapazes de prever.
O Brasil ainda passou a ter a capacidade de executar a previsão da extensão de gelo marinho do planeta.
“Pela primeira vez no país existe capacidade de prevermos o avanço e a retração do gelo marinho não só no Hemisfério Sul, onde existe uma grande dificuldade de realizar previsões de extensão de gelo, com em outras parte do planeta”, disse Paulo Nobre.
“O modelo tem previsto, por exemplo, os últimos recordes de diminuição da extensão do gelo do Ártico, o que nos dá sinais de que estamos no caminho certo”, avaliou.
Aprimoramentos
O novo modelo foi construído a partir da experiência em modelagem climática implementada no Brasil a partir da década de 1990 com a criação no Inpe do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC).
A fim de desenvolver o projeto, os pesquisadores utilizaram um modelo climático acoplado (unido) de oceano e atmosfera desenvolvido pelo CPTEC há mais de uma década e introduziram nos últimos anos outros componentes, como vegetação dinâmica, hidrologia continental, ciclo de carbono dos oceanos e gelo marinho.
Para integrar esses diferentes componentes do modelo, os pesquisadores utilizam o supercomputador Tupã, instalado no final de 2010 no CPTEC, em Cachoeira Paulista (SP), com recursos da FAPESP e do MCTI.
As simulações brasileiras foram submetidas ao Projeto de Intercomparação de Modelos Acoplados, Fase 5 (CMIP5, na sigla em inglês), que deverá ser utilizado pelo IPCCpara balizar seu quinto Relatório de Avaliação (AR 5, na sigla em inglês), previsto para ser publicado no final de 2014.
“O modelo deve inaugurar a participação brasileira nos cenários globais de mudanças climáticas do CMIP5 e do AR 5”, disse Paulo Nobre.
Por Elton Alisson
 

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

EMPARN coordena a reunião de análise climática do Nordeste

A IV Reunião de Análise Climática para a Região Nordeste do Brasil será realizada na quinta e na sexta-feira que vem (21 e 22), na sede da Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (EMPARN), na base física do Jiqui, em Nova Parnamirim. Os meteorologistas do Nordeste farão uma análise das condições oceânicas-atmosféricas e a previsão de chuvas para o trimestre março, abril e maio de 2013. O resultado será apresentado na sexta-feira (22), com a presença da governadora Rosalba Cirlini.

Na última reunião realizada em Fortaleza, nos dias 23 e 24 de janeiro, sob a coordenação da Fundação Cearense de Meteorologia do Estado do Ceará (FUNCEME), com participação dos núcleos estaduais de meteorologia do Nordeste, CPTEC, INMET e participação de outros órgãos por intermédio de áudio-conferência de todo Brasil, foi concluído que com as condições apresentadas pelos campos dos parâmetros oceânicos-atmosféricos, durante o mês de dezembro de 2012, indicam que durante os próximos três meses (fevereiro, março e abril de 2013), as chuvas no semiárido da Região Nordeste do Brasil ocorrerão entre as categorias abaixo do normal a normal. O principal parâmetro que influenciou nessa conclusão foi a condição apresentada pelo oceano Atlântico Norte, aonde predominaram águas mais quentes em relação ao setor do oceano.

Fonte: portal da EMPARN

Brasil é destaque nas pesquisas do sistema terrestre

O papel desempenhado pelo Brasil na área de ciência do sistema terrestre nos trópicos e no hemisfério sul foi destacado nesta terça-feira (19) pelo pesquisador Guy Brasseur, diretor do Centro de Serviços Climáticos da Alemanha. Ele fez a palestra magna de abertura do workshop sobre o Modelo Brasileiro do Sistema Terrestre (BESM, na sigla em inglês), realizado em São Paulo. No encontro, o secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Carlos Nobre, traçou um breve histórico sobre o modelo, do qual foi um dos idealizadores.
 “O país está capacitado para assumir a liderança na apresentação de um modelo que possibilite à comunidade dos cientistas envolvidos com o tema se intercomunicar com mais frequência e profundidade”, disse Brasseur no workshop, organizado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). O convidado ressaltou a condição estratégica da Amazônia no contexto das mudanças globais e avaliou que o governo e a sociedade brasileiros vêm se sensibilizando mais rapidamente às questões do clima – em contraste, inclusive, com muitos dos países desenvolvidos.
O BESM, que será a contribuição brasileira para o próximo relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC AR-5), é coordenado pelo Centro de Ciência do Sistema Terrestre do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe/MCTI), pelo Programa Fapesp de Pesquisa em Mudanças Climáticas Globais (PFPMCG), pela Rede Brasileira de Pesquisas sobre Mudanças Climáticas Globais (Rede Clima) e pelo Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Mudanças Climáticas (INCT-MC), os dois últimos sediados no Inpe.
Em sua apresentação, o palestrante afirmou que o país tem, entre seus grandes desafios, o de aprender a lidar com problemas complexos do sistema terrestre, como as interações biosfera-atmosfera, a física de nuvens e a química da atmosfera. “É preciso formar uma nova geração de cientistas para estudar essas questões e responder às necessidades das atividades humanas, atendendo às particularidades do hemisfério sul”, explicou. “Atualmente, dependemos dos modelos do hemisfério norte para desenvolver os cenários”.
Compartilhamento
O pesquisador – que já dirigiu o Centro Nacional de Pesquisas Atmosféricas (NCAR), dos Estados Unidos – ressaltou ainda a importância de se criar uma estratégia de transferência do conhecimento sobre o sistema terrestre para a sociedade: “Temos que entender o que está acontecendo, mas temos a responsabilidade de repassar e compartilhar esse conhecimento que é, na verdade, uma coprodução entre vários indivíduos, de diferentes atividades e diferentes disciplinas”. Para tanto, a seu ver, é urgente resgatar o diálogo entre as ciências naturais e as sociais.
Para compreender e superar os impactos das mudanças climáticas, a comunidade científica deverá enfrentar quatro grandes desafios, segundo Brasseur: 1) desenvolver uma previsão numérica de tempo e clima confiável; 2) conseguir prever as mudanças climáticas; 3) entender que a terra é um complexo sistema de interações; 4) responder às mudanças climáticas globais. “Para isso, são necessários bons modelos. Atualmente, é impossível construir sozinho um modelo climático. É necessário um grande esforço internacional, uma grande rede que permita a integração de modelos por vários séculos, e o Brasil está inserido nesse contexto”.
O secretário Carlos Nobre, pesquisador do Inpe, justificou a opção do Brasil de desenvolver seu próprio modelo climático, em vez de utilizar os já existentes, como uma estratégia visando ao desenvolvimento da ainda pequena comunidade científica nessa área, no país, e à introdução de aspectos mais típicos do hemisfério Sul.
Segundo avaliou, o país consolidou avanços na área nas últimas décadas, particularmente no que diz respeito a capacidade de processamento de dados, infraestrutura de campo e laboratorial e pesquisa oceânica. O representante do MCTI destacou também a formação de doutores e pós-doutores no período.
Resultados
O pesquisador Paulo Nobre (Rede Clima/Inpe), coordenador do projeto do Modelo Brasileiro do Sistema Terrestre, apresentou os principais resultados até o momento, com destaque para a contribuição inédita do Brasil ao próximo relatório do IPCC. Serão apresentados cenários climáticos com projeções computadas por uma versão aprimorada do BESM. Leia mais.

Texto: Ascom do Inpe e Ascom do MCTI

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Urban Heat Islands and U.S. Temperature Trends


The impact of urban heat islands (UHI) on temperature trends has long been a contentious area, with some studies finding no effect of urbanization on large-scale temperature trend and others finding large effects in certain regions. The issue has reached particular prominence on the blogs, with some claiming that the majority of the warming in the U.S. (or even the world) over the past century can be attributed to urbanization. We therefore set out to undertake a thorough examination of UHI in the Conterminous United States (CONUS), examining multiple ‘urban’ proxies, different methods of analysis, and temperature series with differing degrees of homogenization and urban-specific corrections (e.g. the GISTEMP nightlight method; Hansen et al, 2010). The paper reporting our results has just been published in the Journal of Geophysical Research.

In our paper (Hausfather et al, 2013) (pdf, alt. site), we found that urban-correlated biases account for between 14 and 21% of the rise in unadjusted minimum temperatures since 1895 and 6 to 9% since 1960. Homogenization of the monthly temperature data via NCDC’s Pairwise Homogenization Algorithm (PHA) removes the majority of this apparent urban bias, especially over the last 50 to 80 years. Moreover, results from the PHA using all available station data and using only data from stations classified as rural are broadly consistent, which provides strong evidence that the reduction of the urban warming signal by homogenization is a consequence of the real elimination of an urban warming bias present in the raw data rather than a consequence of simply forcing agreement between urban and rural station trends through a ‘spreading’ of the urban signal to series from nearby stations.

Guest Commentary by Zeke Hausfather and Matthew Menne (NOAA)
Read more/Leia mais:  realclimate.org

Curso de Meteorologia por Satélite aplicada à Agricultura

Objetivo: O presente curso foi desenvolvido para auxiliar os profissionais envolvidos com o setor agrícola a entender melhor os produtos derivados dos sensores   remotos na aplicação da informação
agrometeorológica com o objetivo de melhorar a eficiência da produção agrícola, contribuindo para um ambiente sustentável. 
Público-alvo: o treinamento está especialmente dirigido a engenheiros agrônomos, técnicos e produtores. Também se destina a meteorologistas, ambientalistas, geólogos e hidrólogos envolvidos no gerenciamento dos recursos do solo.
Período de Inscrição: até 11 de março de 2013 ou até preencher
as vagas disponíveis.
Taxa de Inscrição: R$ 300,00
O valor arrecadado serve para cobrir as despesas administrativas.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Um novo clima

Miriam Leitão, O Globo
O presidente Barack Obama deu nova ênfase ao combate à mudança climática, pediu leis sobre o tema e avisou: “Se não fizerem, eu faço.”
Elegeu o fortalecimento da classe média como o norte da gestão, avisou que está iniciando negociações comerciais e de investimento com a Europa e fechando um acordo com a Ásia. A única região não citada no discurso foi a América do Sul.
Na área fiscal, ele prometeu o céu que todos os governantes querem: aumento de gastos sociais sem elevar o déficit público. Nenhum dime, disse ele, será acrescido às despesas.
Mas não disse onde cortar. Avisou que redução de déficit tem que estar na agenda, mas não pode ser programa de governo.
Está certo, mas só pode dizer isso, tendo aquele déficit imenso, porque governa o país emissor da moeda mais aceita no mundo. Assim, os Estados Unidos podem financiar seus desequilíbrios não resolvidos.
A área a cortar deve ser a dos gastos militares. Este ano, volta a metade dos soldados no Afeganistão, e até o fim do ano que vem a guerra acaba.
A al-Qaeda, segundo ele, é hoje uma sombra do que foi. Disse que melhor do que combater os inimigos com ocupação de países é construir alianças locais e investir em segurança cibernética.
Na política externa, um detalhe que não é inédito, mas tem um significado: todas as regiões do planeta foram citadas, menos a América do Sul. A diplomacia brasileira costuma dizer que é bom mesmo que nos esqueçam.
Teria sido bom que tivessem nos esquecido durante a Guerra Fria, quando a região foi vista como uma área a ocupar com ditaduras.
Agora, em época de alianças para novas tecnologias, ampliação de comércio, pesquisa e desenvolvimento, o melhor é estar no mapa do país líder em inovação.
Ele conclamou os dois partidos para o combate às mudanças climáticas. “Mas, se o Congresso não atuar em breve para proteger as futuras gerações, eu vou.”
Ele pode agir muito através de órgãos de governo e da agência ambiental, e essa era a ameaça.
Obama lembrou os últimos desastres, como o furacão Sandy e a superseca do ano passado. Disse que o país pode achar que é coincidência ou confiar nos cientistas. “Um evento não faz uma tendência, mas o fato é que os 12 anos mais quentes da história aconteceram nos últimos 15 anos.”
Ele defendeu o que seu governo fez em energia limpa. “No ano passado, a energia eólica agregou quase metade da nova capacidade de geração de energia dos Estados Unidos. Então vamos gerar ainda mais. A energia solar fica mais barata a cada ano; vamos fazer com que fique mais barata.”
E disse que se a China consegue avançar em energia limpa, os Estados Unidos também podem.
No início do discurso, Obama comemorou o fato de que a dependência do petróleo importado foi a menor em 20 anos. Isso só pode acontecer pelo aumento da produção de gás.
Ele chama de gás natural, mas esse aumento foi possível pelo produto vindo do fracionamento de rocha, que tem conhecidos problemas: excessivo gasto de água e risco de contaminação do lençol freático.
Obama propôs criar um fundo com as receitas de petróleo e gás para financiar estudos para aumento da segurança energética.
Apesar de a economia americana ser forte em serviços, ele defendeu a indústria. Disse que ela criou 500 mil empregos. Esqueceu de dizer que hoje a indústria americana emprega três milhões a menos que há uma década.
O discurso é um ritual, mas Obama o utilizou, desta vez, como plataforma de lançamento do segundo governo e para passar mensagens com a mudança de tom e do espaço dado aos temas. A mais expressiva alteração foi na questão climática.

Curso básico online de meteorologia recebe inscrições até sexta-feira

O Curso Básico de Meteorologia por Satélite será realizado à distância, de terça (19) a quinta-feira (21), pelo Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe/MCTI).
Ministrado de forma interativa e em tempo real, por meio da Rede Nacional de Pesquisa e Ensino (RNP), o curso oferecerá informações necessárias para a compreensão de alguns dos produtos gerados na Divisão de Satélite e Sistemas Ambientais (DSA) do CPTEC.
Serão abordados: princípios básicos da meteorologia por satélite, produtos de previsão imediata e monitoramento da precipitação, radiação solar e terrestre e classificação de nuvens, radiação ultravioleta e sondagens atmosféricas, introdução ao sistema GeonetCast e radar meteorológico.
Os tópicos serão ministrados pelos pesquisadores Renato Galante Negri, Daniel Alejandro Vila, Juan Carlos Ceballos, Simone Sievert da Costa Coelho, César Mello e Jojhy Sakuragi. O curso tem apoio do Centro de Gestão de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (CGPDI).

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

LANDSAT-8: So Much More To Learn




The atmosphere was electric at Providence Landing Park in Lompoc, California as the first stage of an Atlas 5 rocket ignited in the distance on February 11, 2013.
Cheers erupted at 10:02 a.m. from the hundreds of people gathered there as the rocket rose, gathered itself, then surged into a perfect blue sky over Vandenberg Air Force Base. As the cheers subsided, it was surprisingly quiet for a moment as awe sank in, save for the patter of scores of cameras clicking in unison.
A full 30-or-so seconds later, the sound arrived. You could feel the roar in the ground. The Landsat Data Continuity Mission (LDCM), the latest satellite in the world’s longest-running series of Earth-observing satellites, was on its way to space.
At that moment, there was nowhere else in the world I would have rather been. Nowhere. I’m not prone to sentimentality, but the wonder I felt as I watched Landsat 8 shrink to a speck and disappear into the horizon was indescribably profound.
There is something simply overpowering about seeing an instrument of peace and knowledge burst beyond the bounds of gravity. If you ever have an opportunity to see a science satellite launch, don’t hesitate for a moment. Just go. You won’t be disappointed.
Good luck, Landsat-8. We have so much more to learn from you.

Fonte/Source: NASA Earth Observatory

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Planet Earth is Also Planet Ocean

Here at The Pachamama Alliance, we talk a lot about terrestrial biodiversity, so we thought we’d switch gears and share this TED video about life within the vibrant salty water that covers 71% of our planet, and plays such a leading role in planetary ecological balance.

As TED Talk presenter Paul Snelgrove says, “Arthur C. Clarke probably had it right when he said that perhaps we ought to call our planet ‘Planet Ocean’.”

So Important, So Unknown

In addition to driving the hydrological cycle, and storing enormous close to half the CO2 we pump into the atmosphere, the single ocean (with its many named parts) harbors an enormous amount of the planet’s biodiversity, yet we know embarrassingly little about it, and little about aspects of the ocean itself.
For example, Snelgrove notes that the deep-sea floor covers more of the surface of the Earth than all other habitats combined.  It’s the largest habitat on Earth, yet we know less about it than we do the surfaces of the Moon and Mars. And Snelgrove estimates we know only around 9% of the species that live in the ocean.

Learning About the Ocean’s Many Gifts and Treasures

To somewhat remedy this dearth of knowledge about ocean biodiversity, Snelgrove headed a decade-long Census of Marine Life aimed at better understanding he diversity, distribution, and abundance of marine life. The project involved 2,700 scientists from 80 countries, 540 expeditions.
Their endeavors revealed over 6,000 potential new species, and helped identify “hot spots of diversity” that will be key to include in conservation efforts.
Among their findings was a yeti crab that lives near ocean floor vents in boiling temperatures; a Jurassic shrimp thought to have gone extinct 50 years ago; a seven-meter big fin squid; beautiful 3 meter tall golden V kelp that eluded scientists despite growing just below the low-water mark off the coast of Alaska; and a tiny creature that lives in oxygen-poor sediments in the deep Mediterranean, contradicting our belief that all life needs oxygen to live.
And did you know…?
  • Half of the oxygen we breathe is produced by the plankton in the ocean.
  • Phytoplankton strongly influence cloud formation.
  • One drop of sea water contains up to 160 different microbes, and it’s estimated the ocean contains at least a billion different kinds. What they’re all doing there, we don’t yet understand.
  • We know fish species better than other species in the ocean but, extrapolating from current rates of discovery, there are between 1,000-4,000 more species we are unaware of.
  • Loss of certain species in the ocean ranges from 60-98%.

Changing the Game

Symbolizing our general treatment of the ocean, Snelgrove says that trawls used in a section of the deep sea, which is supposedly the most pristine environment left on Earth, collected more garbage than ocean dwellers. He says, “As the oceans go, so shall we.” So here are some things we can do:

Workshop sobre Modelo Brasileiro do Sistema Terrestre

Terrestre Brazilian Earth System Model - BESM


A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), no âmbito do seu Programa FAPESP de Pesquisa em Mudança Climáticas Globais (PFPMCG) tem a satisfação de convidá-lo para o workshop sobre
Modelo Brasileiro do Sistema Terrestre
Brazilian Earth System Model - BESM
Data: FAPESP, 19 de fevereiro de 2013, das 8 às 17 horas
Local: FAPESP – Rua Pio XI, 1500 – Alto da Lapa

As palestras terão tradução simultânea.
O evento visa informar aos pesquisadores dos programas de pesquisa PFPMCG, BIOTA, BIOEN e ao público em geral, os progressos alcançados no desenvolvimento do Modelo Brasileiro do Sistema Terrestre. O projeto, em desenvolvimento sob a coordenação do Centro de Ciências do Sistema Terrestre - CCST do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais - INPE, é um dos pilares do Programa FAPESP de Pesquisa em Mudanças Climáticas Globais.

Foi idealizado para não somente colocar o país no cenário internacional do desenvolvimento de modelos, como também para tratar com maior exatidão os processos regionais, de interesse ao Brasil, para ter melhor base científica para enfrentar os desafios e consequências das Mudanças Globais, em curso. Como convidado especial, o evento contará com a participação do Prof. Guy Brasseur, diretor do Centro de Serviços Climáticos CSC da Alemanha, e ex-diretor do Centro Nacional de Pesquisas Atmosféricas - NCAR, dos EUA.

Inscrições gratuitas: www.fapesp.br/eventos/MBSE/inscricao

Informações:
FAPESP - Gerência Adjunta de Eventos
Tel.: (11) 3838-4216/4362/4394
ves@fapesp.br
Sugestões de estacionamento:
Pio Park – Rua Pio XI, 1320 e Tonimar – Rua Jorge Americano, 89

CPTEC - INPE: IV WorkEta

Workshop em Modelagem Numérica de Tempo e Clima em Mesoescala utilizando o Modelo Eta: Aspectos Físicos e Numéricos

 Cachoeira Paulista, São Paulo, 3-8 de Março de 2013
Modelos atmosféricos de área limitada são ferramentas de uso difundido para estudo de tempo e clima, diversos deles estão disponíveis para acesso e uso livre. O uso adequado destes modelos requer conhecimento da teoria em que se baseiam os métodos numéricos e a representação dos processos dinâmicos e físicos da atmosfera.
Objetivos: O workshop tem por objetivos contribuir para aperfeiçoar e atualizar os profissionais da área com o conhecimento de novos desenvolvimentos e tendências de modelagem numérica em alta resolução, fornecer noções teóricas e práticas de modelagem, e dar subsídios para estudos utilizando modelo numérico em aplicações de tempo e clima, estimular as discussões das experiências em modelagem e das possíveis áreas de investigação estimulando a formação de grupos de pesquisa e de projetos integrados de âmbito nacional ou internacional.
O Modelo Eta, a ser utilizando no treinamento, é um modelo atmosférico que permite simulações de eventos meteorológicos em modo não-hidrostático ou hidrostático, para estudos em escala temporal de poucos dias até escala decadais. Serão abordados temas de previsão de eventos severos, variabilidade climática e projeções de mudanças climáticas. Espera-se que os trabalhos desenvolvidos durante o workshop se tornem sementes de pesquisas e publicações científicas.
 Mais informação no site do evento.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Davos Atmosphere and Cryosphere Assembly DACA-13

Divulgamos, abaixo, evento do IUGG - See below the annoucement of IUGG event.

Dear Colleagues,

The IAMAS & IACS Associations of the IUGG invite the international scientific community to their joint 2013 Assembly DACA-13 to discuss latest developments in atmospheric and cryospheric research.


We invite you to submit abstracts to Symposium B7 - Changing Chemistry and Biogeochemistry in a Changing Climate: Atmosphere, Ocean and Ice
Conveners: John P. Burrows, Maria Kanakidou, Laura Gallardo, Frank Detener
Abstract submission deadline: 31 January 2013. Submit here.

DACA-13, with its overarching theme of "Air, Ice & Process Interactions", seeks to emphasize that many key challenges concerning global environmental change lie at the interface of these disciplines. Therefore, particular attention will be devoted to the interaction between these vulnerable components, along with a range of more discipline-oriented sessions spanning the atmospheric and cryospheric sciences. The conference will be held in Davos in the heart of the Swiss Alps.
If you have any questions regarding the conference or the scientific program, please contact the Project Manager for DACA-13, Anja Schilling (anja.schilling@slf.ch).

For questions related to the location, accommodation, travels or payment, please contact the head of the Davos Congress Administration, Michèle Lagger (michele.lagger@davos.ch)
.

We look forward to welcoming you in Davos in July!
 
 
Link (image/imagem) -> http://migre.me/d8AzW

 

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Seminários de Gerenciamento Costeiro Integrado


Agência FAPESP – Estão abertas as inscrições para o evento Seminários de Gerenciamento Costeiro Integrado, que ocorrerá no dia 27 de março no Campus Experimental do Litoral Paulista da Universidade Estadual Paulista (Unesp), em São Vicente.
O objetivo do evento é difundir conhecimentos que servirão de base para discussões em apoio ao fortalecimento das políticas públicas voltadas a gestão ambiental costeira.
O evento contará com a realização de ciclos de palestras temáticas, abordando assuntos pertinentes ao tema principal, propiciando aos participantes uma visão global, atual e integrada sobre as questões que envolvem o gerenciamento costeiro no Brasil. Ao final dos ciclos de palestras temáticas, será realizado o Congresso de Gerenciamento Costeiro Integrado.
A programção inclui a conferência de abertura de Antônio Carlos Diegues, da Universidade de São Paulo (USP), e a participação de especialistas e pesquisadores como Adriana Matoso (Fundação Florestal sobre Gestão de Áreas Protegidas na Zona Costeira), Sueli Angelo Furlan (USP) e Iara Bueno Giacomini (Secretaria de Meio Ambiente do Estado de São Paulo).
Mariana Cabral (Universidade de São Paulo e membro da coordenação do programa BIOTA-FAPESP), falará sobre “O projeto BIOTA e a Conservação da Biodiversidade na Zona Costeira”.
Mais informações: www.clp.unesp.br/#286,286 e gerco@clp.unesp.br 

USP cria Centro de Estudos e Pesquisas sobre Desastres Naturais


Agência FAPESP – A Universidade de São Paulo (USP) assinou no dia 31 de janeiro um acordo com o Ministério da Integração Nacional e a Casa Militar – Defesa Civil de São Paulo para a criação do Centro de Estudos e Pesquisas sobre Desastres no Estado de São Paulo (Ceped).
De acordo com a USP, o projeto, que é uma iniciativa da Superintendência de Relações Institucionais da universidade, tem como objetivo geral o de produzir, integrar, contextualizar, disseminar e disponibilizar o conhecimento produzido na USP para prevenir, reduzir e mitigar desastres naturais em âmbito regional e nacional.
O Ceped será um Núcleo de Apoio à Pesquisa vinculado à Pró-Reitoria de Pesquisa e será coordenado pela Escola Politécnica, que desenvolve pesquisas relacionadas à logística de operações humanitárias e estudos sobre deslizamentos e remoção de resíduos.
Além da Escola Politécnica, dez Unidades de Ensino e Pesquisa da USP farão parte do Centro, com atuação interdisciplinar, nas seguintes áreas:
  • Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas, cujos projetos serão na área de previsão de eventos extremos de chuva;
  • Instituto de Psicologia: cuidados às vítimas e aos profissionais em situações de desastres;
  • Faculdade de Arquitetura e Urbanismo: projeto de abrigos temporários e equipamentos;
  • Instituto de Geociências: gerenciamento de áreas de riscos de escorregamentos;
  • Faculdade de Saúde Pública: elaboração de mapas de vulnerabilidade a desastres e base de dados sobre impactos na saúde;
  • Escola de Artes, Ciências e Humanidades: sistema de informação e capacitação de agentes da Defesa Civil;
  • Faculdade de Medicina: projetos para situações de atendimento emergencial;
  • Instituto de Medicina Tropical: projetos para situações epidemiológicas;
  • Faculdade de Direito: mapeamento e gestão de riscos e sua interface com o Direito;
  • Escola de Engenharia de São Carlos: estudos sobre impactos de inundações.