sexta-feira, 30 de julho de 2010

Palestra aborda importância da previsão do mar

30/07/2010 - 12:52
As previsões do tempo e condições do mar têm papel importante para a navegação, prática de esporte, resgate de vítimas, entre outras finalidades.  O professor em oceanografia da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Clemente Augusto Souza Tanajura, falou hoje (30), na 62ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), em Natal (RN), a respeito da empregabilidade da previsão do mar e também sobre os modelos de previsão existentes no Brasil e no mundo.

O professor deu início à conferência com a afirmação de que a previsão precisa ser compreendida como um processo de estimativa. “A previsão é algo complicado porque está tratando de antecipar os fenômenos futuros. Mesmo usando o passado como histórico para estimar o futuro, ainda assim, é incerto”, enfatizou.

Em sua palestra, Tanajura falou ainda onde a previsão é aplicada. “Para uma navegação segura, é imprescindível a previsão do mar. Sem isso, um navio não pode estabelecer sua rota. E, em muitos casos, nem mesmo zarpar em uma expedição. Para resgate de vítimas e embarcações à deriva também são utilizados os dados para identificar as localidades de busca. O caso de lançamento de equipamentos para observação  meteo-oceanográficos é outro exemplo em que não é possível proceder sem a previsão”, descreveu.

Clemente disse, ainda, que nos casos de vazamento de óleo, a previsão é importante para descrever o possível percurso de correntes marinhas. “Equipes que lutam para conter vazamentos de óleo se fazem valer da previsão do mar para identificar o caminho que as manchas de óleo tomarão em um determinado período de tempo”, disse.

Rede Remo
O professor da Universidade da Bahia, Clemente Augusto, apresentou na palestra proferida na 63ª Reunião
Anual da SBPC, sobre a Rede de Modelagem e Observação Oceanográfica, uma parceria entre a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Universidade Federal do Rio Grande - FURG, Universidade Federal da Bahia (UFBA), Universidade de São Paulo (USP), Petrobras, Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e Marinha do Brasil.
Clemente explicou que a Rede foi constituída principalmente para desenvolver pesquisas e tecnologias em oceanografia física para com modelagem e observação sobre o Oceano Atlântico. Ele acrescentou que estão disponíveis no site da Rede – www.rederemo.org – as previsões oceânicas de curto prazo – de 5 a 7 dias –   produzido diariamente pelos modelos oceânicos HYCOM e ROMS e campos de temperatura da superfície do mar elaborados com dados de sensoriamento remoto. “A ideia da Rede é dar apoio às atividades marinhas. Dessa forma, a área de abrangência se restringe principalmente à costa brasileira onde estão localizados os campos de petróleo”, disse.

Fonte: notícias do MCT (original aqui)

SBPC 2010 - 30/07

Encerra-se hoje a 62ª Reunião Anual da SBPC que está sendo realizada em Natal. Abaixo algumas atividades de interesse para as Ciências Climáticas.

Sexta-feira, 30
Conferências - das 10h30 às 12h00

ACIDIFICAÇÃO DOS OCEANOS
Escola de C&T - Anfiteatro C
Conferencista: Nelson Lagos Suarez (UST/CL)
Apresentador: Edmo José Dias Campos (USP)

PREVISÃO DO MAR
Escola de C&T - Anfiteatro F
Conferencista: Clemente Augusto Souza Tanajura (UFBA)

Mesas-Redondas - das 15h30 às 18h00

CIÊNCIAS DO MAR COM CIÊNCIA E CULTURA
Auditório da Biblioteca
Coordenador: Wanda Jorge (UNICAMP)
Participantes: Fábio Hazin (UFRPE)

Simpósios - das 15h30 às 18h00

SISTEMAS DE MONITORAMENTO OCEÂNICOS E CLIMÁTICOS; ASSIMILAÇÃO DE DADOS EM MODELOS OCEÂNICOS
Anfiteatro A do CCET
Participantes: Domingos Fernandes Urbano Neto (INPE) e Clemente Augusto Souza Tanajura (UFBA)

quinta-feira, 29 de julho de 2010

SBPC 2010 - 29/07

Segue lista de seleção de eventos que serão realizados nesta quinta-feira, 29/07/2010.

Conferências - das 10h30 às 12h00

IMPACTOS DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS NA ZONA COSTEIRA
Auditório da Reitoria
Conferencista: José Maria Landim Domingues (UFBA)
Apresentador: Edmo José Dias Campos (USP)

Mesas-Redondas - das 15h30 às 18h00

SUSTENTABILIDADE NO AMBIENTE CONSTRUÍDO: CONFORTO E EFICIÊNCIA ENERGÉTICA
ANTAC
CB-Anfiteatro das Aves
Coordenador: Lucila Chebel Labaki (UNICAMP)
Participantes: Aldomar Pedrini (UFRN) e Solange Maria Leder (UFPB

Mudanças Climáticas e Perspectivas para o Brasil


29/7/2010
De 4/8/2010 a 25/8/2010
Faltam 6 dias para o início do evento. Duração: 22 dias
Agência FAPESP – No mês de agosto, quatro palestrantes discutirão, em São Paulo, na série “Mudanças Climáticas e Perspectivas para o Brasil”. O evento será realizado, respectivamente, nos dias 4, 11, 18 e 25 de agosto.
O evento tem a curadoria de José Eli da Veiga, professor titular do Departamento de Economia da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) da Universidade de São Paulo (USP), e apoio da CPFL Cultura.
Serão quatro encontros que abordarão transformações econômicas, políticas e sociais que o Brasil terá que enfrentar para organizar a Copa do Mundo 2014, com foco na emergência de novas fontes de energia a partir dos atuais quadros de mudanças climáticas e de desenvolvimento sustentável.
No dia 4, a palestra “A dinâmica das potências climáticas e as perspectivas da transição ao baixo carbono” será proferida por Eduardo Viola, cientista político e professor titular do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de Brasília (UnB).
No dia 11, Sérgio Besserman Vianna, ambientalista, economista e professor do Departamento de Economia da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ), falará sobre as “Transformações econômicas, políticas e sociais na transição ao baixo carbono”.
“Governos, empresas e movimentos sociais na transição ao baixo carbono”, no dia 18, será a palestra de Ricardo Abramovay, professor titular do Departamento de Economia da FEA e do Instituto de Relações Internacionais da USP e coordenador do Projeto Temático “Impactos socioeconômicos das mudanças climáticas no Brasil: dados quantitativos para orientação de políticas públicas”, apoiado pela FAPESP.
No dia 25 de agosto, Eli da Veiga abordará o tema “Crescimento econômico e desenvolvimento na transição ao baixo carbono”.
As inscrições são gratuitas e livres de taxas. O evento será realizado às 19h30, no Centro de Excelência da FAAP, localizado na rua São Vicente de Paulo, 463, na capital paulista.

Fonte: eBoletim da FAPESP

quarta-feira, 28 de julho de 2010

SBPC 2010 - 28/07

Segue lista de uma seleção de eventos que serão realizados nesta quarta-feira, 28/07/2010.


Conferências - das 10h30 às 12h00

MUDANÇAS CLIMÁTICAS - A IMPORTÂNCIA DOS OCEANOS
Escola de C&T - Anfiteatro B
Conferencista: Edmo José Dias Campos (USP)
Apresentador: Antonio José Silva Oliveira (UFMA)

TRANSPORTE DE MATERIAIS CONTINENTE-OCEANO
Escola de C&T - Anfiteatro A
Conferencista: Luiz Drude de Lacerda (UFC)
Apresentador: Alberto Brum Novaes (UFBA)


Ciência em Ebulição - das 13h00 às 15h00

MUDANÇAS CLIMÁTICAS: PAPEL ANTRÓPICO
Escola de C&T - Anfiteatro A
Moderador: Adalberto Luiz Val (INPA)
Participantes: Paulo Artaxo (USP) e Ricardo Augusto Felício (USP)

Encontros - das 18h00 às 20h00

OS MEIOS PARA PESQUISA OCEANOGRÁFICA - EMBARCAÇÕES
Escola de C&T - Anfiteatro B
Coordenador: Edmo José Dias Campos (USP)


terça-feira, 27 de julho de 2010

Impacto das mudanças climáticas no semiárido em debate na SBPC

27/07/2010 - 13:50
Queda de 11,4% no Produto Interno Bruto (PIB) do Nordeste, um aumento de 24% na taxa de migração da região e o crescimento de doenças emergentes. Estas são algumas das consequências projetadas pelos estudos a não se refrear o processo de degradação ambiental na região semiárida do País.
O alerta foi um dos tópicos abordados pelo diretor do Instituto Nacional do Semiário (Insa/MCT), de Campina Grande (PB), Roberto Germano Costa, na Conferência Desafios da Sustentabilidade em Regiões Semiáridas, que integra a progração de hoje (27) da 62ª Reunião Anual da Sociedade para O Progresso da Ciência (SBPC), na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).
Germano disse que os impactos das mudanças climáticas nas regiões secas ou semiáridas do planeta são preocupação de muitas Nações, até porque elas representam 41,3% da superfície global. No Brasil, esse ecossistema ocupa uma área de 15,7% do território ou cerca de 1,3 milhões de Km². Essa área, abrange 1.482 municípios habitado por 31 milhões de pessoas, respondendo a 18,6% da população brasileira.
O diretor do Insa disse que a problemática que envolve a região semiária nunca esteve inserida nas preocupações do governo Federal como agora. "Tanto assim, que o semiárido e uma série de poplíticas públicas voltadas para a região estão contemplados no Plano de Ação de Ciência, Tecnologia e Inovação para o Desenvolvimento Social (PAC,T&I - 2007-2010), coordenado pelo Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT)", disse Germano. 
Além disso, lembrou Germano, a propria criação do Insa há dois anos, demonstra a preocupação do governo com a região semiárida do País, "hoje, já alvo de muita presquisa e atenção, embora reconheçamos que muito ainda precisa ser feito e com certa urgência".
Para reforçar a importância que o semiárido representa hoje para vários países Germano apresentou um resumo da 2ª Conferência Internacional sobre Sustentabilidade e Desenvolvimento do Semiárido (Icid), marcada para ocorrer de 16 a 20 de agosto próximo, em Fortaleza (CE). O diretor do Insa disse que o evento envolve 94 países, reunirá as sugestões que foram recolhidas em uma série de encontros preparatórios ao longo desse primeiro semestre em vários países, incluindo o Brasil.
O Icid 2010 também é a base da segunda conferência mundial sobre clima e sustentabilidade, a chamada Rio+20.

Fonte: Portal do MCT, aqui.

SBPC 2010 - 27/07

Segue lista de uma seleção de eventos que serão realizados nesta terça-feira, 27/07/2010.

Conferências - das 10h30 às 12h00

GELEIRAS, VARIABILIDADE CLIMÁTICA E O NÍVEL DO MAR
Escola de C&T - Anfiteatro B
Conferencista: Jefferson Cardia Simões (UFRGS)
Apresentador: José Raimundo Braga Coelho (SBPC)

Mesas-Redondas - das 15h30 às 18h00

FERTILIZAÇÃO DOS OCEANOS: O QUE SABEMOS, O QUE PRECISAMOS SABER
Escola de C&T - Anfiteatro B
Coordenador: Edmo José Dias Campos (USP)
Participantes: Lew Rothstein (URI/USA), José Henrique Muelbert (FURG) e Dan Whaley (CLIMOS/USA)

Simpósios - das 15h30 às 18h00

ALÉM DO MITO DO PAÍS TROPICAL: A INFLUÊNCIA DA ANTÁRTICA NO AMBIENTE BRASILEIRO
Auditório da Biblioteca
Coordenador: Jefferson Cardia Simões (UFRGS)
Participantes: Heitor Evangelista da Silva (UERJ), Lúcia de Siqueira Campos (UFRJ) e Neusa Paes Leme (INPE)

TRANSPORTE DE MATERIAIS ATMOSFERA-OCEANO E CONTINENTE-OCEANO
Escola de C&T - Anfiteatro A
Coordenadores: Jailson Bittencourt de Andrade (UFBA) e Luiz Drude de Lacerda (UFC)
Participantes: Vanessa Hatje (UFBA), Flavia R. Mochel (UFMA) e Renato da Silva Carreira (UERJ)

Encontros - das 18h00 às 20h00

CIENTISTAS E JORNALISTAS: O MAR COMO NOTÍCIA
Escola de C&T – Sala 4
Coordenador: José Roberto Ferreira (Acadêmica) e Elisa Oswaldo-Cruz (ABC)

Sessão Especial – das 18h00 às 20h00

EXIBIÇÃO DO FILME "OCEANS"
CENSUS OF MARINE LIFE
Auditório da Biblioteca
Coordenador: Lúcia de Siqueira Campos (UFRJ)

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Regiões do Nordeste brasileiro têm aumento na temperatura de 3,5°C



26/07/2010 - 15:21
“A temperatura em várias regiões do Nordeste brasileiro aumentou 3,5°C nos últimos 40 anos”, afirmou hoje (26), na 62ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), em Natal (RN), o metereologista do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe/MCT), Paulo Nobre. Segundo ele, os efeitos das mudanças climáticas, sem dúvidas, são responsáveis pelo aquecimento.

Nobre destacou, ainda, que, em função do aumento da temperatura, os eventos extremos – chuva forte e calor excessivo – estão ocorrendo com mais frequência. Entre eles, chuva de mais de 100 milímetros num espaço de menos de 24 horas são exemplos da mudança de temperatura. “A população ribeirinha, por exemplo, tem sofrido muito com o aquecimento da região Nordeste. As erosões são mais constantes, as enchentes, além das descargas ambientais”, citou o metereologista.

O especialista citou que a chuva que ocorre em Alagoas e Pernambuco são oriundas de um aquecimento global ocasionado principalmente pelo desmate de árvores e pela emissão desenfreada de gases de efeito estufa. “Estamos há décadas atrasados. Nosso País já desmatou muito, sem ter a verdadeira consciência dos prejuízos futuros. Hoje, temos essa consciência e, por isso, precisamos correr com os programas de reflorestamento. Não basta apenas derrubar uma árvore aqui e replantar outra ali. Devemos ter um programa de replantio com o apoio principalmente do governo Federal”, disse.

Segundo Nobre, o aumento considerável na temperatura de certas regiões nordestinas pode ser explicado devido à falta de vegetação. “Em regiões com baixa vegetação, a água não é retida no solo e, mais que isso, não existe água para evaporar. Desse modo, a seca provoca o aumento da temperatura de forma mais acelerada se comparado com outras regiões com uma vegetação mais satisfatória”, disse.

Entre as soluções para os problemas do Nordeste, Nobre, citou algumas. “O governo precisa criar programas de reflorestamento e empregar neles os sertanejos. Além disso, investimentos em matrizes energéticas limpas e, principalmente, trabalhar a questão da preservação do meio ambiente com as nossas crianças. Na escola é possível fazer muito pelo nosso País. A discussão que propus aqui (SBPC) é criar essa emblemática, que a água não é o problema, mas o Sol é a nossa solução. A população precisa se adaptar às mudanças globais e saber viver com o clima alterado”, enfatizou.

Fonte: Portal do MCT

domingo, 25 de julho de 2010

Ciências Climáticas na SBPC - 26/07/2010

Durante a realização da 62a reunião anual da SBPC, serão oferecidos vários mini-cursos que envolvem Ciências Climáticas, alguns dos quais ministrados por pesquisadores do PPGCC (vide post anterior). As aulas serão realizadas de 27 a 30 de julho, no período de 8 às 10 horas da manhã. Eis uma seleção destes mini-cursos:

MC-08 - INTRODUÇÃO À GEOFÍSICA ESPACIAL
SBGF
Setor de Aulas II - Sala C-1
Responsável: Gilvan Borba (UFRN)
Ementa: O mini-curso tratará inicialmente so Sol, suas características básicas, e efeitos sobre o meio interplanetário, ou seja, do clima espacial, depois trataremos da alta atmosfera terrestre e do campo geomagnético para, emseguida abordar a tópicos relacionadas com a interação entre o Sol e a Terra, levando em conta as características eletromagnéticas dessa interação. Finalmente trataremos da ionosfera terrestre, suas características e resposta ao clima espacial.

MC-11 - INTRODUÇÃO ÀS CIÊNCIAS CLIMÁTICAS: A ATMOSFERA E OS OCEANOS
SBMet
Setor de Aulas II - Sala D-1
Responsáveis: Davi Mendes (INPE) e João Antônio Lorenzzetti (INPE)
Ementa: Conceitos Básicos. Sistemas Termodinâmicos. Introdução ao Sistema Climático. Atmosfera e Clima. Oceanos e Clima. Nuvens e Aerosóis. O Balanço da Radiação. Transferência de Radiação. Interação Terra-Atmosfera. Interação Oceano-Atmosfera. O Ciclo Hidrológico. Entropia no Sistema Climático. Modelos de Clima e Previsões. Princípios Físicos da Simulação Numérica do Clima.

MC-13 - QUÍMICA DA ATMOSFERA E DOS OCEANOS
SBMet
Setor de Aulas II - Sala D-3
Responsáveis: Neusa Maria Paes Leme (INPE) e Judith Hoelzemann (INPE)
Ementa: Introdução à Química da Atmosfera. Processos Químicos e Fotoquimicos. Aerossóis.
Poluentes Atmosféricos. Processos de Remoção de Poluentes da Atmosfera. Ciclo da Água. Ciclo do Carbono. Ciclo do Nitrogênio. Ciclo do Enxofre. Medições de CO2. Ozônio. Radiação na Atmosfera. O Papel e a Presença de Ozônio na Atmosfera. Avaliação de Impactos Ambientais.

Nesta segunda-feira, dia 26, serão realizados os seguintes eventos envolvendo participação - direta ou indireta -, da pós-graduação em Ciências Climáticas da UFRN:


MUDANÇAS CLIMÁTICAS E O NORDESTE BRASILEIRO
Conferência - das 10h30 às 12h00
Escola de CeT - Anfiteatro A
Conferencista: Paulo Nobre (INPE)
Apresentador: Arthur Mattos (UFRN)

MUDANÇAS CLIMÁTICAS: MITIGAÇÃO, MIGRAÇÃO E ADAPTAÇÃO
Mesa-Redonda - das 15h30 às 18h00
SBMet
Escola de CeT - Anfiteatro D
Coordenador: Jose Antonio Marengo Orsini (INPE)
Participantes: Alisson Flávio Barbieri (UFMG), Dimitri Fazito de Almeida Rezende (UFMG) e Reinaldo Antônio Petta (UFRN)

CIÊNCIAS DO MAR COMO EIXO DE DESENVOLVIMENTO NACIONAL
Encontro - das 18h00 às 20h00
Escola de CeT - Anfiteatro D
Coordenador: Paulo Nobre (INPE)

SBPC - 62a reunião anual começa hoje

Começa hoje em Natal a 62ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), com extensa programação científica, cultural e política. 
A programação científica pode ser lida aqui (arquivo em PDF).

O Programa de Pós-Graduação em Ciências Climáticas da UFRN procurou contribuir da melhor forma possível para o sucesso da programação. Na próxima postagem, relacionaremos os principais eventos envolvendo pesquisadores do PPGCC, ou que foram propostos por este programa.

O PPGCC oferece o primeiro curso de Doutorado do país com ênfase em modelagem e instrumentação para o estudo das ciências de clima e oceano, contando com a importante parceria do INPE e do CRN/INPE, além do apoio de outras instituições nacionais e do exterior.


quinta-feira, 22 de julho de 2010

Onda de calor mata 500 na Rússia; Greenpeace culpa mudança climática

DE SÃO PAULO
DA REUTERS, EM MOSCOU


Grupos ambientais defenderam nesta terça-feira que a seca e a onda de calor na Rússia -- que causa grandes prejuízos à agricultura e já deixou ao menos 500 mortos -- são causadas pelas mudanças climáticas que aceleram o aquecimento do planeta.
"A onda de calor dos últimos dois meses é uma consequência das mudanças climáticas e especialistas do Greenpeace já encontraram provas disso. O governo da Rússia, de uma maneira ou de outra, terá que tomar providências para combater os efeitos das alterações do clima", disse a ONG em comunicado.


Ativistas indicaram que os fenômenos deveriam ser causa de preocupação para o Kremlin, motivando o governo russo a tentar reduzir suas emissões de carbono, atualmente entre as mais altas do mundo.
Desde o fim de junho o centro da Rússia tem sofrido com uma onda de altas temperaturas e seca intensa. Atingindo recordes, os termômetros chegaram a marcar 40ºC durante vários dias.O calor inédito faz com que as pessoas busquem lagos, mares e rios para se refrescar, aumentando o risco de mortes por afogamento. O hábito nacional de beber vodka também contribui para os acidentes.

Somente nas últimas 24 horas ao menos 71 pessoas morreram afogadas no país, de acordo com o ministério de Situações de Emergência.
"Em um dia aconteceram 85 incidentes em ambientes aquáticos na Rússia, com a morte de 71 pessoas e o resgate de outras 20 com vida. É o maior número de pessoas mortas em um dia desde que começou a temporada de calor deste ano", indicou um porta-voz ministerial à agência "RIA Novosti".
MUDANÇAS CLIMÁTICAS
Além das mortes causadas por afogamento, as altas temperaturas e seca no país causam enormes perdas no setor de agricultura, o que já fez soar alertas nacionais para a questão.
De acordo com associações de agricultores, desde o fim de junho o calor já destruiu uma área de plantações do tamanho de Portugal.
Apesar de a seca dominar a pauta dos jornais e emissoras de rádio e TV por dias na Rússia, pouco se fala sobre as possíveis origens do fenômeno, acusam grupos ambientalistas como o Greenpeace.
De acordo com os grupos esta "apatia" tem permitido ao governo evitar qualquer comentário ou menção sobre uma potencial redução da emissão de carbono ou possíveis fatores climáticos envolvidos na seca e onda de calor.
O Greenpeace argumenta que o fenômeno atual foi causado e intensificado pela ausência de umidade na terra em importantes regiões de produção agrícola na Rússia, incluindo Volgogrado e Voronezh, atingidas por uma já inédita seca em 2009.
Para a ONG a neve que caiu no meio deste inverno não foi suficiente para devolver a umidade necessária ao solo, que permaneceu seco desde o ano passado.

Leia mais aqui.

Nota do Blog: postamos a notícia acima, não pelo fato simples e puro de acreditarmos que as mudanças climáticas de fato são as responsáveis pelo eventos severos que estão ocorrendo no mundo nesses dias. Mas, esperamos que sirva com estímulo, para nos levar a uma reflexão sobre os que tem ocorrido no mundo nos últimos tempos. Nestes dias, em quase todo canto do mundo há registro de um evento extremo ou severo, em termos de tempo ou clima. Inclusive por aqui, no Brasil, como tem sido mostrado na mídia.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Inpa debate sobre Amazônia na 62ª reunião da SBPC

Nota publicada no portal do MCT
Clique para ver todas as fotos de Inpa debate sobre Amazônia na 
62ª reunião da SBPC
Inpa debate as mudanças climáticas da Amazônia
21/07/2010 - 09:04
A abertura da 62ª reunião da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) começa na noite do próximo domingo (25). O Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCT) vai participar do evento com palestras e na ExpoT&C, local onde serão expostos os trabalhos desenvolvidos por várias instituições.
O Inpa focará nas atividades voltadas para apresentação do conhecimento da biodiversidade amazônica e o uso desse potencial, incluindo produtos processados e patenteados.
Os resultados das pesquisas do Inpa também estarão em evidência durante a reunião da SBPC com a intenção de destacar a importância das pesquisas no desenvolvimento da Amazônia. O principal objetivo é articular a produção e a transferência de conhecimento para o setor produtivo, aproximando empresas, governo e academia.

Apesar do tema deste ano ser o mar, as discussões devem abordar as mudanças climáticas e a Amazônia. Os ministros da Educação, Fernando Haddad, e da Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende serão palestrantes de conferências na abertura e encerramento do evento.

Os candidatos à presidência da República foram convidados para expor suas idéias à comunidade científica. Segundo o diretor do Inpa, Adalberto Val, a reunião desse ano será a oportunidade para debater os rumos das ações em ciência e tecnologia para os próximos anos.

“Essa reunião da SBPC é emblemática devido à eleição para presidente. O evento é extremamente importante para discussão do nosso progresso científico desde a última reunião que ocorreu em Manaus (2009), mas também é um momento de articulações entre as várias Instituições e cientistas para delinear novas posturas para o futuro”, destacou. 

Apresentação de pesquisas
O Inpa apresentará pesquisas nas áreas de Produtos Florestais como aproveitamento de galhos e troncos da pupunheira na confecção de móveis e instrumentos musicais, pequenos objetos de madeira, tijolo vegetal e produtos desenvolvidos a partir de tecnologias alternativas; óleos utilizados na fabricação de perfumes, remédios e cosméticos que têm mercado garantido e alguns são exportados. O Linalol, por exemplo, utilizado como fixador de famosos perfumes franceses é extraído de uma madeira chamada Pau-Rosa. Serão mostrados ainda cosméticos derivados de palmeiras da região como o buriti e pupunheira, desenvolvidos pelo Grupo de Ciências da Saúde; diversidade vegetal em frutas, hortaliças e medicinais; coleção com pequenas amostras de madeira da Amazônia, e mostruário de besouros e borboletas exóticos.
O Inpa também deve expor as atividades desenvolvidas na área de capacitação de recursos humanos através dos cursos de pós-graduação do Instituto além dos projetos de divulgação científica e responsabilidade socioambiental.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Desmatamento da Amazônia caiu 47%

Abaixo reproduzimos matéria publicada no Estado de São Paulo online dá destaque para a queda do desmatamento na Amazônia, conforme relatório recente publicado pelo INPE com base em  monitoramento realizado pelo sistema DETER. Há muito o que se comemorar com isto, e torcer para que este processo de desaceleração do desmatamento continue até chegarmos a um patamar sustentável.


20/07/2010 - 19h59 

Brasília - Faltando apenas dois meses do período de coleta de dados da taxa anual de desmatamento, o ritmo de abate de árvores na Amazônia indica queda de 47%. O número é maior do que os 42% do porcentual recorde de queda da devastação da floresta, registrado pelos satélites do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) no ano passado. A indicação de nova queda aparece nos dados acumulados durante dez meses - entre agosto de 2009 e maio de 2010 - pelo Deter, o sistema de detecção do desmatamento em tempo real. Divulgado também pelo Inpe, o Deter é usado para orientar a ação de fiscais no combate à devastação da Amazônia.

O sistema Deter já captou desde agosto passado o corte de 1.567 quilômetros quadrados da Floresta Amazônica. Essa área é superior à cidade de São Paulo. Mas conta apenas uma parte da história do que acontece na região. Mais rápido e menos preciso, o Deter não capta desmatamentos em áreas com menos de 50 hectares (meio quilômetro quadrado). Vem daí a principal diferença entre o sistema de detecção do desmatamento em tempo real e o Prodes, que mede a taxa oficial, divulgada ao final de cada ano.
No ano passado, o Prodes mediu redução recorde de 42% no ritmo do desmatamento. A área abatida foi a menor desde o início da série histórica do Inpe, em 1988. Entre agosto de 2008 e julho de 2009 foram devastados 7.464 quilômetros quadrados de floresta, ou cerca de 5 vezes o tamanho da cidade de São Paulo. No ano anterior, a Amazônia havia perdido quase 13 mil quilômetros quadrados de floresta. Essa queda recorde foi registrada depois de um ano de interrupção num período de queda do abate de árvores, que vinha se mantendo desde 2004, e de uma crise no governo. Foi resultado sobretudo do aumento de fiscalização e de medidas como o corte de crédito aos desmatadores e o embargo da produção em áreas de abate ilegal de árvores.
De acordo com dados dos satélites do Inpe, os piores anos para a floresta foram 1995, 2004 e 2003, com mais de 25 mil quilômetros quadrados devastados em cada um desses anos. A nova taxa oficial de desmatamento ainda depende das medições dos satélites nos meses de junho e julho, que tradicionalmente apresentam ritmo acelerado de corte de árvores. O período mais complicado na preservação da floresta começa com o fim das chuvas na região e segue até outubro. Em maio, o Inpe registrou 11,4% de desmatamento a menos do que no mesmo mês do ano passado, dado de contribuiu para a queda de 47% acumulada desde agosto de 2009.
Fonte: Agência Estado, via UOL

segunda-feira, 19 de julho de 2010

"Proclima não implementa ações" - matéria da Tribuna do Norte

Publicação: 20 de Julho de 2010 às 00:00

"O Governo do Estado criou em 2007 um plano de combate aos efeitos negativos das mudanças climáticas no Rio Grande do Norte, mas não conseguiu dar seguimento ao conjunto de ações programadas. O Plano Estratégico do Estado do Rio Grande do Norte 2007-2017 para Mitigação, Avaliação de Impactos e Vulnerabilidades e Adaptação às Mudanças Climáticas, ou simplesmente Proclima RN, foi elaborado por um grupo intersetorial do Governo, formado por várias secretarias, além de representantes da UFRN, Petrobrás, entre outros. O Proclima tinha 99 projetos, dentre eles 26 prioritários.


As primeiras ações do Proclima deveriam ter sido postas em prática já no início de 2008. Mas de acordo com a assessora técnica da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Joana D´Arc Freire, uma das responsáveis pela elaboração do Plano, o caráter “transversal” das propostas dificultou o trabalho. “Como era uma proposta de várias secretarias, ninguém é o “dono da criança”, o que torna tudo mais difícil. Mas as diretrizes estão aí, o que significa que o Plano ainda pode ser posto em prática”, explica Joana D´arc, ressaltando que muitas ações previstas foram concretizadas isoladamente pelas secretarias participantes.

O Proclima tinha sete áreas de atuação, por onde se distribuíam os 99 projetos. São elas: energia e transporte; recursos hídricos e saneamento ambiental; florestas e cobertura vegetal; áreas costeiras; agropecuária; educação e comunicação; e pesquisa. Como se sabe, as alternativas de preparação para as mudanças climáticas são principalmente a mitigação, tentativa de diminuir os efeitos negativos, e a adaptação, para se conviver mais facilmente com essas modificações. O Plano Estratégico segue esses dois caminhos.

As mudanças climáticas devem provocar uma diminuição das chuvas em todo o Nordeste, afetando assim negativamente o atual modo de produção, baseado na agricultura familiar de subsistência. Além disso, as zonas costeiras devem sofrer com o avanço do mar. É o que dizem os principais cientistas, como a TRIBUNA DO NORTE mostrou em reportagem no último domingo. Como são provocadas por um fenômeno global, é improvável que o RN sozinho, consiga mitigar os efeitos das mudanças climáticas. Mesmo assim, o Proclima trouxe inúmeras ações para atenuar as consequências do aumento da temperatura no planeta.

Entre as prioridades para o Proclima estavam a contenção do avanço do mar, algo já feito em alguns municípios, a diminuição das queimadas, o manejo sustentável do solo e o reflorestamento em áreas degradadas, principalmente as afetadas pela desertificação. Também seria criado o ICMS Ecológico, com o objetivo de “estabelecer mecanismos de distribuição do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) com critérios ambientais”.

A capacitação de gestores das Prefeituras e a oferta de assessoria técnica para a iniciativa privada teriam o intuito de aumentar a eficiência energética e disciplinar o uso das zonas costeiras. Campanhas para ensinar a população a fazer a coleta seletiva seriam complementadas com o incetivo para que os municípios do interior fizessem consórcios para tratar o seu lixo de forma mais seguras nos aterros. Os consórcios atualmente são estimulados pelo Governo do Estado, mas através de uma ação isolada.
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Comentário do autor: Não nos surpreende que não tenha funcionado, e não vai funcionar. Não nos moldes em que foi desenhado. Não temos a menor idéia de qual seria a intenção, mas o fato é que um projeto desta envergadura, deveria ser amplamente debatido e divulgado, uma vez que partiu, segundo a matéria, do governo do estado. No entanto, andando no sentido contrário do que foi e está sendo feito em vários estados da federação, especialmente no caso de São Paulo, os autores do projeto são ilustres desconhecidos do público. Talvez sejam pessoas públicas importantes e influentes, mas não tiveram suas participações divulgadas, nem tão pouco houve debate aberto à sociedade potiguar. É, no mínimo, estranho.

Fórum discute patrimônio genético, patentes e pirataria

Abaixo divulgamos o importante evento sobre Biodiversidade que acontecerá na Unicamp no próximo mês.
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No Ano Internacional da Biodiversidade, o Museu Exploratório de Ciências (MC) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) realiza no dia 12 de agosto, em Campinas, o fórum “Biodiversidade em perspectiva: patrimônio genético, patentes e pirataria”. Afinal, a quem deve pertencer os royalties das descobertas científicas no Brasil e no resto do mundo?

O evento é gratuito e acontece no Auditório do Centro de Convenções da Unicamp (CDC) das 9 às 17 horas. Podem participar pesquisadores, professores, estudantes e demais interessados no assunto. As inscrições devem ser realizadas no site da Coordenadoria Geral da Universidade da Unicamp (CGU) até o dia 10 de agosto.

Pela manhã, às 9h30, haverá a palestra "Problemas e potencialidades da biodiversidade brasileira: patentes e biopirataria", com Gonçalo Guimarães Pereira, professor titular da Unicamp e revisor de diversos periódicos científicos.

Em seguida, às 11h, acontecerá a mesa redonda “Biotecnologia, Patentes e Biopirataria”, com Márcio Schuler, Diretor do Departamento do Patrimônio Genético do Ministério do Meio  Ambiente (DPG) e Lara Sette, do Centro Pluridisciplinar de Pesquisas Químicas, Biológicas e Agrícolas  da Unicamp (CPQBA).

No período da tarde, às 14h, o pesquisador Roberto Berlinck da Universidade de São Paulo apresenta a palestra "Cientistas brasileiros não são biopiratas". Na seqüência, às 15h15, Spartaco Astolfi Filho, professor titular de biotecnologia da Universidade Federal do Amazonas, e Herton Escobar, repórter do Jornal O Estado de São Paulo, participam da mesa redonda "Biodiversidade: quadro atual, potencialidades, perdas, impactos e propostas para o futuro".

1% do planeta está derretendo

de acordo com a matéria abaixo, postada no Portal do  MCT.


Porção de gelo das regiões polares que está derretendo corresponde a 1% do total no planeta
19/07/2010 - 17:31
A cobertura de gelo da Terra está encolhendo a um ritmo muito maior do que se imaginava, atestam pesquisas publicadas recentemente. Porém, são partes e tipos específicos do gelo das regiões polares, que representam 1% do volume de gelo do planeta, que estão derretendo e que podem contribuir – ou não – para o aumento do nível do mar. A afirmação é do especialista no assunto, o coordenador geral do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia da Criosfera, Jefferson Cardia Simões, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRS).
“Nossa maior preocupação hoje é com o degelo das geleiras de regiões montanhosas, como os Andes, que estão dando a maior contribuição para o aumento do nível do mar”, diz o glaciólogo, que é um dos líderes do Programa Antártico Brasileiro (Proantar). “A Antártida e a Groenlândia também contribuem com esse fenômeno, mas é só uma porção muito pequena do gelo dessas regiões que está derretendo. Já o gelo do oceano Ártico também está derretendo, mas não afeta o nível do mar”, afirma.
O especialista abordará esse tema em uma conferência na 62ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), que se realizará na próxima semana em Natal (RN).
De acordo com Simões, é o gelo mais “quente”, que está mais próximo do ponto de fusão e situado ao norte da Antártida e ao sul da ilha da Groenlândia, que está derretendo com maior velocidade nas duas regiões polares e que ao se desfazer pode contribuir para o aumento do nível do mar. Entretanto, ele representa menos de 1% do volume total do gelo do Continente Antártico, que concentra 90% de todo o gelo do planeta, e uma pequena fração do gelo da Groenlândia.    
Já no mar congelado do Ártico, segundo Simões, o tipo de gelo que está sumindo mais rapidamente é o marinho flutuante, que ao derreter não contribui para a elevação do nível do mar, pois toda a sua massa já está na água. Porém, do ponto de vista climático, é esse tipo de gelo que ajuda a manter o equilíbrio térmico do Ártico ao refletir a luz do Sol. Dessa forma, quanto menos gelo marinho, mais radiação solar será absorvida pelo oceano, que deve esquentar e mudará todo o balanço climático da região. “Esse é um problema muito sério e ainda não temos nenhuma evidência de como a Ártico responderá a essas mudanças nos próximos anos”, afirma.
Por sua vez, o derretimento das montanhas de regiões tropicais e temperadas, como os Andes, tem impactos diretos nos recursos hídricos da América do Sul. Ao derreter, as águas das geleiras seguem para os rios e tomam o caminho do mar, podendo causar o aumento do volume de água tanto da bacia Platina quanto da bacia Amazônica.
Influências
O glaciólogo explica que quem rege o nível do mar é a variação da massa da criosfera – a massa de gelo do planeta. Assim, ao perder massa, o manto de gelo antártico, que tem 13,6 milhões de km² de extensão, e da Groenlândia, que mede 1,7 milhões de km², provoca a elevação do nível do mar. E ao despejar suas águas frias no mar, muda as correntes oceânicas e começa a afetar o clima. “Hoje sabemos que as regiões polares são tão importantes quanto a Amazônia para o sistema climático mundial”, diz. “Quando se mexe na massa de gelo da Terra, há alterações no clima”, esclarece.    
Segundo Simões, de fato, o nível do mar está aumentando e o rápido derretimento das montanhas de regiões temperadas e tropicais e da Groenlândia está contribuindo para isso. Porém, não se sabe qual a parcela de participação das variabilidades climáticas naturais e do fenômeno do aquecimento global, acelerado pela intervenção humana, nesse processo.
Para investigar os impactos das mudanças climáticas e glaciais na Antártica e a relação do clima da região com a América do Sul, uma equipe de pesquisadores brasileiros, americanos e chilenos, liderada por Simões, inicia um projeto de colaboração científica internacional denominado Casa (Climate of the Antarctic and Southern America na sigla, em inglês).
Os pesquisadores preparam a primeira perfuração latino-americana, de mais de 300 metros, do manto de gelo antártico para coletar amostras de gelo com dados sobre o clima da península nos últimos cinco mil anos.  Chamados “testemunhos de gelo”, os pedaços de gelo que serão coletados na expedição reúnem os dados mais fidedignos sobre as variações climáticas que ocorreram no planeta nos últimos milhares de anos.
A palestra do glaciólogo Simões será na terça-feira (27), às 10h, no campus da UFRN. Confira a programação da 62ª Reunião da SBPC no endereço: www.sbpcnet.org.br/natal/home/

domingo, 18 de julho de 2010

As mudanças climáticas e as consequências respiratórias

Mais uma matéria veiculada na mídia natalense, desta feita no portal www.nominuto.com.br

Domingo, 18/07/2010 às 13h32

Durante o inverno, baixa radiação contribui para maior sobrevivência dos vírus das doenças típicas da estação, como o Influenza.

Por Débora Ramos

As mudanças climáticas registradas durante o inverno, que vão desde o aumento na incidência de chuvas até a queda da temperatura, muitas vezes podem contribuir para o aparecimento de doenças respiratórias. Durante este período, portanto, é preciso ficar atento à simples medidas que podem ajudar a evitar essas enfermidades que, se não oferecem gravidade, tornam a vida de qualquer pessoa muito mais desagradável. 

O fato do alerta de especialistas para com este tipo de doenças nessa época específica do ano ser tão incisivo não é sem razão. Na realidade, existem comprovações científicas de que a estas doenças têm maior disseminação nestes períodos, quando a temperatura é baixa e, na ausência de radiação ultravioleta, os vírus passam a sobreviver por tempo suficiente para poder ser transmitido de um pessoa infectada para uma pessoa saudável. 

Veja mais aqui.

Um futuro sombrio para a caatinga

Matéria da Tribuna do Norte, Natal, RN

Publicação: 18 de Julho de 2010 às 00:00
Isaac Lira - Repórter

Se, como nas fábulas, a paisagem natural da caatinga pudesse expressar sentimentos, seus cactos e vegetação típica adotariam uma soturna expressão de adeus. Não são positivos os prognósticos para o único bioma genuinamente brasileiro. Com as mudanças climáticas esperadas para o planeta nos próximos 100 anos, espera-se a diminuição das chuvas e o empobrecimento do solo da caatinga, o que irá praticamente extinguir o bioma e dificultar a vida de milhões de pessoas em todo o Nordeste, inclusive no Rio Grande do Norte. Ambientes semelhantes aos desertos são esperados para o Nordeste nos próximos anos.

As implicações econômicas dessas mudanças serão alvo de conferência na 62a. Reunião da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, a ser realizada do dia 25 ao dia 30 de julho, em Natal. Na ocasião (26 de julho) o professor do Instituto de Pesquisas Espaciais, Paulo Nobre, irá falar sobre o tema “Mudanças Climáticas e o Nordeste Brasileiro”. Nobre acredita na necessidade de modificar o modo de produção predominante no Nordeste (agricultura familiar) para se adaptar ao novo panorama climática que está por vir.

Alex RégisCom as mudanças climáticas esperadas para os próximos 100 anos, espera-se a diminuição das chuvas e o empobrecimento do solo da caatingaCom as mudanças climáticas esperadas para os próximos 100 anos, espera-se a diminuição das chuvas e o empobrecimento do solo da caatinga


A principal conseqüência do aumento da temperatura será uma alteração no regime de chuvas. Choverá de forma mais espaçada e intensa. Ao invés de precipitações de intensidade pequena e média distribuídas pelos meses do tradicional período chuvoso, haverá algumas poucas chuvas de grande intensidade. Em termos absolutos, choverá menos. Como se sabe, a agricultura precisa de um regime de chuvas mais espaçado, com precipitações freqüentes. Além disso, essa diminuição irá prejudicar o reabastecimento das reservas de água de toda a região. “Com todas essas mudanças, pode-se dizer que a caatinga é um bioma em extinção”, explica o professor Cláudio Moisés, do Programa de Pós-Graduação em Estudos Climáticos, da UFRN.

Todas essas mudanças estão inseridas no Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (cuja sigla em inglês é IPCC) de 2007. Os professores Cláudio Moisés e Francisco Alexandre, da Pós-graduação em Estudos Climáticos, fazem uma ressalva. Qualquer prognóstico em termos climáticos precisa ser relativizado. A construção do estudo é feito com tantas variáveis, e tão interligadas, que é impossível “prever” com certeza. “O que existem são modelos. Temos desde o modelo mais pessimista até o mais otimista, mas é impossível que algum consiga representar fiel e exatamente sozinho a realidade”, diz Cláudio Moisés.

Mesmo assim, é importante prestar atenção no que diz o IPCC para o Rio Grande do Norte. Professores da Universidade Federal de Minas Gerais e da Fiocruz construíram cenários para o futuro das atividades econômicas do Nordeste com as mudanças climáticas. Com o aumento da temperatura e a diminuição e alteração do regime de chuvas, o Estado irá perder quase metade de suas terras disponíveis para a agropecuária. Essa diminuição deve ficar entre 47,2% e 44,7%. Isso acontecerá porque  o solo ficará mais seco, pobre, sem condições de ser cultivado ou fazer crescer o pasto para o gado. A quantidade de espécies de plantas e animais diminuirá drasticamente, em alguns pontos ficando semelhante a um deserto. O RN tem 2,9 milhões de pessoas vivendo no semi-áerido.

Como se sabe, a agropecuária é uma das principais atividades de subsistência no RN. Além disso, o agronegócio é uma das principais fontes de emprego e renda. Com menos terra para o cultivo, o Produto Interno Bruto potiguar poderá diminuir entre 3,5% e 7% nos próximos 50 anos, diz o estudo da UFMG. Para o professor Paulo Nobre, do Centro de Previsão de Tempo e  Estudos Climáticas, isso implica necessariamente em mudanças na forma de produção e subsistência da região. “Não se trata do fim do mundo. As tendências são desanimadoras para o atual modo de produção, mas é possível conviver e se adaptar a esses cenários”, diz (veja entrevista)

Existe um deserto verde em várias regiões do RN

É impossível, hoje, visualizar de forma concreta os efeitos das mudanças climáticas no empobrecimento do solo. Mas existe um outro efeito da ação humana que provoca danos semelhantes ao esperado após o aumento da temperatura do planeta no próprio Nordeste. Para quem não sabe, existe um “deserto verde” em formação em várias regiões do Rio Grande do Norte e do Nordeste. 

O fenômeno, conhecido como desertificação, dá uma idéia substancial do que pode se esperar, de acordo com os prognósticos dos meteorologistas.

Quando se fala em desertificação, o mais comum é vir à mente das pessoas a imagem de um deserto comum, com areia nua e praticamente nenhuma forma de vida. O deserto do Saara, por exemplo. Não se trata disso. 

A desertificação não significa repetir a paisagem desértica tradicional no semi-árido nordestino, mas a diminuição da produtividade da terra e da diversidade de plantas e animais sobrevivendo naquele espaço. “É muito comum existir essa confusão. 

Professor

A caatinga não vai ficar igual a um deserto, de fato, mas isso não significa que o problema seja menor ou menos importante”, diz o professor José Adenilson, vereador pelo PT em Carnaúba dos Dantas.

A reportagem da TRIBUNA DO NORTE visitou na última semana, um dos principais pontos de desertificação do Rio Grande do Norte: o Seridó, mais especificamente o município de Carnaúba dos Dantas. Lá, a sociedade civil e o poder legislativo estão articulados para, junto à Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, construir um Plano Municipal de Combate à Desertificação. Enquanto isso não acontece – e Carnaúba será um dos primeiros municípios potiguares a conseguir esse feito – a pecuária extensiva e o corte de lenha para abastecer as cerâmicas, sem o devido cuidado, agravam o processo de desertificação. Como se sabe,   97% do território potiguar é suscetível à desertificação, o que significa que tanto podem ser desertificadas ou não. Isso vai depender da forma como o homem utiliza o ambiente para produzir. E os primeiros relatos não são animadores.

Uma das saídas para combater a desertificação seria o governo estimular, por meio de financiamento, o uso do gás  natural nas cerâmicas da região Seridó. Os estudos não sairam do papel.

Seridó hoje é terra de uma planta só

Juremas. O olhar corre do topo da serra até o chão, passando por toda uma área verde, e, com algumas exceções, o que se vê são Juremas, árvores de porte médio, folhas verdes e com propriedades psicoativas. Como os sertanejos sabem, uma das principais características da Jurema é conseguir sobreviver mesmo em situações bastante desfavoráveis. Trata-se de uma planta forte, com capacidade de se desenvolver em solos empobrecidos e hostis. A predominância da Jurema nos arredores de Carnaúba dos Dantas não é coincidência.

José Adenilson, que é geógrafo, mostrou à reportagem os efeitos da desertificação em Carnaúba dos Dantas. Nos arredores do famoso Monte do Galo, o solo pedregoso e ralo é a primeira evidência. Segundo o professor, a prática da pecuária extensiva é um dos principais causadores. “O gado acaba comendo boa parte da vegetação nascente. Dessa forma, o adubo natural do solo vai se perdendo”, aponta. A extração de lenha pelas cerâmicas é outro problema, um dos maiores, de acordo com Laélia de Melo, responsável pelo combate à desertificação na Semarh. Uma cerâmica de porte médio consome um caminhão de lenha por dia, produzindo 40 milheiros de telhas. Por outro lado, cada empreendimento desse porte significa 40 empregos diretos gerados. Um teorema difícil de resolver.

A degradação da caatinga em Carnaúba dos Dantas tem resumido a biodiversidade do bioma, na cidade, a apenas uma espécie vegetal, justamente a única capaz de sobreviver numa terra tão pobre.  De acordo com o professor José Adenilson, um metro quadrado de área deveria ter pelo menos 10 espécies vegetais. Em muitos locais, existem apenas Juremas. Dessa forma, a diversidade animal também é comprometida. “Toda a fauna que depende  das árvores, do verde, acaba fugindo para outros locais para sobreviver”, relata José Adenilson.

Para o professor, a desertificação é uma ameaça real à agricultura da região do Seridó. Ele não está sozinho. A reportagem conversou com Aldair e Josefá Dantas, casal agricultores da cidade de Carnaúba. O terreno dos dois, que trabalham na roça desde a adolescência, tem uma boa faixa atingida pelo problema da desertificação. “Tem terra aqui onde praticamente não dá mais para plantar. A gente tenta recuperar, mas é difícil. Um dia não vai dar mais para viver de agricultura nessa região”, concorda Aldair Dantas.

Entrevista: Paulo Nobre - Professor Pós-doutor

Os cenários futuros para a agricultura no Nordeste podem ser pessimistas para muitos cientistas, mas não para o professor Paulo Nobre, do Centro de Previsão de Tempo e  Estudos Climáticas, ligado ao Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. Para o professor pós-doutor em Meteorologia, essa é uma oportunidade única para incentivar novas formas de produção. A convivência com todas essas questões, para Paulo Nobre, também são oportunidades de investir e gerar desenvolvimento.

A UFMG e a Fiocruz publicaram o trabalho “Mudanças climáticas, migrações e saúde: Cenários para o Nordeste Brasileiro 2000-2050” com tendências nada animadoras sobre o Nordeste brasileiro. Entre elas, a diminuição da área agricultável, dos aqüíferos e a necessidade de migrações para outras regiões. O senhor concorda com essa análise?
Conheço o estudo e concordo em parte, mas não considero essas tendências necessariamente desanimadoras. São desanimadoras tendo em vista o atual modo de produção no Nordeste. Mas podem ser vantajosas se nós considerarmos outras possibilidades a partir desse dessa tendência cada vez mais forte: o aumento da temperatura e a alteração do regime de chuvas. Para continuar plantando milho e feijão como é feito atualmente, de forma tradicional, é mesmo desanimador.

Que outras possibilidades são essas?
Formas de ampliar a renda e incentivar o emprego a partir da mitigação desses efeitos negativos. Mitigar significa diminuir. E isso pode ser conseguido em diversos níveis. Primeiro, é preciso reflorestar o Nordeste brasileiro, com espécies nativas. Isso pode minorar efeitos negativos, como o aumento da temperatura nas cidades. Para isso, utilizando mão de obra local, será possível gerar trabalho e renda. Além disso, precisa haver a capacitação de agricultores para ensinar novas técnicas de plantio. Não estamos falando ainda de agricultura irrigada, a exemplo do que acontece em Petrolina e Mossoró, porque isso representa um outro nível de investimento. Essa capacitação precisa atingir a população de baixa renda.

Isso inclui energias alternativas?
Sim, num nível ainda maior. O que eu estou defendendo é utilizar a mitigação dos efeitos negativos das mudanças climáticas e o desenvolvimento de fontes de energia limpa como indutores de desenvolvimento, gerando renda e trabalho. A Europa, no ano passado, teve 69% de sua energia de fontes  limpas, como energia solar e eólica. Eles fazem isso porque são caridosos? Não, eles viram que há retorno financeiro. O Nordeste brasileiro é uma região rica dessas duas matérias-primas renováveis: vento e sol. Mas para isso é preciso um projeto de Estado e não um projeto de Governo. Não é uma iniciativa de um prefeito ou governador, mas uma decisão do Governo Federal, independente de candidato, e de toda a sociedade. Na base de tudo isso, está a educação, para que os jovens e crianças de hoje, os principais atingidos no futuro, com as mudanças climáticas, não tenham o cultivo como única fonte de renda. Eles podem produzir softwares, programas de computador, por exemplo. Mas isso somente com um investimento maciço na educação de base.

O senhor propõe uma mudança significativa em toda a forma de produzir no Nordeste?
Sim, mas isso é uma questão de tempo. Estou falando em um projeto de futuro. Mas é preciso desenvolvê-lo agora. Não é para as pessoas se desesperarem, pensando: “Agora não dá mais para fazer nada”. Pelo contrário. Não se muda isso em um ano, mas em uma década é possível fazer transformações. 

Nota do Editor do Blog: a matéria acima toca em vários aspectos importantes dos efeitos do Clima no Nordeste brasileiro. Talvez por motivos de espaço, várias questões importantes, inclusive colocadas pelo autor em conjunto com o Prof. Cláudio Moisés, deixaram de ser abordadas. Mas, fica a importante mensagem do grande desafio que temos pela frente.