segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Cientistas se preparam para monitorar oceano Atlântico

A fim de monitorar mudanças de padrões de circulação do Atlântico Sul – que afetam o clima global –, projeto temático aprovado no âmbito da cooperação FAPESP-Facepe-ANR irá fundear instrumentos científicos em uma linha que vai da América do Sul à África

Por Fábio de Castro
Agência FAPESP – Os padrões de circulação das águas do oceano Atlântico Sul podem estar sofrendo transformações que têm potencial para interferir no clima global. A fim de entender esse fenômeno, um grupo internacional de cientistas instalará uma série de instrumentos de monitoramento ao longo de uma linha que se estende da América do Sul à África.
Essa tarefa, que integrará o projeto internacional Circulação do Atlântico Sul Meridional (Samoc, na sigla em inglês), terá uma importante participação brasileira: toda a parte ocidental da instrumentação será instalada e operada pelos pesquisadores de um projeto temático financiado pela FAPESP e coordenado pelo professor Edmo Campos, do Instituto Oceanográfico (IO) da Universidade de São Paulo (USP).
O projeto temático foi aprovado no início de dezembro no âmbito do acordo de cooperação FAPESP-Facepe-ANR, que prevê chamadas conjuntas de propostas de pesquisa envolvendo a FAPESP, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Pernambuco (Facepe) e a Agência Nacional de Pesquisas da França (ANR, na sigla em francês).
Além da coordenação de Campos, do lado brasileiro, o projeto é coordenado do lado francês pela professora Sabrina Speich, do Instituto Universitário Europeu do Mar, da Universidade da Bretanha Ocidental (França).
Segundo Campos, o objetivo do projeto Samoc é monitorar a circulação das águas do Atântico Sul, já que existem indicações de que seus parâmetros estão sofrendo modificações.
“Esses parâmetros de circulação são, em última instância, o mecanismo que controla o clima do planeta. O objetivo desse grupo internacional é monitorar o Atlântico Sul para entender como ele está se comportando no presente e, eventualmente, como se comportará no futuro com as mudanças que estão sendo identificadas”, disse Campos à Agência FAPESP.
Diversas áreas do oceano Atlântico já estão sendo monitoradas pelo projeto Samoc e por diferentes instituições como a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA, na sigla em inglês), dos Estados Unidos, e outras do Brasil e da Europa. Segundo ele, essas iniciativas ainda são bastante tênues, mas tendem a se tornar, no futuro, um sistema de monitoramento oceânico permanente.
“Até agora o Brasil tinha participado desse conjunto de iniciativas apenas como coadjuvante. Mas, com o projeto que iniciamos agora, poderemos dar uma contribuição significativa à formação do sistema de monitoramento”, declarou.
Quando se observam as características físicas da circulação oceânica, segundo Campos, percebe-se que as atividades mais intensas ocorrem próximas aos continentes. Por isso é importante distribuir os instrumentos ao longo da linha que vai de um continente até o outro.
“O padrão de circulação do oceano Atlântico funciona como um mecanismo que distribui calor em vários locais do planeta. Se houver alteração nesse padrão, teremos resposta no clima. E esse padrão também responde às alterações na atmosfera”, explicou.
Segundo Campos, a instrumentação, que inclui sensores de temperatura e salinidade, será fundeada – isto é, presa no fundo do mar – desde a América do Sul até a África do Sul, ao longo de uma linha que passa a 34,5 graus de latitude sul. A equipe brasileira cuidará de toda a parte oeste da rede de monitoramento. A equipe francesa ocupará a parte leste e os norte-americanos da NOAA e da Fundação Nacional de Ciência (NSF, na sigla em inglês) cuidarão da parte central.
“A FAPESP está financiando alguns instrumentos cuja função é medir o transporte – isto é, a velocidade integrada das águas em uma determinada seção. O objetivo é avaliar quanto fluido está sendo transportado e quanto desse transporte de fluido carrega calor consigo. Queremos saber basicamente quanto calor está sendo transportado através dessa linha, em direção ao norte”, explicou.
Hoje, segundo Campos, sabe-se que o clima global é fortemente influenciado pela quantidade de calor que o Atlântico Sul transporta para o Atlântico Norte. “Por isso temos que medir a velocidade, a temperatura, a salinidade e uma série de parâmetros que nos permitirão entender como está sendo alterada a dinâmica da circulação”, afirmou.

Missão para o Alpha Crucis
O fundeamento dos equipamentos na parte brasileira do projeto será feito até o fim de 2012, segundo Campos, pelo navio oceanográfico Alpha Crucis, adquirido com recursos da FAPESP e gerenciado pela USP. Os instrumentos, segundo ele, ficarão fundeados a profundidades que vão de 200 metros a 6 mil metros.
“Os equipamentos não fazem transmissão em tempo real, por isso o navio precisará ir até eles algumas vezes para recuperar dados utilizando um sonar, além de realizar manutenções. Os equipamentos possuem modems acústicos e os dados são coletados quando o navio passa por cima deles. A cada dois anos, em média, será preciso recolher os instrumentos para trocar as baterias e refazer o fundeio”, disse Campos.
Segundo Campos, o projeto Samoc será provavelmente uma das primeiras utilizações do Alpha Crucis em grande escala. Sem o navio, a operação ficaria limitada, pois seria preciso utilizar navios da Marinha, que têm uma série de restrições e tornam a realização da pesquisa muito difícil.
“O Brasil tem uma tradição de pesquisa costeira, por falta de recursos, mas com o navio à disposição vamos finalmente produzir oceanografia do mais alto nível internacional”, disse.

Fonte:  Portal de notícias da FAPESP.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

3 dias para salvar o nosso planeta

Postado:  3 dezembro 2011
Nossos oceanos estão morrendo, nosso ar está mudando, e nossas florestas e matas estão virando desertos. Dos peixes e plantas à vida selvagem e seres humanos, estamos rapidamente matando o planeta que nos abriga. Há uma única grande causa dessa destruição do mundo natural: as mudanças climáticas. E nos próximos 3 dias temos uma chance de impedir isso de acontecer.

O tratado da ONU sobre as mudanças climáticas -- nossa melhor esperança para ação contra esse problema -- expira no ano que vem. Mas uma coalizão gananciosa de países dominados pelo petróleo e liderada pelos EUA está tentando acabar com esse tratado para sempre. É difícil de acreditar: eles estão trocando o lucro em curto prazo pela sobrevivência do nosso mundo natural.

A União Europeia, Brasil e China estão em cima do muro -- eles não são escravos das empresas de petróleo como os EUA são, mas precisam ouvir um chamado para ação massivo do povo antes de realmente liderarem financeira e politicamente a discussão para salvar o tratado da ONU. O mundo está reunido na conferência climática pelos próximos 3 dias para fazer uma grande decisão. Vamos enviar aos nossos líderes um clamor massivo para que eles se posicionem contra o petróleo e salvem o planeta -- uma equipe da Avaaz na conferência vai entregar nosso clamor diretamente. Assine a petição aqui!
 

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Desmatamento na Amazônia registra queda recorde

Arquivo/MMA
Foto Desmatamento na Amazônia registra queda recorde
Novas taxas registram maior queda já verificada e revelam que estratégia do Gabinete de Crise para combater o desmatamento, criado em abril, surtiu efeito. Número é o menor da série histórica, desde a criação do Prodes.
05/12/2011
Paulenir Constâncio
O desmatamento na Amazônia atingiu seus menores níveis desde 1988. De acordo com os números estimados pelo Inpe, divulgados nesta segunda-feira (05/12), foram registradas as mais baixas taxas já estimadas pelo Prodes, sistema que monitora anualmente o desflorestamento em áreas de até 6,25 hectares.

A queda, de agosto de 2010 a julho de 2011, é de 11,7%. A área desmatada é de 6,2 mil Km2, inferior aos 7 mil Km2 registrado no mesmo período entre 2009-2010. A margem de erro é de 10% e os números finais saem em meados de 2012.

Os novos números revelam que o Brasil está cumprindo as metas de redução do desmatamento assumidas na Conferência do Clima, em Copenhagen, em 2009. Até 2020, a redução deve ser de 80% do desmatamento, de acordo com a Política Nacional sobre Mudanças Climáticas, aprovada pelo Congresso e sancionada pelo Executivo.

Em abril passado, quando o desmatamento começou a apresentar sinais de aumento, especialmente no Mato Grosso, foi instalado um gabinete de crise. Somente para esse estado, o Ibama enviou 500 fiscais. Operações conjuntas com a Polícia Federal, a Força Nacional de Segurança e o Exército estancaram o crescimento. "Essa conquista representa uma vitória forte e mostra que fomos capazes de responder prontamente ao aumento do desmatamento ilegal na região amazônica no início de 2011", disse a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, em coletiva à imprensa no Palácio do Planalto.

A estimativa apresentada baseou-se na análise de 96 imagens, que cobrem 90% de todo o desmatamento na região. E deverá ser complementada pela análise de mais 117 imagens restantes, necessárias para cobrir a área de floresta na Amazônia Legal.

As estimativas apontam que o Mato Grosso e Rondônia foram os estados que mais desmataram no período. O Pará registrou uma redução de quase 900 Km2. Oito novos municípios entraram na lista dos que mais desmatam a floresta e se tornaram alvos prioritários de operações de fiscalização. A queda nas taxas do Prodes é apontada pelo MMA como resultado desses esforços.

O Governo planeja novos avanços na estratégia de redução do desmatamento com a revisão, no primeiro semestre de 2012, do Plano de Ação para a Prevenção e Controle do Desmatamento. 
Fonte: Portal do MMA.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

RN: Operação Brasil-Alemanha lança foguete em Natal.



O Centro de Lançamento da Barreira do Inferno (CLBI), no Rio Grande do Norte, lança amanhã, às 20 horas (horário de Brasília), o foguete VS-30. Foto: CLBI/Divulgação O Centro de Lançamento da Barreira do Inferno (CLBI), no Rio Grande do Norte, lança amanhã, às 20 horas (horário de Brasília), o foguete VS-30

O Centro de Lançamento da Barreira do Inferno (CLBI), no Rio Grande do Norte, lança na sexta-feira, às 20 horas (horário de Brasília), o foguete VS-30. O exercício marca os 40 anos do acordo de cooperação tecnológica internacional entre o Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA) e o Centro Espacial da Alemanha (DLR). No último dia 25, o CLBI realizou com sucesso o treinamento para o lançamento deste veículo, lançando o veículo ORION.
O foguete VS-30 será lançado com uma carga útil científica portando dois experimentos: um do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e outro da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). O VS-30 é um veículo mono-estágio que utiliza propelente sólido, tendo, no voo, 7,1 m de comprimento (dos quais 3,1 m de carga útil) e uma massa total da ordem de 1,5 mil kg.
Os experimentos
O experimento científico do INPE consiste em uma Sonda de Langmuir, que fará medidas do perfil da densidade de elétrons a partir do perfil da corrente recolhida por um sensor de aço inox, montado na ponta da coifa do foguete. A sonda medirá a temperatura cinética dos elétrons e coletará dados da função de distribuição de sua energia.
Já o experimento da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, um GPS desenvolvido em cooperação com o Instituto de Aeronáutica e Espaço, tem como função básica informar com precisão a posição e a velocidade do foguete (neste caso) ou de um satélite no espaço. A principal inovação é a incorporação de certas características, principalmente de software, que não estão presentes em receptores disponíveis comercialmente - como a capacidade de funcionar em elevadas altitudes e em altas velocidades sem perder o sincronismo com o sinal recebido da constelação de satélites. Atualmente, os receptores GPS utilizados na área espacial no País são importados.

Nota: Participam do projeto docentes do PPGCC (vide link ao lado), professores Dr. Enivaldo Bonelli e o Dr. Gilvan Luiz Borba.

Fonte: Portal Terra.