sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Iceberg gigante pode mudar correntes marítimas

Um vasto iceberg que se descolou do continente Antártico depois de ser abalroado por outro iceberg gigante pode causar alterações nas correntes marítimas do planeta e no clima, alertaram cientistas.

Leia mais.
Nota: Icebergs são enormes blocos de gelo que flutuam nos oceanos. Devido a um comportamento de certa forma anômalo da água, quando esta resfria abaixo de certa temperatura (cerca de 4 graus centígrados a nível do mar), ela se expande, diminuindo sua densidade, ficando menos densa que a água líquida menos fria. Assim, pelo Princípio de Arquimedes, o gelo passa a boiar na água. Por outro lado, o gelo possui um calor latente muito alto - que é uma energia necessária para ele passar ao estado líquido -, e demora bastante a ganhar esta energia até derreter completamente. Deste modo, os icebergs podem percorrer longas distâncias mar adentro, levado pelas correntes oceânicas. Em geral apenas cerca de 10% de um iceberg fica exposto acima da água, devido à diferença entre as densidades do gelo e da água líquida. Isto também explica a origem da expressão "apenas a ponta do iceberg", quando algo que parece ser pequeno, esconde na verdade uma coisa grande.
Agradecemos ao amigo Társis do IF-USP por nos indicar a matéria acima.

NATAL TEM ÍNDICES EXTREMOS DE RADIAÇÃO UV

Nesta semana foram registrados índices extremos de radiação ultravioleta (UV) em grande parte do país. Pela sua localização geográfica, Natal tem sido uma das cidades mais atingidas pelos altos índices, que representam um grande perigo para a população, sobretudo para quem precisa ficar bastante tempo exposto ao sol. Toda a energia que vem do sol, e que mantém o sistema climática terrestre em condições favoráveis à vida, vem sob forma de radiação. Uma parte importante desta radiação é a UV (este texto pode ser facilmente lido à luz do dia, graças à radiação visível, que é a principal componente da radiação solar). A radiação é um fenômeno ondulatório, e uma das principais características de uma onda é o seu comprimento. Neste tipo de radiação - eletromagnética, em termos gerais -, quanto menor o comprimento de onda, mais energia é transportada por ela. E é isto que ocorre com a radiação UV: sendo muito energética, possui pequeno comprimento de onda (menor do que da luz visível). Por este fato, ela consegue penetrar mais nas células e tecidos dos seres vivos, sobretudo da pele humana que fica diretamente exposta ao sol. Isto leva desde ao envelhecimento precoce dessas células, leves queimaduras, até chegar ao ponto de destruição, causando câncer de pele.
O monitoramento destes índices é, portanto, um serviço de grande importância para sociedade civil. Em nosso estado existe um bom sistema desta natureza, sob os cuidados do CRN/INPE. Podemos acompanhar diariamente os índices medidos em Natal e Caicó visitando o LAVAT (Laboratório de Variáveis Ambientais Tropicais).
Alguns cuidados preventivos que se pode tomar: não se expor muito ao sol, principalmente no período entre as 10 horas da manhã até as 3 horas da tarde; procurar usar roupas claras e leves; e, quando possível, usar protetor solar. Um óculos escuros, para quem pode e gosta, não faz mal a ninguém, e ajuda muito.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Inscrições abertas para SBPC Jovem

Estão abertas as inscrições para o SBPC Jovem, programa destinado aos estudantes do ensino fundamental e médio, que fará parte da programação da 62ª Reunião Anual da SBPC.  A finalidade do evento é proporcionar um contato mais dinâmico dos jovens com os cientistas, a ciência e a prática científica.  Os interessados podem se inscrever através do site www.sbpcnet.org.br/natal/inscricao.

A 62ª Reunião da SBPC, que acontecerá na UFRN no período de 25 a 30 de julho deste ano, tem como objetivo reunir estudantes, profissionais diversos e a comunidade em geral, professores universitários e das redes de ensino fundamental e médio interessados em discutir ou conhecer os resultados mais recentes das pesquisas científicas. Durante o evento haverá vários tipos de atividades, entre as quais o SBPC Jovem.

Estão programadas exposições, conferências, oficinas, vídeos e filmes, além de ser um novo espaço para a apresentação da produção científica realizada por esses alunos não universitários. Mais informações nos endereços eletrônicos www.ufrn.br e www.infra.ufrn.br. Contato com a coordenadora do SBPC Jovem, Rita Luzia, no celular 9988-2701.

Fonte: AGECOM/UFRN (http://www.agecom.ufrn.br/)

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

MUDANÇAS CLIMÁTICAS

Uma das grandes questões das Ciências Climáticas consiste em compreender e caracterizar as mudanças climáticas e suas implicações. Na literatura quotidiana a expressão “mudança climática” tem sido muito confundida com “aquecimento global”. São coisas bem distintas. Antes de mais nada, podemos falar de mudanças climáticas sem que ocorra mudanças de temperatura – tanto aquecimento, quanto resfriamento –, uma vez que podem ocorrer alterações em outras grandezas que caracterizam o clima, como chuvas ou ventos. Hoje há uma aceitação de que Mudanças Climáticas são caracterizadas por modificações em quantidades climáticas que  apresentam variações significativas por períodos longos, de décadas a mais. As origens dessas variações podem ser causadas por diversos fatores, entre os quais se destacam:
•    Atividades humanas que modificam o ambiente, em particular a queima de combustíveis fósseis;
•    Atividades humanas que modificam a terra, como a urbanização e a destruição de florestas, entre outros;
•    Processos naturais no sistema climático terrestre, com mudanças nas circulações dos oceanos;
•    Mudanças na atividade solar, principal responsável pela energia disponível no sistema climático;
Outros fatores também são importantes, como alterações na órbita da Terra ou erupções vulcânicas. Estas são algumas razões que tornam o debate sobre mudanças climáticas tão estimulante do ponto de vista científico. Ainda temos muito que estudar e aprender, antes de podermos quantificar quais efeitos são mais predominantes, e em que períodos.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

TERMINOU O HORÁRIO DE VERÃO

Neste final de semana acabou o horário de verão. Segundo noticiado pela imprensa, isto representou uma economia de 0,5%, ou seja, para cada 100 reais gastos em energia, foram economizados 50 centavos. A minha dúvida é se esta economia de energia compensa outros gastos, incluindo o conforto pessoal de não passar por estas mudanças. Será que não valeria a pena investir mais em educação ambiental, incluindo questões climáticas? Quem sabe assim não se conseguiria economizar ainda mais, sem causar inconvenientes para a sociedade?
 

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Story of Stuff - A História das Coisas

"A História das Coisas" é um pequeno documentário, com pouco mais de 20 minutos de duração, que aborda a temática do nosso (ou melhor, dos EUA) modo de produção, a indústria do consumo e os danos causados ao meio ambiente, com possíveis efeitos sobre mudanças climáticas (especialmente locais).
Veja a versão em português neste link.
A versão original com legendas em português pode ser acessada no youtube (agradecemos à colega Marjorie da UFRN, por nos ter indicado este link).

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Doutorado em Ciências Climáticas da UFRN seleciona primeiros 16 alunos

Nesta sexta-feira, 19/02/2010, foi divulgado o resultado do processo seletivo para o Curso de Doutorado em Ciências Climáticas da UFRN. Os candidatos selecionados nesta primeira turma são, na maioria, do Norte e Nordeste do país. 
Confira a relação dos selecionados aqui.

Reunião da EMPARN estabeleceu previsão climática para o norte do NE

ANÁLISE E PREVISÃO CLIMÁTICA PARA O PERÍODO MARÇO ABRIL E MAIO DE 2010 PARA O NORTE DO NORDESTE DO BRASIL

Nos dias 18 e 19 de fevereiro de 2010 a Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte realizou a III Reunião de Análise e Previsão Climática para o setor norte do Nordeste do Brasil – Ano 2010.

Análise das Condições Oceânicas e Atmosféricas e Modelagem Numérica

Temperaturas da superfície do mar (TSMs) mais quentes que a média foram observadas no Oceano Pacifico equatorial (figura ao lado), caracterizando um evento de El Niño moderado a fraco, que segundo os modelos de previsão de temperatura da superfície do mar mostra um enfraquecimento durante os próximos meses. Lembrando que a presença de eventos de El Niño, na maioria dos casos está relacionado a uma redução da precipitação na região Norte do Nordeste.

No Oceano Atlântico o campo de TSM apresentou durante o mês janeiro de 2010 o setor sul um pouco mais aquecido do que o norte, com ambas regiões apresentando anomalias positivas. Tal configuração ainda não é definida como favorável para o deslocamento da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT- Principal Sistema Causador de Chuvas no período de Março a Maio na Região Norte do Nordeste), para posições mais ao sul da Linha do Equador.

A maior parte dos modelos de previsão de precipitação analisados indica tendência de ocorrência de chuvas abaixo da média climatológica.


Prognóstico Climático para o Período Março-Maio de 2010 no Norte do Nordeste

De acordo com o exposto acima, concluí-se que o período chuvoso de março a maio no semiárido nordestino deverá se configurar com chuvas irregulares, espacial e temporal, com totais abaixo da média histórica. Em termos probabilísticos, tem-se a seguinte distribuição:

Categoria Abaixo da Média Histórica - 45%
Categoria em torno da Média Histórica- 35%
Categoria Acima da Média Histórica- 20%

PARTICIPANTES
- Agência Executiva de Gestão das Águas do Estado da Paraíba – AESA;
- Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos/Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais - CPTEC/ INPE;
- Centro de Ciência do Sistema Terrestre – CCST/INPE;
- Departamento de Meteorologia da Secretaria de Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos de Alagoas – DMET/SEMARH;
- Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte – EMPARN–RN;
- Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos, FUNCEME-CE;
- Laboratório de Meteorologia de Pernambuco - Instituto Tecnológico de Pernambuco - LAMEPE/ITEP - Recife-PE;
- Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN;
- Universidade Federal Rural do Semiárido – UFERSA.

Nota: o texto acima faz parte do documento final elaborado pelos meteorologistas.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Brasil sedia Conferência Internacional do Clima


Fortaleza (CE) recebe em agosto a 2ª Conferência Internacional sobre Clima, Sustentabilidade e Desenvolvimento Sustentável em Regiões Semiáridas (Icid 2010). O evento reúne representantes de vários países para discutir ações focadas nos desafios e oportunidades que enfrentam as regiões áridas e semiáridas do planeta, principalmente dentro dos aspectos ambientais e climáticos, vulnerabilidades, impactos, respostas de adaptação e desenvolvimento sustentável.
A programação também tem foco voltado para o aceleramento do alcance dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (MDG) para reduzir vulnerabilidade, pobreza e desigualdade e melhoria da qualidade dos recursos naturais. Estudos de políticas comparativas e de síntese já são preparados, dentro de três principais temas: Informação climática e ambiental; Segurança humana, bem-estar e desenvolvimento humano e Processos de políticas públicas.
Destinada a governos, sociedade civil e especialistas, a Icid 2010 ocorre no Centro de Convenções do Ceará, numa realização do governo do Estado, Ministério do Meio Ambiente (MMA), Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) e Banco do Nordeste (BNB).
Apóiam a iniciativa o Banco Mundial (Bird), Instituto Nacional do Semiárido (Insa/MCT), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Organização Meteorológica Mundial (OMM), Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe/MCT), Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Rede Clima, Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (UNDP), Instituto de Pesquisas para o Desenvolvimento da França (IRD), Centro de Cooperação Internacional em Pesquisa Agronômica para os Países em Desenvolvimento (Cirad), Instituto Interamericano para Pesquisas de Mudanças Globais (IAI), Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), Comissão Ecônomica para a América latina e o Caribe (Cepal), Convenção da Diversidade Biológica (UNCBD), Agência Brasileira de Cooperação (ABC), Agência Nacional de Águas (Ana), Postdam Institute (PIK), Departamento do Governo Inglês (Dfid), Dimensões Sociais da Política Ambiental da Iniciativa (Sdep), The Nature Conservancy (TNC), Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos hidrícos (Funceme), Secretaria-Geral Ibero-Americana (Segib).
A organização do evento é do Centro de Gestão de Estudos Estratégicos (CGEE/MCT). O prazo para submissão de propostas se encerra no dia 15 de março.

Outras informações no endereço: www.icid18.org

Fonte: Portal do MCT

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Meteorologistas se reúnem em Natal, para elaborar a previsão de como vai ser o inverno no semiárido




NATAL SEDIA 3ª REUNIÃO DE ANÁLISE E PREVISÃO CLIMÁTICA PARA O SEMIÁRIDO DA REGIÃO NORDESTE

          A Empresa de Pesquisa Agropecuária, Emparn, promove nos dias 18 e 19 de fevereiro (quinta e sexta), a 3ª Reunião de Análise  e Previsão Climática para o Semiárido Nordestino. O Encontro vai ser realizado no auditório da Secretaria Estadual da Agricultura, da Pecuária e da Pesca (SAPE), no Centro Administrativo, que fica no bairro de Lagoa Nova, em Natal.
         A reunião começa na quinta(18/02), às 8:30hrs, e vai reunir meteorologistas dos centros meteorologia da Região Nordeste, do Cptec, INPE e Inmet. Essa é terceira vez que os especialistas se reúnem para fazer a previsão para o inverno no semiárido nordestino. As outras duas reuniões foram realizadas em Campina Grande/PB, no mês de dezembro, e em Fortaleza/CE, no mês de janeiro, nesses dois encontros, a previsão foi de que o inverno no semiárido seria de normal a abaixo da média, com uma pré-estação chuvosa (janeiro e fevereiro), com chuvas fortes principalmente no sertão do nordeste, o que no Rio Grande do Norte, se tornou realidade, já que segundo o monitoramento realizado pela Emparn, em muitos municípios do interior do Estado, o volume de chuvas ultrapassou os 200mm, situação típica em   anos em que o Oceano Pacífico apresenta um quadro de El Niño Moderado (aquecimento anormal das águas superficiais do Oceano Pacífico Equatorial). Situação que poderá ter mudado, nesse mês de fevereiro, é o que os  meteorologistas vão analisar nos dois dias reunidos na capital potiguar, já que esta reunião é a mais próxima do período chuvoso no semiárido, que vai de março a maio.
          Segundo o meteorologista da Emparn, Gilmar Bristot, a ocorrência de chuvas durante o período de fevereiro a maio na região semi-árida do nordeste tem grande influência do comportamento dos Oceanos Pacífico e Atlântico. Devido a essa forte relação torna-se possível e confiável realizar previsões a cerca do comportamento do clima para a estação chuvosa na região, " essa atividade tem evoluído nos últimos anos tanto pelo lado tecnológico com o aporte de computadores mais rápidos e potentes, como pelo lado da pesquisa, que inseriu novas teorias e modelos conceituais relacionados ao clima regional".  Todo esse conhecimento científico e tecnológico, será utilizado pelos meteorologistas na reunião, em Natal, onde serão analisados as condições oceânicas/atmosféricas, os modelos dinâmicos/estatísticos, com o objetivo da elaboração de um novo relatório sobre o comportamento do clima para os meses de março-abril e maio no semi-árido nordestino, com ênfase a variável chuva. Eles também farão uma análise dos parâmetros oceânicos e atmosféricos referentes a janeiro e a 1ª quinzena de fevereiro.
          No Rio Grande do Norte, 93% de seu território é semiárido, daí a importância e a grande expectativa de como vai ser o próximo inverno na região. Nos dois últimos anos, em todo o estado foram registradas chuvas acima da média, cerca de 40% acima do normal,  o que provocou danos sociais e econômicos, principalmente na região do Vale do Assu,  já que muitas pessoas perderam casas, lavouras foram tomadas pela água, estradas foram destruídas e açudes de pequeno porte, não suportaram tanta água e tiveram suas paredes levadas pela água. E mesmo que essa última  previsão seja de um inverno não tão rigoroso, a situação ainda é preocupante porque a maioria dos reservatórios ainda estão com cerca de 70% de toda a sua capacidade total de armazenamento de água.
         O resultado da  3ª Reunião de Análise e Previsão climática para o Semiárido da Região Nordeste, será divulgado.

A notícia acima foi extraída diretamente da página da EMPARN. Confira aqui. 

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Agência Espacial Europeia lançará satélite para mapear as calotas polares

A Agência Espacial Europeia (ESA) está prestes a lançar um dos mais sofisticado satélite para investigar a espessura das geleiras da Terra. A missão está prevista para ter início no próximo dia 25.  
O satélite, chamado de CryoSat, será colocado em órbita por um foguete russo Dnepr e ficará a 700 quilômetros da Terra. O lançamento será feito de Baikonur, no Cazaquistão.
Com aproximadamente 700 quilos, o satélite carrega um radar altímetro de micro-ondas que consegue registrar mudanças não só na área, mas também na espessura da calota polar e das camadas de gelo flutuantes.
Embora as regiões polares venham sendo mapeadas há anos por satélites como o também europeu Envisat, o novo equipamento será determinante para analisar com mais precisão o impacto das alterações climáticas no gelo terrestre.

Fonte: UOL

Opinião minha: Um importante conhecimento sobre a atmosfera e o oceano no  Atlântico Sul , especialmente na região entre a América do Sul e a África, poderia ser adquirido através de satélites, visto que o Brasil tem larga experiência neste setor. Em particular, Natal poderia servir de ponto de confluência de interesses neste setor, talvez conduzido pela Agência Espacial Brasileira (AEB), o INPE e instituições locais, como as universidades.

Tempo e Clima

Na linguagem cotidiana, se usa muito “tempo” e “clima” como se fossem a mesma coisa, mas não são. Infelizmente vários setores da mídia – jornais, revistas, rádio, televisão, etc – ajudam a estabelecer esta confusão. Uma busca rápida na internet mostra importantes articulistas de jornais e revistas fazendo confundindo o uso desse termos.
De acordo com o INMET:


Na meteorologia existe uma diferença entre o tempo e o clima. O tempo é o estado físico das condições atmosférica em um determinado momento e local. Isto é, a influência do estado físico da atmosfera sobre a vida e as atividades do homem. O clima é o estudo médio do tempo para o determinado período ou mês em uma certa localidade. Também, se refere às características da atmosfera inseridas das observações contínuas durante um certo período. O clima abrange maior número de dados e eventos possíveis das condições de tempo para uma determinada localidade ou região. Inclui considerações sobre os desvios em relação às médias, variabilidade climática, condições extremas e freqüências de eventos que ocorrem em determinada condição do tempo.
A Meteorologia é a ciência que estuda as condições e o comportamento físico da atmosfera. Enquanto que a Climatologia é uma sub-área da meteorologia que estuda o comportamento médio da atmosfera para um determinado período, através de métodos estatísticos. Quando às observações atmosféricas contínuas inseridas durante um período de longo de tempo de 30 anos, para uma localidade, é conhecido como a normal climatológica.
O meteorologista previsor do tempo aplica as leis da física clássica, a sinótica, a dinâmica e as técnicas matemáticas que rege o domínio do movimento da atmosfera, para o estudo das condições de tempo. O climatologista utiliza as técnicas estatísticas para inserir e concluir informações sobre o estudo do clima. Portanto, a Climatologia dependente da Meteorologia.”

É importante notar que o tempo se refere a uma condição meteorológica momentânea e em determinado local. Do ponto de vista físico, as noções de “momento” e “local” ainda são um tanto vagas, visto que não temos parâmetros físicos característicos bem estabelecidos que sirvam para definir estes termos. Entretanto, este pequeno detalhe que pode ser atribuido ao fato da Meteorologia ser um dos ramos mais recentes ciência moderna, não compromete as conclusões de estudos e previsões nesta área.

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Por dentro do clima pós-carnaval.

A partir desta semana postaremos uma série de artigos curtos, de cunho didático, para brindar a volta às aulas depois de um longo periodo de férias e recesso de carnaval. Um dos pontos que será abordado é a delicada questão do Aquecimento Global. Por se tratar de ponto polêmico, às vezes mal interpretado, acreditamos ter chegado a hora deste tema ser discutido nas escolas e universidades. Infelizmente ainda não há uma boa literatura em português. No entanto, existem vários sites na Internet onde se pode fazer consultas, com o cuidado de filtrar as informações, separando o que há de bom e correto, do que é pura especulação infundada. Aos jovens leitores, recomendo o livrinho "O aquecimento global" da série "Mais Ciência", de autoria de Fred Pearce, publicado pela publifolha. Em linha simples, o autor apresenta e discute vários aspectos a respeito do tema. Infelizmente, a importante questão da influência das mudanças climáticas na saúde não é discutida explicitamente. Por se tratar de um texto curto, outras questões não menos importantes também não são apresentadas.

Custos do efeito estufa foram subestimados, diz especialista

Nicolas Stern, autor de relatório de 2006 sobre mudança climática, diz que combate custaria 2% do PIB global

PARIS - O economista britânico Nicolas Stern acredita, face às informações disponíveis agora, ter subestimado os efeitos do aquecimento global no relatório que preparou sobre o tema para o governo britânico em 2006, e que conquistou renome mundial.
"Subestimei o perigo. Provavelmente fui prudente demais, muito otimista", disse ele em entrevista publicada pelo jornal Le Monde, e na qual adverte que as emissões de gases do efeito estufa vêm crescendo mais depressa do que o calculado pelo relatório, enquanto que a capacidade global de absorvê-las vem se mostrando menor.

Por isso, "os efeitos do aquecimento devem se fazer sentir mais rápido", o que exige metas mais apertadas para as emissões de dióxido de carbono.

Ele declarou que a limitação da concentração de CO2 na atmosfera, que o relatório sugere que deveria ser fixada entre 450 e 550 partes por milhão, teria de cair para de 450 a 500 ppm, mesmo que isso dobre o custo previsto par medida, de 1% para 2% do PIB mundial.

Segundo ele, esse montante seria "muito inferior que nos espera se não fizermos nada agora", avisa.

Stern lamentou que os resultados da conferência realizada pelas Nações Unidas em Copenhague em dezembro para fixar metas de redução de emissões de CO2

Fonte: http://www.estadao.com.br/vidae/ publicado em 12/02/2009.

Nota: O artigo acima está transcrito diretamente da fonte citada. O último parágrafo está meio sem sentido. No mais, para quem lê francês, recomendo acessar a entrevista no Le Monde aqui.


quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

CARLOS NOBRE FARÁ AULA INAUGURAL DO PPGCC/UFRN

O Programa de Pós-Graduação em Ciências Climáticas terá sua aula inaugural proferida pelo Dr. Carlos Afonso Nobre, Pesquisador Titular do INPE e Membro Titular da Academia Brasileira de Ciências (ABC).
De acordo com a Plataforma Lattes (lattes), o Dr. Carlos Nobre possui graduação em Engenharia Eletrônica pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (1974) e doutorado em Meteorologia - Massachussets Institute of Technology (1983). É pesquisador titular do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, ex-coordenador geral do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC-INPE) de 1991 a 2003. Ex-coordenador científico do Experimento de Grande Escala da Biosfera-Atmosfera na Amazônia (LBA) durante o período de 1996 a 2002; ex- representante da área Multidisciplinar da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (2005-2007). Atualmente é o presidente do Comitê Científico do International Geosphere-Biosphere Programme (IGBP) e coordenador de novo centro de pesquisa no INPE, o Centro de Ciência do Sistema Terrestre. Exerce a secretaria executiva da Rede Brasileira de Pesquisas sobre Mudanças Climáticas (Rede CLIMA) e também a coordenação executiva do Programa FAPESP de Pesquisa em Mudanças Climáticas Globais. Tem experiência na área de Geociências, com ênfase em Meteorologia, atuando principalmente nos seguintes temas: ciências atmosféricas, clima, meteorologia, Amazônia e modelagem climática, interação biosfera-atmosfera e desastres naturais e ministra a disciplina Interação Biosfera-Atmosfera no Programa de PG do INPE. Foi um dos autores do Quarto Relatório de Avaliação do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) que, em 2007, foi agraciado com o Prêmio Nobel da Paz, juntamente com Al Gore. Recebeu, em 2007, o Prêmio da Fundação Conrado Wessel, na área de Meio Ambiente. 
A palestra-aula será realizada no Campus da UFRN (possivelmente no auditório da Reitoria), no dia 29 de março, às 10 horas, e versará sobre mudanças climáticas.

Outras informações sobre o pesquisador podem ser obtidas na página da ABC.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Programa FAPESP de Pesquisa sobre Mudanças Climáticas Globais

Não se trata de notícia nova, mas acho importante divulgar, sobretudo no âmbito do nosso estado. O estado de São Paulo está à frente de todo o resto do país, inclusive do governo federal, em termos de ações com relação ao estudo das mudanças climáticas. Não se trata apenas de uma preocupação básica apoiada nos relatórios do IPCC(sigla para "Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas" em inglês). O fato é que o estudo do clima e suas alterações passou a ser visto como uma assunto extremamente sério, de amplas repercussões para a sociedade civil - ou melhor, para a vida em nosso planeta -, tanto quanto as questões relativas ao meio ambiente. Aliás, não é demais assinalar que clima e ambiente são inseparáveis. Não é possível estudar e compreender um destes temas, deixando o outro de lado.
Esperamos, em futuro não muito distante, ver implantado aqui em nosso estado um programa semelhante, apoiado pela FAPERN, a fundação de pesquisa do Rio Grande do Norte.

Saiba mais.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

NASA LANÇA SITE SOBRE MUDANÇAS CLIMÁTICAS PARA CRIANÇAS

Se o tema mudanças climáticas é uma coisa difícil de ser digerida pelas pessoas adultas, imagine só pelas crianças. Por causa disto, a NASA lançou uma página na internet que ajuda à criançada, futuros pesquisadores e lideranças políticas, a compreender melhor como e porquê o nosso clima está mudando, e o que eles podem fazer para ajudar a manter nosso planeta habitável. O site apresenta de uma forma adequada para as crianças o que é o efeito estufa, o que está acontecendo com os oceanos, qual é a jogada do carbono nesta estória,  como se sabe que o clima está mudando, o que podemos fazer, e por aí afora. Infelizmente o site é todo em inglês, mas pode servir de estímulo para a criançada brasileira que pensa em aprender este idioma.

O link para o síte é este. Enjoy it kids!


Programa LBA seleciona diretor científico


O Programa de Grande Escala da Biosfera-Atmosfera da Amazônia (LBA) está selecionando um diretor científico. O candidato escolhido terá contrato inicial de quatro anos, pois há possibilidade de renovação, e inicia suas atividades a partir do dia 1º de abril. A inscrição pode ser feita até 15 de março.
O profissional selecionado trabalhará no escritório central do Programa LBA, no campus do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCT) em Manaus (AM). Irá coordenar e implementar a estratégia científica geral do Programa LBA, além de monitorar a execução de todos os projetos aprovados.
O diretor científico tem a missão de propor um plano de trabalho que deve ser revisado pelo comitê científico e aprovado pelo conselho do programa. Também coordenará questões relacionadas a recursos financeiros e articulará institucionalmente as cooperações nacionais e internacionais.
Outra missão será supervisionar o uso das bases de dados do Projeto LBA e apoiar o estabelecimento de novos projetos e articulações nacionais e internacionais com equipes científicas.
O candidato deve ter doutorado, experiência no gerenciamento de projetos interdisciplinares e experiência de atuação mínima de cinco anos como pesquisador, após o doutorado, ou em posição de coordenação de projetos.
Devem ainda ter experiência em pesquisa na Amazônia com ênfase na agenda científica do Projeto LBA, além de proficiência verbal e escrita em inglês, português e espanhol. O trabalho exige dedicação em tempo integral, disponibilidade para morar em Manaus e viajar pelo Brasil e pelo exterior.
Mais informações pelo email: isabel.vega@inpa.gov.br

A matéria acima foi divulgada no site do MCT em 09/02/2010.
Para saber mais sobre o LBA, clique aqui.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

ESTUDOS CLIMÁTICOS EM NATAL

Tivemos uma pequena pausa por um bom motivo. No último dia 03 participamos, em Brasília, de reunião com o Dr. Luiz ABC, secretário do Ministério da Ciência e Tcnologia (MCT), onde foram discutidas algumas questões relativas à implementação do Curso de Doutorado em Ciências Climáticas. Na ocasião, fomos acompanhados da Profa. Edna Maria da Silva, Pró-Reitora de Pós-Graduação (PPG) da UFRN, do Prof. Rubens Marimbondo, assessor da PPG, e da Dra. Darly Henriques, Coordenadora-Geral da área de Meteorologia e Mudanças Climáticas do MCT. Os representantes do ministério asseguraram recursos de 4 milhões de reais para implantação de um Laboratório de Calibração no INPE/CRN. Na reunião ficou clara a compreensão dos representantes do governo federal no setor, da importância estratégica da UFRN para lidar com a temática de mudanças climáticas (não confundir com o "aquecimento global", que é outra jogada), por diversos fatores, como a localização geográfica de Natal, a presença do INPE, e sobretudo, com os dois fatores de clima e oceano que tornam o Nordeste, e particularmente o Rio Grande do Norte, muito vulneráveis: a desertificação do semiárido e a erosão costeira. Estamos, no âmbito do governo federal (UFRN, INPE, MEC e MCT), fazendo a nossa parte. Esperamos que, em breve, estas questões passem a fazer parte das preocupações dos gestores públicos municipais e estaduais, sobretudo do governo do RN.


terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

VAPOR D'ÁGUA PODE DESACELERAR AQUECIMENTO GLOBAL

Em estudo recentemente publicado na prestigiosa revista Science, pesquisadores da NOAA, da Universidade do Colorado (EUA) e da Universidade de Berna (Suiça), descobriram indícios de que a diminuição na concentração do vapor de água na estratosfera pode ser responsável pela diminuição do ritmo do aquecimento global causado pelos demais gases de efeito estufa. Isto explicaria o fato de não ter ocorrido um aumento na temperatura média global nos anos 90, em que pese ter sido registrado um aumento continuidade das emissões dos gases de efeito estufa como o CO2. As conclusões desses pesquisadores deve gerar muito debate e estudos sobre  o papel da emissões dos gases de efeito estufa no aquecimento do planeta, sobretudo devido às ações do homem.

O resumo, em inglês, do trabalho pode ser acessado aqui.

Marmota faz previsão de mais frio para os EUA

Faz parte da cultura popular. Por aqui, também temos as nosso folclore a respeito de "previsão do tempo".  Formigas, aranhas, burros, entre outros "bichos", dão sua contribuição, cada espécie ao seu modo.
A matéria abaixo está no UOL.
"Phil brilhou muito hoje nos Estados Unidos. Esta marmota foi a estrela da terça-feira em jornais, sites e emissoras de TV norte-americanas.
O país comemora hoje o Dia da Marmota, quando o animal "faz a previsão" da duração do inverno no hemisfério norte. Diz a tradição que, ao acordar, se a sombra do animal puder ser vista, a estação mais fria do ano vai durar mais seis semanas."

Confira. 

REUNIÃO DE PREVISÃO CLIMÁTICA NA EMPARN

Nos dias 18 e 19 deste mês será realizada na EMPARN, em Natal (RN), a 3ª Reunião de Análise e Previsão Climática para o Setor Norte e Nordeste de 2010. Na ocasião será feita a apresentação do Programa de Pós-Graduação em Ciências Climáticas da UFRN. Um dos principais destaques da reunião será a análise dos resultados dos Modelos de Previsão Climáticas do CPTEC/INPE, INMET e FUNCEME-CE.